Sem Forma - Capítulo 29
Em pé lado a lado, escovando os dentes, Heewoon olhou fixamente para o reflexo dos dois no espelho. Ao lado do corpo grande e musculoso, seu próprio corpo parecia excepcionalmente pequeno.
Depois de enxaguar a boca, Heewoon perguntou.
— Kangwoo, você se exercita? Ah, claro. Você sai para correr de manhã. Devo começar a correr também.
Heewoon agarrou o braço dele com as duas mãos e fez uma careta. Kangwoo olhou para o rosto de Heewoon. Ele cambaleou uma ou duas vezes enterrando o nariz no antebraço de Kangwoo.
— Uh… Minha aula de TOEIC é às 9, então se eu sair às 7:00…. Mas está frio pela manhã, o que devo fazer?
Depois de observar os dedos que pressionavam seu braço musculoso, Kangwoo direcionou seu olhar para o rosto relaxado do bêbado. Suas bochechas estavam coradas, e os lábios mais intensamente avermelhados do que o habitual. Entre os lábios ligeiramente entreabertos, um hálito áspero escapava.
A sobrancelha de Kangwoo franziu.
— Você estava assim antes também?
Heewoon levantou a cabeça e olhou para Kangwoo. Era difícil ficar de pé, e agora ele estava quase se agarrando aos braços do homem.
— Hã?
— Você estava agindo assim, de forma fofa.
Fofa…. Heewoon pensou sobre as palavras e balançou a cabeça em negação.
— Ah, não.
Mas Kangwoo não ouviu.
— É por isso que os bastardos sentados na sua frente estavam rindo sem parar.
O olhar no rosto de Kangwoo enquanto falava em voz baixa era aterrorizante. Parecia que ele ia machucar alguém a qualquer momento. E a pessoa mais próxima a ele era o próprio Heewoon. Heewoon colocou um pouco de força na mão que segurava o braço e perguntou com cautela.
— Kangwoo, eu… eu fiz algo errado?
— …….
Kangwoo apenas o encarou em silêncio, fazendo com que Heewoon começasse a chorar. Ela havia bebido então suas emoções estavam aumentando rapidamente.
— Eu ouvi você direitinho. Ultimamente, eu tenho feito tudo como você disse.
— Isso é verdade. Mas por que eu quero te punir?
A mão que acariciava gentilmente a cabeça de Heewoon não correspondia às palavras. O toque logo parecia que poderia se tornar áspero, então Heewoon encolheu os ombros. A mão que estava segurando o braço musculoso escorregou de alguma forma e agora estava segurando a mão de Kangwoo.
Os olhos de Kangwoo pararam por um momento na mão de Heewoon que segurava seus dedos antes de voltar para o rosto assustado.
— Mas como Heewoon tem sido um menino bom e me escutado, acho que não deve ser repreendido, certo?
— Sim, sim.
Heewoon acenou com a cabeça desesperadamente e Kangwoo sorriu. Era um sorriso superficial que se desvaneceu rapidamente. Quando Kangwoo se afastou, ele soltou sua mão.
Hee-woon observou nervoso enquanto Kangwoo se despia. Observou os músculos largos e suaves se movendo e os dedos segurando apenas a borda da roupa. Nesse momento Kangwoo olhou para trás.
— Tire suas roupas e entre.
Heewoon cambaleou, tirou a roupa e seguiu Kangwoo. O box do chuveiro era espaçoso, mesmo com duas pessoas dentro.
Um silêncio tenso se instalou. Heewoon observou a expressão de Kangwoo. Depois de olhar para o rosto de Heewoon, que estava contorcido como se estivesse prestes a chorar, Kangwoo lentamente estendeu a mão.
Shhh…
Água começou a jorrar abruptamente do teto. Heewoon, que estava logo abaixo, foi atingido pela água com um forte golpe.
— Ugh, Kan-, cof, cof-.
Ele ficou vulnerável enquanto olhava para Kangwoo, e a água entrou em seu nariz, boca e olhos, fazendo com que ele gorgolejasse incoerentemente. Kangwoo olhou para ele calmamente e afastou seu cabelo molhado.
— Ugh, hmph….
Heewoon incapaz de abrir os olhos, levantou a mão para limpar o rosto, mas Kangwoo segurou sua mão suavemente. Sua outra mão também foi agarrada, e ele não conseguiu se soltar; foi empurrado para trás, com as costas tocando a parede fria.
A força que segurava seus pulsos com uma das mãos e os pressionava contra o peito era tão forte que ele ficou apavorado. Ele apertou o interruptor com as costas e o fluxo de água do teto parou de repente, deixando apenas algumas gotas caindo.
— Sunbae.
— Hmm.
Heewoon respondeu, fechando os olhos enquanto a água escorria de sua cabeça.
— Abra seus olhos.
Com as palavras de Kangwoo, Heewoon se esforçou para abrir os olhos. Gotas de água entraram em seus olhos e suas pálpebras se agitaram. Ele podia sentir o olhar do homem e seu coração acelerou.
— Ai, isso dói….
A expressão tensa de Heewoon suavizou quando a grande mão de Kangwoo passou suavemente pelo seu rosto. Apenas então ele conseguiu abrir os olhos com dificuldade. O olhar de Kangwoo que ele encontrou era frio. Pelo canto de seus olhos, algo escorreu. Ele não sabia dizer se era água ou lágrimas, mas o olhar do homem o seguiu por um longo tempo.
Ele olhava fixamente para o rosto de Heewoon como se o estivesse devorando com os olhos, e então sua boca se abriu pela primeira vez em muito tempo.
— Eu não posso simplesmente matar todos esses bastardos.
— Kan-Kangwoo….
O cabelo dele grudou na testa, e seu rosto úmido olhou para ele desesperadamente. Kangwoo levantou o canto da boca de forma estranha.
— Por que você não fica em casa?
Sua voz era assustadoramente baixa e seus olhos negros brilhavam com algo desconhecido. Heewoon sentiu um calafrio percorrer sua espinha.
— Não ir à escola, não sair lá fora, não encontrar ninguém…
— …….
Kangwoo acariciou a bochecha de Heewoon preguiçosamente enquanto ele prendia a respiração.
— Você ficaria quietinho em casa até eu voltar?
— Eu, na sua casa?
— Sim.
Com uma resposta rouca, Kangwoo empurrou levemente a cabeça assustada de Heewoon para trás. As pupilas levemente inchadas pareciam prestes a derramar lágrimas a qualquer momento.
— Mas Kangwoo…
Heewoon estremeceu. Parecia que Seo Kangwoo realmente ia lhe trancar em casa. O olhar sombrio não estava mentindo.
O olhar de Kangwoo se elevou e pousou nos ombros brancos que tremiam levemente. Ele colocou uma mão grande sobre o ombro de Heewoon e soltou seu pulso, o aperto deixou uma marca de mão vermelha em seu pulso. A pele delicada logo ficaria roxa.
Kangwoo sorriu para Heewoon, que olhou para ele com medo.
— Tome cuidado, Sunbae. Ou então, você vai se meter em encrenca.
Apesar de sorrir, os olhos de Kangwoo brilhavam assustadoramente, como os de uma fera.
— Sim, sim. Eu vou.
Sem saber ao certo com o que deveria tomar cuidado, ele assentiu. Uma lágrima caiu dos olhos de Heewoon.
Kangwoo inclinou a cabeça em um ângulo e perguntou.
— Por que você está chorando? Está chateado?
— Oh, não! Não, nada disso.
Ping, ping.
Apenas o som das gotas d’água caindo era ouvido. Incapaz de suportar o peso do silêncio, Heewoon finalmente falou.
— Sim estou, você de repente me assustou. Mesmo tendo me dado lámen… estava delicioso, o lámen.
Seu peito se encheu de soluços. Heewoon nem sabia o que eu estava dizendo por causa da embriaguez misturada com o medo.
— Meu pulso dói também. Meus olhos estão ardendo… Estou com medo, Kangwoo.
Heewoon murmurou enquanto tocava seu próprio pulso. Kangwoo limpou a água do rosto de Heewoon e disse. — Você comeu todo o ramen, eu já soltei seu pulso e seus olhos não estão mais doendo.
— Não. Ainda está doendo aqui.
Heewoon empurrou meu pulso em direção a Kangwoo. Seus olhos continuavam piscando como se também estivessem doendo. Kangwoo segurou o pulso que estava na frente e baixou os lábios.
— Ai!
Heewoon gritou enquanto o outro mordia com força o local avermelhado. Ele continuou a mordiscar, fazendo com que Heewoon se contorcesse. Kangwoo fixou seu olhar no rosto carrancudo de Heewoon e lambeu seu pulso.
— Você não queria que eu fizesse isso com você?
— Não….
— Oh, eu me enganei.
Kangwoo riu e beijou o pulso dele. Apertando gentilmente o pulso, Kangwoo puxou ele para mais perto e beijou seus lábios.
Depois de dar um beijo nele, Kangwoo se afastou, virando Heewoon e baixando sua cabeça.
— Feche os olhos dessa vez.
Heewoon fechou os olhos. A água morna escorreu pela parte de trás de sua cabeça e uma mão grande acariciou seu couro cabeludo. Logo sentiu o cheiro de xampu perfumado.
— Mmmmm….
— Isso é bom?
Quando Heewoon soltou um som involuntário, Kangwoo riu e perguntou. À medida que a tensão diminuía, os lábios de Heewoon, que estavam momentaneamente selados, começaram a se mover novamente. Entre as palavras, ele desviou para outros assuntos, mas a conclusão era que ele gostava quando alguém mexia em seu cabelo.
Enquanto enxaguava o cabelo, ele continuou falando e até engoliu alguns pingos d’água. Kangwoo estalou a língua ao ver Heewoon se engasgando.
Kangwoo tocou a testa de Heewoon e ergueu a cabeça dele. Ele gentilmente ajeitou os cabelos molhados para trás e limpou a água do rosto exposto com a mão.
— Esta é a primeira vez que eu dou banho em outra pessoa. — Kangwoo murmurou.
Heewoon observou a mão atrás dele apertar o sabonete líquido. Kangwoo, que criou espuma nas mãos e, depois de ensaboar as mãos, esfregou delicadamente a pele de Heewoon, começando pela barriga.
— Faz cócegas.
Heewoon estremeceu, e Kangwoo inclinou a cabeça para olhar para o rosto dele. O canto de sua boca se contraiu.
— Uh… Kangwoo…
— O quê?
Ao ouvir a voz calma, Heewoon olhou fixamente para o próprio abdômen. A mão que estava esfregando em um movimento circular estava ampliando seu alcance.
Uma palma larga roçou o mamilo que se destacava em seu peito encolhido, depois deslizou de volta para baixo, passando pela parte inferior da barriga e subindo novamente.
Heewoon tentou dar passos para trás para evitar a mão, mas foi bloqueado por um corpo firme. — Fique quieto, se não, não vou conseguir te lavar direito — . Uma voz suave sussurrou em seu ouvido.
— Hmmm….
Os dedos passaram sobre seus mamilos, dessa vez de forma mais explícita, apertando-os. A outra mão acariciou a parte inferior de sua barriga, roçando suavemente seus genitais com as costas da mão. Heewoon estremeceu ao sentir isso e juntou as pernas.
Soltando uma pequena risada, Kangwoo produziu mais algumas bolhas que desceram por sua pélvis. Heewoon tremeu quando a mão do homem traçou uma linha preguiçosa na parte externa da coxa dele.
— Fique em pé direito.
— Mas você continua tocando lugares estranhos.
— Eu?
Kangwoo sorriu e deu um tapinha na parte interna da coxa dele, como se dissesse para ele abrir as pernas. Heewoon abriu ligeiramente as pernas e a mão se moveu lentamente para cima. Um gemido superficial escapou de sua boca enquanto ele esfregava a parte interna de suas coxas.
— Hmmm….
Heewoon continuou a se contorcer, então Kangwoo envolveu seu braço em volta da cintura dele por trás. Ele colocou o braço ao redor de sua pélvis e deslizou a mão entre sua virilha.
A mão que roçava seus testículos fazia cócegas em seu períneo, lentamente, se moveu um pouco mais fundo e apalpou entre as nádegas dele.
— Ugh… ah, não….
O corpo de Heewoon se inclinou para trás, ameaçando cair se Kangwoo não o apoiasse. Algo duro cutucou seu cóccix. Os dedos que viajavam para frente e para trás entre os ossos do quadril e o períneo pressionaram firmemente seu buraco enrugado.
— Aaahhh…!
— Agora você fica duro mesmo quando estou apenas te dando banho?
Pressionando com força o períneo, a mão que veio à frente tocou o pênis semi-ereto. Heewoon colocou a mão nas costas da mão de Kangwoo como se dissesse: “Não faça isso”. O rosto pressionado contra o ombro estava corado, e seus dedos dos pés abaixo estavam encurvados.
— Ah. Ainda não lavei as partes importantes.
A mão de Kangwoo percorreu o pênis, enquanto era segurado pela mão de Heewoon. Ao retirar a pressão e se movimentar lentamente para frente e para trás, Heewoon soltou um som trêmulo.
— Hmm… Kangwoo.
— O quê?
Enquanto Kangwoo perguntou em tom inocente, seu pênis também ficou duro e começou a cutucar a bunda de Heewoon. Sua cabeça estava confusa com a sensação.
— Isso….
— O quê?
Kangwoo mordiscou o lóbulo da orelha de Heewoon enquanto ele apoiava a cabeça em meu ombro. A mão acariciou gentilmente o pênis dele, como se estivesse simplesmente ensaboando com espuma.
— Mais, me toque com força.
— Com força?
— Ah, não. Não com força, mas de um jeito bom….
Heewoon corrigiu, assustado, já que seu pênis havia sido acariciado dolorosamente algumas vezes. Kangwoo riu e sussurrou.
— O que você quer que eu faça?