Com amor Benjamin - Capítulo 15
— Não sei exatamente como aconteceu. Primeiro queria informá-lo que Isaac estava a caminho.
—…
— Além disso, a culpa é sua! Porque foi você quem tirou os fones de ouvido!
Noah disse tudo isso rapidamente, enquanto Félix erguia os olhos quase muito intensamente. Assistindo o ar como se Noah estivesse bem na frente dele.
O homem levantou a voz novamente:
— Ah, e tem uma coisa que quero acrescentar. Quando você olhar para Isaac, faça sua melhor cara de inocente, fique de joelhos e implore pelo seu perdão, entendeu? Te desejo o melhor e que Deus lhe abençoo. Rezarei por você.
Pensando nos comentários estranhos de Noah, Félix de repente se sente como uma pessoa condenada à morte.
— Por que de repente você rezará!?
— Eu repito… Deus te abençõe, meu amor.
— Então você está dizendo que estou em perigo? Realmente em perigo? Noah! Ei, Noah!!
E subitamente, a casa parecia afundar em um ar um tanto assustador e gelado… No entanto, e muito infelizmente, as palavras de Félix continuaram até o fim. Noah interrompeu o contato primeiro, então não importava o quanto gritasse ou chorasse, a resposta que queria não viria. O homem teve que engolir todas as suas reclamações e desligar o aparelho.
— O que aconteceu, chefe?
— Nada. Ele… Ele fez algumas ameaças estranhas e então cortou o contato. Um verdadeiro bastardo.
Sua cabeça está tonta, então não percebe como a voz está trêmula. Muito menos que agora, parece uma criança assustada e desprotegida.
Félix continua andando no meio da escada, em seguida para. Respira descontroladamente a ponto de estremecer o peito e acaba se agarrando ao corrimão como se tivesse medo de cair. Estava muito inquieto e, embora pensasse continuamente que tinha que se acalmar, enquanto olhava para o chão, não conseguia fazer isso mesmo que se esforçasse ao máximo. Porque não podia?
Sufocando um grito, Félix tocou sua testa oleosa e depois coçou…, Mas logo levantou os olhos.
Não sabe o que lhe esperava, só compreende que Isaac estava vindo para cá e… Maldição! Noah queria lhe dizer que ele queria matá-lo? Teria sido maravilhoso se tivesse informado se ele recuperou suas memórias ou não! Noah parou de falar sem nem mesmo lhe dizer nada sobre isso e então houve aquele: “Deus o abençõe”.
— Maldição, que inferno…?
Murmurou, muito insatisfeito consigo mesmo e com o coração trabalhando com todas as suas forças, o que ele fez de errado? Cometeu algum outro erro? Havia algo que já se lembrasse? E como não sabia exatamente o que era sua ansiedade foi crescendo e perdendo o controle até se tornar insustentável… E, como sempre fazia quando estava nervoso, levou o dedo à boca e começou a mastigar.
De repente, no entanto, retirou a mão e começou a olhar atentamente para os guardas que ainda o observavam como se não soubessem o que fazer para animá-lo.
— O que estão fazendo aí? Saiam daqui agora! Rápido!
A ordem de Félix foi bastante simples e direta, mas, com todas as palavras que lançou, suas expressões, seu dedo e seu rosto pálido; Lucca, Jack e os outros homens atrás dele fizeram uma expressão bem estúpida.
‘O chefe estava bem?’
Jack deu um passo à frente:
— Tem certeza?
Só então Félix abriu ainda mais seus impressionantes olhos azuis e gritou:
— Seus buracos do ouvido estão bloqueados? Eu disse que tudo acaba aqui! Vocês terminaram o trabalho, agora vão todos juntos para a saída.
— Não limpamos nada, os cadáveres ainda…
— E desde quando dois cadáveres são um problema? Eles não vão a lugar nenhum. Façam isso depois! Isaac está vindo pra cá agora. Vocês ouviram? Então, andem rápido e vão embora!
— Senhor…
—… Quer saber? É melhor você ficar aqui e eu que vou embora. Quando Isaac entrar no prédio, diga que fui para Las Vegas e que nunca mais voltarei. Não, se Isaac não for o Isaac, o transformará em uma peneira antes que possa dizer qualquer coisa. Você está certo, vamos prosseguir com o plano de fugir.
— Fugir?
— É inteligente, certo?
Não sabia o que dizer, nem ele, nem os outros homens… Quer dizer, aquele homem era mesmo Félix Felice? Há pouco, entrou sem hesitar e assumiu o controle do prédio em apenas um segundo. Era incrível que a pessoa que tinha matado todo mundo ali tivesse… Com tanto medo. Um traficante de armas assustador, sombrio e cruel. Um homem que é oficial da máfia perde a cabeça quando se trata de seu Ômega e se transforma em um idiota incoerente que corre e grita:
— Fuja, fuja! Isaac está chegando!
Jack e Lucca olham para ele com os olhos espremidos.
— Não sei quanto a você, mas não quero mais segui-lo.
Porém, quando a voz de Félix soou escada acima, os homens que haviam estado no primeiro ataque e viram as coisas que Isaac era capaz de fazer choraram e gritaram e decidiram ceder ao pânico total. Tiveram que correr. O nome Isaac é muito, muito assustador, por isso as pessoas param de falar e obedecem ao Alfa.
Noah disse que iria rezar! E ele nunca rezou!!
Félix, que estava ansioso e preocupado como um jovem em período de exames finais chega em Jack e o segura pelas mãos.
— Jack… Noah me assustou.
—… Tudo bem.
— Isso significa que Isaac está muito puto comigo que é até capaz pular de uma janela só para vir atrás de mim?
Isso foi definitivamente culpa de Noah. Se o aviso dele for sincero, algo deve ser feito, mas o que deve fazer? O QUÊ!?
***
Logo em seguida que todas as pessoas saíram do prédio como se estivessem fugindo de um fantasma, alguém entrou.
O homem olhou em volta com admiração. Havia poeira cinza acima do local mal iluminado pela luz solar de fim da tarde. Além disso, havia apenas um estranho silêncio. Manchas de sangue no chão, móveis quebrados e armas descartadas. Foi assustador porque não era um cenário que ele esperava. Não tinha uma ideia clara de como tinha sido a brutal luta de poder entre a máfia, mas parecia ser definitiva e cruel.
Enquanto olhava ao redor no primeiro andar, lentamente puxou uma pistola semi-automática da cintura…
Existem muitos mortos.
Com muito nervosismo, cruzou a sala novamente. As botas pretas que ele usava pareciam pesadas à primeira vista. No entanto, surpreendentemente, não houve som em seus passos. Embora o homem não seja pequeno em estatura ou físico, olhou ao redor da sala sem sequer se dar conta de um notário.
Porém, como não conseguiu encontrar o que procurava, foi direto para a escada que levava ao segundo andar.
Foi quando ele pisou no primeiro degrau que um cheiro incrível, algo que de repente irritou levemente a ponta de seu nariz, atingiu seus pulmões rapidamente. Quando sentiu, ergueu os olhos e ficou em guarda em um instante. É um aroma que pode ser distinguido mesmo que seja tênue. Um aroma que faz seu corpo reagir por reflexo, pois lhe é familiar. É doce e estimulante… Flui do segundo andar acima das escadas, como se estivesse o guiando.
Em seguida, cada vez que subia os degraus um a um, o perfume o envolvia com mais intensidade. Doce, muito doce. Uma fragrância que causou a necessidade de inalar mais, porém se o fizer, com certeza o fará perder a cabeça.
Desceu o corredor do segundo andar, pressionando suavemente a ponta do nariz para não ficar obcecado com o cheiro… O segundo andar também não era muito diferente do primeiro. O ar está cheio de odor de sangue. Cadáveres, armas e fragmentos de móveis quebrados espalhados de forma terrível e desorganizada. Mas parece não atentar muito a essas coisas. Sozinho, caminha, seguindo o cheiro que o atrai o levando em sua direção. Como se fosse uma corda invisível.
Então, quase no final do corredor, finalmente parou diante de uma pequena porta de metal. Estava fechada, mas era deslumbrante o quanto cheirava agora e como aquela fragrância fluía intensamente através de cada buraco. Esta é uma situação difícil para ele.
Enquanto estalava a língua, não hesitou em agarrar a maçaneta da porta e girá-la até que fizesse um rangido terrível. O que apareceu diante dele foi uma pequena sala. O ambiente estava bagunçado, mas não tanto quanto lá fora. Parecia um armazém. Equipamentos de limpeza e outros itens diversos estão empilhados aleatoriamente em uma parede. E no meio disso, estava à pessoa que procurava por tanto tempo… O homem, sentado em uma cadeira de madeira, amarrado, sem se mover e sem falar, enquanto a porta se abria quase completamente. A sala estava cheia de um odor sombrio que o deixava tonto e preocupado quase a ponto de enlouquecer. É o único feromônio que pode descer pela garganta, assombrar seu nariz e até mesmo agir na sua boca. Tem um perfume mais doce do que qualquer outra coisa no mundo inteiro.
Inspirando profundamente, ele entrou.
O som da porta fechando atrás dele, foi ouvido muito longe, embora estivesse a alguns centímetros dele. O homem, ainda sentado na cadeira, olhando fixamente enquanto entrava na sala, analisou cuidadosamente em seguida tragou a saliva. Parecia estar ferido.
Escutou.
—… Isaac?
Por fim, a voz quebrada, aquela que o chamava pelo nome, o fez sentir um arrepio intenso subindo pela espinha. Obviamente foi devido ao seu feromônio… Seu corpo, que já estava derretendo, reage a ele como sempre fez desde o momento em que o conheceu.
Isaac caminhou em sua direção.
Quando se aproximou o suficiente para ficar de frente a Félix de joelhos, levantou a mão e tirou os cabelos do rosto dele…
Era um homem fraco. Com medo de deixá-lo com raiva e como se ainda fosse uma criança pequena, se colocou naquela situação estranha enquanto jorrava um monte de feromônios como se fossem migalhas de pão. Isaac não tem escolha a não ser se deixar levar, embora conheça o homem melhor do que ninguém e entenda que isso é apenas um truque estúpido.
Isaac não largou a arma que segurava, apenas olhou para ele. Era como se não o conhecesse, como se fosse um completo estranho… Porque o tocava em todas as direções enquanto Félix, ainda fingindo muita dor, fica quieto e respira devagar…
Isaac, que ficava olhando para o homem de cima a baixo, abriu os dedos e enrolou os cabelos louros brilhantes entre eles… Abriu os lábios, afastou a língua do palato e o encarou:
— Você estava me esperando?
Quando questionado, em voz muito baixa, Félix fechou os olhos por um momento e disse:
— Não tenho escolha a não ser fazer isso. Estou amarrado.
— E os outros?
— Não preciso de outros, vim sozinho.
Respondeu com uma voz muito preguiçosa, virou a cabeça e colocou a boca no pulso de Isaac, que ficava passando os dedos pelo rosto dele como se quisesse gravar o formato das maçãs do rosto, o calor da pele… Por isso, quando seus lábios tocaram sua mão, uma sensação de formigamento se espalhou terrivelmente até que o fez tremer.
— Porque eu confiava que você viria para me salvar. Desde o início até agora, acreditei plenamente em você.
— Posso ter vindo para matá-lo.
— Você? Por favor. — Com o ridículo som de uma risada, Félix fingiu estar absolutamente calmo e convencido de suas palavras… embora a verdade é que estava morrendo de medo há poucos minutos atrás. — Você não é capaz.
Lambeu o pulso dele… E como era um espaço fechado sem som, podia ouvir perfeitamente a maneira como ele fazia sua saliva dançar.
— Realmente eu queria atirar em você. — Isaac suspira de excitação que sente cada vez que a língua sobe e desce por sua mão… — Talvez, em uma perna.
— Em mim? Você ia atirar?
— Sim… Porque você colocou seu pênis na frente, desse, Ômega muito bonito. Seu pau sempre foi muito fácil de levantar?
Isaac perguntou friamente, olhando para Félix com os olhos ligeiramente fechados, talvez devido à nova intensidade dos feromônios. A diferença entre a temperatura de suas mãos e a temperatura de sua voz é muito perceptível que é impossível saber qual é a verdadeira, o homem amarrado arregala seus lindos olhos azuis e olha para Isaac. Era um rosto vago, como o de quem não acredita no que ouve. Talvez tenha realmente se surpreendido…
Ele o observa, piscando sem parar, em seguida, seus lábios se curvam. Não conseguia mais aguentar, então o abraçou.
— O que está fazendo? Você não estava amarrado?
— Estava fingindo estar amarrado… Para pegar você na hora certa.
— Isso é perverso.
— Sou sempre malvado. Você não é inexperiente em me confrontar.
Félix empurrou a cintura de Isaac com força em seus braços e o segurou até que caiu sentado em seu colo, com as pernas abertas de cada lado e o seu pequeno rosto virado para ele, a pistola escorregou de seus dedos e caiu no chão com um som alto e seco.
— Oh, já largou a arma? Isso significa que ganhei?
— Você não acredita que posso vencê-lo porque não tenho uma arma?
— Não, não acredito.
Félix balançou sua cabeça suavemente e depois acariciou lentamente suas costas, como se fosse esta parte que havia mais sentido falta nesse tempo todo. O abraçou com força e depois o beijou no queixo… Isaac é um gatinho obediente no colo de Félix, com pernas trêmulas e braços em volta dos ombros.
Desde o momento em que entrou na sala e fechou a porta, o calor aumentou gradativamente até se transformar em algo que não conseguia mais suportar.
— Sua memória… Voltou completamente.
—… Sim.
— Então vamos conversar sobre o que aconteceu, meu amor. Sim? — Félix sussurrou, tocando os olhos de Isaac com a ponta dos dedos para remover algumas pequenas lágrimas. Sua voz era agradavelmente doce ao olhar para ele e ao sorrir. — Quero dizer, conversar sobre sua raiva ao me ver colocar meu pênis diante de outro cara poderá reforçar nosso amor… E também adoro que você esteja com ciúmes.
— Adora que quase levou um tiro?
— Não deveria?
Isaac estalou a língua, pensando que seu marido era definitivamente um lunático completo. Ele não sabia que ficar com ciúmes era uma coisa boa. Era absurdo e completamente estúpido, mas isso não impediu que a risada fluísse imediatamente em seu ouvido.
— Não há problema em ficar com raiva. Não faz mal ter ciúmes. Em vez disso, gosto que tenha ciúmes de mim… Isso me faz sentir irresistivelmente excitado.
—… Eu não acho normal sentir-se assim.
— É normal… Em algumas circunstâncias.
Ele o agarrou e exalou todo o ar em seus pulmões enquanto abraçava a cintura de Isaac o mais forte que podia. Colocando a mão debaixo de sua camisa para percorrer os delicados ossos de sua coluna.
— Mas saiba disso… Não gosto de ninguém além de você, não me sinto excitado com ninguém além de você. Se alguém além de você me tocar, meu pau vai ficar mucho. Prometo.
—… Mentiroso.
— Naquele momento, eu estava muito excitado por ver você na tela. Procurando por mim. Fiquei louco ao vê-lo armado e com aquele rosto bonito.
— Isso é um pouco… Você foi sequestrado então me parece um pouco estranho.
Isaac franziu o cenho diante de uma confissão tão inesperada. Não importa quando, onde ou a situação que estava vivendo. Ele estava realmente excitado em vê-lo matar pessoas? Isso é normal?
— Certo, eu não sabia que ia ficar com tesão. Mas o que poderia fazer se meu marido estivesse fazendo uma cara bonita mesmo quando estava matando alguém?
Não havia nada a dizer sobre Félix, falando como se estivesse lidando com um bebê fazendo beicinho. É uma loucura! Então Félix abraçou as costas de Isaac para segurá-lo um pouco mais perto dele e, quando o seu coração se aproximou o suficiente para tocar o seu, o calor do corpo aumentou dez vezes mais do que pensara.
— Isaac, nunca ficarei excitado por ninguém além de você, meu Ômega perfeito. O único homem que me deixa excitado, — com o rosto cheio de emoções reprimidas, Félix sorriu brilhantemente enquanto mostrava seu interior de fetiches ocultos — mas isso não vai acontecer de novo, prometo.
Assim ele se desculpou com uma voz terrivelmente gentil e encostou a cabeça no peito de Isaac. Como uma criança em sua camisa preta…
Enquanto esfregava a testa, seu cabelo dourado se movia lentamente diante de seus olhos. Daqui para lá. Uma cor brilhante e suave… Isaac ergueu a mão, ainda olhando para ele com bastante atenção, e no instante seguinte, e passou um dedo pelo cabelo para começar a brincar com ele.
— Você promete?
— Sim prometo.
No final de suas palavras, os sentimentos pesados que estavam presos no meio de seu coração desapareceram a tal ponto que um suspiro escapou inconscientemente da ponta de seus lábios. Quando o viu com o Ômega foi por um instante, mas parecia que sua cabeça estava absolutamente vazia e fervendo. Não conseguia pensar em mais nada, nem mesmo em Theron. Havia esquecido que estava apontando uma arma para ele e acabou nocauteando-o. E foi chocante de várias maneiras! Porque antes de tudo, ele foi educado para agir ignorando as emoções e julgando racionalmente os movimentos do oponente, então ele nunca pensou… Que poderia ser distraído por algo assim, por um homem. Mas acabou sendo mais que suficiente. Ao se deparar com algo que nunca havia experimentado antes na vida, seu raciocínio voou e ele não pôde fazer nada para impedi-lo. Estava emocionalmente distraído. Félix era um prisioneiro e claro que não era culpa dele, mas seu instinto apenas gritava que seu Alfa não tinha calças na frente de outro Ômega… E que também tinha um pênis ereto.
Perdeu a cabeça por Félix. Ficou com ciúmes…
Perguntou-se se era normal ter esses sentimentos. Temia não ser o mesmo homem de sempre e de que estar apaixonado o tornasse uma pessoa completamente diferente e absurda. Quanta confusão teve que suportar em um breve momento? Ninguém jamais saberia. Mas através de emoções intensas que nunca havia sentido antes, pensou que iria virar o cano da arma e machucar Félix, teve que segurar o cabo com as duas mãos. Foi uma sensação terrivelmente desagradável! O ciúme feroz que teve de Félix e o medo que teve de enlouquecer e atirar… E esses sentimentos se misturaram até que ficou difícil para se mover novamente. Não conseguia nem fazer um som.
Não via, nem ouvia. E quando estava parado como uma estátua de pedra sem saber o que fazer, a escuridão veio com uma dor surda. Sentiu-se inclinar para o chão e honestamente pensou que era a melhor coisa que poderia ter acontecido com ele. Era melhor ser capaz de escapar da tempestade de emoções que eram difíceis de controlar. Era melhor se não fosse ele quem assumisse, era melhor se desaparecesse, seria melhor se fosse alguém que pudesse atirar…
Ao lhe contar tudo isso em voz baixa, como se fosse falar consigo mesmo, Félix expressou um sentimento de confusão e arrependimento intenso:
— Sinto muito. Tudo é minha culpa. Que tenha acontecido isso com sua memória, que fosse Casey…
— Não é sua culpa, não ao todo. Eu deveria ter me controlado melhor.
— Não, sinto muito ter feito você se sentir assim. Gosto que tenha ciúmes, mas disso lhe fazer sofrer… Para evitar que isso aconteça no futuro, farei certo da próxima vez, serei o melhor marido da vida, então… — Félix suspirou brevemente enquanto enterrava os lábios no pescoço dele. Sua respiração em sua pele parece excepcionalmente quente: — Não fuja de novo.
Suas palavras desesperadas fluem silenciosamente e fazem o coração de Isaac bater um pouco mais forte.
— Eu não vou fugir.
— Não se esqueça de mim.
— Isso não aconteceu porque eu queria…
— É bom ter você de volta.
Félix colocou um pouco mais de força em seus braços, incentivando-os a segurar Isaac com ainda mais firmeza.
Deus, o homem o torna a pessoa mais feliz do mundo. É como uma pequena poesia. Sua doce voz sussurrando que estava feliz em vê-lo, seus olhos, seus lábios, suas lindas mãos…
— Você ficou triste sem mim? Chorou muito?
Enquanto Isaac brincava com isso, Félix, segurando-o como se fosse um lindo garotinho, de repente ficou com seus ombros e rosto completamente rígidos:
— Bem… Você se lembra de quando veio atrás de mim?
— Sim, bem, algumas coisas.
— Como o quê?
— Bem, eu lembro que você tinha um pênis…
— Uau, querido. Não estou falando sobre isso.
Enquanto o ouvia repetir as mesmas palavras acusadoras e percebia como evitava seu olhar, um enorme sorriso começou a se formar em seu rosto até que se iluminou completamente.
— Naquele momento, você e eu começamos a lutar.
Com uma palavra calma, mas determinada, Félix olhou para ele com as sobrancelhas totalmente para baixo até que Isaac ergueu a mão e tapou a boca com força, olhando para ele como se o tivesse repreendido ou talvez, como se não pudesse acreditar. Não foi até que este homem acariciou seu pulso que ele deu uma exclamação impressionante semelhante a “de jeito nenhum!” Mas só consegue fazer com que a mão que segurava suas costas suba um pouco mais. Ele se move lentamente, como se soubesse exatamente onde tocar para aquecê-lo.
— E então nós fizemos sexo…
—…?
— Mas Casey estava totalmente de acordo! Pergunte a ele se você não acredita em mim!
— Maldito animal!!
Ouviu as risadas de Félix, tão claras e ultrajantes, de alguma forma parecia que ele havia perdido um jogo importante. Como isso poderia ser possível? Como diabos poderia perguntar se…
E então a febre se espalhou por seu rosto e pescoço enquanto sentia perfeitamente o jeito que ele o acariciava com tanto cuidado. Sua mente se enche de perguntas estúpidas e ele pensa… Só pensa que vai derreter se não parar.
— Sua pele já está vermelha. Sabia? Isso mostra como você está animado agora, ainda mais do que envergonhado. Que fofo. Meu marido é realmente muito fofo. Você realmente gosta quando eu te acaricio assim, não é?
— Espere Félix… Eu ainda tenho algo para te contar.
— Tudo bem. Vou ouvir o que você tem a dizer.
Félix respondeu secamente, ouvindo e olhando para ele, embora estivesse mais focado em mudar sua camisa para o lado para expor seu peito e ombros.
— Theron…
Ao ouvir esse nome, Félix parou de tocar sua pele nua e deixou cair os braços completamente para os lados. Talvez ele estivesse realmente muito chocado e confuso, mas isso não o impediu de continuar a beijar logo acima de sua clavícula. Afinal, seria um desperdício não fazê-lo.
— Se eu te dissesse que cuidei dele antes de você, ficaria com raiva de mim?
Isaac, que mal conseguia prender a respiração dentro dos pulmões, perguntou cuidadosamente e o observou como se estivesse com medo. As pupilas azuis cravaram suavemente na dele. Então, com os lábios, ele deixa um beijo bastante forte em seus ombros e pergunta brevemente.
— Foi você?
— Sim. Eu descobri seu paradeiro e também seus planos. Graças a isso, minhas memórias voltaram.
Foi no hospital. Ele não conseguia dormir bem porque haviam feito exames e ressonâncias magnéticas o dia todo e então, antes do amanhecer, ouviu o conteúdo de uma longa conversa. Por acaso, obviamente. Mas se pensar sobre isso novamente, pode honestamente dizer que foi apenas algo que pode ser considerado como um golpe de sorte.
Benjamin.
Eles planejam matar Benjamin.
Hotel.
Poucos homens guardando.
Félix.
Vincenzo.
Jéssica.
Benjamin.
Nomes desconhecidos vagaram até chegarem aos seus ouvidos. Do outro lado da porta, o homem ao telefone cuspiu a palavra “matar” tantas vezes que ela ficou gravada em sua mente como espinhos realmente longos e duros. Seu coração acelerou e seu interior virou de cabeça para baixo. Sua cabeça começou a doer tanto que ele se levantou, correu rapidamente e enfiou a cabeça no vaso sanitário para começar a vomitar. Era de manhã cedo e não havia nada dentro de seu estômago, então ele cuspiu todo seu suco gástrico e saliva… Mas a sensação nojenta ainda está lá. Suas mãos, agarradas ao vaso sanitário, tremiam violentamente e devido ao vômito, sua energia também sumiu. É por isso ou é por causa de uma dor de cabeça tão forte?
É… Porque eles estão falando sobre matar uma criança, que seus braços, pernas e corpo tremiam como se estivesse com muito medo. Sua respiração também se tornou áspera e rápida, então Isaac, sentado no chão, exausto e pálido, fechou a boca e prendeu a respiração. Estava hiperventilando. O som do ponteiro dos segundos do relógio na parede estava batendo em seu ouvido sem sentido uma e outra vez, até que ele sentiu que ia morrer. Da cabeça aos pés, ele estava encharcado de suor frio e os tremores começaram a se parecer com fortes espasmos.
Quando ele se acalmou um pouco e levantou a cabeça… Lembra-se da maioria das coisas que antes não conseguia.
Tudo estava inesperadamente claro.
Ao sair do chuveiro depois de lavar todo o corpo pegajoso, a primeira coisa que chamou sua atenção foi a mancha na nuca. Era uma marca limpa e perfeita. A marca criada pela ligação com Félix há alguns meses…
Seu esposo.
Seu Alfa.
Isaac, de pé em frente a um espelho molhado, respirou novamente. Sentia-se mais calmo, mais firme em seus passos. Então abriu a porta do chuveiro e sentiu que seu rosto também havia mudado.
— Antes de encontrar Theron, eu pensei que tinha que cuidar disso primeiro.
As pontas dos dedos acariciando o cabelo de Félix tremeram enquanto ele falava sobre o que acontecera no hospital. Félix, que parecia estar com raiva, ou como se não tivesse realmente energia desde o início, levantou a cabeça e perguntou:
— O q-que você fez?
— Ele é seu pai. De qualquer forma, ele é seu pai e eu tinha medo de tratá-lo mal e que você…
— Você achou que o dano que você poderia fazer a ele seria comparável ao que ele tem feito a nós até agora?
Isaac balançou a cabeça, parecia que estava prestes a chorar.
— É porque eu pensei que você se importava que eu analisei isso uma e outra vez.
— E?
— Eu o deixei por último.
Félix riu muito da voz inocente, mas incrivelmente ansiosa de Isaac. Ele segurou sua bochecha, acariciou-a e beijou-o até que causou uma doce sensação tanto em sua pele quanto nos lábios que o tocaram. Como se estivesse saboreando, Félix mostra a língua e lambe lentamente o contorno dos lábios antes de perguntar:
— Você o matou?
Foi algo forte. Uma voz que não combinava com as ações gentis de sua boca.
— Não. Eu o mantive vivo.
— Eu teria matado. Assim não teria que vê-lo de novo.
Também era uma resposta que parecia bastante comum para ele, mas Isaac coloca a ponta dos dedos em seus lábios e pressiona levemente para fazê-lo parar de falar.
— Eu não o matei, mas você nunca poderá vê-lo novamente.
—…
— Eu quero mostrar a ele como você está feliz agora. A maneira como você sorri brilhantemente e a maneira como você vive, mesmo que ele desejasse que você estivesse morto. Quero mostrar a ele, realmente quero… Então eu o deixei de uma forma que vai ser fácil para ele ver, mas sem atrapalhar.
— Eu…
— Você não é mau, Félix! Não foi sua culpa, nada do que aconteceu! Você era uma criança e era inocente. Você não é responsável pelo que aconteceu com sua mãe ou pelas ações de seu pai e não…!
— Issac…
O hálito úmido de Félix passou por seus dedos enquanto os apertava um pouco mais.
— Eu disse hoje?
— Disse o que?
— O quanto eu te amo.
Os profundos olhos azuis que estavam completamente contidos, tremeram com força até provocarem a ilusão de estar nas profundezas do mar então, de frente para o marido, Isaac deu um sorriso suave.
— Eu, eu não sei… Acho que ouvi isso algum dia. Uma vez? Sim, foi uma vez. Então, eu quero ouvir de novo.
Seus lábios se tocaram acima de seus dedos. Uma, duas vezes, e então seus lábios se roçaram totalmente e se separaram para deixá-lo passar. Félix, segurando a nuca de seu Isaac com firmeza, inclinou a cabeça transversalmente e lambeu os lábios como se estivesse com muita sede.
— Eu te amo, Félix. Eu te amo muito. Eu te amo, eu te amo, eu realmente te amo.
Uma doce confissão fluiu com um hálito quente pelos lábios entrelaçados até que fez Félix gemer de completo prazer. Ele não aguentava mais a febre, mesmo tendo passado apenas dois dias desde que o tocou… Na verdade, ele estava com muita fome, como se o tivesse perdido há anos. Era o mesmo que Isaac, ele também exibia uma luxúria irresistível. Um homem silencioso que agora estava puxando sua camisa e jogando-a ao chão. Que o beijava e lambia como se tivesse se transformado em outra pessoa.
Isaac, sentado em seu colo com as pernas bem abertas, levanta a cintura para começar a puxar para baixo as calças. O corpo dele, por sua própria vontade, se excita cada vez que as palmas das mãos descem pela barriga, púbis e pelas pernas de modo que o pênis incha como se fosse explodir…
No momento em que ele pensou que estava no limite, a mão de Félix apertou sua bunda. Ele o agarrou com um movimento forte que o fez soltar um grito terrível e começar a babar.
— O que devo fazer? Quero entrar em você agora mesmo.
Com a língua lambendo o queixo de Isaac, que estava com a cabeça quase pendurada para trás, Félix engasgou profundamente. Ele o abraçou, agarrou sua bunda, lambeu e chupou seu pescoço até que Isaac, respirando fundo, se levantou para agarrar seu ombro e suspirou:
— Ah, não espere. Não importa como, apenas… Aaah, Félix!
Félix, bêbado de desejo, se deleitou com o incrível prazer que o fez sentir como se estivesse quase se movendo sozinho.
Finalmente, Isaac abraçou sua cabeça enquanto ele chupava selvagemente cada parte de seu peito. Sua mão afrouxou as fivelas da calça e abriu o zíper enquanto deslizavam sobre as roupas que estavam quase todas para baixo. Então ele acariciou sua bunda e esfregou seu buraco…
— Está tão molhado. Uau! Faz tanto tempo que você não se lubrifica assim.
Félix fechou os olhos enquanto lambia seus mamilos com a ponta da língua. Não havia nada que ele pudesse fazer contra seus desejos. Ele queria estar dentro dele, tão dentro… Tão profundamente dentro que isso o deixava louco e o fazia gritar.
Seu corpo, que já estava totalmente animado para senti-lo, não parou quando ele o mordeu, até que um gemido incontrolável fluiu entre os lábios de Isaac.
Gritou.
Isso foi só o começo.
Quando abriu os olhos, descobriu que o ambiente já havia mudado completamente. Ele estava em uma sala estranha. Algo espaçoso, luxuoso e limpo. Muito bonito, para dizer a verdade.
— Umm…
No momento em que ele se virou para descobrir onde estava, uma dor aguda se espalhou por seu corpo até que o ar saiu de seus pulmões. Uma pontada na parte inferior das costas e nos glúteos, seguida por um peso horrível nos membros.
Isaac franze a testa, começa a reclamar, e então sente um formigamento impressionante subindo pelo pescoço e pela mandíbula. Ah, é uma sensação terrível. Mesmo quando ele estava gritando e chorando durante as outras sessões de ‘sexo intenso’, não parecia ser tão extremo quanto o que estava experimentando agora. Então, ao se lembrar de tudo o que havia acontecido no armazém, Isaac soltou um longo suspiro.
— Essa maldita besta.
Então o ar vibrou ao seu redor quando ouviu o som da porta se abrindo. Isaac, que ergueu a mão e cobriu os olhos por um momento, oscilou um pouco mais, depois deixou os braços caírem ao lado do corpo. Como esperado, Félix estava se aproximando com um copo d’água.
— Quando você acordou?
Ao contrário dele, que ainda nem conseguiu se lavar, a aparência do marido é absolutamente maravilhosa. Vestia um roupão de banho e cheirava a sabonete líquido de flores.
Enquanto olhava para ele, Isaac pegou o copo d’água e se sentou. Ele rangeu, mas isso não significava que tinha vontade de admitir que se sentia terrivelmente cansado. Ele bebeu a água primeiro e, graças a isso, se sentiu um pouco mais vivo e revigorado. Ao menos, não como no início.
— Onde estamos?
— É um hotel.
— Quando chegamos?
— Algumas horas atrás, meu amor. Você nem acordou.
— Eu desmaiei?
Ele parecia preocupado com isso, mas Félix riu em vez disso. Seu cabelo ainda não está seco, então a sensação de frescor que flui dele finalmente forçou Isaac a baixar os ombros e se deixar levar pela situação.
— Eu acho que foi muito intenso.
— Só um pouco.
— Que horror.
— Sabe? Antes de sair daqui eu ouvi algumas reclamações do Noah que me irritaram. Liguei para o vovô para pedir desculpas.
E ele estava falando a verdade, ele realmente tinha feito muito durante o tempo que Isaac estava meio desmaiado, meio dormindo e não acordado. E olhou em volta como uma desculpa. Na verdade, ele não tinha energia para falar de maneira mais séria.
— E vou avisar com antecedência que Benjamin, minha sogra e meu avô estão bem e estão todos relaxando juntos na praia.
— Está tudo realmente em ordem?
— Muito bem. Eu disse a eles que íamos chegar amanhã.
Nas palavras finais, Isaac ergueu os olhos em vez de beber de sua água.
— Amanhã e não hoje?
Ontem já era tarde quando ele foi procurar Félix. Lá, antes de começar a beijá-lo e dizer que o amava, ele disse “só mais uma vez”. Mas a história de amor com que começaram durou até o amanhecer, e então ele o levou para um hotel enquanto estava inconsciente. E sim, provavelmente já era tarde agora, mas ele gostaria de estar em San Diego imediatamente. É realmente bom estar lá depois de todo o desastre que enfrentaram? Isaac, que estava medindo o tempo, olhou para ele por um momento.
— Estamos em um hotel para relaxar, minha vida. Porque você precisa descansar e porque quero aproveitar um pouco disso para mimá-lo o quanto eu quiser.
No entanto, ele apenas recebeu um suspiro de resposta.
— Não conseguiremos fazer isso.
Quando Isaac disse isso a Félix, imediatamente a expressão triunfante do homem desvaneceu-se tão rapidamente que Isaac fingiu não tê-la visto.
— Não temos que verificar se as coisas estão em ordem? Temos que ver nosso bebê e, além disso, seu trabalho deve ter se acumulado como uma montanha nestes dias.
— Amor, o importante agora é você. Eu quero que você dê uma pausa e vá dormir. Pode pelo menos me conceder isso?
— Ok… Eu entendo o ponto que você quer chegar
— Oh, mas ainda há um problema.
De repente, Félix franziu as sobrancelhas com força e estalou a língua ao pegar o copo vazio de Isaac e colocá-lo na mesa de cabeceira. Isaac, que estava olhando para ele, também mostrou uma expressão perplexa.
— Um problema?
— Quer ouvir? Meu avô colocou uma chave do cofre com listas e suprimentos importantes e uma cópia USB dentro do boneco de Benjamin. Você sabe, o boneco chato que ele deu de presente dizendo que foi feito na Itália.
— Eles ainda não encontraram?
— Você já sabia?
Isaac acenou com a cabeça. Embora Vincenzo, cansado e pálido depois de tanto procurar na lata de lixo, fosse a única coisa que lhe ocorresse. Também a maneira como gritou para encontrar o boneco e como parecia que poderia começar a chorar a qualquer momento. Mas desde então, as coisas aconteceram tão rápido que não tinha cabeça para pensar nisso… Porém, se ele fala assim então é óbvio que eles ainda não conseguiram encontrá-lo.
Isaac estalou um pouco a língua.
— Droga.
— Ele olhou em todo lugar, do hotel ao lixo, mas acho que ele simplesmente desistiu e foi embora. Já estava tudo acabado mesmo.
— Mas a cópia ainda permanece, não é?
— Na verdade, foi uma sorte que o texto em si não foi perdido. É claro que a chave do cofre e o arquivo original sumiram, então tem sido muito chato não poder abrir a caixa para dar uma leitura e sentir um pouco de… você sabe, alguma calma.
—… Perguntaram a Benjamin diretamente?
Félix encolheu os ombros.
— Você acha que isso ajudaria?
— Vou ligar.
Isaac levantou muito rápido pelo único motivo de pegar o celular. Enfim, não custaria nada dizer olá ao seu filho e também à mãe dele…
Isaac tenta apertar o botão em forma de telefone e então pensa em Benjamin. O menino mais animado do mundo e que gosta muito de receber vídeo chamada. Então, depois de arrumar seu corpo e seu cabelo terrivelmente bagunçado, ele aperta o botão que tem uma pequena câmera e dá seu melhor sorriso feliz. Primeiro Isaac ligou para sua mãe para cumprimentá-la brevemente e depois pediu que ela o transmitisse a Benjamin. Foi maravilhoso ouvir a voz do menino, correndo de longe enquanto gritava: “Papai, papai!” Para depois ver seu rosto rechonchudo totalmente colado à tela. É tão lindo e tão bonito!
Na hora, Isaac franziu os lábios e riu alto, mesmo sem saber. Seu coração estava muito quente e inexplicavelmente cheio.
— Benjamin, você está em casa? Você está bem?
— Sim! Quando você vem?
— Amanhã meu amor. Vou dormir mais um dia e irei com o papai Félix.
— Com Papa Félix? Papa Félix está aí?
Benjamin arregalou um pouco mais seus enormes olhos redondos e perguntou várias vezes até que Félix de repente enfiou a cabeça na frente do telefone e gritou:
— Buuu!
Quando Félix fez isso, a risada do menino transbordou.
— Papai! Você me assustou, pai, o que está fazendo?
— Huh? Pai? Papai é… Bem, eu fui alimentar as baleias.
— Wooo! Eu quero alimentar as baleias também, papai! Você deu arroz para elas?
— Uhum, com carne. Ai!
Isaac, que viu Félix responder naturalmente sobre as baleias, estendeu a mão e deu um tapinha nas costas dele, que foi ouvido até o outro lado do mundo. O homem não teve escolha a não ser fingir um sorriso.
— Benjamin, diga a papai Isaac o que você fará comigo quando chegarmos aí amanhã.
— Ah! Ah! Jogar bola!!!
— Jogar bola o dia todo!
— Sim!
Deitado no colo de Isaac, Félix manteve uma longa conversa com o menino. Falando sobre o jogo, seu dia, comida e desenhos animados também. Como se estivessem em seu pequeno mundo.
No passado, Isaac só conseguia ver seu rosto de vez em quando, não todos os dias. Ele estava fugindo de seu pai adotivo, correndo aqui e ali e ouvindo sua voz às vezes uma vez por mês. As expressões e o tom do menino agora estão tão felizes que ele só quer passar pelo celular para imediatamente correr e abraçá-lo com força.
Mas, tentando acalmar a emoção inicial, Isaac clareou a voz e disse rapidamente:
— Benjamin, vou te perguntar uma coisa meu amor, ok?
Benjamin, que ouviu a voz de seu pai, corajosamente respondeu:
— Pergunte qualquer coisa, papai!
Desta vez, ele coloca o nariz na frente da câmera até que apenas um enorme olho azul ficou visível. Isaac sorriu, e rindo começou a perguntar:
— Você tem o boneco do Mickey Mouse que seu avô lhe deu?
— Não. Ele se foi.
Ele fez beicinho, é porque realmente doía muito perder o boneco que seu avô comprou? Benjamin gostou muito do boneco, talvez por ser muito especial ou por ser o primeiro presente italiano. Afinal, ele até o levou para a Disneylândia e estava muito determinado a tentar garantir que nada acontecesse com ele.
— Não se preocupe amor. Papai vai te dar um muito melhor e um que também é mudo.
Quem falava agora era Félix, que estava deitado com o queixo afundado na coxa de Isaac. O menino balançou a cabeça e respondeu “sim”, mas ainda não conseguiu apagar sua expressão triste.
— Eu gostava muito dele porque… Porque ele tinha calça amarela.
—… Hã? Calça amarela?
— De jeito nenhum, o vovô disse que ele tinha o traje básico do Mickey Mouse. Calça vermelha com dois botões brancos. Sapato amarelo e luvas brancas.
— Aquele tinha sapatos brancos.
E foi ali, que descobriram que o avô trouxe para ele duas versões.
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Continua…