Com amor Benjamin - Capítulo 09
A máfia de Vincenzo é uma das principais organizações criminosas do mundo com sede na Itália. Uma grande família que tem uma longa história e que se ocupou da lavagem de dinheiro, negócios financeiros, drogas, tráfico de armas entre muitas outras coisas. Eles têm ajuda do governo, de modo que sua receita líquida é comparável à de grandes corporações.
Era literalmente uma grande organização que ninguém ousava tocar.
Porém, atualmente, existe um indivíduo que tenta se infiltrar repetidamente para se apossar de cada uma das ações existentes no sistema: Theron William. Ele era o chefe de uma máfia incipiente que estava localizada no centro dos Estados Unidos. Isso é claro, antes de ir para a Itália. Dizem que sua avó é italiana, embora ele tenha nascido e se criado nos Estados Unidos. Mudou para a Itália por algum motivo desconhecido e se juntou a uma organização mafiosa bem pequena. Logo depois, porém, tornou-se o principal executivo da organização.
Theron tinha uma rede de comunicação profunda…
— Theron tentou hackear de novo? Esse lixo. — Quando Vincenzo explicou brevemente o problema, Noah imediatamente começou a trabalhar para consertá-lo. — Vou começar a fazer uma limpeza, certo? Vou verificar cada um dos portos também.
— Dizem que a segurança está comprometida. Restaure-a rapidamente.
— Puta merda.
Há alguns anos, Noah projetou todo o sistema de segurança de TI (Tecnologia de Informação) de negócios pessoais sob as ordens de Vincenzo. E realmente, era muito bom. Na verdade, Vincenzo não apenas cuidava do trabalho dentro da organização, mas também executava alguns projetos maiores por conta própria, então, obviamente, ele precisava de mais segurança. A mais rigorosa que puderam oferecer a ele. O que eles vão fazer se forem hackeados do nada? Isso significa que não foi totalmente bem-sucedido.
Os subordinados de Vincenzo foram forçados a transferir informações importantes do sistema rapidamente e excluir os dados existentes também.
Noah segurou sua cabeça. Não se sabe quanto tempo vai demorar em consertá-lo novamente ou quanta informação já foi roubada…
— Que tipo de armadilha você montou para nós, sua vadiazinha? Só deixe o papai encontrar você.
Enquanto suspirava, Noah moveu a mão pela tela do “laptop” e começou a inserir algum código na fonte. Queria fazer uma estimativa aproximada dos danos, dos pontos de fuga e trabalhar nisso, mas não havia muito que pudesse fazer.
— Isso está muito bem feito. O desgraçado contratou alguém.
Ao verificar o sistema, encontrou um enorme buraco na tabela financeira do avô.
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Enquanto Noah murmurava um monte de insultos estranhos e olhava para a tela, Vincenzo só conseguia estalar a língua.
— É algo que não podemos lidar?
— Nós podemos, mas ele está ferrando a gente. Ele está em todo lugar. Eu acho que ele está procurando por algo que seja sua fraqueza.
Vincenzo suspirou profundamente enquanto Noah quase chorava na frente dele, batendo no notebook para que fosse mais rápido.
— Tudo o que está lá é a minha fraqueza.
— Oh merda. Porra! Esses fundos não estavam faltando desde o início?
— Oh meu Deus! Olhe para mim! Eu fiz um monte de coisas ruins na minha vida, mas não sou idiota a ponto de roubar dinheiro da minha própria organização!
Noah finalmente ergueu as sobrancelhas e depois ergueu os olhos também. A mão que estava tocando o notebook parou de repente.
— Ele está colocando obstáculos. Ele quer algo, vovô. Tenho certeza que quer algo que você colocou aqui. Você tem listas?
— Listas? Você está falando sobre listas de tráfego? Ou um livro?
— Algo similar?
Esfregando as têmporas com a ponta dos dedos, Vincenzo engasgou e soltou um grito terrivelmente frustrado.
— Eu tenho documentos antigos relacionados ao governo.
Vincenzo não queria, mas se obrigou a ser muito honesto com ele. A pupila verde-oliva de Noah brilha de curiosidade. Ele não parece ter nada a dizer sobre isso, então continua trabalhando.
Até agora ele não disse a Noah ou Félix, mas o Vincenzo já está aposentado. Ao mesmo tempo em que entrou nessa nova etapa, deu início à construção de um livro maior que contém todas as especificações governamentais. Até mesmo as mais antigas. Nem mesmo são dados de computador, é um livro de papel escrito à mão, no entanto, o livro maior original foi copiado e salvo como dados para uma pesquisa organizacional muito mais fácil.
À primeira vista, o velho livro poderia parecer lixo que está desatualizado. Jogado aleatoriamente. Mas agora alguém parece ter investigado o suficiente para saber que o tem.
Não importa a idade do livro maior, se for revelado ao mundo, terá um grande impacto não apenas na Itália, mas também nos Estados Unidos. Uma bomba-relógio. Portanto, foi decidido que Vincenzo se tornasse o último gerente a cuidar dele.
O motivo para não se desfazer imediatamente do livro maior era simples: mesmo que tenha sido retirado, ainda é um documento que pode servir como escudo organizacional. É muito valioso. É por isso que mais da metade das pessoas no negócio da máfia esperam pacientemente que ele morra ou anuncie sua aposentadoria de um modo mais formal.
Passaram-se menos de dez anos desde que Vincenzo assumiu o controle do livro razão, mas Theron, que tinha um relacionamento ruim com ele, percebeu a identidade da lista e a hackeou numa questão de dias. Era um segredo, portanto, era difícil de descobrir, a menos que ele tivesse infiltrado um espião dentro de casa. E isso tinha toda a lógica do mundo. Vincenzo tornou tudo o mais privado possível para reduzir o número de ajudantes e, quando finalmente encontrou um homem de Theron, trancou-o em um armazém e o matou com um morcego.
Enquanto isso ficou claro que tinham passado muitas informações pessoais para Theron. Coisas sobre Félix. Ocorreu-lhe que Theron estava procurando por Félix e o livro razão não apenas para desferir um grande golpe na organização, mas também para causar danos a seu coração.
Félix pode ser um idiota, mas de qualquer maneira era seu filho. Sentiu como se todos os anos estivessem caindo sobre ele em questão de segundos.
— Deus… Está pronto. Não foi fácil, mas…
— Então, você guardou o livro?
— Claro. Eu criptografei onde ninguém pode acessá-lo facilmente. Mas quer saber? Parece-me que o assistente anterior dele conseguiu fazer uma cópia disso, e eu preciso. É difícil de encontrar, não tenho um passe. Ele não te deixou a chave?
— Chave? Não, que tipo de mundo é esse dos computadores para que tenham chaves também?
— Deve haver uma chave! Ah. É, como um tipo de senha.
Vincenzo tocou o nariz.
— Experimente o antigo prédio onde realizávamos nossas reuniões. Era um lugar de um homem coreano, então seu nome era.
—…
— Era…
— Myeongwan. Era o edifício Myeongwang.
— Funcionou?
— Temos que esperar.
— E a cópia dos dados?
— Paciência, paciência. Vamos manter Félix em segurança. Eu prometo. Além disso, Theron não pode mexer com ele só para tentar acabar conosco.
Vincenzo olhou para Noah, que respondeu com seriedade. Seus netos pareciam cães de briga, então havia rumores frequentes de que eles não se davam bem quando, na realidade, os dois se amavam. Eles confiavam muito um no outro, então sempre que se tratava de Félix, Noah não mostrava nenhuma dúvida.
Vincenzo apenas franziu as sobrancelhas, como se estivesse com problemas.
— Ele não quer o Félix pela organização.
— Hã, então por quê? Eu não acho que seja por beleza.
— É porque ele diz que foi Félix quem matou Elena.
Vincenzo murmurou isso com o rosto mais sombrio do que o normal. Seus olhos profundos se tornaram mais negros e suas rugas pareciam ainda mais marcadas. É por causa do nome de Elena?
Noah o olhou nos olhos e distorceu sua expressão. Parecia bastante irritando.
— Isso é… Bobagem. Por que Félix mataria minha tia? Quem caralho a engravidou em primeiro lugar? E cuidou dela? Não, definitivamente não. Então não quero que venha agora dizer que a matou!
— Pare, sua voz é alta.
Vincenzo respondeu tirando um cigarro do bolso interno, como se não pudesse suportá-lo nem mais um momento. A porta do escritório estava bem fechada, mas ainda assim…
— É frustrante, não é? Essa situação é… Então. Ah! Droga! Tadinha da minha tia. Ela deve estar muito triste agora.
Vincenzo não pôde dizer nada a Noah, porque se sentia como se ainda estivesse de luto.
O segredo que o mundo não conhece é que o chefe da máfia americana, Theron William, é pai de Félix.
Elena, a filha mais velha de Vincenzo, morreu dois anos após dar à luz ao filho de Theron, Félix. Ela era uma menina, tinha acabado de fazer 18 anos. Não podia contar a ninguém que tinha um filho, então começou a criá-lo sozinha.
Theron, um estudante de 22 anos na época, se apaixonou terrivelmente por Elena, que também morava no exterior.
Mas não era uma situação com a qual eles pudessem lidar.
Os Prixel’s e os William’s, duas famílias envolvidas na máfia, não aceitaram a estranha relação. Os avós italianos de Theron tinham sua base na Sicília, enquanto a família de Elena tinha sua base em Amalfi. Eles tinham um rancor muito antigo e persistente. Muito sangrento.
Dizia-se que seu amor era como o de Romeu e Julieta. Proíbido. Desaprovado. Finalmente, o relacionamento terminou em tragédia quando Elena morreu. Ou melhor, quando a mataram. Romeu e Julieta tiveram o mesmo final cruel, é verdade. No entanto, neste caso, Elena morreu por dar à luz aquele filho bastardo.
Theron se culpava por isso o tempo todo e com tanta força que simplesmente não conseguia aceitar a realidade. Ela era tudo para ele, seu sol, seu céu. A única que poderia acalmá-lo apenas por segurá-la em seus braços então… Ele fez o que qualquer Alfa sabe fazer melhor quando perde o vínculo: enlouqueceu.
Ele odiava o menino que tirou tudo dele e finalmente o abandonou.
Vincenzo foi um dia procurar a filha para levá-la de volta à Itália e foi lá que lhe contaram tudo. Uma tragédia, uma mulher tão jovem. Que pai poderia ter ouvido tal notícia sem quebrar seu espírito? Ainda mais quando havia uma criança que ele nem conhecia, pequeno e nu na terra.
(N/T Yuri: Altassss revelações! Mas eu já suspeitava desde o princípio que o Theron é o papi biológico do Félix. Hehe confesso que a história dos pais do Félix me deixaram com “um olho na minha lágrima” kkkk… Sério, quase choro. Ainda mais que o pai dele foi um alfa que perdeu o vínculo com a mulher que ele amava. É triste. Acho q tem mais coisas aí por trás de toda essa história 🤔.)
Vincenzo criou Félix porque ele era filho de sua filha e também seu sangue. Não podia jogá-lo fora como fez seu pai, ou deixá-lo à sua própria sorte, especialmente quando cheirava tanto a ela.
Ele fez o seu melhor para fazê-lo crescer bem, como uma criança feliz. Às vezes, como um pai e às vezes como um avô, ele elevou seu coração atentamente para fazê-lo sentir-se amado e, acima de tudo, em paz. Embora ele tivesse que lhe contar toda a história antes.
— Noah, mantenha Félix a salvo. Ou eu sinto que talvez possamos perdê-lo para sempre.
Enquanto ele cuspia uma grande quantidade de fumaça cinza, Noah se viu na frente dele. Abrindo os olhos de uma forma realmente exagerada.
— O que você quer dizer?
— Estou dizendo que parece que isso pode ser possível.
— Não, não diga isso. Afinal, estamos falando do Félix, não é?
No final, embora Noah tivesse dito isso com bastante confiança, de repente bateu no peito ao sentir que seu coração estava batendo rápido demais para o seu gosto. Olhou para Vincenzo, branco como um fantasma.
Por ser um Alfa, Vincenzo às vezes demonstra uma sensibilidade impressionante às coisas que podem acontecer. Um sentimento semelhante ao que às vezes Félix tem. Podem se tornar realidade, por isso Noah está com tanto medo que chega a doer.
— Meu primo vai ficar bem. Ele, vai ficar bem porque lhe convém estar bem.
— Theron está agindo de forma tão suspeita esses dias que não tenho ideia do que está pensando. Quer dizer, é difícil descobrir o que está dentro de um homem louco.
Noah acenou com a cabeça e pensou, ele era definitivamente louco. Não só por tudo o que aconteceu com o Félix e seu jeito obsessivo de ser, mas porque ele sabe coisas que o resto da família ignora e que não tem coragem de dizer. Em primeiro lugar, Noah acredita fervorosamente que o inimigo que matou Elena não foi a família sangrenta de Theron, mas o próprio Theron. E seu plano não era abandonar Félix como um homem misericordioso, ao contrário, ele queria matá-lo. Além disso, Theron e Elena não se encontraram pela primeira vez nos Estados Unidos. Elena o conheceu alguns anos antes de ir estudar fora, quando fez uma viagem com os tios. É que ela só nunca percebeu isso.
Seu avô Vincenzo sempre conta como eles se conheceram “romanticamente” no exterior, que Theron a viu por acidente. Não, Theron estava seguindo Elena porque era uma Prixel. E, alguns anos depois, quando soube que Elena estava estudando no exterior, ele deliberadamente viajou e se aproximou dela.
Elena ficou completamente apaixonada. Ela era jovem e aventureira e não conhecia a verdadeira natureza de Theron, mas Theron a conhecia.
Félix pediu a ele que investigasse, e descobriu que o ângulo de Vincenzo era o de um pai que queria acreditar que sua filha era feliz o maior tempo possível. Com um final lamentável, mas razoável. Mas Theron era apenas um jovem chefe da máfia que buscou crescer sem se preocupar em prejudicar os outros.
Noah não pode dizer isso a ele… Dizer a Vincenzo que o presente que seu parceiro lhe deu era uma piada de alguém mais.
— Vou observá-lo da melhor maneira possível. Não se preocupe muito.
Mas Noah também se lembra das palavras de Felix: “Não tenho medo dele. Vou enfrentá-lo”, então secretamente colocou um GPS nele.
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A viagem à Disneylândia, que toda a família esperava, aconteceu quase duas semanas depois da luta contra Lucca.
O plano era fazer uma viagem rápida e sem o menor desvio.
Eles entraram em uma limusine Rolls-Royce Phantom, que já era sinônimo de luxo. O carro tem dois assentos na parte de trás do banco do motorista e mais dois na frente, com capacidade para quatro pessoas.
Nos assentos estão Félix e Isaac, Benjamin e a senhora Parker sentados frente a frente. Portanto, Vincenzo e Noah tiveram que ir em outro carro. Claro, os dois queriam ir com Benjamin para registrar cada uma de suas expressões quando entrassem no parque pela primeira vez, mas, infelizmente para eles, o menino estava dormindo profundamente nos braços de Jéssica e eles não tinham permissão ou coração para tirá-lo dela.
Jack estava encarregado de dirigir a primeira limusine enquanto Tony se sentava no banco do passageiro. O servente de Vincenzo dirigia a outra limusine e, como copiloto, estava Lucca. Na verdade, o homem ainda estava gravemente ferido. Ele ainda tem hematomas no queixo, nariz e rosto, além de arrastar muitos curativos que ainda não foram trocados. Ele parecia ter muitos problemas para caminhar, mas insistia fervorosamente que o seguiria até o fim do mundo, se necessário.
Isaac o confrontou no mesmo dia em que tomou a decisão de acompanhá-los, então não teve escolha a não ser aceitar. Lucca desta vez não disse nada. Ele simplesmente evitou seus olhos o máximo possível e agradeceu. Prometeu que faria o melhor.
Sentimentos amargos não podem ser resolvidos em algumas semanas.
Isaac, pensando por um momento em Lucca, logo soltou um suspiro gigante e desta vez se virou para olhar Benjamin. O carro é enorme e Benjamin, que já está mais acordado do que antes, parece muito ocupado tocando isso ou aquilo. Ele tinha um boneco do Mickey Mouse nos braços. O que Vincenzo deu a ele assim que chegou à mansão. Era feito de plástico e falava italiano, mas Benjamin gostou tanto que muitas vezes o abraçava e o levava para comer e brincar na piscina.
— Olá papai, eu sou o Mickey Mouse.
Isaac agarra a mão enluvada do Mickey Mouse enquanto Benjamin a estende para ele, depois o observa sentar-se cuidadosamente ao seu lado.
— Mickey já quer chegar em sua casa! Há outros Mickeys lá então. Eles são irmãos dele, certo, papai?
— Sim. Mas eu disse que você não precisa tirar isso da sua mochila por nada no mundo, está bem? Você pode perdê-lo.
Abraçando Mickey Mouse com força, Benjamin balançou a cabeça várias vezes e murmurou um pequeno Uhum.
Isaac suspirou novamente. O que lhe preocupa tanto? Se a criança o perder, é mais do que certo que Vincenzo lhe comprará mais dois ou três daqueles bonecos. A loja inteira se ele quiser!
“Ecco, topolino. Questa é casa sua.”
“Ecco, topolino. Questa é casa sua.”
“Ecco, topolino. Questa é casa sua.”
(Aqui, ratinho. Está é a sua casa X3)
— Meu amor, você pode pegar o boneco e jogar pela janela? Muito obrigado, eu te amo.
Mas ao contrário de Isaac, que parece aguentar a voz estranha do “Mickey italiano”, Félix, que olhava para seu tablet eletrônico e seu celular ao mesmo tempo, parecia estar de péssimo humor. Humor terrível.
Tinha esquecido isso por um tempo, mas na realidade seu marido havia feito um tremendo escândalo desde o primeiro dia. Todos os itens que haviam trazido para a criança eram italianos, falavam em italiano, diziam eu amo a Itália, a Itália é o melhor em cada um de seus pacotes, então… Não estava nada contente com isso. Ele disse que era uma espécie de “lavagem cerebral intensiva” e que logo seu filho iria querer se mudar para o lugar onde as pessoas comumente diziam: “Aqui, ratinho. Esta é a sua casa”, assim como seu rato.
— Eso, Topolino, quesa casa su.
— Não Benjamin, não diga isso. Mickey Mouse não é italiano, é um rato americano. Mora nos Estados Unidos, como você e eu. Ele acha que a Itália é uma merda e que ele quer viver com seus pais ratos para a eternidade.
— Félix… Você se lembra de que é ítalo-americano. Certo?
— Não estou ouvindo você, querido. Sinto muito. A viagem só fez meus ouvidos parecerem terrivelmente entupidos. Que pena.
Enquanto o ouvia reclamar, Isaac olhou pela janela até perceber como duas limusines e três ou quatro veículos SUV começaram a se mover até criar uma formação que os deixou bem no meio. Muito exagerado e muito mais perigoso do que benéfico, mas o que ele poderia fazer se fosse ordem do vovô?
No final, ainda olhando para a longa procissão, balançou a cabeça e pegou Benjamin nos braços para verificar se ele tomou todo o seu leite.
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Anaheim, a cidade onde fica a Disneylândia em San Diego, fica relativamente perto, a duas horas de distância quando não há tráfego.
Há muitas coisas para ver na Disneylândia, então há um pedido especial (de Noah e Vincenzo) de que é melhor ficar lá por uma semana inteira para que possam relaxar completamente. Eles reservaram toda a parte de cima de um hotel dentro do parque, mesmo que fosse alta temporada e tudo já estivesse reservado com antecedência.
Cada cômodo pode ser usado por uma pessoa, mas a sala de estar, o salão, a cozinha, a sala de jantar e a sala de estudo estão juntas. Isaac e Félix, que estavam olhando em volta, simplesmente iam e voltavam para organizar a bagagem e verificar se estava tudo bem. Na sala de jantar, havia um almoço que já havia sido reservado. Graças ao serviço que Vincenzo comprou, a comida era tão luxuosa que se comparava à que servia na residência de Félix. No entanto, era correto dizer que, mesmo diante da comida que parecia um tanto gostosa, Benjamin não quis comer nada.
Foi porque ele queria ir à Disneylândia o mais rápido possível, então todos cooperam para terminar o que foi servido a ele. Bolos quentes, frutas, cereais e leite. E depois de um almoço embalado, foram direto para a Disneylândia sem esperar.
Os homens se dividiram. Alguns dirigiram o Rolls Royces até o estacionamento e pegaram dois carros de luxo Side by Side. Não era um veículo comum, então, enquanto dirigiam com eles, os olhos das pessoas estavam absolutamente fixos ali.
Os homens de Vincenzo e Félix geralmente usam lindos ternos pretos, mas agora eles têm camisas havaianas porque, aparentemente, essa é sua melhor ideia de camuflagem.
Infelizmente, o físico e a atmosfera sangrenta pareciam ser totalmente visíveis, mesmo com a camisa ou os gorros com orelhas pequenas. Eles eram muito assustadores, para falar a verdade.
Quando eles caminharam, as pessoas começaram a evitá-los e se virar.
— Bem, pelo menos não teremos que nos preocupar com segurança.
Eles foram a um restaurante temático.
Seu marido usava uma camisa pólo de mangas curtas, shorts cáqui, sapatos claros, óculos de sol pretos e Benjamin em um braço.
Segurando um sorvete próximo à boca para não o deixar cair.
As pessoas olham para a estranha família e a ensanguentada multidão de camisas havaianas que a seguem. Às vezes, uma mulher diz algo como: “Você já viu?, “Ele é muito bonito, não é?, “Você acha que ele é um ator?” E ainda assim Félix não tem olhos para ninguém além do menino e talvez seu estranho boneco italiano.
Isaac riu por dentro observando atentamente enquanto explicava isso e aquilo para Benjamin, que olha ao redor com olhinhos brilhantes.
Isaac vai atrás dele com Jéssica ao lado. É revigorante caminhar pelo parque lado a lado porque nunca tinha estado dessa maneira ao seu lado. Exceto, talvez, quando ele era muito, muito jovem.
Percebeu que era a primeira vez que viajava com ela. O parque temático em si, é a primeira vez para os dois.
Quando ele era criança, eles não podiam pagar uma viagem a um parque temático como este e após o divórcio, seu pai tratava de estar o menos possível em casa, por isso nem sequer podia pensar em ir com ele.
— É um lugar bonito.
— É verdade.
— Quando estou com você, até me sinto uma criança de novo.
Isaac olha ao redor em silêncio, sentindo a ilusão de que entraram em um colorido livro de contos de fadas. Não podia facilmente dizer que estava feliz por poder vir com ela e que, estava muito feliz por ter tido Benjamin para tornar isso possível. Se ele não tivesse engravidado, não estaria na Disneylândia com esta sua família incomum. Como? Com que desculpa poderia ter vindo a este lugar ao seu lado sem se sentir estranho? Por exemplo, as pessoas vão aos parques temáticos dependendo do seu gosto pessoal, mas não parece ser algo que combine com Isaac.
Mesmo que tivesse tempo e espaço, estar em um lugar cheio de crianças barulhentas como um parque temático da Disney, seria estranho para um encontro de mãe e filho, não seria?… Nunca pensou que isto aconteceria, até que o seu filho acabou gostando muito do Mickey Mouse.
Foi uma viagem significativa, pensou que era maravilhoso. Que Benjamin pudesse experimentar coisas incríveis como essa. Com seu pai, virando seus olhinhos e pintando suas bochechas de vermelho quando ele começava a rir.
— Teria sido bom se eu tivesse te trazido aqui quando você era tão pequeno quanto Benjamin. Desculpe, desculpe por não ter feito isso.
De repente, Jéssica, caminhando ao lado dele, abriu seu discurso com uma voz triste o suficiente para fazê-lo se sentir desconfortável. Ele não sabia que sua mãe diria isso, então foi realmente surpreendente. No entanto, foi muito mais porque suas ideias eram muito semelhantes. Afinal, há alguns meses pensava que ir ao parque com Benjamin era impossível!
— Mãe, está tudo bem. Você não tem que se desculpar comigo. Estamos aqui, agora, não estamos? E podemos fazer memórias mais agradáveis, você e eu.
Jéssica Parker respira fundo e depois expira.
— Obrigado por dizer isso. Como você disse, estou feliz por poder estar com meu lindo filho agora. — Os olhos de Jéssica Parker brilham, como os de uma menina. — Eu te amo, desde que você nasceu te tnho amado muito…
— Eu também amo você.
Realmente foi uma cena de conto de fadas. Andando por um lugar lindo sentindo que seus passos eram tão leves quanto seu coração. Às vezes, sua boca fica frouxa, como se pudesse começar a sorrir a qualquer momento e sem nenhum motivo específico.
Foi nesse momento que Félix, caminhando com Benjamin, virou a cabeça e olhou para Isaac. O olhar que penetrava nos óculos escuros era tão intenso que parecia que ele queria dizer algo importante. Depois caminhou, inclinou o rosto em um ângulo e esfregou os lábios juntos. E disse:
— Eu também te amo. — Em silêncio, e em seguida, olhou para trás e caminhou para outra nova atração.
Sua mãe estava rindo.
Às vezes é um grande problema para ele que o marido se comporte da mesma forma fofa que uma criança… Se não houvesse ninguém, se estivessem sozinhos, correria até ele e o beijaria um pouco mais, mas é uma pena que teve que reprimir seu desejo porque haviam muitos olhos em cima deles.
À noite, devia dar-lhe um beijo mais profundo como presente… Por enquanto, no entanto, só limpou a boca com a palma da mão.
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A Disneylândia tem muito a oferecer para a diversão, começando com o fantástico Castelo da Cinderela, o ícone da Disney. Tudo é decorado por variados temas e os personagens agem e cumprimentam animadamente e depois começam a desfilar. Eles fazem isso a cada hora, na verdade.
Parece ser uma corporação muito bem organizada no que diz respeito à atração de turistas.
Benjamin gostava muito do Mickey Mouse, o personagem principal da Disney, mas isso não significava que ele não se entusiasmava sempre que via outros. Por exemplo, os personagens do Toy Story, Carros, Frozen e também as princesas. Pode-se entender imediatamente porque uma criança ficaria animada por estar ali, cheia de personagens famosos. Nem imaginava que poderia parecer tão natural.
Graças a isso, os adultos eram forçados a gastar todo o dinheiro com o bebê. Vincenzo e Noah abrem e abrem suas carteiras, então Isaac, que os estava observando à distância, começou a ter um pouco de medo. Preocupado que seu filho se tornasse terrivelmente mimado.
Como resultado, as orelhas redondas de Mickey Mouse estão na cabeça de todos os membros da família, incluindo Benjamin. Eles tinham canecas, um buquê de algodão doce, e Lucca, Jack, Tony e o motorista particular de Vincenzo tinham que andar com as duas mãos cheias de bichos de pelúcia de todos os tipos. No entanto, como um sinal agradável, literalmente não há ansiedade nesse mundo. Como se tivesse chegado ao lugar mais feliz.
Enquanto caminhava, Isaac abaixou o menino para que ele pudesse andar. Afinal, ele já tem quatro anos, então deve conseguir fazer isso sozinho, pelo menos por um tempo. No entanto, Benjamin ficou parado no lugar e estendeu os braços para dizer:
— Papai, estou cansado.
— Só daqui até a barraca bem ali. Aquela com os balões, você pode ver?
— Papai me carrega.
Ele abriu os braços para pedir novamente, então não teve escolha a não ser se inclinar e gentilmente colocá-lo contra o peito. Na verdade, durante todo este tempo, ele só andou alguns passos porque toda a família se revezou segurando-o. Primeiro Félix, depois Isaac, depois Vincenzo e finalmente Noah. Mas como Noah se cansou logo, foi esperto o suficiente para comprar um carrinho para ele.
Agora, ao chegar à barraca que havia prometido, o menino desceu mais um pouco apenas para estar em seus braços novamente. Embora agora fossem nos braços de Jack. A cabeça do homem tinha uma faixa em forma de orelhas de Mickey Mouse que se iluminava quando o tocava, de modo que Benjamin ficava absolutamente fascinado com ele.
Um urso com um pequenino que ri sem parar.
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— Benjamin, não nas pessoas. Isso é rude. — Isaac se aproxima de Benjamin, que tinha um pequeno brinquedo que disparava bolhas de sabão ao apertar um pequeno botão. Ele não gostava que estivesse fazendo isso com as pessoas. — Você tem que fazer isso para outro lado, está bem?
Felizmente, Benjamin respondeu: “Sim!”, com um sorriso gigantesco e depois rapidamente mudou de direção para começar a atirar as bolhas para o céu. As pequenas bolhinhas começam a se agitar no ar, brilhando intensamente quando o sol as atinge. Até as crianças que passavam e mesmo os pais dessas crianças, começavam a tentar tocá-las com a ponta dos dedos.
Lucca, que não parecia ser exatamente o tipo de homem que parava para brincar com bolhas, parou na frente de Benjamin e começou a brincar com ele. Mostrando-lhe como ele poderia segurá-las sem quebrá-las e então apenas pegou o brinquedo de Benjamin e pressionou de tal forma que ele conseguiu fazer uma bolha realmente grande.
Isaac olhava tudo com muito cuidado, então, quando viu Lucca rir, o rosto dele envolto em bolhas, só começou a sorrir sem perceber.
— Agora você tem olhos para Lucca, senhor infiel?
De repente, Félix ficou ao seu lado e exclamou como se estivesse realmente bravo com ele. Porém, quando Isaac se virou para vê-lo, só podia ver seus lindos olhos azuis quase o olhando, suas sobrancelhas todas esmagadas e… Isaac ergueu as mãos e cobriu a boca em vez de dizer algo sobre sua atitude. Foi um ataque tão estranho que não teve escolha senão soltar todas as suas risadas. Félix tem na cabeça uma coroa de princesa que está presa a uma espécie de peruca loira trançada.
— O que é isso?
— Eu não sei… Noah comprou para mim porque ele disse que eu me pareço com a Elsa. Mas não sei quem é Elsa.
Isaac só conseguiu rir de novo.
— Está lindo.
— É mesmo?
Isaac segura a mão de Félix, que agora se inclina sobre ele para começar a beijá-lo.
Na realidade ele estava falando sério, Félix era realmente lindo. Mesmo que fique parado apenas olhando para ele, sem fazer nada em particular, o ar ao seu redor o faz sentir que pode acabar se perdendo nele. E como é possível que um homem usando uma peruca de princesa fique tão bonito em primeiro lugar? Mesmo que ele esteja carrancudo… Quem é bonito será bonito até o fim.
— Se estiver muito ridículo, talvez eu deva tirá-la.
— Não, está muito fofo. Eu até pensei que… Seria bom ter uma menina que se parecesse completamente com você. Quero dizer, com você assim, posso ter uma ideia de como seria.
— Isso não é ruim. Embora eu não me importasse se você desse à luz a uma menina ou um menino.
— Tem razão.
Benjamin, que tem uma personalidade bastante suave e calma, é muito bonito e na realidade já se parece bastante com o Félix para querer ter agora uma menina idêntica… É só que não pode evitar pensar em como seria bonita. Tão bela. Com cabelo que poderia trançar, assim como o que está nele. Com os olhos e talvez, com sua personalidade. Como uma princesinha de verdade.
Como Félix parece poder ver através de seus pensamentos, encontra-se com a mão já sobre sua bochecha.
— Eu vou tentar todos os dias, constantemente até que você fique grávido de filho meu novamente.
— Isso é um pouco extremo… Agora não planejamos nada e já sinto que vou acabar sem cintura.
Quando o olhava, Félix sorriu um pouco mais forte e depois soltou uma risada. Já sabendo como ele é, Isaac tem certeza de que se ele pudesse já começaria a fazer uma filha nele agora mesmo.
Talvez… Era como cavar sua própria sepultura.
— Então você não pode se dar ao luxo de olhar para qualquer outro cara, certo?
— Ah!
— Você só precisa olhar para o seu Alfa. Apenas, mantenha seus olhos em mim e pronto.
Félix, que é famoso por ser extremamente ciumento com ele, faz Isaac apenas erguer uma sobrancelha e o olhar como se não pudesse acreditar no que ele acabou de dizer. Porém, diante de seu olhar desesperado, logo parece não ter escolha a não ser dar um enorme suspiro.
— Certo, escute. Eu só posso ver você. Você é tão bonito que não posso ver mais ninguém. Mesmo se eu olhar para outra pessoa algum dia, apenas virando minha cabeça em sua direção de novo. Acho que me esqueceria disso. Imediatamente.
Quando respondeu de forma tão honesta, as sobrancelhas de Félix se contraíram como se não pudesse acreditar no que tinha acabado de acontecer. Como sempre, quando fala com Isaac, ele perde.
— Deus acho que meu Ômega está ficando muito mais sincero com o passar do tempo. Parece que o vendedor de flores que me disse para não voltar à sua loja desapareceu completamente.
— É verdade. Talvez seja esse o caso.
Quando ele disse isso, Félix agarrou a mão de Isaac com força.
— Fiquei animado, quando te vi pela primeira vez e você olhou para mim com uma cara dura e imprudente. Mas agora, estou muito louco pelo homem que continua mostrando que me ama tanto quanto eu o amo.
Isaac não disse nada e começou a rir baixinho. Parecia que ultimamente tudo era assim, sorrisos e risadinhas. Sinais de que Félix continuava fazendo mudanças nele.
— Foi culpa sua.
— Sim, então não mostre minha criação para ninguém.
— Ninguém mais.
Em resposta a Isaac, Félix sorriu satisfeito e levantou a mão de Isaac para começar a beijá-la.
O sol estava se pondo até causar um brilho muito frio, que logo pareceu tingir tudo de vermelho.
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A viagem em família à Disneylândia continua com uma atmosfera mais amigável do que o esperado. Enquanto desciam a rua, compravam lanches, brinquedos e brincavam juntos até o anoitecer.
O jantar foi em um dos restaurantes do parque e isso, obviamente, também graças à reserva especial de Vincenzo e Tony. Não foi difícil sentar-se com toda a família porque eles estavam no terraço, não dentro. Além disso, era um lugar excelente porque eles podiam olhar em volta lentamente sem serem incomodados por ninguém.
— Há outro desfile. O desfile noturno é de luzes então diz aqui que vale a pena ir ver. Olha, aqui está escrito em negrito. Você tem que ver isso!
Depois de um jantar tranquilo, Noah olhou para o folheto do parque como se estivesse lendo um livro bastante complicado. Na verdade, eles já tinham visto o desfile da tarde. Onde os personagens da Disney se juntaram e dançaram uma música muito bonita. Benjamin estava ali nos ombros de Félix, olhando para eles com olhos grandes e brilhantes. Apertando as mãos para cumprimentar cada princesa, monstro ou rato gigante que passasse.
— E por que vamos ver esse outro desfile se já vimos um antes?
— Vovô, esse é diferente!
— Minhas narinas são diferentes.
No entanto, graças ao desejo intenso de Noah de ver o desfile da noite, Vincenzo, que terminou a refeição e estava bêbado de vinho, reclamou. Mas concordou em ir. Afinal, Noah havia começado a falar tanto com Benjamin sobre como certamente seria lindo e maravilhoso aquele desfile, que logo o menino abriu as mãos e gritou:
— Quero ir!
Noah sabia melhor do que ninguém que Benjamin era o único que poderia convencer aquele homem.
— Vovô, podemos ir ver o Mickey que brilha?
A resposta de Vincenzo foi mais do que óbvia, então ficou estabelecido que a próxima parada seria o festival noturno com o Mickey que brilha.
À noite, o parque parecia muito mais colorido. Os prédios e as decorações eram tão claros que até tinha que estreitar os olhos para ver melhor. A música continua e mesmo sendo muito tarde, ainda está cheio de pessoas.
Isaac caminha no meio da multidão e chega ao local onde será o desfile. Por isso sentou-se imediatamente no chão e acomodou o Benjamin suavemente entre os seus braços. Não era desconfortável, ao contrário, ele gostava de ser capaz de enterrar o nariz completamente no cabelo do garoto e farejar seu cheiro agradável e profundo. Além disso, pensou que era um dia de sorte, por poder passar um momento desses com sua família sem a menor complicação.
— Querido, o ar está esfriando, você quer que eu traga uma xícara de café para você?
Enquanto esperavam, Félix sussurrou isso em seu ouvido antes de seguir em frente para acomodar um pouco melhor o gorro de Benjamin. Quando Isaac vira a cabeça para responder, um olhar azul prussiano amigável, o captura tão intensamente como se estivesse no fundo do mar.
Ele não tinha notado mas já estava dizendo sim com a cabeça.
Ele realmente não queria beber café, mas a voz dele, sussurrando docemente perto de sua bochecha, o fez pensar que não seria uma má ideia sentar-se com ele, tomar café juntos e ver o desfile ao lado de seu filho.
— Espere um minuto, eu já volto.
Então Félix se levantou. Inconscientemente, Isaac estendeu a mão para segurá-lo.
— Você vai agora?
— O que? Claro que agora, ainda tenho tempo, não é?
O desfile começava às 8 horas. Ainda faltavam 10 minutos por isso, como Félix disse, ainda tinha tempo para ir comprar café. No entanto, em vez de se mover, há algo que definitivamente não parece certo.
— Você está indo sozinho?
— Claro. Esse era o nosso plano ao longo do dia, certo? Eu vou comprar e você cuida de Benjamin.
Bem, isso é verdade, mas a verdade é que Isaac não queria deixá-lo ir de qualquer maneira.
— Não. Que tal irmos juntos um pouco mais tarde?
Havia realmente alguma coisa. Pressionando o peito como se tivesse sido atingido por uma pedra, Isaac parecia visivelmente agitado e olhou ao seu redor e de novo até notar como se enchia de mais pessoas. Noah está na primeira fila junto com Lucca. À esquerda de Isaac estão Vincenzo e Jéssica, longe da multidão.
Eles tinham visto o desfile da tarde e estavam absolutamente convencidos de que agora iam apenas adicionar mais luzes para que, na realidade, não tinha prestado muita atenção. Além disso, eles já estavam cansados de caminhar o dia todo, então apenas se sentaram em um banco, lado a lado, e conversaram um pouco. À primeira vista, eles pareciam idosos normais, mas então se virassem um pouco o olhar, logo poderiam notar homens enormes em camisas havaianas.
Todos estavam ocupados, cuidando dos próprios assuntos porque, na verdade, o clima estava bom. Mas ele estava lá, segurando a mão de Félix porque não queria deixá-lo ir.
De fato, Isaac não tinha nenhuma base sólida para detê-lo. Por que ele se sentia tão nervoso agora quando antes confiava tanto em seu plano? Ele até lutou com Lucca por isso.
Por isso…
— Não vá sozinho. Por favor.
Isaac, ainda olhando ao redor, diz de novo e então, se apega tanto a ele que até Benjamin começa a sentir um pouco confuso. Félix conhece essa expressão, está pálido e frio e parece que está á beira de um ataque de ansiedade, então ele só pode pensar em beijá-lo novamente.
— É isso. Não vou sozinho, está bem? Não se preocupe. Vou levar Jack.
— Então diga a ele para ir e você ficar.
— Humm, eu também quero ir ao banheiro.
Félix sorriu, mas soou como uma desculpa completa, então Isaac apenas o segurou um pouco mais apertado.
Ele não deveria ter falado nada sobre o café, deveria ter dito que estava tudo bem assistir ao show. Isaac sacudiu os ombros, cuspindo uma respiração forte que logo se tornou amarga. Seu filho começou a abraçá-lo também, então ele pensou, talvez estivesse sendo muito exagerado.
— Meu amor.
—Sinto muito… Só estou muito preocupado.
—Você não precisa se desculpar, não precisa explicar o que está pensando porque é um sentimento absolutamente normal. Afinal, estamos ligados, você sente o mesmo que eu.
— O que?
— Vou ao banheiro, compro um café para você e volto imediatamente. Não se preocupe, está bem?
Félix, que beijou suas bochechas várias vezes para acalmá-lo, tentou se levantar mais uma vez para ir. Até que sentiu a mãozinha de Benjamin sobre a sua. Possivelmente Isaac o infectou com seus sentimentos estranhos ou ele estava nervoso por conta própria. Seja o que for, ele aperta com força.
— Onde você está indo, papai?
Félix se abaixou novamente e olhou para Benjamin mais de perto.
— Vou comprar algo delicioso para o seu pai Isaac beber, porque está frio.
— Eu posso ir?
— Bem, não. Porque agora eu preciso que você fique aqui para cuidar do papai, enquanto eu estiver fora, certo?
Félix tem um olhar e uma voz bastante séria, mas se inclina e beija o cabelo de Benjamin como se estivesse brincando. Benjamin assentiu, embora não conseguisse entender o que isso significava.
— Não se esqueça do meu café, seu inútil!
Então Noah intervém de lado, mas Félix finge que não ouviu nada.
Isaac o soltou.
Félix anda no meio da multidão assim não dar para ver o que está fazendo ou se realmente chamou Jack para ir com ele. Em certo momento, sua aparência foi rapidamente misturada com a do povo, foi ofuscado por um grupo de crianças e, não sobrou nada dele. Como se tivesse sido absorvido pela escuridão… Só podia ver, estranhos e mais estranhos perambulando além de sua vista.
— Ei Rambo. O que há de errado? Você está tão pálido.
—…
— Não se preocupe muito. Estamos na Disneylândia, certo? Há segurança privada em todos os lugares, até no banheiro.
Mas Isaac continuou olhando para o lugar onde Félix havia desaparecido. O lugar escuro, as pessoas.
Noah, que é muito bom em perceber o interior de uma pessoa, sentou-se ao lado dele e segurou seus ombros antes de também acariciar suas costas.
— É de Félix que estamos falando, certo? Ele é um Alfa dominante difícil de vencer. Sem mencionar sua personalidade nojenta. Qual é, cara! Anime-se. — Noah se endireitou e gemeu, olhando para frente também. No entanto, não encontrando nenhuma reação, Noah encolheu os ombros e puxou o celular para mostrar o que ele tinha feito. — Eh, eu coloquei um rastreador de localização no Félix. Com isso você pode ver tudo. Onde ele está e como está.
—… Sério?
Noah apertou seu celular e o deixou cair na sua mão. Como se estivesse dizendo que ali estava s possibilidade, e que deveria aproveitar. Novamente, em vez de uma resposta, apenas recebe um sorriso vago.
— Papai, quando o Mickey Mouse vem?
Enquanto isso, Benjamin parece muito entediado de ficar sentado. Eles chegaram cedo e sentar no banco da frente não é exatamente uma coisa divertida de se fazer.
Isaac finalmente beijou o cabelo dele e o segurou contra ele novamente.
— Em breve. Vamos esperar um pouco mais.
— Quando o papai vem?
— Seu pai estará aqui em breve.
— Ele foi comprar café para mim também?
O menino pergunta imediatamente para que Isaac perceba que ouviu toda a conversa. Olhando para seus olhinhos azuis, tão parecidos com os de Félix, o homem o acaricia e beija novamente sua bochecha e sua cabecinha. Ele assentiu.
— Ele com certeza trará algo delicioso para você.
— Eu não quero café.
— Então? Chocolate?
— Eu quero papai Félix. Você pode… Você pode dizer a ele para vir logo?
Noah tinha um grande problema nas mãos, então tentou trazer outro assunto para a conversa. Perguntou se ele queria comer doce com ele e de que tipo gostava.
Ele sempre carregava doces e chocolates no casaco então, tudo que ele pedia, pirulito, uma goma de mascar ou um “marzipan”, ele tirava repetidamente fazendo a criança bater palmas e rir.
Então, lentamente, o desfile começou.
Foi um desfile lindo e deslumbrante, com música e muita gente também. Ouviam-se ao redor sons de vivas e aplausos, altos e alegres. Mas sua mente estava completamente em branco.
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Félix não voltou.
O desfile barulhento e colorido já havia acabado e milhares de pessoas que haviam se reunido no local também começaram a se dispersar. Quando isso aconteceu, Isaac se levantou, entregou Benjamin a Noah e correu em direção à banca de café, a fim de encontrá-lo. Noah, que também estava bastante frustrado, rapidamente se move-se junto com Isaac.
— Para onde eles estão indo? E quanto ao Félix?
— Vovô, leve o menino, está bem? Félix não voltou do banheiro.
Noah imediatamente pegou o laptop que carregava na mochila e começou a verificar o GPS que havia anexado a Félix. Na verdade, mesmo no meio do desfile, ele não parou de conferir. O sinal parou de se mover no mesmo lugar por muito tempo. A princípio estava no banheiro, mas depois se perdeu, como se tivesse sido desligado.
Ele não pôde deixar de ficar nervoso, então disse a Isaac para verificar se a mesma coisa acontecia no celular. No entanto, Isaac apenas correu novamente. Ele atravessa o parque que já estava coberto pela escuridão e dá outra volta.
— Félix e os homens que o seguiram não voltam e o rastreador que foi colocado nele não responde!
Todos correram para o banheiro juntos e, foi quando descobriram que o motorista pessoal de Vincenzo e Jack estavam amarrados, costas com costas e completamente inconsciente. No espelho tinham escrito a frase: “Vou reparar a falha”, com algo parecido com um marcador.
— O que aconteceu aqui?! Jack, Kevin! Acordem!
Tony gritou e começou a desamarrar os dois enormes homens que estavam no banheiro. Eles não acordaram, há sangue no chão e eles não parecem estar machucados. Na verdade, seu pulso é tão lento que acreditam que eles foram drogados. Então esse sangue...
O rosto de Isaac, que olhou ao redor, é um completo desastre. Seus olhos estavam escurecidos.
Mesmo sabendo quem era a causa e por que de suas ações precipitadas, a verdade era que parecia quase impossível localizá-lo corretamente estando ali.
Cada vez que acrescentava mais e mais pensamentos à sua cabeça já confusa, o coração de Isaac se tornava terrivelmente pesado e dolorido. Embora quisesse falar com Vincenzo e Noah sobre a situação, eles parecem empenhados o suficiente em seus próprios assuntos para poder estar com ele. E ele entendia. Também sabia que tinha que esperar que esse cenário confuso se acalmasse um pouco, mas, a verdade era que a medida que tempo passava , as coisas ficaram tão tensas que inevitavelmente destruiriam tudo nas suas costas.
— Papai, uuh, uuh, papai, papai…. Pa… Uh, papai. — Benjamin estava sendo embalado de um lado para o outro porque, ao contrário do que era esperado para uma criança de quatro anos, ele também sentia que o ambiente era completamente incomum. Ele estava estressado e assustado, então apenas chorava com força, com a cabecinha toda enterrada no peito de Isaac.
— Eu quero… Papai Fé-. Uh… Uhh.
— Benjamin, não chore. Não chore mais. Não há nada com que se preocupar, ok? Papai Félix estará aqui em breve.
—… De verdade?
— De verdade.
— Para dormir?
— Sim… Mas não vai vim se você continuar chorando assim, então tente se acalmar um pouco.
— Uhum.
Isaac respondia a tudo em voz baixa, com os lábios colados nos cabelos macios do filho e a mão esquerda dando batidinhas em suas pequenas costas… Com uma segurava o menino em um braço, e com a outra enviava mensagens de texto, então realmente não sabia se estava fazendo bem ou se pelo menos ele entendia.
Depois de enviar cerca de dez mensagens de texto, rapidamente colocou o celular de volta no bolso da calça…
O celular de Lucca não parava de tocar.
Ele estava em outro lugar, investigando até que ponto eles conseguiram contornar sua segurança e as maneiras pelas quais poderiam repará-la. No entanto, quando pegou o celular e começou a checar as notificações, sua testa começou a se distorcer mais e mais até o ponto em que já era bastante doloroso. Até sua pele estava tingida de vermelho. Desligou o celular e correu direto para Vincenzo. E começou a falar em italiano:
— Temos mais problemas.
— O que aconteceu?
Vincenzo, quem ouvia tudo com muita atenção, distorceu sua expressão tanto quanto Lucca.
— Isaac disse que as condições no hotel não é a melhor. Os caras que estavam em guarda também foram golpeados.
— Do que você está falando?!
— Isaac está assumindo no momento… Mas está errado. Eles os maltrataram muito e aqueles que conseguiram recuperar a memória disseram que a segurança que colocamos no sótão também está perdida. Alguns estão mortos.
— Ha, aquela vadia de merda.
Uma palavra que nunca havia sido, usado saiu da boca de Vincenzo. Sua imagem era completamente diferente do que tinham visto na mansão, então isso inevitavelmente o deixou bastante desconfortável.
Foi horrível carregar Benjamin enquanto ele chorava e depois ter que deixá-lo com o pai porque mal conseguia respirar. Além de se sentir completamente desamparado e triste, tanto o peito quanto a cabeça doem como se fossem explodir… Era possível que seu oponente estava planejando e observando cuidadosamente desde o início. Esperando o momento certo para atacar. Houve algo que deixou passar. Mas o quê? Como? Quando caralho?
— Vovô, tenho algo a dizer.
Noah, que protegeu o vídeo CCTV enquanto baixava outros dados, tardiamente se aproximou de Vincenzo… Seu rosto, que geralmente é pálido, agora estava muito mais. Dezenas de vezes mais pálido!
— O quê? Você encontrou algo?
Vincenzo estava com muita pressa para chegar ao hotel, mas ainda assim parou e olhou para ele por tempo suficiente para ver a maneira como Noah mordia o lábio.
— Eu não te disse uma coisa… É que, se Félix dissesse ao vovô, você iria cancelar a viagem em família e…
— Félix? Pare de falar como um idiota e me diga as coisa adequandamente!
Vincenzo bateu na cabeça de Noah porque ele não falava direito, e também porque sacudia os ombros como se estivesse morrendo de frio. Só então Noah arregalou os olhos e, sem fôlego e rapidamente cuspiu cada uma de suas palavras, e lhe contou absolutamente tudo. Que Félix havia dito que queria enfrentá-lo e que não tinha medo de ir com ele.
— Eu não sabia que isso aconteceria.
A voz de Noah, que está apertando os punhos com força, gradualmente perde sua energia e chega a um ponto em que se quebra. Estava chorando, escandaloso e muito honestamente. Assim como Benjamin e como se realmente estivesse muito assustado e arrependido de tudo.
Vincenzo apenas o olhou fixamente e então agarrou seu ombro para confortá-lo por um momento. Parecia que havia perdido seu palavras e ao mesmo tempo, realmente queria chutá-lo…
Noah deu de ombros e fungou o nariz, ainda chorando. Lucca, que também se emocionou com ele, o abraçou.
— Ah. Não me toque. Você cheira mal.
—… Sinto muito.
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Tony está olhando para Isaac como se não soubesse mais o que fazer para confortá-lo. Os olhos de Isaac não piscam. Não. Até parecia que havia esquecido a maneira correta de respirar.
Agora, não tinham mais escolha a não ser dizer a ele que quem havia sequestrado seu marido era possivelmente Theron William. Theron, o pai de Félix. O primeiro nome que Vincenzo soltou quando chegou em San Diego e todos conversaram juntos na biblioteca. Desta vez estava bastante curioso sobre isso porque, quando mencionou seu nome, o rosto de Félix mudou para algo verdadeiramente assustador.
Quando viu Noah, correndo na direção de algum lugar com uma pilha de papéis nas mãos, imediatamente o abordou e falou com ele até quehe falou que Theron era o pai de seu primo…
A relação entre pai e filho era muito ruim. Com base no que pôde ouvir no jogo da verdade, Félix estava muito triste em falar sobre ele e até pareceu realmente perturbado ao se lembrar dele. Depois disso, tentou ser o mais empático possível e o consolou dizendo que eram iguais. Que o entendia perfeitamente porque seu pai e o dele foram os piores, e isso era verdade… Mas não sabia que eles realmente se pareciam em tudo! Quis dizer, havia sido filho da puta o suficiente para sequestrá-lo em uma viagem familiar. Além disso, atacaram o hotel e aniquilaram a maioria dos guardas. Que tipo de humano repugnante ele era? Era uma pessoa relacionada à máfia? Noah havia lhe dito antes, Félix era o melhor Alfa, um realmente dominante, forte e habilidoso então que truque usou para levá-lo com ele?
Isaac suspirou com força, e começou a empacotar tudo o que foi possível enquanto, ainda agarrado ao seu bebê, que parecia suficientemente cansado de tanto chorar para fazer outra coisa. Então tiraram todo mundo de lá e começaram a executar uma espécie de “Plano de Fuga”. Vincenzo e Noah, Jéssica também…
Estavam com pressa para sair da Disneylândia o mais rápido possível, então quando se dirigiram para o carro e…
BOM! BOM! BOM!
Logo veio as explosões sobre suas cabeças… Todos pareciam tão honestamente confusos que pararam de caminhar.
Os fogos de artifício enchem o céu, um após o outro. Afinal, a queima de fogos é o destaque das noites da Disneylândia. Benjamin, que estava em seus braços, de repente levantou a cabeça e disse algo semelhante a um “uau”. Acima deles, uma chama colorida irrompeu mais uma vez, trazendo uma névoa escura que abalou completamente a terra…
Foi um show espetacular de fogos de artifício que coloriu a escuridão. Mesmo quando Benjamin tapava suas orelhas com as duas mãos, levantava o queixo e arregalava a boca e os olhos, como se estivesse possuído pela beleza deslumbrante que brilha como se fosse só para ele. Não apenas o garoto, mas também os adultos estavam assistindo. Vincenzo, Noah todos olharam para o céu sem tentar entrar no carro. No entanto, Isaac logo se forçou a entrar no Rolls Royce e estendeu a mão para que sua mãe fizesse o mesmo.
Ao contrário da jornada de ida, o assento de Félix estava vazio agora… E parece excepcionalmente espaçoso também. Isaac o olhou por um momento e logo observou pela janela: Os fogos de artifício riscando o céu em formas coloridas duraram muito tempo, embora o carro tivesse começado a se mover…
— Félix…
Isaac, ainda olhando para o céu, chamou seu nome algumas vezes. Era um nome que o fazia se sentir bem quando o dizia, então o repetia sem parar. Todo o tempo…
“Félix…” os fogos de artifício fazem com que tudo se ilumina. “Você está vendo?” O som é tão forte que sacode toda a cidade então… “Você está ouvindo? Está vendo… Aquela chama preciosa que preenche todas as partes do céu? Se é assim, se você pode ver e ouvir o mesmo que eu, se está vivo, isso é o suficiente para mim. Vou ficar bem enquanto você estiver bem”.
“Eu prometo a você, não importa onde esteja ou em que parte ou quem quer que esteja com você neste momento…”.
“….Eu irei por você”.
N/T: Um minuto de silêncio pfvr… Estou em prantos…. Félixxxx… Ahhhhhh cadê você???? 😭😭😭
Era tarde.
Isaac deixou a Disneylândia com Benjamin e com sua mãe e procuraram um lugar onde pudessem parar e descansar. Depois de tudo, o lugar onde estavam ficando era uma bagunça e não podia deixar que ficassem ali. Cercado por cadáveres, sangue, feromônios Alfas e coisas quebradas.
Então, ao contrário de Vincenzo e Noah, que planejaram ficar ali um pouco mais para solucionar o máximo possível, Isaac estava no carro. Olhando seu bebê chupar seu dedo e sua mãe fechar os olhos como se quisesse um momento para pensar…
Desta vez, Tony cuidou de tudo, encontrando um hotel que não fosse muito longe. Era uma suíte com dois quartos separados, um para ele e outro onde sua mãe e o filho poderiam dormir. Também conseguiram uma pequena escolta… No entanto, Isaac não consegue relaxar nem mesmo estando ali. A partir do momento que Noah começou a reunir informações para localizar Félix, sabia que tinha que se alistar para lutar uma guerra difícil. Não, provavelmente desde antes. Quando entrou no banheiro e descobriu que o chão tinha muitas manchas vermelhas e uma mensagem estranha na parede.
Depois de conversar com Tony, Isaac se encarregou completamente de Benjamin. É muito tarde, muito mais do que a hora que normalmente vai para a cama, mas Benjamin ainda está mais do que acordado e também está muito mais alterado do que de costume. Pensou que dormiria a noite toda porque havia vagado por todas as partes da Disneylândia durante o dia, mas parecia difícil para o menino conseguir fechar os olhos. Por causa do que aconteceu com Félix, se agarrava a ele enquanto chorava e gritava.
— Onde está o papai? Onde está o papai?
Isaac engole as lágrimas, veste o pijama e deita-se na cama para tentar fazê-lo dormir. Como sempre, faz uma cara sorridente, diz que o ama muito, que seu pai estará ali a qualquer momento e lhe dá um beijo de boa noite para depois sair do quarto e deixar o caminho totalmente livre para sua mãe, que o olha como se quisesse abraçá-lo com força e começar a confortá-lo…
— Tony, tenho uma coisa para te pedir, tudo bem?
Isaac, parado na porta do quarto e completamente fechado em seus pensamentos, deu a Tony um olhar completamente estranho enquanto esperava em silêncio bem em sua frente.
O pedido que tinha era simples: Queria ir aonde estava Vincenzo para começar a ajudar no caso do seu marido. No entanto, antes de ter uma resposta, Isaac já estava se preparando e logo começou rápida caminhada até a recepção do hotel. O corredor acarpetado engoliu até mesmo os passos mais fortes de Isaac e fez cada pequeno eco desaparecer até que não houvesse mais nada…
Enquanto caminhava pelo corredor, Isaac cerrou os punhos e logo parou de se mover. De repente, as palmas das suas mãos estão úmidas de suor e seu coração parecia que poderia escapar pela sua garganta. Isaac, que suspirou brevemente, esfregou os dedos na calça jeans e fechou os olhos para tentar se acalmar. Estava nervoso e bastante assustado. Agora já que havia parado de segurar o filho ou de sorrir para sua mãe, sentia o mesmo como se fosse morrer. “Deus, o que é que tenho que fazer quando me sinto tão mal em um momento em que deveria estar calmo?”
Isaac cobriu a boca uma última vez, moveu-se rapidamente e pegou o elevador para ir imediatamente para a porta da principal.
Quando saiu, a brisa do outono de repente espalhou seu cabelo. O sul tem um clima desértico e o sol parece estar sempre alto, então dificilmente chove. No entanto, podia perceber totalmente a diferença entre o dia e a noite. Fazia frio…
Pensando em coisas novas e perigosas, Isaac esfregou os braços expostos sob as mangas curtas e caminhou diretamente para o sedã que esperava na frente do estacionamento do hotel. Tony estava ali, quase correndo atrás dele enquanto gritava que não podia ir sozinho… Mas Isaac entrou, trancou todas as portas e gritou para ele ficar e cuidar de Benjamin e de sua mãe.
Enquanto o sedan se movia suavemente na escuridão, ele começou a chorar… Embora tenha sido um acidente.
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Na lateral do hotel não havia policiais ou algum tipo de movimento estranho até então, graças a isso, o ambiente não estava todo lotado… Embora o ar ainda estivesse terrivelmente pesado.
Seus ombros estavam quase completamente comprimidos enquanto caminhava pelos corredores do hotel. Embora agora, ao contrário da primeira vez, o cheiro de pólvora flutuando no ar e o cheiro de sangue tenham se intensificado consideravelmente. O ar condicionado estava soprando forte o suficiente para sentir frio, mas cheirava. Era um perfume que tornava os sentimentos desconfortáveis ao se tornarem ainda mais fortes. Um cheiro familiar e desagradável.
Quando Isaac chegou à porta, percebeu que todas as vítimas de ferimentos foram eliminados e resolvidos até certo ponto. Logo, sem nem perceber os subordinados que ainda estavam arrumando o quarto, se aproximou do local onde estavam Vincenzo e Noah. Eles estavam sentados na sala de estar, trocando alguns papéis estranhos com Lucca… Assim como no banheiro, os homens têm rostos duros e terríveis, no entanto, quando o vêem chegar, se levantam e abrem seus olhos como se estivessem tentando encontrar as palavras certas para se dirigir a ele.
Foi Vincenzo quem começou a conversa.
— Você está aqui. Como está Benjamin?
Isaac se aproximou dele, mas somente porque parecia preocupado.
— Um pouco ansioso, mas está tudo bem. Minha mãe vai assumir.
— Não tenho rosto para vê-la depois do que a fiz passar.
— Ela é forte.
Em resposta à oração muito clara de Isaac, Vincenzo suspirou brevemente, balançou a cabeça e ficou em silêncio novamente. Como se tivesse um enorme nó na garganta que subiu para um terrível cinza escuro.
— Já teve algum contato com Theron?
Logo se sentou em silêncio e olhou em volta até chegar a Noah. Os olhos firmes que o encaram são terrivelmente negros. Tão manchado que era impossível conhecer o seu interior.
Noah mostrou a ele seu laptop:
— Não parece estar por perto, então agora estamos esperando que entre em contato conosco. Esperamos que o faça em breve.
Ao contrário dos outros funcionários de Vincenzo, Noah não parecia ter nenhum tipo de energia ou força sobre ele. Estava aborrecido, os ombros caídos e manchas vermelhas profundas sob os olhos e na ponta do nariz. Isaac acenou com a cabeça silenciosamente, observando o homem fungar seu nariz como se ainda estivesse pingando, embora estivesse realmente seco…
Houve silêncio entre eles por um longo momento, mas, de alguma forma, Lucca estava completamente imovel e fechado. Como um molusco. Ninguém podia falar facilmente, apenas se sentam. Ouvindo o ponteiro dos segundos do relógio se movendo ruidosamente.
‘Tik, Tak, Tik, Tak’
Então, o celular de Vincenzo vibrou como se de repente lhe enviassem muitas mensagens ou notificações de algo importante e, imediatamente depois, todos voltaram a ficar de pé e atentos… Havia tensão no quarto quando Vincenzo atendeu o telefone sem hesitar. Noah pegou seu tablet e começou a digitar até conseguir abrir o programa de rastreamento. Seus olhos verde-oliva brilhavam como antes havia visto brilhar os de Félix: um predador com sua presa na frente…
— Alô?
Vincenzo colocou o telefone no ouvido, deu início à conversa.
— Muito tempo sem ouvir sua voz, Senhor Prixel.
Ele abaixou as costas e estreitou os olhos, como se tentasse ouvir sua voz com mais detalhes… A mão de Vincenzo, colocada sobre a mesa, se curvou e fechou até formar um punhos enquanto Isaac apenas se inclinava, tentando ouvir o som que vinha do alto falante.
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Félix estava olhando para o homem que se encontrava sentado em sua frente…
Os dois estavam em uma limusine com estrutura semelhante ao Rolls Royce em que foram todos levados para a Disneylândia.
Enquanto tentava analisar tudo o que estava acontecendo, Félix moveu lentamente as mãos amarradas e descobriu que também haviam amarrado seus pés.
Droga, antes de entrar no carro só perdeu a consciência por um momento, talvez um minuto! E agora estava completamente perdido e foi carregado como um saco… Quanto tempo realmente havia se passado? Foi por causa da droga que o injetaram? Quando o confrontou, antes mesmo de cortar o braço, por acaso disse algo como: “Tragam o remédio”, “Injetem o remédio”. Era um inibidor de feromônios cem vezes mais forte do que os que ele havia usado antes para acalmar seu cio, então poderia dizer que era mais uma arma. Não importa o quanto tentasse, não poderia usar seus feromônios para lutar!
Pouco depois de se dar conta daquele fato absurdo, Félix percebeu que tudo estava ficando terrivelmente escuro e quando abriu os olhos novamente… Teve essa situação de estar sentando na limusine em frente ao mandante do ataque. “Ah! Caralho. Até parece que um caminhão passou por cima…”.
— Está acordado agora?
Quando o homem que tinha toda sua atenção na janela sentiu o olhar penetrante de Félix, imediatamente revirou os olhos e o encarou completamente. Eram olhos castanhos, pupilas como pedras que não refletiam a menor emoção. Um rosto tão monótono que o deixou deprimido só de olhar…
Parecia ter uns 20 anos agora. A última vez que o enfrentou foi há quase 10 anos, então colocar essa idade nele é a coisa mais lógica a se fazer. No entanto, a aparência do garoto que conheceu naquela época e sua aparência de agora eram absolutamente diferentes. Como pode mudar tanto? Acho que definitivamente não é normal.
(N/T: Estou tão confusa quando vcs sobre esse negócio garoto de 20 anos?? Só traduzi o que estava no espanhol hehe)
— Então…
— Deus, olhe para o seu maldito rosto. Tem toda a fachada de um empresário de meia-idade falido que acabou de descobrir que sua esposa está grávida… E que ele não é o pai.
A primeira palavra de Félix, que estava olhando para o homem, foi uma frase estúpida que realmente tinha um ponto. Parecia um homenzinho muito triste que estava entrando em um estágio muito pior.
— É o rosto de um homem que não tem mais nada.
Não houve resposta enquanto se acomodava um pouco melhor, os braços cruzados contra o peito e a boca em uma curva que expressava zombaria completa e absoluta.
— Então você precisa de mais doses hein? Já que você parece tão ativo a ponto de dizer tantas bobagens…
— Não sabia antes, mas agora que te vejo… Você se parece exatamente com sua mãe. Talvez, você seja realmente igual a Vincenzo.
O garoto, que ainda olhava para Félix com curiosidade, confessou seus pensamentos em voz baixa demais. Era um tom tão abafado quanto sua expressão. Soava entediante.
— Não me importo com o que você diz e não me importo se pareço minha mãe ou não… Apenas me diga o que você quer. Vamos conversar rápido e terminar rápido também.
Tentou se lembrar do que tinha acontecido enquanto estava na Disneylândia.
“Fui comprar café… Não, antes fui ao banheiro. Enquanto estava secando as mãos em uma toalha de papel, um Ômega magro entrou e… Se jogou em meus braços”.
Literalmente caiu sobre ele e o abraçou como se fossem amantes de toda uma vida. Foi nesse momento que Félix o segurou involuntariamente também.
Jack e Kevin, que o seguiram, correram e tiraram o estranho Ômega de cima dele.
— Oh, sinto muito. Foi um acidente.
O Ômega se desculpou por cair contra ele, e Jack respondeu fazendo uma cara ruim. Não havia escutado realmente bem, mas tinha certeza que a voz mal-humorada era ameaçadora o suficiente para assustar qualquer um.
— Pare, estou bem. Não aconteceu nada.
Félix ordenou a Jack que o deixasse em paz… Começou a notar um pouco mais no Ômega que tinha um ambiente e físico completamente diferente do que Isaac tinha. O olhou como se ele fosse uma criatura incrível: Tinha uma aparência bonita e um físico esguio e brilhante, lindo onde quer que olhasse.
Seu marido tinha um físico sólido e altura considerável, então parecia que havia esquecido por um momento como eram os outros Ômegas até que estivesse um bem ali em sua frente. Mesmo que Noah também fosse magro e bonito. Ele gostou, e isso era completamente ilógico porque nunca gostou de ninguém em quatro anos, quando de repente teve um ciclo de calor complicado e dormiu com um Ômega. Ah… Isaac era fabuloso. Ele o havia preenchido tanto com seu perfume que estava sempre procurando por ele, sempre teve sede dele… Sabia que era o seu destino desde o primeiro beijo que compartilharam, então, como é que outro homem o estava encantando tanto? Como é que queria tanto devorá-lo…?
Devorá-lo…?
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[Ada: se vocês soubesse o tanto que estou puta de raiva traduzindo essa parte, Félix vai tomar no cu tu caiu do meu conceito.]
[Yuri: Calma amiga, tudo passa, tudo passa… E meu pano tá sendo passado agora…kkk]
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Certo, Isaac queria um café.
Félix logo começou a piscar e virou a cabeça.
“Oh, meu Deus. Isaac ainda estava lá fora, não está? Estava esperando por ele junto com seu filho, então… O que estava fazendo em primeiro lugar?”
Tentou sair correndo, mas não conseguiu dar alguns passos. Sua cabeça latejava como se tivesse um gongo dentro.
Naquele momento sentiu… O mau pressentimento que teve era por um ômega? É uma piada?
— Jack!
Félix gritou e se aproximou deles para tentar avisá-los de que algo estava errado com ele, mas seu corpo, que antes parecia completamente fresco, agora estava pesado como uma bola de concreto. A dor de cabeça começou a piorar e piorar até que seus olhos ficaram desfocados… Estava surdo, mudo e era difícil se concentrar em uma única coisa sem sentir que ia explodir, então inconscientemente estendeu a mão.
Então, Tak, alguém agarrou sua mão com força e cortou sua pele como se procurasse algo importante lá dentro. Félix ergueu os olhos, mas não disse nada. Ao contrário do físico esguio, era uma ótima pegada…
— Uau, você é o melhor Alfa do mundo, não é mesmo? Nem todo mundo pode tomar uma dose dessas sem cair.
Félix, que sacudiu seu braço o mais forte que pôde, percebeu que Jack e Kevin estavam desaparecendo na sua frente como se alguém os estivesse levando para longe… Não apenas eles estavam saindo, mas o banheiro em si parecia terrivelmente vazio e branco.
Não tinha reparado antes mas, na entrada do banheiro, logo à direita, há uma porta estranha com a palavra “limpeza” escrita nela e a partir daí vários homens vestidos de zeladores começam a sair da mesma como se já tivessem ensaiado com antecipação…
Queria dizer algo, mas uma respiração diferente encheu seu queixo e interferiu em suas palavras. Alguns dentes morderam seus lábios…
O que estava acontecendo e por que nunca havia experimentado isso em sua vida?
A atmosfera era muito desagradável e se sentia… Apenas sentia que não era ele mesmo… Por exemplo, em outras ocasiões o teria empurrado e batido a sua cabeça contra o vaso sanitário até que o quebrasse, mas agora se pergunta por que estava tão indefeso.
— Ohhh. Meu lindo Alfa… Eu quero que você me siga em silêncio, de acordo? Não se aborreça e tudo terminará antes que você perceba.
É difícil chegar ao outro lado segurando um homem mais alto e maior do que ele, movendo-se de um lado para o outro como se estivesse derretendo… Então ele pede ajuda. Félix, por sua vez, tentava se livrar daquelas mãos desagradáveis que pareciam ter se enraizado completamente em seus dedos, mas está tão descoordenado que parece nem sequer saber onde estão e o que estavam fazendo… O Ômega colocou as unhas sob a pele do seu braço porque o dispositivo que trouxe não deixava de dizer que tinha um GPS justo naquela região…
— O que você quer?
Quando o homem perguntou, o Ômega apenas deu de ombros.
— Nós vamos sair daqui para conversar lá fora. Dei a vocês um inibidor muito forte, então não seria conveniente para ninguém se de repente perdessem completamente a cabeça. Se isso acontecesse, eu teria que lhes dar mais doses… E seria muito perigoso tomar tantos produtos químicos querido, entendeu?
— Algo como isso-…
“Merda, o que estava errado? Quando foi que você injetou!?”
No momento em que esbarrou nele e o segurou em seus braços, houve uma sensação de formigamento dentro de sua palma… No entanto, em vez de dor ou algum outro sinal de alerta, houve gritos de Jack dizendo que era melhor que saísse de lá se não quisesse problemas.
Félix olhou para seu pulso e piscou, tentando focar em algo, embora seus olhos estivessem completamente turvos e quase escuros… Em sua mão, bem onde estavam os formigamentos, havia algumas marcas bastante estranhas. Não que tivesse inserido uma agulha, parecia mais um pequeno botão. Um dispositivo que administrava drogas simplesmente pressionando-o.
— Olha, vou te dizer pelo qual te convém parar de lutar. Você tem o seu Ômega, seu filho, seu avô e seu primo, tudo dentro do parque. Não importa que seja um parque temático tão protegido quanto este, certo? Você viu… Porque eu já alcancei esse nível e ninguém me parou. Então, o que você acha que vai acontecer com eles? Você pensa que não estou em todo lugar? Que não posso dizer ‘faça’ e fazer voar a cabeça do seu bebê?
Era uma ameaça bastante óbvia, a intimidação normal de que sua família se machucasse se não ficasse calmo… Félix tentou, mas não pôde evitar rir. Bem, sua família tinha guardas e, mais importante do que isso, ele tinha Isaac. Como poderia levá-lo a sério quando o homem com quem se casou tinha uma arma no bolso da calça? Foi hilário imaginá-lo batendo em alguém como seu parceiro.
O Ômega empurrou sua cabeça para baixo.
— Eu acho que você pensa que minhas palavras são engraçadas, mas não são uma ameaça vazia.
Sua voz ficou cada vez mais alta enquanto a visão de Félix ficava consideravelmente mais embaçada. Ao mesmo tempo, sentia-se sendo empurrado para trás e depois levantando as pernas como uma criança pequena… Obviamente pensou que poderia chutá-lo e então, se fosse jogado, rastejaria ou encontraria um jeito de correr para pedir ajuda. Claro, era impossível. E seus pensamentos permaneceram apenas sendo isto…
Então os homens que o seguravam viram uma pequena máquina em forma de botão sob seus sapatos. Ele também tinha um GPS lá, talvez houvesse mais em suas roupas.
— Jogue isso fora! Vamos ver o resto.
Quando o Ômega ordenou, com aquela voz absolutamente contundente, o botão foi retirado e jogado fora sem esperar mais um momento…
Félix olhou pelo espelho do banheiro, mas ainda não entendia o que estava fazendo. O que ele tinha no sapato? O que estava em seu braço?
Teria sido bom não ser movido por suposições puras e ouvir as palavras de Isaac sobre irmos juntos depois que o desfile acabasse.
Deveria ter mandado apenas Jack, deveria ter agido de forma diferente, deveria ter deixado para trás aquela ideia de ir atrás de Theron, deveria ter agarrado Benjamin e dito que não iria a lugar nenhum. Deveria ter dito a eles que os amava mais uma vez. Mais um momento…
Devia ter…
Félix suspirou e… Essa foi a última coisa que fez. Suas pálpebras não suportavam mais o peso e acabou sendo absorvido por aquela escuridão que parecia uma cortina.
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(N/T Yuri: Sempre passei pano pro Félix, viu só? Meu Alfa não erra em vão. O bichinho foi drogado, por isso “desejou” outro Ômega que não fosse o dele… Viu só Ada? Perdoa ele tá. Ele não teve culpa. 😔)
— Não disse que o teria “Comendo na palma da sua mão” quando o trouxesse?
— Bem… É um Alfa complicado. A droga não funcionou muito nele.
Com as costas apoiadas no assento, Félix está com a cabeça erguida e os olhos quase completamente fechados. No entanto, suas pupilas estão se mexendo, como se procurasse algo importante nisso tudo… O olhar castanho à sua frente é completamente irritante. Olhando-o assim, tão perto, não havia canto que realmente parecesse ser de seu pai biológico. Mas era. Theron e ele tinham o mesmo sangue dentro de seus corpos, embora a aparência, personalidade, atmosfera e olhos não fossem nada semelhantes. Em primeiro lugar, tudo em Félix era herança materna e, como cresceu sob o teto de Vincenzo desde os dois anos de idade, seu comportamento, voz e expressão facial eram idênticos aos seus. Ele se tornou semelhante a um verdadeiro Prixel. Em vez disso, Theron é um completo estranho. “Caralho. Preferia morrer antes de ser arrastado assim por ele!”
Pensando nisso, Félix balançou a cabeça até que estivesse colada na janela do carro. Era diferente do primeiro, então quanto tempo havia se passado? Estava bastante escuro, então parece que adormeceu por um longo tempo… Certamente já devem ter descoberto o desastre do banheiro e agora estão investigando cada parte do hotel. Ah, possivelmente Vincenzo está com raiva, Noah está chorando como um louco e Isaac…
— Isaac deve estar muito preocupado comigo…
Foi quando falou inconscientemente que Theron olhou para ele.
— Isaac?
Theron ficou curioso e confuso ao ponto de que havia se inclinado um pouco mais contra ele… Mas logo, se lembrou do que estava no relatório.
— Ah, você se refere ao seu companheiro? Não me admira que a droga não funcionou bem! Você está enlaçado, certo? Que bobo. Não havia pensado nisso, porque não pensei que fosse possível vindo de você, mas olha para você. enlaçado com uma pequena cadela Ômega! Tão formal.
Um ar denso encheu o interior do carro, era uma raiva impressionante que subia de todas as partes de sua pele até se misturar completamente com o cheiro do aromatizante… No entanto, como se isso não parecesse surpreendente, Theron apenas se sentou mais casualmente. Desafiando Félix, que encolheu os ombros em frustração.
— De qualquer forma. Não importa se você tem um parceiro ou um filho ou uma bela casa feliz… O que eu quero é mais importante.
Esse homem, igual ao Ômega que está ao seu lado, parece um completo e total desastre. Ele cria uma atmosfera que diz “Não me importo com nada além do que quero fazer.” Assim que, quanto mais o olha, mais difícil é para pensar que se trata de um chefe da máfia. É mais fácil acreditar, e imaginar que é dono de uma mercearia.
— Que porra você quer?
Então, cruzando uma perna, Theron colocou as mãos nos joelhos e olhou para o rosto zangado que tinha apenas para ele… E sorriu:
— Hum… Vejo que também é de atitude desesperada, hein? É muito para processar e na verdade estamos apenas começando. Não é bom ir correndo.
— Acredite, é melhor se desfazer das coisas sujas rapidamente.
— Se é assim, suponho que seja algo que não pode ser evitado. — Theron, que não piscou nenhuma vez, mesmo depois de ouvir palavras tão fortes. Abriu os lábios novamente: — Há duas coisas que eu quero.
— Você me vê como uma loja de roupas? Eu não faço promoções, apenas uma coisa.
— Duas coisas.
Theron fingiu não ter ouvido e continuou com sua oração, ele tinha uma cara de pôquer impressionante que até parecia pior que a de Isaac. No entanto, embora seu Ômega não soubesse como expressar o que sentia corretamente, seu semblante estava repleto de pensamentos e emoções intensos e belos. Theron, por outro lado, é literalmente uma máquina sem nada dentro dele.
— A primeira é uma lista. Uma que, curiosamente, está nas mãos do seu avô.
—… Lista?
— Sim. Você verá, é uma lista antiga e não tenho certeza se será útil ou não, mas sei que existe. E definitivamente irei precisar.
A diferença de Félix, que estava perplexo com a existência de tal coisa, Theron parecia convencido de que era real e, mais importante ainda, que era muito importante. Uma lista… De jeito nenhum. Vincenzo tinha segredos dele? Que traidor!
Félix, que estava organizando rapidamente seus pensamentos e memórias… Não conseguia encontrar nada. Não havia nem mesmo a possibilidade de que estivesse lá, enterrado em algum lugar de seu cérebro.
Algo que Vincenzo não lhe disse, mas Theron conhecia… Interessante.
— Para explicar melhor, aparentemente tem alguns nomes importantes. É valioso, então pensei que Vincenzo ficaria com tanto medo de perdê-lo que também o levaria para o hotel… Veja, eu não tive nenhum sucesso. Ou seja, deveria estar ao alcance, certo? Mas não havia nada.
— Você entrou no hotel?
— Não foi difícil.
— Não foi difícil? Maldito idiota, o que você fez?
Já havia pensado que era louco o suficiente para segui-lo até o banheiro de um centro turístico… Mas o hotel? Obviamente, foi uma proclamação de guerra.
— Eu gosto que saibam da minha presença.
Félix soltou uma risada absolutamente amarga de seu comentário estúpido, e ele tinha certeza de que este homem era terrivelmente determinado e teimoso. Bem, senão ele não teria deixado a Itália e viajado por horas para a Califórnia apenas para sequestrá-lo dentro da Disney. E dizer que ele era quem estava com a atitude desesperada? Por favor!
— Olha, entendo que é importante, mas as coisas definitivamente teriam funcionado mais rápido se você tivesse agido de forma diferente e não como um novato.
— Eu faço as coisas do jeito que eu quero.
— Sim, eu também… É que pensei que apreciava um pouco mais sua vida patética ao se atrever a agir assim.
“É encantador que diga isso quando a única vida que vai se perder é a sua”.
— Deus, que medo! Agora estou com muito medo, o que será de mim? — Félix se encostou no encosto do assento para poder ver melhor os seus olhos.— Eu quero que você tente, minha pequena raposa.
— Félix, eu me pergunto por quanto tempo você pode continuar com essa atitude atrevida.
— Eu nasci assim, e acho que vou continuar agindo assim até morrer. Desculpe, quis dizer até você me matar. Eu já tinha esquecido disso.
— Você não viu o que meu Ômega pode fazer? Seus feromônios, a maior arma que vocês tiverem, se tornarão inúteis. Olhe para você! Até suas extremidades estão amarrados. O que você realmente tem contra mim agora? Você deveria estar implorando em vez de ameaçar o ar.
— Não tenho medo de me perder… — E realmente não estava assustado com nada que pudessem fazer contra ele. Disse que haviam suprimido seus feromônios e amarraram suas mãos, mas o que isso realmente importava? Pode dizer honestamente que já passou por coisas mais aterrorizantes do que isso, e nenhuma o teria como personagem principal. — Existem homens piores do que eu… Existem pessoas mais valiosas do que eu. É só que você é estúpido e não percebeu isso.
— O quê? Me parece que você tem muita fé naquele velho…
Uma voz infinitamente poderosa soou do fundo de sua garganta. Suas pupilas azuis estão agora muito mais coloridas do que antes, como o mar profundo. Theron franziu a testa para a aura que emanava do corpo de seu filho. Não era o que esperava de uma pessoa amarrada e, na verdade, foi a primeira mudança verdadeira em sua expressão desde que acordou: — Na verdade, há alguém mais assustador do que meu avô. Se me tocar, você morrerá. Se eu morrer, você também morrerá. Na verdade, você já está morto só de fazer aquele ataque estranho no banheiro.
A voz lenta e ameaçadora de Félix encheu o interior do carro de tal forma que Theron ficou em silêncio e manteve a boca completamente fechada. Na verdade, estava muito curioso sobre “Se você me tocar, você morrerá”.
Uma pessoa mais forte do que Vincenzo?
Félix, que o olhou de perto, sorriu de repente:
— Você verá o inferno em breve.
Que divertido.
— Pois que assim seja.
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Continua»»»