Algo está errado sobre como sou tratado em outro mundo - Capítulo 22.2
Capítulo 22-2
Para onde devemos ir a seguir?
“—O-ra, não é Felix-sama?”
“Jovem mestre Felix! Eu não esperava te ver aqui!”
Assim que estávamos saindo da loja, o nome de Felix foi chamado. Quando me virei, notei duas pessoas de meia-idade, vestidas de criados, passando pela padaria ao lado e parecendo surpresas ao ver Felix. Ambos eram muito baixos, mal alcançavam minha cintura.
Poderiam ser meio-elfos?
Quando me virei para Felix, ele também olhou surpreso e respondeu: “Que coincidência.”
“Jovem mestre Felix, espero que você esteja bem.”
“Já faz um tempo, vocês dois. Eu estava apenas mostrando o mais novo membro dos Cavaleiros de Asas Negras pela cidade. Takumi, eles são servos da família dos meus pais…”
Abaixei a cabeça e me apresentei aos dois, dizendo que estava em dívida com Felix. Eles responderam curvando-se mais profundamente do que eu e depois se apresentando. Aparentemente, ambos estavam servindo a família de Felix, os Alpharettas, desde muito antes de Felix nascer.
“Felix-sama! Talvez você tenha finalmente decidido voltar para a casa do Conde—”
“Os dois. Sinto muito, mas, por favor, parem de falar sobre isso.”
Felix, num raro momento de severidade, cortou-os. Fiquei surpreso com a resposta dele. Foi a primeira vez que vi Felix interrompendo alguém no meio de uma conversa.
“M-Mas, Felix-sama, a condição do Conde está piorando a cada dia. Felix-sama, por que você não volta para casa?”
“Estou…”
Ambos olharam para Felix, lágrimas em seus olhos e um tom suplicante nas vozes. A expressão de seus criados confundiu até Felix, que tinha uma expressão severa no rosto. Ele parecia estar sem palavras, algo incomum para ele. Parei por um momento antes de olhar para Felix e balançar a cabeça para tranquilizá-lo.
“Felix,” eu disse, “Eu estarei esperando por você logo ali, então por que você não vai e bate um papo?”
“…Tem certeza? Então me dê 10 minutos. Vou acabar em pouco tempo.”
“Ah, eu não me importo. Vou dar uma olhada na loja ao lado, então não se preocupe.”
Embora eu esteja curioso sobre a história entre os dois e Felix… mas eu provavelmente não deveria ouvir a conversa deles neste momento. Se o Felix estiver disposto a falar comigo, eu estou disposto a conversar. Tenho certeza que ele vai me dizer exatamente o que precisar então.
Eu logo disse aos dois criados, que pareciam ansiosos: “Não se preocupem comigo, vão em frente”, e dirigi-me para o hortifruti ao lado da padaria. Depois que saí, vislumbrei, pelo canto do olho, os três se deslocando para a parede do prédio e começando a conversar um com o outro.
Pois bem.
Alguns dos produtos alinhados na frente da banca de frutas eram muito populares no meu mundo anterior, enquanto outros eu não tinha ideia de como descascar. Pensando bem, eu não tinha conseguido comer muitas frutas desde que vim a este mundo.
As frutas rosas ali parecem deliciosas, acho que vou comprar uma pra mim. Ah~ eles também vendem frutas secas. Talvez eu possa comprar algumas frutas secas de presente para Iris! Devo comprar alguns para experimentar?
Então, enquanto pensava se deveria convocar o lojista, notei um homem alto e de cabelos prateados. Ele tinha fios longos e lisos que chegavam às suas costas, e eu não podia deixar de admirar a maneira como fluía na brisa. Ele estava a uma distância segura de mim, percorrendo as barracas de frutas, quando foi esbarrado por um senhor idoso que atravessava a rua contra o fluxo de pedestres.
“Wally, apresse-se.”
“…………”
O senhor mais velho, com o rosto obscurecido pelo chapéu, rapidamente se desculpou por seu erro e continuou a se afastar sem olhar sobre os ombros. O homem de cabelos prateados que foi esbarrado, por outro lado, não reclamou ou acenou para trás, mas simplesmente permaneceu em silêncio.
Porém nenhum desses dois homens pareceu perceber o que aconteceu a seguir. De alguma forma, o impacto da colisão fez com que uma moeda de prata escorregasse do bolso ligeiramente marrom e sujo do homem mais velho e caísse no chão. Ao mesmo tempo, ninguém na rua parecia notar a moeda caída. Era um cenário tão
agitado — e ninguém prestou atenção na moeda.
Não. Se for esse o caso, acho que terei que cientizá-lo!
“Ei— Espere um minuto!” Peguei a moeda que tinha rolado em minha direção e chamei o senhor.
“…!”
No momento em que o chamei, ele se virou e correu feito uma lebre.
Queeeê???? P-Por quê?!?!? Oji-san! A moeda, você deixou cair a moeda!
O homem de cabelos prateados parecia curioso quando o senhor de repente começou a correr. No entanto, com um olhar de realização em seu rosto, ele se pôs a vasculhar os bolsos de sua jaqueta com um olhar de pânico.
Não, você não perdeu nada?!?!?!
Encarei para o rapaz de cabelos prateados. Então, por um breve momento, meu olhar encontrou o dele. Seus olhos eram um azul claro como gelo. Quando combinados com seus cabelos prateados, ele parecia uma bruxa de gelo dos contos de fadas. Seus traços bem alinhados e olhar longo e inteligente davam a impressão de que ele estava um pouco nervoso, mas ainda era um homem adorável e esculpido. Contudo não houve tempo para chamá-lo. Nesse mesmo exato momento, o senhor que deixou cair sua moeda estava se afastando mais de mim.
Que tipo de homem tem tanta força nas pernas nessa idade…! Eu não posso ficar desse jeito! Tenho que ir mais rápido, ou vou perdê-lo antes que eu possa entregar o item perdido a ele!
Comecei a correr apressadamente. Quando parti atrás dele, o homem de cabelos prateados gritou às minhas costas: “Você, espere!” No entanto, não tive tempo de olhar para trás.
Ah, pensando nisso, eu não falei nada para o Felix. Mas, se eu dissesse, perderia esse oji-san… Bem, contanto que eu entregue o item perdido para aquele oji-san e volte logo depois, estarei bem!
Mas… imediatamente me arrependi de colocar os carros na frente dos bois.
Isso é ruim. Eu subestimei totalmente o nível de aptidão das pessoas comuns neste mundo. Não consigo alcançar o oji-san de jeito nenhum!! Não sabia nem que pessoas comuns têm tanta força física!
Certo. Este oji-san é um homem de resistência física inimaginável, apesar de sua aparência. O que é mais desconcertante é que mesmo quando eu grito: “Ei, pare!” atrás do homem enquanto corria, esse oji-san não parava de jeito nenhum! Pelo contrário, ele continua disparado em becos estreitos, como se quisesse me dispersar.
O que diabos está acontecendo agora? Será que há algo tão urgente que ele nem queira parar?
Mas não seria bom se ele olhasse um pouco para trás ou mostrasse sinais de hesitação? Perguntei-me se ele não poderia me ouvir porque estava muito focado em correr. Enquanto eu perseguia o homem, nós dois acabamos em um beco deserto.
Imaginei como este lugar situado nos fundos das ruas principais era chamado, “beco”. Ao contrário da rua principal, que era bem organizada e iluminada, a ruela mal era larga o suficiente para dois adultos andarem lado a lado. Eu podia sentir o peso dos edifícios de concreto me pressionando pelas laterais.
À medida que as pernas do velho diminuíram a velocidade, as minhas também o fizeram. Certo. Havia um muro à nossa frente. Um muro, ou um prédio de concreto, estava bloqueando nosso caminho.
“Huh… parece um beco sem saída,” falei com o homem, sorrindo aliviado pela perseguição de gato e rato finalmente ter terminado.
Agora, tudo o que eu tenho a fazer é devolver esta moeda para o oji-san!
“Você me pegou direitinho, pirralho.”
“O quê? É apenas uma coincidência. Você só teve azar dessa vez.” Me aproximei do velho em frente, um passo de cada vez.
Você só tem azar de ter largado essa moeda, oji-san! Mas acho que você deve colocá-la em sua carteira corretamente da próxima vez! Ainda bem que por acaso notei e consegui alcançá-lo!
Quando minha mente acelerou e eu estava prestes a entregar a moeda — o velho olhou para mim com ódio por algum motivo.
Continua…
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Créditos:
->Tradução: Elly_nsf
->Revisão: di ngelo_
