Uma Proposta Vulgar - Capítulo 00
Prólogo
O quarto estava saturado com o intenso cheiro da paixão. Entre os rangidos da cama, um gemido de impaciência rompeu o silêncio.
— Haa…
Parecia que seu corpo estava sendo dividido ao meio por um pilar de fogo. Mesmo essa não sendo sua primeira vez com Charles, os sentimentos de Inês permaneciam inalterados. Seu corpo já estava encharcado com a essência do homem. Ela sequer conseguia lembrar quantas vezes fizeram isso ou quantos dias haviam se entrelaçado.
Charles, como um homem consumido pelo desejo, manteve Inês em seus braços o dia todo, e até mesmo quando tomavam banho juntos, ele gozava dentro dela como um cachorro no cio. O único momento em que ela podia descansar era durante as refeições.
Assim que aquele instante fugaz passava, Charles se enterrava nela novamente, afastando a encharcando novamente com seu esperma.
— Haa, mm. Ugh…!
A voz de Inês já estava rouca há muito tempo devido aos gemidos involuntários que escapavam de seus lábios.
Sempre que ela ficava muito exausta e deixava sua consciência escapar, a pressão avassaladora que perfurava seu corpo inteiro a forçava a recuperar os sentidos.
— Ine…s… Mm.
Charles repetia incessantemente o nome da mulher debaixo dele enquanto movia os quadris sem piedade. Há quanto tempo aquela voz desesperada ecoava, como se tentasse confirmar que ela ainda estava viva?
O grande e robusto pênis do homem a penetrava profundamente.
— Ugh.
Inês cravou as unhas nas costas de Charles. Deixar marcas em suas costas era o único ato de rebeldia que ela conseguia realizar na cama. Mesmo assim, ele parecia aceitá-las como se fossem marcas de honra.
— Inês… Inês, Inês.
Após terminar, Charles abraçou Inês com força, sem se afastar. Continuou a chamar seu nome, como se temesse que ela pudesse desaparecer.
Inês não conseguia entender. Por que o homem que antes a desprezava, odiava e ignorava agora pronunciava seu nome de forma tão lamentosa? Quase parecia que ele a amava. E, de forma até engraçada…
— Eu te amo, Inês.
O homem até sussurrou que a amava. Mas sua declaração sincera não despertou nenhuma emoção em Inês, cujos sentimentos já haviam secado há muito tempo.
Ela só queria morrer.
Ela queria desaparecer como pó diante dele.
Desejava se dispersar como se nunca tivesse existido neste mundo.
Mas Charles, esse homem não permitiria isso.
‘Por que diabos…’
Por que ele estava fazendo isso agora?
Ela já havia deixado tudo para trás, então por quê?
Mas a pergunta durou pouco.
Charles moveu com urgência os quadris novamente, e o corpo de Inês saltou para cima. Seus dedos dos pés se enrolaram instintivamente com o movimento implacável. O mundo brilhou diante de seus olhos.
— Haa…!
Um gemido, fiel aos seus instintos, escapou dos lábios de Inês. Só então a expressão do homem se suavizou, como se estivesse satisfeito. Sentindo o hálito de Charles contra seu ouvido, Inês fechou os olhos.
Com a escuridão, vieram memórias de muito tempo atrás.
Quando foi abandonada pelo noivo, o dia em que se tornou de Charles. A ponta do pênis pressionou novamente a entrada úmida, como se quisesse tirá-la do seu devaneio.
O corpo de Inês estremeceu silenciosamente mais uma vez.
Continua…
Tradução: Elisa Erzet