Uma noite só para dois. - Capítulo 26
Naito bêbado foi calorosamente abraçado por seu pai até que ele voltou para casa. Papai deitou Naito na cama com cuidado, como se estivesse lidando com uma boneca de vidro. O pai, que tirou o paletó desconfortável e desamarrou a gravata, sentou-se ao lado do filho e olhou para seu rosto branco. Ele parecia mais pálido provavelmente porque bebeu álcool. Quando envolveu seu rosto ao redor de sua bochecha, Naito virou a cabeça. De alguma forma, isso o fez se sentir mal e ele puxou sua bochecha. Conforme seu rosto se aproximava, o cheiro de álcool subia. O pai franziu a testa.
— Naito.
Quando chamou seu nome, não houve resposta. Não importa quantas vezes o chamou, teve que dar um tapa na bochecha dele. Depois de dois ou três tapinhas leves, Naito franziu a testa e abriu os olhos.
— Papai…?
O pai silenciosamente colocou a mão ao redor da cabeça do filho.
Abaixando sua cabeça. Naito reflexivamente tentou evitá-lo. Mas Naito estava deitado na cama e não podia escapar de seu pai. Ele estava preso sob a parte superior do corpo do pai e olhou para ele. Ele nunca tinha bebido antes, então piscou seus olhos meio animados. O pai riu brevemente de Naito, coberto com o cheiro de álcool. Esfregando a bochecha do filho, como se gostasse de sua rebelião fofa, ele disse:
— Beba com moderação.
— O que importa para meu pai o que eu como.
A pronúncia estava confusa como se a língua estivesse embebida em álcool. Seu pai se levantou e trouxe a água engarrafada que colocara ao lado do estande. O pai levantou o corpo de Naito. Quando ele se levantou, sua cabeça de repente ficou tonta, e Naito agarrou sua cabeça e gemeu.
Assim que recebeu água de seu pai, esvaziou a garrafa de uma só vez. Isso aconteceu porque ele estava com muita sede depois de beber muito. Naito olhou ao redor para ver se recuperou os sentidos depois de beber água fria. Então respirou fundo ao olhar para o quarto familiar. Sentindo o cheiro de álcool em seu hálito, Naito franziu a testa e olhou para o pai e perguntou.
— Você me trouxe até aqui?
— Ain ligou para eu ir buscá-lo.
Naito se deitou na cama e abriu os olhos pela metade. Seu pai, que deu as costas para uma escuridão que parecia um tapete negro, era como um demônio pintado em um mural. Bonito, charmoso, mas fatal e depravado. Um homem que abandonou a família e foi embora para a capital com sua ambição pelo sucesso. Eu deveria ter desconfiado disso desde o início.
Seu pai, que colocava o sucesso em primeiro lugar, não conseguia aceitar facilmente Naito e Alto apostando em coisas como exceções. Agora, quando pensa sobre isso, foi uma escolha ingênua. O único que não sabia disso na época, era Naito.
Como dizia o ditado de que é preciso usar o poder da bebida para falar de coisas sérias, Naito decidiu depender do álcool para perguntar ao pai o que ele estava curioso. Achou que nunca perguntaria isso se não fosse agora.
Naito colocou a mão nas costas da mão de seu pai. Mesmo que também fosse homem, a mão de seu pai era muito maior que a sua. Quando ele tocou a mão do pai, seus olhos se estreitaram. ‘O que há de errado com ele? Seus olhos estavam cheios de suspeitas, mas pude sentir que ele gostou’.
— Quando você começou a gostar de mim?
— E isso é importante?
— Para mim é.
Naito se virou e deitou-se próximo ao pai. Sentiu o pai acariciar sua cabeça. Com os olhos fechados, murmurou impotente.
— Meu pai disse que era amor, mas eu não acho que isso seja amor.
Papai varreu sua franja esvoaçante. Quando abriu os olhos, podia ver olhos roxos olhando para ele, como se as pupilas estivessem flutuando. Naito colocou o braço em volta do pescoço do pai. O pai abraçou Naito para ver se ele gostava do toque ativo do filho. O pai de Naito, que abaixou a cabeça perto da clavícula, disse, beijando a carne exposta.
— Claro, tenho certeza de que eu gostei de você primeiro do que aquele filho da puta.
Naito deu uma gargalhada. Ele tirou seus braços do pai. Seu pai, que se levantou em silêncio, disse com uma cara muito séria.
— Eu fui o primeiro.
— Você não acha que é errado se sentir assim por seu filho?
— Você é quem eu gosto, então o que posso fazer?
Naito ficou momentaneamente sem falar com a pergunta repentina do pai. Ele não sabia o que dizer, então ficou imóvel, e seu pai se inclinou e tocou seus lábios. O perfume do pai exalava muito forte. Ele se sentiu sufocado, então agarrou a bainha de seu pai e o segurou.
— Você diz que gosta de mim, que me ama, mas por que me bateu assim?
— Você nunca escuta o que eu digo.
(N/T: Elsie quis dizer que Naito nunca obedece ele hehe.)
O pai fez uma expressão distorcida.
— Alto fica quieto na dele, mas você não. Quando você acha que está certo, você só se revolta. E isso faz com que eu reaja assim.
— Então é minha culpa?
Seu pai ficou em silêncio. Ele observou seus olhos azuis escuros, mais escuros que o céu noturno e brilhando intensamente, e o cobriu com sua mão grande. O calor de seu pai tocou suas pálpebras. Sua mão parecia dizer-lhe para fechar os olhos.
— Agora durma.
— Isso é amor? Eu estou ficando doente…
Naito chora por causa do efeito do álcool e agarra o pulso de seu pai. O pai riu fortemente ao ver como gostava da choradeira do filho. Ele envolveu sua bochecha com a mão grande e enxugou as lágrimas que escorreram pelo rosto. Bêbado por sua bondade pela primeira vez em muito tempo, Naito murmurou, enterrando o rosto na palma de suas mãos.
— Como é esse amor… Pai e filho…
— É tão difícil para você aceitar o meu amor?
Naito abaixou a cabeça. Era difícil olhar para o rosto do pai. Era um amor que ele não poderia aceitar. Um relacionamento forçado, mas claramente podia sentir. A sua cabeça estava paralisada só de ouvir a respiração do seu pai.
— Eu…
“Eu quero um amor diferente” murmurou para si mesmo e fechou os olhos. Sua cabeça estava tonta. O pai parou e afagou seus cabelos como se estivesse crescendo. Era semelhante a quando ele era uma criança. Era como um toque que o curava da dor. “Eu fui o único que mudei”.
Naito mal abriu os olhos para ver o pai. Seu rosto olhando-lhe era terrivelmente lindo. Ele queria se fundir em seu rosto contra a escuridão azul profunda. Ele estendeu a mão como se pedisse um afago. Seu pai segurou sua mão com força.
— Se você se apaixonar por mim…
Seu pai resmungou, mas ele não conseguiu ouvir até o final.
‘Posso amar meu pai?’ Naito, olhando para seus pacíficos olhos roxos, finalmente fechou os olhos. O pai olhou o rosto adorável de seu filho e enxugou suas lágrimas mais uma vez.
O pai se levantou e riu. Puxou o cobertor sob seus pés e o cobriu. Como se pudesse ouvir seu pai dando tapinhas em seu peito, escutou ele dizer.
— Se você se apaixonar por mim, vou tratá-lo com gentileza.
“Você é meu filho e meu único amante”.
O pai levantou-se pensando silenciosamente nessas palavras.
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Continua…