Uma noite só para dois. - Capítulo 12
Capítulo 12
Ele acordou por causa do calor…
O verão, que se aproximava rapidamente, parecia algo mais do que iminente. Mesmo se ele não andasse ou ficasse em casa, o suor fluía como chuva por sua testa.
Nunca tinha sido tão quente, e em um país com um longo inverno e um curto verão, parecia bobo se preocupar com coisas assim. Agora ele estava pensando seriamente em ligar o ar-condicionado e ficar na frente dele.
No entanto, ao invés de se mover como havia planejado, Naito caminhou em direção ao banheiro. Tirou todas as suas roupas e tomou um banho gelado. Depois disso, vestiu uma roupa de banho bastante simples e saiu de casa para entrar lentamente na piscina. A água estava com uma temperatura moderadamente agradável, então Naito, que realmente gostava de nadar em uma posição limpa, como um nadador profissional, de repente mergulhou para escapar dos terríveis raios de sol… A luz estava muito forte. Deslumbrante, como o cabelo loiro de Rayan. Um ouro brilhante do qual ele não poderia escapar facilmente.
Ele fechou os olhos.
Imaginou por um momento…
“Você é o melhor presente da minha vida, Naito.”
Rayan tinha sussurrado isso em uma voz que parecia pingar mel…
Ele se lembrava perfeitamente daquele dia, quando Rayan chegou à capital: Não fazia muito tempo que ele começava a morar na casa de seu pai e de repente circulava a notícia de que ele também tinha ido para lá. Ele estava animado, então conseguiu a permissão do pai imediatamente e correu para a estação para que pudesse vê-lo. Rayan, que ele encontrou novamente após um ano, estava em uma condição muito luxuosa. Até as roupas que ele usava pareciam especialmente caras. Ele mudou, então não podia saber com certeza se ele era o mesmo velho Rayan. Rayan reconheceu imediatamente e divertidamente cobriu os olhos de Naito e fez uma piada por trás.
Naito removeu seus dedos e olhou em sua direção… E enquanto olhava e ria, Rayan também sorria feliz. Os dois trocaram palavras gentis depois de um longo tempo e se abraçaram por um tempo incrivelmente longo.
Rayan era legal, bonito, especial e maravilhoso… Ele pensava que era apenas uma amizade, mas com o passar do tempo descobriu que definitivamente não era. Por exemplo, quando ele viu Rayan, seu peito doeu e às vezes sua parte inferior do corpo começou a mudar.
Quando percebeu que era algo que poderia muito bem ser chamado de amor, Rayan de repente fez uma confissão e disse que o amava. Seu coração tremia de fúria, ele corou e não pôde dizer nada, mas Rayan sorriu e pegou sua mão. Ele o leu completamente, como um livro, e respondeu que estava disposto a esperar.
Depois disso, eles conheceram o coração um do outro, passo a passo. De amigos, amigos íntimos e, finalmente, amantes. E reconhecendo que amava Rayan Jodrick, Naito timidamente confessou na frente dele:
“Você quer sair comigo?”
Foi no momento em que o crepúsculo estava morrendo… Sob o vermelhão ardente, Rayan abraçou Naito e Naito, tentou por todos os meios manter o calor intenso que Rayan deu a ele. Sorriu.
Na declaração de Rayan, Naito abraçou sua cintura e o beijou. Um beijo desajeitado de um jovem de 16 anos… E quando Naito terminou seu beijo fraco e eles estavam a apenas alguns centímetros de distância, ele colocou um anel na mão de Rayan. Era um anel que ele comprou sozinho, juntando dinheiro durante meses no bolso e na carteira. Rayan ficou tão impressionado que riu e até pareceu que começaria a chorar.
— Obrigado.
Houve um tempo assim. Dias emocionantes, felizes e românticos… Segundos que só de pensar neles o faziam se sentir melhor.
Ele compartilhou tanto com Rayan que embora eles não pudessem se encontrar agora, seus sentimentos não mudaram… Simplesmente ficaram mais fortes.
***
Depois daquele dia, quando seu pai tentou enforcá-lo, Naito ficou doente por um mês inteiro. O médico diagnosticou como “uma doença causada pelo estresse”. Seu pai parecia estar convencido disso e cuidava de Naito basicamente todos os dias e pela mesma quantidade de horas.
Isso não o incomodou, tudo que ele fez foi visitá-lo para ver seu rosto, ou tocar sua bochecha enquanto ele descansava. E foi apenas uma semana após os fatídicos acontecimentos que Naito pôde falar.
Era como se houvesse um rangido, apenas uma voz enlameada… Devido ao seu estado, não lhe era permitido ir à escola ou sair e claro que tudo o que podia fazer era deitar-se e dormir, comer, e se estava muito entediado, nadar. Pouco a pouco, seu pai permitiu que Naito fosse à escola e, em resposta à sua reação mais relaxada, Naito se animou a pedir permissão para sair também no fim de semana. Embora o pai o cortasse como uma faca e dissesse não porque ele estava muito fraco.
Claro, pode parecer que ele estava desistindo por fora, mas por dentro, ele ainda não havia desistido de seu plano de fugir.
Enviava e recebia continuamente e-mails ou mensagens de texto para Rayan e Ain e às vezes até mesmo eles diziam exatamente o que fazer…
— Jovem mestre.
Contor chamou Naito, que ficou submerso por muito tempo na piscina da casa…
Quando viu o guarda-costas e finalmente foi para a margem, o homem se aproximou e colocou uma toalha sobre o corpo molhado do
menino. Ele o cobriu. Muitas vezes, quando Naito estava completamente encharcado como agora, Contor esperava e, como se fosse um cachorrinho, ele usava uma toalha grande, enrolava e começava a secar.
Naito, que enfiou a cabeça para fora da toalha, abriu a boca e perguntou o mais decentemente que pôde:
— E meu pai?
— Ele foi ver o Sr. Jodrick.
Naito franziu a testa com o nome.
— Por quê?
— Não sei. Não faço a mínima ideia. No entanto, você precisa saber que o Sr. Jodrick ligou para ele primeiro.
Naito, que estava olhando para a superfície da piscina com uma cara dura, simplesmente se contentou em piscar e segurar a toalha ao redor do corpo um pouco melhor. Eles entraram… O interior era moderadamente frio, então Naito imediatamente foi para o sofá largo e desabou completamente nele. Ele teve que tomar outro banho e também trocar de roupa, mas estava muito cansado, confuso e não se importava em se mexer.
O guarda-costas não saía do seu lado, embora ele quisesse um momento de privacidade.
— Você tem algo a dizer?
Naito perguntou novamente. Contor disse que não, foi ao quarto e trouxe roupas limpas.
— Você tem que usar isso.
— Eu mesmo farei isso. Vá embora.
Quando ordenou que ele fosse embora, Contor se retirou como se fosse um animal incrivelmente treinado. Ele o tratou bem, protegeu-o e alimentou-o também… Mas não importa o quão bom ele era quando ainda era homem de seu pai. Não podia confiar nele. Não completamente, pelo menos.
Ele vestiu as roupas que Contor lhe deu e foi para a sala de jogos. Era uma sala feita por seu pai, conhecendo a personalidade de Naito que gostava muito de jogos. Os computadores, laptops, consoles de jogos e até os últimos jogos do ano mais recentes estavam bem na sua frente. Não faltou nada. Naito ligou o laptop, com a música usual de fundo, e então abriu uma pequena janela do messenger que ele compartilhou com Ain e Rayan.
Um deles já estava esperando por ele.
[Seu corpo está bem?]
Uma risada fugaz saiu de seus lábios.
[Sim, e você está bem?]
Rapidamente apertou o botão enviar. Uma nova mensagem chegou:
[Você não vai à cerimônia de formatura?]
Naito não sabia o que dizer a ele, Rayan estava ansioso para vê-lo na cerimônia… Ele gostaria que pudesse ir, mas estava com muito medo de deixar seu pai com raiva de novo a ponto que tudo terminasse em algo pior. Naito escreveu [Não] e Rayan enviou um emoticon chorando.
Naito, que sorri graças a isso, pega o teclado e escreve de novo:
[Vou contar ao meu pai sobre a cerimônia de formatura. Vamos nos encontrar em frente ao portão da escola por um momento depois que você terminar. Vamos fingir que somos apenas um par de amigos.]
[Está bem?]
Rayan, que sabia que ele havia sido ferido por seu pai, perguntou ansiosamente sobre sua condição. Naito escreveu: [Não se preocupe.]
E ao ouvir o chamado de Contor, Naito desligou tudo e escondeu o computador sob uma capa. O guarda-costas veio segurando um bolo impressionantemente gordo e largo que colocou ao lado de uma pequena mesa. Naito fica sem graça e, antes mesmo de perguntar se era o trabalho dele, Contor vai até a cozinha e volta com uma caixa de bolo.
— O que é isso?
— A senhorita Eli comprou para você.
***
A mão de Naito estava subindo e descendo ao longo da caixa de presente por um tempo considerável. Era uma casa onde presentes não eram permitidos sem a permissão de seu pai, então, se este homem concordasse com isso, era óbvio que ele iria se preocupar.
Contor também lhe entregou uma pequena carta.
— Esta é a carta da Srta. Lee e faz parte do presente. — Disse.
— Ah, claro.
Mas Naito não se importou com o bolo. Mesmo que Contor silenciosamente acendesse uma vela pelo seu aniversário tardio e pedisse que ele se aproximasse um pouco mais para que pudesse ver, ele parecia incapaz de prestar atenção a tudo aquilo. Na verdade, foi só depois que o guarda-costas lhe pediu para soprar as velas que ele virou a cabeça e seu olhar finalmente caiu, mais do que qualquer coisa, na carta de Lee:
[Oi, Naito. Feliz aniversário! Desculpe por enviar isso tão tarde. Felicito-o sinceramente e desejo-lhe sempre uma vida feliz e saudável. -Lee Eli]
Já era verão, e se contasse o tempo depois que seu pai o estrangulou, significava que faltavam apenas 2 semanas para a formatura… E isso significava que ele tinha pouco tempo para planejar sua fuga.
Naito suspirou, cortou o bolo em pedaços consideravelmente pequenos e imediatamente o levou à boca sem dizer outra palavra. No entanto, assim que sua língua o tocou, ele ficou surpresa com a facilidade com que a cobertura parecia começar a derreter. E foi muito bom! Ele estava apaixonado pelo doce sabor do bolo, então começou a devorá-lo como se estivesse com uma fome incrível. Contor, que olhava a cena com indiferença, disse enquanto lhe entregava o leite:
— O presidente disse que você não poderá comparecer à cerimônia de formatura.
— Meu pai disse isso?
Sim. Aparentemente, a formatura coincide com a data em que seu irmão Alto vai estudar no exterior. Seu pai quer que a gente vá vê-lo no aeroporto todos juntos.
Naito largou o garfo que segurava entre os dedos… Contor pareceu um pouco surpreso com o som do golpe, então estreitou os olhos ao ouvi-lo dizer:
— Meu irmão vai estudar no exterior?
— Sim… O jovem Alto solicitou.
— Mas quando eu perguntei a ele, ele disse que não.
Contor ficou em silêncio, Naito suspirou de uma forma incrivelmente pesada e se afastou da mesa, ignorando a maneira angustiada com que aquele homem o chamava. Ele subiu para o quarto, fechou a porta e simplesmente caiu na cama… O pai estava fora de casa regularmente, principalmente para viagens de negócios ou eventos de pessoas ricas. Desta vez, ele se foi porque provavelmente está muito ocupado organizando tudo para que seu irmão vá para o exterior.
Naito, que estava olhando para o teto na tentativa de se acalmar, fechou os olhos e virou o corpo de lado para abraçar as pernas até ficar em posição fetal.
Ele está saindo de casa, definitivamente agora, está indo embora.
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Continua…