Querido Benjamin - Capítulo 44

 

Cerca de um mês se passou.

Félix temia que a floricultura estivesse muito longe, então montou uma loja um pouco mais perto de casa.

A área era grande e limpa e o tamanho da nova loja era considerável. Na verdade, era um excelente lugar. Isso fez com que a grande janela fosse filtrada pela luz do sol e tornou o interior muito mais brilhante. Havia muito trabalho a fazer para que se pareça seu, e ainda estava muito bagunçado para o seu gosto, mas poderia dizer que era um processo divertido.

Foi um desejo honesto. Estar em sua pequena loja de manhã até a noite. Fazendo buquês e movendo seus vasos de barro. Ele também se sentia bem, operando livremente a loja sem ser incomodado e sem ser perseguido por um homem louco. Agora Benjamin e sua mãe podem morar com ele e… O menino pode estar com Félix, o pai. Estava se perguntando se estava sonhando acordado… Um sonho tão feliz que ele definitivamente não quer acordar.

Isaac, olhando pela janela, preso em um pensamento verdadeiramente agradável, logo percebe que está agindo como um adolescente apaixonado, então decide tentar esquecê-lo fazendo outra coisa. Com agitação, começa a mover um pote pesado para trocá-lo da porta de entrada para a porta dos fundos… Toda vez que se movia na loja cheia de luz solar deslumbrante da manhã, a música do rádio parecia segui-lo e era ouvida como forte, independentemente de estar lá ou ali. E mesmo que a estação muitas vezes causasse suor na testa, ele realmente sentia que era uma manhã tranquila o suficiente para incomodá-lo.

Até que… Alguém entrou na loja e começou a abraçá-lo por trás.

—…!

Uma força estranha envolve seus ombros e faz seu corpo se inclinar para frente. Isaac, confuso, agarrou o braço do homem, inclinou-se um pouco mais, pegou-o e jogou-o até acabar batendo nele contra a parede. Foi uma ação involuntária que, num piscar de olhos, já tinha o sujeito caído no chão. A alguns passos do balcão…

Dois olhos azuis se estreitaram e então o homem franze a testa como se isso lhe causasse muita dor.

— Félix?

— A… Argh.

— Deus, Félix.

— Estou bem… Meu pulmão já estava colapsado de qualquer maneira.

Isaac estava lá, completamente congelado. Observando Félix se levantar e arrumar sua roupa, como se ainda lhe custasse horrores ter coordenação… Pensara que era um ladrão. Quem diria que era ele!?

— Você não se defendeu…

Isaac murmurou isso porque foi à primeira coisa que lhe veio à cabeça. Na verdade, sentiu muito por ter feito isso com ele, mas não conseguiu encontrar as palavras certas para expressá-lo.

— É porque eu não pensei que você fosse atacar…

— Então você deveria ter entrado normalmente! O que é isso vindo para mim como um idiota?

— Eu estava tentando te surpreender… Ok, esqueça. Não vou mais fazer isso. — As palavras de Isaac levaram Félix ao ponto em que ele começou a aparecer em completa rendição. Levantando as duas mãos no ar. — Eu aprendi minha lição, desculpe.

— Não, a culpa foi minha. Eu me movi inconscientemente.

— Fui o culpado, querido. Não precisamos mais mudar o fardo.

— Mas eu quase quebrei seu braço!

— Você já o quebrou!!

Felix balançou a cabeça. Não, não havia necessidade de trazer esse assunto novamente quando era óbvio que eles precisavam conversar sobre outra coisa. Isaac encolheu os ombros.

— Então o que aconteceu? Como foi o primeiro dia de Benjamin? Ele entrou?

Em vez de responder, Félix, que ainda estava tentando ajustar os ossos das costas, responde algo como “Umm…” Por muito tempo. Também parecia o começo de uma longa desculpa.

— Você quer dizer que não podia? Eles não deixaram você o matricular? Ou… Não gostou da escola?

Isaac perguntou novamente, removendo a sujeira das mãos para deixar tudo no avental. Sua voz é a mesma de sempre, mas como era um tom sério, Félix evitava a todo custo fazer contato com seu olhar. Além disso, havia o fato de que seus olhos negros eram bastante amargos.

No final, porém, ele não teve escolha a não ser falar.

— Bem… O que você faz quando seu filho está chorando e dizendo repetidamente que ele quer ir para casa?

Isaac, olhando para o rosto preocupado de Félix, respirou profundamente antes de pensar em algo apropriado para dizer. A verdade é que tinha pensava que não teria nenhum problema, porque era maravilhoso vê-lo cuidando dele e acreditava que ele definitivamente seria um pai rigoroso. Mas o que acontece se uma criança chora e, em vez de ser rigoroso, o pai começa a chorar com ele? Porque o homem tem pálpebras inchadas.

Toda vez que pensa que tem a solução para um problema, Félix aparece e mostra a que não é assim.

— Bem… Se fosse eu, o teria deixado na sala de aula com o professor. Mesmo que ele estivesse chorando. — Isaac, que ainda estava olhando para Félix, falou com uma voz bastante firme.— Eu me despediria e saía de lá antes que tudo piorasse.

— É uma coisa inteligente. Eu não tinha pensado nisso.

Félix murmurou como se estivesse brincando, mas era óbvio que ele ainda estava muito nervoso.

— Mas acho que é bom que você o devolva para casa se achar que era o melhor para Benjamin. Afinal, é apenas o primeiro dia.

— O que? … E o quê foi que você fez?

— Bem… Quando Benjamin foi ao jardim de infância pela primeira vez, o levei junto com minha mãe. Pensei que era natural ele chorar, então o deixei fazer o que quisesse. Ele chorou e chorou por dois dias. Mas melhorou e começou a se sair bem sem perguntar. Ouvi dizer que deve acostumá-lo aos poucos e que… Será assim a partir de agora. A escola é uma boa mudança.

Isaac suspirou, lembrando-se do dia em que trouxe Benjamin para a escola pela primeira vez. Chorando muito,

Ah. Ele realmente o deixou, mesmo que estivesse se sentindo mal. Chorando e gritando, só saiu e somente voltou à tarde. Claramente, surge um sentimento complexo quando pensa… Que, embora ele pareça seguro, dessa vez não fez nada bem. Se sente culpado, de fato. Tão inexperiente quanto Félix. Quis dizer, nessa vez não conseguia nem segurar a criança adequadamente nos braços.

— Eu estava… Sendo muito frio, talvez.

— Não. Eu entendo você. É só que… É tão difícil lidar com um garotinho. Ainda mais quando ele está assustado e chorando. O mesmo homem na recepção me disse para deixá-lo lá! Mas, eu não gosto disso, sabe? Isso me quebra.

Isaac ouviu... E imediatamente um canto do peito começou a fazer cócegas. Até parecia quente. Criar um filho é difícil. Você precisa aprender muito de tudo um pouco e precisa ter muita paciência e fazer o dobro do esforço que sempre faz… Era bom ter Félix ao seu lado, ver sua expressão e ouvir sua experiência, porque isso significava que na realidade não havia uma resposta correta, certo? Não foi… Completamente um fracasso.

— Que tal… Se nós pularmos a pré-escola e a escola primária e o deixarmos ir quando ele for para a faculdade? De qualquer forma, a casa está cheia de pessoas que o ensinaria de tudo a fim de mantê-lo a salvo. Método de aprender a ler, e Tony é excelente em matemática.

É claro que a ideia de Félix não é a melhor ou a mais razoável, mas é bonito de ver que ele esteja se contemplando em algo que inclua o futuro da criança. Como se estivesse despertando a parte paternal que não sabia que tinha.

— É bom ter você.

Isaac de repente sussurrou isso. Uma estranha confissão.

— Sério? Bem… Não é totalmente uma surpresa que você diga.

O habitual homem arrogante tinha acabado de voltar, e era realmente melhor tê-lo assim do que com um rosto desesperado e olhos irritados. Um leve sorriso apareceu nos lábios de Isaac.

— Quando penso na minha infância, lembro-me do meu padrasto. Ele agia como um soldado comigo, sempre exigindo cada vez mais, o tempo todo… Então, às vezes, sinto que há momentos em que pressiono Benjamin ou até que estou o tratando mal.

O sorriso na ponta dos lábios de repente ficou azedo.

— Então… Você sabe o quê? Se eu sou o pai que o deixa chorar, por favor, seja quem o traga de volta para casa. Continue sendo gentil com Benjamin como você é agora.

— Isaac…

— Além disso, você mesmo disse. Criar um filho é muito difícil.

Quando Isaac riu, Félix gentilmente envolveu o suas bochechas em suas mãos. Era tão terno que os pensamentos em sua cabeça, mesmo os mais complexos e aterrorizantes, desapareceram imediatamente na forma de um suspiro profundo… Parecia que havia muito mais a aprender no futuro, mas era bom aprender ao lado dele.

— Então, onde está Benjamin agora?

Félix deu uma resposta rápida:

— No carro. Ele está brincando com Jack.

— Você não o deixou em casa?

— Eu trouxe porque pensei que iria querer vê lo.

Isaac, perplexo com o Félix que lhe dissera agora, até agora, que Benjamin estava aqui, imediatamente removeu o avental e as luvas sujas e os deixou ali. Ele estava arrumando as plantas e colocando o solo em cada vaso, mas o que isso importa agora? Isaac rapidamente sai da loja bagunçada e procura o carro de Félix em todos os lugares…

Enquanto isso, olhando para as costas de Isaac, Félix apenas estala a língua e cruza os braços sobre o peito, — não pode vencer a criança. — Mesmo que ele diga as palavras mais ternas do mundo, ou deixe no ponto meio morto, ele reage imediatamente à menor menção de Benjamin.

Apenas corra e o procura…

Em um carro que é difícil de ver, Jack olha para frente e rapidamente abaixa a janela para poder acenar para ele. Então Benjamin mostra a cabeça e grita: “Papai!” Com um rosto tão brilhante quanto qualquer outro.

— Benjamin!

Isaac abriu a porta assim que chegou e abraçou Benjamin com todas as suas forças. Ele ainda tem marcas de lágrimas secas sob os cílios, o nariz está vermelho e as pálpebras estão completamente inchadas. O garoto ri enquanto deixa o pai esfregar os lábios contra a bochecha repetidamente.

— Você chorou muito?

Isaac abraçou o garoto com ternura e perguntou-o enquanto verificava cuidadosamente seu rostinho. Benjamin parece envergonhado por ter notado, então diz não, muito baixinho.

— Com certeza você estava muito nervoso… Quer comer algo delicioso? Quer dar um passeio em algum lugar até se sentir melhor?

Enquanto Isaac o conforta e acaricia suas costas em pequenos círculos, o garoto imediatamente se empolga e levanta a cabeça para dizer que isso o faria muito feliz. Então, ele começa a falar sobre todos os lugares que quer ir, as coisas que quer comer e todos os planos que quer cumprir com ele antes que escureça.

— Não queria ir ao parque Balboa, Isaac? Você disse uma vez que queria fazer um piquenique com Benjamin lá… E também ir para a Disneylândia.

Isaac ficou surpreso ao ouvir a pergunta de Félix que veio de suas costas. Como sabia disso? Foi apenas uma pequena menção em um momento estranho, então é incrível que ele ainda me lembre.

— Sim. É… Outro sonho. Fazer um piquenique com Benjamin sem ter que se preocupar com nada é ninguém.

Depois de se mudarem para a mansão de Félix, eles costumavam passear no parque perto de casa ou no zoológico que atravessava a estação. Mas fora isso não foi a um parque temático e também não comeram juntos sentados no jardim…

Na verdade, eu quase me esqueci disso.

— Vamos agora.

A proposta de Félix foi inesperada, então Isaac conseguiu segurar Benjamin um pouco mais apertado… O homem se inclinou, olhou para o garoto e fez uma pergunta com uma voz bastante suave:

— Benjamin, você quer fazer um piquenique no parque Balboa com seu pai e eu?

Ele parecia a espécime perfeito de um pai exemplar.

— Sim vamos!

Benjamin assentiu vigorosamente porque era mil vezes melhor estar com eles do que ir à pré-escola. Mas Isaac, que ainda parece um pouco confuso, apenas olhou para Félix e abriu a boca, embora não pudesse dizer nada. Ele era uma pessoa muito ocupada, então realmente estava tudo bem estar com eles assim, como se não fosse nada?

— Sua agenda não está cheia?

— Tony cuidará disso.

Embora ele tivesse perguntado de maneira bastante ansiosa, como sempre, Félix só deu uma resposta rápida e desinteressada. Então percebe que sua roupa é bem leve. Algo que definitivamente usaria para dar um passeio.

Que suspeito.

— Então, irei fechar a loja.

— Claro, vamos esperar por você aqui.

Félix, que pegou o garoto dos braços de Isaac, rapidamente o colocou no banco de trás para fazer Jack começar a amarrar o cinto. Benjamin nem sabia o que era o parque Balboa, mas estava tão empolgado que continuou se mexendo de um lado para o outro.

Enquanto Jack o ajusta, explica a Félix como ajustar a cadeira do bebê para que possa fazê-lo sozinho no futuro

— Não, isso se encaixa aqui. Certo… Nessa fenda.

— Está? Aqui?

— Sim. Essa aí!

Isaac está ouvindo a voz de Benjamin, elogiando seu pai e depois o repreendendo:

— Você precisa fechar a trave de segurança!

— Claro. Você pode me explicar isso também?

— Sim!

O sorriso se espalhou por todo seu rosto.

Como dias ensolarados e brilhantes, sua vida também parecia estranhamente confortável agora. Tudo estava indo tão bem! Sua floricultura estava organizando como queria, Benjamin ficou saudável e brilhante, sua mãe parecia estar recuperando seu estado mental normal e boa saúde física… E, acima de tudo, havia Félix. Que os amava e cuidava mais do que ninguém. É uma paz infinita, onde ele está com sua preciosa família e pode aproveitar o tempo sem nenhum medo absurdo. E sente como se estivesse flutuando em um novo sonho de olhos abertos.

Sim, talvez seja hora de beliscar suas bochechas e voltar à realidade.

Isaac foi fechar a porta da loja, abaixou a cortina de ferro e virou a cabeça em direção ao carro: sob um céu azul sem nuvens, Félix estava lá esperando por ele. Com a cabeça inclinada e aqueles lindos olhos azuis.

— Você está pronto, querido?

De repente, em uma loja alinhada do outro lado da rua, como uma piada ou cena de um filme estrangeiro, ele ouviu a música de Louis Armstrong. “What a wonderful world”

I see trees of green, red roses too,

(vejo árvores verdes, e rosas vermelhas também)

I see them bloom, for me and you,

(As vejo florescer para você e para mim)

And I think to myself, what a wonderful world

(E penso comigo mesmo: Que mundo maravilhoso.)

Uma voz ousada, uma melodia lenta do jazz e letras cheias de felicidade. Quando pensa sobre esse sentimento, inclusive alguém como ele sente vontade de cantar sobre como o quão bem se sente em esse mesmo momento agora. Um homem bonito, de braços abertos, o chamando de querido…

Isaac tem um sorriso mais brilhante do que nunca, então quase correu em sua direção.

Havia muitas razões pelas quais o casamento se realizou tão tarde.

Em primeiro lugar, os diamantes dos anéis, e outras jóias encomendadas pelo joalheiro chamado Christopher foram atrasados ​​devido a várias modificações. Jack ficou doente e Benjamin ficou gripado e, na semana do evento, Félix subitamente fez uma viagem de negócios, então o registro do casamento teve que ser adiado e demorou muito mais.

No entanto, à noite, Félix de repente acordou para sacudir Isaac. Seu rosto estava cheio de determinação quando começou a dizer:

— Isaac, acorde. Acorde.

Foi um amanhecer bastante incomum para Isaac. Graças a Félix, ele não conseguiu dormir bem. Esteve ofegando, gritando e chorando a noite toda, então definitivamente não se sente forte o suficiente para seguir a corrente.

— O que aconteceu?

Isaac lutou contra o sono, piscando os seus olhos terrivelmente preguiçosos, e respiração entrecortada. Não entendia o porquê isso estava acontecendo desde antes do amanhecer e precisamente hoje, mas Félix ainda tem uma voz séria.

— Vamos nos casar agora.

Isaac nem abriu a boca.

Era natural que a resposta correta não lhe ocorresse porque ele estava completamente em branco, mas Félix com uma forte determinação levantou-se enquanto dizia constantemente que precisava se apressar.

Depois disso, eles simplesmente tomaram o café da manhã como se estivessem sendo perseguidos por um tigre e saíram de casa sem fechar bem a porta… É uma sensação estranha e nada romântica. Isaac tem dor por todo o corpo e sua cabeça estava o matando depois de fazer puro sexo.

Estava literalmente sendo arrastando como um boneco para se casar. Mas quem pode superar a teimosia de Félix?

O Alfa chega às 8 da manhã. Assim que o cartório de registro civil foi aberto, ele entrou como se estivesse ficando terrivelmente tarde (embora os juízes ainda não estivessem ali) Jéssica Parker caminhava logo atrás, com um rosto brilhante e Benjamin nos braços, vestido com um bonito terno preto que o enviaram da Inglaterra. Um cavalheiro. Certamente, Noah também estava lá… Apenas existindo. Ele estava sentado com um rosto pálido e uma expressão de cadáver, se os demais haviam dormido umas três horas, ele havia dormido a metade do tempo. Entre eles, Félix estava completando cuidando da solicitação de casamento. Sempre arrogante e relaxado, vestindo o traje da mais alta qualidade e cabelos dispostos para trás. Comparado a isso, Isaac, que estava morrendo tanto quanto Noah, e tentava colocar seu corpo dolorido em ordem para ao menos fingir que estava bem.

Félix estava batendo no monitor para colocar seus dados. As pontas de seus dedos são realmente muito bonitas. Então Isaac passa muito tempo o observando. E pensava que gostava muito da aparência organizada de suas unhas e do tom de sua pele… Então se dá conta que estava pensando demais em coisas inúteis, e fica muito envergonhado e se vira.

É horrível que não consiga se concentrar em escrever sua própria solicitação de casamento, então começa a gritar consigo mesmo repetidas vezes. Concentre-se Isaac, apenas se concentre.

Na porta, Félix estava prestes a fazer uma pergunta sobre sua saúde… Mas, em vez disso, deu uma olhada rápida na papelada e começou a rir.

— Você está quase pronto?

— Na verdade… Acho que sim.

Félix o olhou tão empolgado quanto uma criança pequena. Enquanto isso, a equipe recebe os documentos, arruma a papelada e, em seguida, um deles os guia a uma sala nos fundos. Em uma sala que não é muito espaçosa, há bancos para os convidados sentarem e um pequeno pedestal decorado com flores. A equipe, parada em frente ao palco com uma bata longa, é bem-vinda, disse algumas palavras e, finalmente, quando chamam testemunhas para assinar, e selam algumas coisas, dizem que não há problema em colocar os anéis nos dedos.

Foi um casamento muito simples e rápido.

Três convidados comemoraram com uma expressão emocionada enquanto assistiam a um breve casamento de menos de dez minutos. Benjamin dera a Isaac e Félix um pequeno buquê. É claro que foi a Jéssica Parker quem havia preparado, mas as flores de cima foram colocadas por ele, então ficou muito animado ao vê-los e pegá-lo. Um pedaço do coração dos dois estava muito quente por causa disso.

Por outro lado, Isaac ainda tem vários sentimentos estranhos que são difíceis de explicar. Primeiro de tudo, está realmente se casando com Félix? Ele ainda não o assimila completamente, então há muitas perguntas em sua cabeça: Félix Prixel, este Félix Prixel será seu companheiro pelo resto da vida. Supostamente estão enlaçados, e têm um filho e estão vivendo juntos… Embora o sentimento de ter a certidão de casamento depois de concluir o registro dos documentos ainda parece muito irreal.

Que loucura.

— Então já posso beijar o meu esposo?

Isaac olhou para ele, como se estivesse completamente preso em sua pupila azul da Prússia. Seu odor corporal, misturado com o perfume fresco de sua loção, acaba virando o nariz até fazer cócegas. Isaac fechou os olhos, com as mãos em volta do pescoço de Félix.

— Você pode…

Depois de sussurrar em voz muito baixa, os dois deram um beijo leve e doce. Algo quente e especial.

Mais uma vez, o som dos aplausos chega, assim que Isaac levanta a cabeça, sentindo-se um pouco envergonhado por isso.

— Eu te amo.

Ao mesmo tempo, uma confissão muito pequena se destaca de todo o barulho. Isaac apenas sorri.

— Eu também te amo.

Félix apertou a mão de Isaac e eles finalmente chegaram à porta do escritório como casados. Passo por passo. Passos leves. No final, quando deixaram o prédio, os grãos de arroz caíram sobre suas cabeças. Até isso foi bom. Clima quente com uma brisa suave. Se sente extraordinariamente bem…

***

— Ei, Félix, Félix, Félix, Félix.

Foi no final e no meio da estrada para o estacionamento, que Noah que os seguia e estava dando grandes passos, de repente chamou Félix com uma voz desesperada.

Noah, que é mais emocional do que todos pensavam, secretamente derramou várias lágrimas durante o casamento. Ele aplaudiu e os parabenizou com gritos altos e escandalosos… Mas agora, parecia algo um pouco mais urgente.

— O que aconteceu?

Félix estava se gabando de todo mundo que ele era recém-casado, então estava segurando a mão de Isaac e acenando vigorosamente de um lado para o outro. Noah, por outro lado, parecia ter ficado sem oxigênio.

—O que eu posso fazer agora !?

— O quê? Que outro acidente você causou desta vez, e quanto dinheiro estão pedindo para consertá-lo?

— Não… É só que… O vovô quer falar com você.

Noah o passou seu telefone celular com um rosto bastante inocente para o seu gosto. Félix o pega, tem uma sobrancelha levantada… Como o homem disse, o seu avô o enviou uma mensagem curta. Um memorial para celebrar o casamento, que parecia mais uma ordem de voar imediatamente para a Itália, para que pudesse conhecê-los de maneira tradicional. De fato, falava sobre sua nova família. Isaac e o garoto.

— Noah…

Depois de ler o texto, Félix levantou os olhos, e olhou para Noah como se quisesse chutá-lo diretamente na virilha.

— Eu… Contei um pouco sobre tudo e ele me perguntou se eu havia gravado um vídeo do casamento. Disse que estava muito ocupado chorando para fazer isso, ficou com raiva e uma coisa levou a outra e… Não pude evitar dizer que seria melhor se ele organizasse uma refeição ou… Algo assim.

Deu um passo para trás, evitando o olhar, como se já soubesse exatamente o que estava pensando em fazer com ele — ou o que já estava fazendo em sua mente.

Isaac, que estava atraindo Benjamin ao peito, não pôde deixar de participar da discussão.

— Ei, é natural dizer olá para sua família agora que estamos casados. Eu já disse antes… Quanto tempo você vai adiar isso?

Quando perguntou em voz baixa, Félix franziu a testa como se estivesse preocupado ou talvez discorde totalmente do plano.

— Nós vamos resolver isso mais tarde, querido. Outro dia.

— Você quer esconder eu e Benjamin?

— Claro que sim!

—…

— Ops.

Félix entrou em total pânico. Não sabia o que fazer ou o que dizer por que Jéssica Parker, que também os estava seguindo, parecia absolutamente intrigada. Benjamin ficou em silêncio e Noah pôs a mão na boca exageradamente. Isaac suspirou. Ele definitivamente não queria brigar na frente de sua mãe ou de seu filho, então apenas disse que estava bem e se virou para continuar procurando o carro. Félix veio urgentemente para o lado dele e pegou sua mão novamente. E começou a falar.

— Isaac… Não é o que você pensa. Eu já havia lhe falado sobre o caráter que tem o meu avô, então adiei por um tempo porque queríamos fazer algo muito simples e não queria ouvi-lo reclamar.

—…

— Eu só queria que se sentisse confortável. Você, Benjamin e sua mãe…

Cansado demais para pensar, Isaac apenas balançou a cabeça.

— Você não precisa se preocupar comigo. Ele é sua família e acho que cumprimentá-lo é a coisa certa.

—… Entendo.

— Então diga a ele que iremos na próxima semana.

— Umm. Está muito perto.

Mas como uma criança pequena que atrasa as coisas que não quer fazer, Félix se desculpa novamente. A aparência que ele tem quando evita o olhar de Isaac é exatamente a mesma que Benjamin faz. Exatamente a mesma!

Isaac apertou a mão que ainda o segurava. Ainda é um pouco doloroso, mas também não é como se quisesse vê-lo mal no dia em que finalmente se casaram.

— Olha quanto antes acabarmos com isso, melhor será para todos nós, ou você não acha?

— Isso é… Você está realmente bem com isso?

— Deus, o que você quer dizer?

— Meu avô é um pouco… Estou falando sério quando digo que não quero que…

Como ele queria escolher suas palavras com cuidado, Félix fez uma pausa um pouco longa e grossa. Enquanto isso, Noah, do lado, começou a sussurrar coisas como: “Eu não quero que você se sinta mal, meu amor. Meu avô é estranho e muito ruim”.

Imitando a voz dele. As sobrancelhas de Félix se juntaram novamente.

— Sim, apenas isso.

— Não importa. Eu estava lidando com muitas pessoas nas forças armadas, algumas delas estranhas e outras extremamente cruéis também.

— Mas…

— Nós apenas vamos dizer ‘olá’ e é isso. Você também não precisa fazer um drama inteiro na sua cabeça.

Por decisão do marido, Félix apenas assentiu. Aparentemente, era algo que não podia ser evitado, mesmo que quisesse. Então o que mais ele poderia dizer?

Só então Isaac, que não parecia mais estar zangado com ele, pegou sua mão para entrelaçar com a dele:

— Então não se preocupe mais, ok? Estou aqui com você.

Como foi consolado por Isaac, Félix apenas riu.

— Sim tem razão.

As coisas seguramente sairiam bem… Afinal, agora ele está passando por um momento feliz demais para começar a criar um cenário tão fatalista. Ou seja, pode andar de mãos dadas com o homem que ama, da forma que tiver vontade para todo o sempre.

“Sempre que tiver a porra da vontade”.

Sonhando com o doce momento, Félix após se colocar mais calmo sussurrou mais uma vez, que o amava e que esperava que continuassem caminhando juntos por muito mais tempo… E desapareceram sob a deslumbrante luz do sol.

 

——Fim do primeiro extra——

Continua no segundo extra…