Querido Benjamin - Capítulo 19

 

Na praia do Hotel do Coronado, Félix disse que estava ficando cada vez mais louco por causa dele. Mas olhando para trás e observando o que estava acontecendo agora, pensava que na verdade era ele quem estava realmente ficando louco.

Agora mesmo Isaac está pedindo por ele no balcão… Félix havia baixado a sua roupa interior e as suas calças estavam empurradas para baixo até ficarem apenas sobre os joelhos. Ele estava gemendo, apertando o cu com força e gritando seu nome. Félix, que lutava ferozmente para não perder a cabeça, conseguiu tirar as roupas apenas pela metade. Na verdade, assim que abaixou o cinto e o zíper, ele agarrou Isaac e loucamente enfiou o pênis pulsante em seu pequeno buraco.

(N/T: Ainda bem que o Isaac é ômega e fica lubrificado naturalmente hehe)

Félix não conseguia suportar. Estava todo cheio de luxúria, porque fazia muito tempo desde que ele viu alguém retribuir suas ações tão bem. O corpo esbelto de Isaac se move para frente e para trás, ele raramente fica em silêncio, por isso é difícil dizer quem estava mais ansioso.

Estava respirando com dificuldade e estava babando.

Toda vez que Félix agarra sua cintura e bate em sua pélvis, um som alto é ouvido em seu buraco já completamente molhado.

— Ah, ah, Félix, é ali. Bem ali. —  A boca de Isaac estava completamente aberta. Seus gemidos fluíram contra sua vontade, porque não podia suportar a sensação vertiginosa de prazer que se espalhava pela ponta dos dedos. — Mais, um pouco mais…

Isaac estendeu as mãos para a frente, para poder agarrar seu buraco cheio com o pênis de Félix e estendê-lo um pouco mais para ele. Então estreitou os olhos para Félix e sussurrou:

— Eu preciso tanto de você hoje… Você não sabe o quanto.

— Foda-se! Isaac, droga!

A princípio, Félix parecia prestes a enlouquecer, mas logo conseguiu respirar fundo e se acalmar o suficiente para não jogá-lo no chão e destruí-lo por completo. Seu pau já estava tão inchado que parecia que ia explodir dentro das paredes interna de Isaac.

Isaac gritou.

Começou a tremer…

No entanto, embora exista uma terrível sensação de dor, também há uma grande sensação de prazer que faz seus olhos revirarem… Suas coxas tremem, sua cabeça está pendente. Ao mesmo tempo, no final do pênis totalmente ereto, o sêmen começa a espirrar como uma torneira. 

(N/T: eita caralho, como eu tô conseguindo traduzi isso só com uma mão?) 😮

— Oh, ah, ahhh…

Isaac estava chorando antes que se desse conta. Os ossos de todo o seu corpo derretem no calor, e ele é completamente viciado nos feromônios alfa, bem como em cada um dos prazeres bestiais que apenas Félix pode oferecer a ele.

Na verdade, ele não havia percebido que era uma pessoa tão vulnerável e sentimental.

A princípio, pensou que era apenas um pequeno e estranho interesse que a fez querer fazer sexo com ele. Foi apenas uma vez, quatro anos atrás… quando passou pelo seu primeiro ciclo de calor. Sua primeira vez. No entanto, começou ficar alarmado depois daquele dia porque seu ciclo de calor nunca mais aconteceu. Mesmo anos após o nascimento de Benjamin, ele nunca teve nada que pudesse chamar de “desejo sexual”. Até pensou que era realmente assexual ou tinha um distúrbio traumático.

A verdade é que queria… Mas que desculpa poderia dar para não aceitar isso? Talvez possa dizer que isso ocorre porque se trata de um Alfa dominante. Um feromônio poderoso que não pode ser rejeitado por qualquer homem. O que poderia explicar se perguntasse a ele? Dizem que o feromônio de um alfa assim tão forte derrete até um beta bem treinado… Mas, de qualquer maneira, é natural que alguém que não seja um Ômega fique lubrificado?

Isaac teve muitas idéias vagas… Mas ele não pode fazer nada porque sua parede interna está muito inchada e isso é algo que não podia fingir! Os movimentos de Félix fazem Isaac dar um pequeno grito e, como em outros tempos, até apagar seus pensamentos.

— Isaac, posso te falar o que penso…?

Isaac só conseguiu gemer… Então Félix se tornou amigável, se inclinou para beijar sua testa e também, para tirar vantagem e varrer seus cabelos molhados. O afastou dos seus olhos quando uns feromônios extremamente fortes começaram a cair da cabeça ao seus pés. A cintura de Isaac tremeu e seus dedos se agarraram completamente.

Enquanto ele ejaculava novamente no balcão, respirou fundo. Ofegou e deixou que seu buraco, aquele que continuava mordendo o pênis de Félix, comprimir e relaxar como se estivesse latejando.

— Huh, Félix…

— Você não é um Beta, é um Ômega todo sensível…

Isaac enrijeceu os ombros na voz baixa de Félix.

Ele estava assustado, mas aquele homem parecia animado o suficiente para poder controlá-lo. Talvez tivesse percebido que era o Ômega de antes, mas ele tinha medo de dizê-lo porque sempre se colocava em primeiro lugar.

Fosse o que fosse, não queria saber.

— Hmm, eu não sou…

Mas Félix abraça a cintura de Isaac e depois sorri.

— Que pena… Se você fosse um Ômega, eu me ligaria a você agora mesmo.

Um sussurro feliz flutuou em seu ouvido… Mas ainda existem sentimentos estranhos que não podem ser expressados em palavras. Ele ainda tem muito mais lágrimas para derramar.

— Então tudo isso seria mais difícil para mim.

Ele estava com muito medo de falar mais do que o necessário e entrar no buraco mais profundo e negro de toda a terra… Encharcado de calor, Isaac tenta ser atencioso e inteligente. Embora seja difícil falar logicamente quando os feromônios em seu sêmen se espalham através de sua membrana mucosa.

Balançando a cabeça e gritando, o pensamento que passava por sua mente desapareceu no final… Braços e pernas, cintura e ombros, cada parte dele estava rígida devido ao estresse e aos nervos. Félix levantou Isaac, lhe deu a volta e colocou-o novamente sobre o balcão. Finalmente terminou tirando as calças dele e as jogou descuidadamente ao lado de alguns vasos de flores. Levantou seu joelho e o penetrou novamente.

Isaac estava mais do que exausto… Não conseguia suportar nada do que ele está fazendo, então deixou sua bochecha contra a madeira. Fechou os olhos, como uma boneca esperando pelo fim. 

O sêmen está todo embrulhado em sua parede interna, pulando para cima e para baixo a cada novo impulso, até que finalmente provocou um som desagradável. O líquido caiu de seu ânus, escorreu pela virilha e acabou derramando sob a forma de pequenos fios pegajosos em suas coxas.

Seus olhos estavam embaçados…

Ele parecia estar com falta de oxigênio. Era por isso que todos os Ômegas diziam que era fácil se viciar em feromônios alfa. Tão bom que o fez gemer sem parar.

— Você gosta, meu pequeno beta? Você se sente bem nessa parte?

— Sim… Está bom, bom… Ah, ah, não pare. Mais! Por favor, mais…

Isaac tinha perdido a cabeça novamente, e estava demonstrando isso, cravando as unhas em seus braços. A risada suave de Félix começou a penetrar em seus ouvidos até que ele sentiu que a emoção só aumentaria.

Sim, que tal se ele o marca-se? Quão ruim poderia ser se fosse dele? Pelo menos assim, quando fosse embora…

Mas naquele momento sua cabeça estava tão cheia e tão destroçada que ele não sabia o que fazer ou como trazer o tema à tona novamente. Isaac só podia tremer como o Félix, gemer e se sacudir com o prazer que ele oferece, enquanto tudo continua tendo seu fluxo normal. 

Isso é tudo.

***

— Eu sinto tanto a sua falta. Boa noite… Tenha bons sonhos.

Sussurrando enquanto segurava o fone firmemente no ouvido, escutou a brilhante risada de um menino de quatro anos. O som da respiração dele pode ser claramente percebido.

Como se estivesse lá com ele.

[Pai, durma bem… Tá?]

Quando ouviu a voz forte dele, seus lábios se curvaram em uma linha suave. Isaac morde a língua…

— Eu te amo.

[Eu também te amo, pai!]

— Eu te amo muito, muito Benjamin. Eu te amo mais do que qualquer coisa no mundo.

[Eu também! Muito, muito, muito, muito. Eu te amo papai.]

Benjamin, que mais tarde enviou um beijo de boa noite, disse que ele precisava voltar para casa logo… E depois desligou. Mesmo antes de a resposta de Isaac dizendo “sim” sair de sua boca, a ligação foi interrompida.

É interessante que agora saiba qual é o botão para desligar. Ele disse que havia atendido também. Sozinho… Isaac não conseguiu apagar o sorriso ou a emoção causada por ouvir sua linda voz, então ainda tinha o fone no ouvido.

Só, não podia deixá-lo.

Parecia que as frases entrecortadas e roucas de Benjamin ainda estavam saindo de lá e talvez, se ele esperasse um pouco mais…

Se ele pedisse com grande entusiasmo…

Isaac finalmente percebeu que havia passado muito tempo lá quando seus ombros ficaram frios. Ele tirou o telefone do rosto e, com esforço, colocou-o no lugar.

Era uma noite em que o vento estava bastante frio. Em San Diego, é natural que a diferença de temperatura entre dia e noite seja ruim. Hoje está excepcionalmente frio, então Isaac, que suspirou brevemente, puxou o zíper da jaqueta até o topo e vestiu uma máscara. Tarde da noite, mesmo que não ande muito, cobre o rosto com um boné de beisebol, coloca um capuz por cima, uma máscara e uma jaqueta que o fazem parecer um marshmallow branco. Coloca as mãos nos bolsos e dobra os ombros para terminar aparecendo em uma posição distorcida… É completamente diferente da imagem do florista saudável e normal que ele tentara mostrar originalmente.

Caminhou por um parque, em um lugar escuro e desolado que o fazia se sentir em um filme de terror. Toda vez que sopra um vento frio e forte, um pedaço de lixo descartado na estrada se move de um lugar para outro e, embaixo de um prédio, perto de um muro, um sem-teto se amontoa entre dois cobertores e um cachorro. À distância, se você continuar em linha reta, há um centro com muitos edifícios altos e luminosos; portanto, na realidade, é como se fossem dois mundos diferentes.

Isaac, que olhou em volta uma última vez, caminhou rapidamente por um par de arbustos, inclinando a cabeça um pouco mais do que o necessário.

A razão pela qual ele caminhou até os arredores do centro da cidade era simples: havia quebrado seu celular. Agora usa um telefone público, mas é um pouco difícil encontrar um perto de seu distrito ou da loja de flores. Hoje em dia, todo mundo carrega um celular ou um tablet inteligente, além de não haver um perto de sua casa, mas eles não existem onde quer que você vá.

Era verdade que era difícil encontrar um telefone público, mas de qualquer maneira, se houvesse um telefone perto do apartamento, não o teria usado. Isso seria muito óbvio. Para fazer suas ligações, caminhou até o parque e a cabine que ele usava era diferente todas às vezes. Um esforço que ele fez para não revelar nenhuma conexão com sua mãe. Claro que sabe que pode ser inútil. Ou seja, apesar do fato de ele cuidar bem deles, Félix descobriu a existência de Benjamin tão rápido quanto um piscar de olhos.

Graças a isso, a ansiedade só aumentou significativamente… E então Steve veio e mostrou-lhe que eles realmente podiam alcançá-lo sempre que quisessem.

Ele não conseguia dormir bem e não podia comer ou descansar. Estava entrando na fase de crises nervosas e extrema ansiedade… E isso já fazia mais de uma semana!

Quanto tempo isso vai durar até que eu não possa mais suportar?

Isaac finalmente ligou para sua mãe e perguntou o que fazer. Concluíram que seria melhor ele pegar o garoto e sair dali o mais rápido possível. A casa em La Jolla foi alugada de qualquer maneira, então um novo lugar certamente serviria a eles. Só tinham… Que encontrar um lugar maior e mais longe.

O apartamento de Isaac não tinha mais nada dentro.

Ele pensou que depois de se esconder por alguns meses, chegaria ao novo lar de sua mãe e Benjamin. Mudaria seu nome e sobrenome. A floricultura logo seria convertida em uma cafeteria. E, finalmente, começaria de novo outra vez.

Mas então Isaac parou no meio da estrada. Olhou para o céu, para a lua coberta por nuvens escuras que espalham uma luz amarelada… É um panorama que chama bastante a atenção dele. Uma paisagem exuberante e estranha tanto quanto as coisas que acontecem em sua mente. Embora se esconda atrás das nuvens, o luar amarelo não desaparece. É como o cabelo de Benjamin.

Logo, o sorriso em sua boca desapareceu tão rápido como havia chegado. Ele não o vê há um bom tempo, então, se as coisas já estão assim agora, será definitivamente mais difícil vê-lo no futuro.

Sentia muita falta de Benjamin. Se pudesse, gostaria de correr e abraçá-lo com todo o sua vontade. Beijá-lo por todo o rostinho e cheirar a fragrância de suas roupinhas de bebê.

— Ha.

Pensou na risada de Benjamin, a que ouviu no fone de ouvido um momento atrás e deu um longo suspiro.

Deu um passo…

Por que… Há um carro estacionado a uma quadra de distância?

Atrás dele, começar a ouvir passos que gradualmente começam a se aproximar e acelerar. Isaac reflete seus nervos em sua postura e tira a faca que estava em sua mão… No entanto, o som metálico é mais rápido que ele.

— Não diga nada… E coloque isso na sua cabeça.

Uma voz baixa se espalhou pelo ar frio. A arma do homem aponta exatamente para o centro do pescoço, então Isaac… Teve que levantar as duas mãos lentamente. 

Como foi mandado.

*

Félix, que jogou o envelope sobre a mesa, apertou o copo de bourbon na mão. O gelo bate no copo repetidamente, e, no entanto, ele parece não ter intenção de beber imediatamente. Está lá, sacudindo mecanicamente a taça.

— Você acha que pode ser de um paparazzi? 

Várias cópias de fotos altamente detalhadas foram anexadas ao arquivo do envelope. Félix e Isaac no iate, e depois do iate no dia seguinte. Ao lado de um sedan.  

— Porra, parece que estou pagando ratos em lugar de um verdadeiro pessoal de segurança. Meu dinheiro está sendo desperdiçado. 

O rosnado de Félix peneirou o bourbon que ele aqueceu em sua mão. Tony também olhou para a foto.

— Americanos?  

— Não importa… Pelo menos eles me deram uma boa foto de Isaac. — Olhou para a imagem, pego-a com os dedos e murmurou como se estivesse encantado. — É lindo, não é? 

— …O que devemos fazer?

— Deixa eles em paz por enquanto. Não é como se fossem muito inteligentes de qualquer maneira. — Félix esvaziou rapidamente a caneca sem se importar que metade dela era gelo derretido. — Você verificou o perímetro?

— Sim… Mas não importa o quanto olhemos ao nosso redor, não há absolutamente nada. As fotos só apareceram embaixo da porta. 

— Um aviso estranho. 

— Certamente. 

— Não importa, porque agora estou mais focado na chegada do meu amado RUT. Mal posso esperar para eu entrar no cio.  

Félix, que cobriu o relatório com as mãos, parecia ter ficado muito feliz do nada. Então, depois de encher seu copo vazio com bourbon, de repente riu dos olhos chocados de Tony e Jack. Eles pareciam estranhos, como se tivessem ouvido uma estupidez. 

— Você está esperando seu RUT? 

— O RUT de verdade… Para ver esse belo corpo derreter em minhas mãos. 

Félix, que agarrou o copo novamente, bebeu antes que o gelo derretesse, ao contrário de antes.

Tony tinha uma expressão complicada.  

Provavelmente é o mesmo homem de sempre, mas agora parece ter adquirido o hábito terrível de dizer coisas estranhas de vez em quando. Antes, se a RUT chegasse e eles não cuidassem dele adequadamente, ele acordava irritado e dizia que queria ser morto. Tony ainda se lembra disso. Um jovem loiro, chorando e dizendo que odiava com toda a sua alma ser um Alfa. Ele não gostava de estar tão excitado, não gostava de se sentir um animal, e não gostava de fazer sexo. Em vez disso, odiava fazer sexo. Às vezes era tão intenso que o encontravam no banheiro, sentando e batendo a cabeça no vaso sanitário até sangrar. 

Graças a isso, quando o RUT se aproxima, eles adquiriram o hábito de lhe dar altas doses de analgésicos e antidepressivos que o fazia não sentir ou recordar de nada antes ou imediatamente depois… Embora, é claro, seja um segredo. O homem odiava usar inibidores e outros medicamentos, por isso sempre parecia muito irritado antes da RUT. 

Você está seriamente tão apaixonado a ponto de querer que o cio venha?  

Tony está confuso, então ele apenas coça a bochecha.  

— Como foi… Aquela vez na floricultura?  

— Ah… Foi tão bom que sinto que, se me lembro, poderia ejacular agora.

Independentemente da pergunta, Félix, que bebeu o conteúdo de outro copo como se fosse água pura, respondeu sem rodeios. Muito sem vergonha. 

— No final da semana passado, você realmente ficou no hotel com ele por dois dias inteiros? 

Jack perguntou.

— Comi o quanto quis. E você acha que foi o suficiente para mim?  

— Não?  

— Exatamente!! 

— Então é por isso que você quer vê-lo toda segunda-feira, para aliviar o desejo…

Basicamente, durante todo esse tempo, Félix parecia não gostar de pessoas. Ele nunca teve uma namorada ou namorado e parecia bastante relutante em qualquer tipo de relacionamento.  

A princípio, a atitude de Félix em relação a Isaac não era tão séria… Mas desta vez parece tão honesto que até assusta. Todo mundo se perguntava ele sequer se cansaria alguma vez dele. Se o descartaria, como mais um acessório que gostou enquanto estava bom.  

A resposta de Félix foi bater nas costas de Tony.

— Não… Mas, esperando toda segunda-feira, meu desejo acumula tanto que, quando é liberado, acaba sendo duas vezes mais satisfatório. Não é normal? Que se sinta bem com pessoa que ama?  

O queixo de Tony, que estava apoiado na mão dele, escorregou e acabou batendo no nariz em cima da mesa. Já havia dito isso antes… Mas quem pensaria que ele ainda estaria tão envolvido nisso? Como esse pobre florista aguenta? Não importa se ficar com ele uma vez por semana, deve ser muito difícil para ele. Mesmo se for um beta de alta classe, a exposição a feromônios de um alfa dominante inevitavelmente o afetará ou o matará. Mas Félix decide usar feromônios contra ele sem arrependimentos. Derramando e esmagando tudo dentro de seu corpo até que ele esteja bêbado. ‘Faça amor comigo’, ele disse… 

Deus, se eu tivesse os papéis que poderia confirmar em vez de apenas especular. 

— Droga, estou morrendo de vontade de ver ele.  

Félix lambeu o copo com a ponta da língua enquanto dizia isso… Estava se lembrando do modo como o rosto de Isaac sempre acabava encharcado de luxúria. Sua saliva fluindo, sacudindo sua cintura. Cravando as unhas profundamente sob a pele do seus braços. Deus. Toda vez que se lembra do calor, o sangue corre imediatamente para o pênis… 

Ele definitivamente está ficando louco.  

— Eu sinto… Como se já estivéssemos em um relacionamento.

Então Tony, que estava ao seu lado, lançou um olhar estranho novamente e deixou sua boca aberta. Por causa disso, Félix levanta as sobrancelhas. 

— O que?

— Não… Nada. 

— Vamos lá… O que você tem a dizer?  

Quando perguntou isso, Tony respirou fundo e tentou ser cauteloso. Pelo menos agora ele sabe com certeza que o chefe se importa de verdade e muito honestamente com a florista. Isso significa que não é uma coisa momentânea. 

— Ok, você o ama. Mas ainda não teria que dizer essas coisas tão… Absurdas.  

— Do que você está falando?

— Não importa o quanto você goste dele… Tem que ser algo mútuo. Não é apenas sexo ou o que dizem quando estão cheios de sêmen, suor e feromônios. Para estar em um relacionamento, você primeiro fala e abre seu coração. Honestamente. E não vejo Isaac fazendo muito o que dizemos. 

(N/T: Eu já disse que sou fã do Tony?)

Como se não pudesse refutar nada, Félix olhou para Tony e depois bebeu um novo copo de bourbon com gelo. No final, apenas disse: 

— Então Isaac não se sente como eu?  

Félix obviamente tinha uma enorme incapacidade de entender essas coisas assim.

— Eu não poderia dizer com certeza se ele gosta de você ou não. 

— Porque não?

— Isso é algo que você deve pensar, ou algo que você deve perguntar diretamente a Isaac. 

— Pode haver um homem no mundo que não gosta de mim?  

Tony podia ver a arrogância de Félix tocando o céu… Mas ele não tinha motivos para dizer o contrário. Sim. Por que alguém não iria gostar dele? Ele tem luxos, guardas a quem bater por deixar a grama sem cortar e homens que sequestram bebês no lugar dele. 

— Eu não tenho dinheiro e poder? Quem poderia ignorar isso? Quem pode não querer sair comigo?

Ele, que acrescenta isso como uma sentença final, se apega firmemente à idéia flagrante de que ninguém pode rejeitá-lo. Nunca. Definitivamente nunca!  Só então Tony desistiu da idéia de explicar o significado do amor para esse homem que não tinha idéia ou conceito sobre relacionamentos. 

— …Sim, tem razão. 

Tony estava deprimido, então sacudiu os ombros e respondeu sem energia.

Ok, deixe-o pensar o que ele quiser, que seja então!  

— Enfim… Falando em negócios, o que aconteceu com o pai do Isaac?

Tony de repente se altera diante da pergunta repentina.

— É um pouco complicado.

— O quão complicado?

Tony estava em uma postura reta… Está assustado e tudo mais, porém não tem escolha a não ser relatar. 

— O pai de Isaac, Eugene Sinclair, foi para Washington com Isaac… Mas não há registro de que ele se casou novamente. 

— Será que estavam vivendo juntos sem a necessidade de um registro de casamento? 

Félix perguntou, mas Tony balançou a cabeça com firmeza.

— Não há sinal de que foi esse o caso. Havia apenas Eugene e Isaac. Eugene, isso é verdade, ele está morto agora. Nada foi encontrado, embora tenhamos procurado o dia todo.

Bom… Isaac disse que tinha um novo pai, mas que não exista nada dele é certamente estranho. Com a inconformidade que parecia ter golpeado a eles de repente, outras novas dúvidas sobre Isaac cresceram. Sua garganta está dolorida e sua cabeça se sente pesada. 

Então, Félix levantou-se e perguntou: 

— Ok, onde está Noah?

Tony não podia suportar mais emoções por um dia. 

É sério!? Você está realmente procurando Noah?

— … A quem exatamente você refere com Noah? 

— Existe outro Noah na minha família além DAQUELE Noah? Deus me livre. O mundo seria o inferno se existisse outro homem como ele. 

Félix franziu a testa. Disse que odiava Noah, mas agora está o procurando. O quão ruim é tudo isso?

— Eu sei onde ele mora. 

— Vá até ele. 

— Será de maneira subterrâneo então.

— Subterrânea? 

Félix, que levantou as sobrancelhas, estava muito confuso.

— Isso é porque eu fui bloqueado pela licença por lidar com a primeira ordem do chefe.

— Hmm, então deixe Noah vindo diretamente. 

— Muito bem. 

Depois disso, Félix imediatamente cruzou a casa inteira até chegar à biblioteca. Eram passos longos para que todos tivessem que correr uma marcha igualmente rápida enquanto o viam passar. 

Noah Prixel, é primo de Félix. Eles estão sempre brigando, então jamais se vêem cara a cara… A menos que, claro, algo grande está acontecendo. Para todos é uma imensa surpresa.

Droga, o que falta mais acontecer? Tony não poderia estar mais frustrado com Félix, que em si já estava agindo bastante estranho nos últimas dias.

Tony tentou tirar a sensação de ansiedade e continuou com seu trabalho.

 

***

Quando o saco de pano preto foi removido de sua cabeça, uma luz brilhante caiu sobre ele. Seus olhos, que não estão adaptados a essa clareza, começaram a arder muito a ponto de derramar lágrimas. Franzindo a testa, Isaac suspirou e abaixou a cabeça.  

Estava amarrado. Os pulsos dele estão amarrados atrás de uma cadeira, assim como o peito e as pernas. A boca tem gosto de sangue… 

Merda.

Não esperava que algo assim acontecesse tão rapidamente. Ele parecia ter esquecido o oponente. Talvez o tenha subestimado… Não, pode ser apenas um passo em falso. Quer dizer, ele limpou o apartamento e nunca fez ligações no mesmo cubículo. Mal estava saindo, então o que exatamente aconteceu? 

Enfim… Parecia verdade que estava se afundado até o pescoço.  

[K.]

No momento em que a voz soa, as mãos ásperas de alguém agarram os cabelos de Isaac e o puxam para trás com força para prestar atenção. Graças a isso, Isaac não teve escolha a não ser encarar o monitor na frente dele. 

Não há imagem, apenas seu reflexo.  

[Já faz muito tempo, certo?]

Continua…