Querido Benjamin - Capítulo 11

Tony estava pensando profundamente. Desde a noite anterior, ouvira docemente Félix falar sobre querer “um pônei branco elegante e de raça pura”. 

Não conseguiu dormir por um tempo, então agora tinha olheiras sob os olhos e uma expressão completamente ressecada… Era tudo um caos! Seria mais fácil se tivesse lhe pedido uma edição limitada de um carro de alguma marca mundialmente famosa. 

Encontrar um pônei branco, disse… Honestamente não tenho certeza de onde obtê-lo ou com quem. 

Estava procurando durante toda a noite, inclusive até chegar de manhã e depois até o meio dia. Ele chamou um estábulo e depois teve que viajar para um estábulo no leste. Finalmente, algumas horas depois, os requisitos da “Missão Impossível” patrocinada por Félix foram atendidos. 

Era uma ordem por telefone; portanto, até que visse com seus próprios olhos e verificasse se respirava, não pode sentir nenhum alívio da tensão iminente. Eles ainda tinham que transportá-lo em segurança do ponto de entrega para a festa de aniversário de Benjamin. 

Ele esperou e esperou do lado de fora da entrada. 

Os pulsos de Tony estavam rígidos e suas costas estavam molhadas de suor frio… Os caminhões e os carros de sua equipe chegaram dois minutos atrasados, mas conseguiu confirmar que o pônei branco que Félix havia solicitado estava vivo e em perfeitas condições… Era muito precioso. 

(N/T rumple: é triste ao mesmo tempo, coitado do Tony.)

Menos mal! 

Tony e seus homens deram um suspiro de intenso alívio e seus ombros não estavam mais tensos. Havia também outros que estavam sentados no chão imediatamente porque suas pernas haviam finalmente relaxado…Eles estavam pálidos, tremendo, e outros tinham um rosto horrivelmente amarelo. 

Quando a notícia da chegada do pônei começa a se espalhar do lado de fora da casa em La Jolla, Félix leva Benjamin… que ainda parece ser seu próprio minimi personalizado. Ele sai, abre a porta dos fundos com um ritmo relaxado e, enquanto isso, coloca o garoto firmemente em seu braço para começar a caminhar diretamente em sua direção. 

Embora todos pareçam respirar fundo pela primeira vez durante todo o dia, Tony, que sabe que sua atitude é como uma bomba-relógio, não sabe quando e como algo vai dar terrivelmente errado. Está em alerta. 

Quando encarou Félix, estava nervoso novamente, então teve que apertar os punhos com força e engolir fortemente… Mas o homem só desenha uma linha suave nos lábios que até o faz se sentir bastante ridículo. 

— Quem está encarregado da segurança de Benjamin? Onde ele está?

Na ponta de seus belos lábios vermelhos, uma palavra ardente voou como uma espada e mergulhou direto em seu peito sem fazer nada para impedi-lo. Tony estava tenso novamente. 

Eles estavam nervosos… 

— Aconteceu alguma coisa com ele? Contratamos um comandante da guarda local para que ele passasse despercebido.

— E você acha que ele fez um bom trabalho na festa?

Olhou para trás… 

Pareceu-lhe que o guarda de La Jolla era literalmente um dos melhores de sua classe. Ele era bem treinado, nunca parecia cometer erros e não havia nada suspeito em seu registro. 

— Eu acho…

— Comandante? Você pode vir?

O homem, que estava esperando a alguma distância atrás de um carro alto, avançou como se tivesse levado um chute forte no traseiro. 

Onde ele estava errado? 

O que aconteceu com ele? 

— Eu quero… Hum… — Félix tentou pronunciar palavras ameaçadoras e odiosas, como sempre… Mas de repente sua garganta se fechou e sua boca também fechou. Estava ciente de que Benjamin estava abraçando seu pescoço para brincar com seus cabelos. Ele vira a cabeça para ver o bebê e faz um sorriso constrangedor. — Não, nada…

Tony tinha olhos realmente enormes quando olhou para o garoto e o homem, que havia decidido beijar o topo da cabeça dele por alguma razão. 

Félix estendeu os braços para ele e passou-o com cuidado para Benjamin… Não era necessário nem dizer mais palavras. 

— Oh Benjamin! Olhe lá, você viu quantos pássaros existem?

— Onde?

Benjamin virou a cabeça para onde Félix estava apontando. 

Todos eles desviam o olhar também porque sabem que algo muito ruim vai acontecer. 

— Você precisa procurá-los, Benjamin. Continue procurando. 

Foi então que foi ouvido um horrível som que se produz uma fratura óssea devido a um punho impactando-se com todas as suas forças. Seu corpo treme violentamente e alguns gemidos começam a ser ouvidos minutos depois. Depois, há outro soco, e outro e outro, e se pode ouvir o respingo de sangue quando ele começa a encher sua garganta e sair pelo nariz. 

Só depois de um tempo, veio o som de algo rastejando, de algo batendo e quebrando no chão e então… Calmaria. 

O homem, o líder da equipe de segurança, estava em convulsão no chão com um rosto completamente deformado. Félix ainda tinha o luxo de quebrar a perna com um golpe. 

(N/R Yuri: Aí gente, isso foi muito exagerado e desnecessário!) 

O olhar feroz de Félix caiu sobre a cabeça de todos. 

— E então você se chama o chefe da equipe de segurança!? — Gritou — Onde você estava agora? O garoto correu e caiu! Olhe para os joelhos! Consegue ver, seu idiota?

— Senhor, a criança não… 

— E se algo tivesse quebrado? E se não tivesse sido curado por um maldito curativo? O garoto estava deitado de bruços! Você não verificou a grama? Você não percebeu que era alta demais para ele?

— Grama?

— Você não lavou seus ouvidos hoje, heim? Você não ouviu nada do que eu disse!? 

— Eu escutei! Eu escutei! Me desculpe! Farei melhor da próxima vez! Farei melhor, juro! Cortarei a grama!

O homem respondeu enquanto chorava, então os rostos de todos que os observavam ficaram cada vez mais pálidos… Estava se tornando uma situação muito difícil de suportar, especialmente para Tony. Ele ainda estava procurando pássaros imaginários no céu. 

Se alguém tivesse previsto que o homem sofreria tanto com a grama, teria cortado sozinho.  

— A grama é de sua responsabilidade, porque a criança mora lá e seu trabalho é protegê-la de todos os danos… É por isso que estou lhe pagando.

— Sim! Sim, é tudo culpa minha!

— Se a criança se machucar mais uma vez, vou cortar sua cabeça, pernas e braços e jogá-lo parte por parte no mar para alimentar os tubarões.

Um silêncio constrangedor de repente fluiu… Eles se tornaram pedras e ficaram nervosos. 

— Vai alimentar os tubarões?

Benjamin se virou rapidamente e estendeu as mãos para procurar o corpo de Félix. Queria que o carregasse novamente… 

O homem respondeu — Sim.  

— Eu também posso ir?

O clima está ficando estranho. Independentemente de as palavras sangrentas ou assustadoras aparecerem aqui e ali, o garoto parece ter mantido a imagem inocente do mar. 

— Vamos ver…

Tony engoliu… 

Proteger o filho do florista de ferimentos é uma missão importante, mas a do gramado era um pouco exagerada. 

Tony quer ficar de boca fechada, mas também quer falar. Quer refutar suas ações e repreendê-lo adequadamente, mas percebe que não pode. Não teve escolha senão, como sempre, engolir o fogo que crescia em sua garganta e evitar olhar o líder dos guarda-costas. 

Deveria levá-lo ao hospital e comprar uma bebida mais tarde. 

— Onde estão os presentes? Você prometeu!

— Eu fiz?

— Sim…

O garoto, que casualmente descansava a cabeça no ombro de Félix, começou a sacudir os pés insistentemente de trás para a frente. 

— Pássaros foram seu presente.

— Mas… Eu não vi nenhum.

É divertido, ele está fazendo muito beicinho. 

— Gostaria de receber um presente de aniversário de verdade?

— Sim!!

— Tony, por que o presente do garoto não está aqui?

— Eu esqueci que tinha que…

— Bem, tente não esquecer.

Tony pensou que desta vez alguém poderia realmente se transformar em comida de tubarão. 

Ele secou a testa, que estava pingando suor frio, com um lenço de pano, depois começou a olhar em volta. Precisam tirar o maldito pônei! Rápido! 

Eles estavam todos se olhando. 

Se moviam de lá pra cá. 

Um deles correu rapidamente e arrastou o pônei da corrêa que tinha em sua cabeça até que ele foi levado em frente à casa. 

— Benjamin, você gosta de cavalos?

— Woooo! 

O menino grita em vez de dar uma resposta… Não era medo, mas completa alegria. 

— Olha, olha!

Félix, que tinha um sorriso enorme, abraçou o garoto e imediatamente o levou para encontrar o cavalo… 

Depois de um tempo, Benjamin já estava sentado no pônei, numa cela de criança. Ele chegou a colocar todos os cintos de segurança e apertar um pouco os sapatos. 

Inclusive, até lhe mostra um chapéu de cowboy. 

Quando coloca na cabeça do garoto, Benjamin fica tão animado que o rosto de Félix se derrete em um momento e fica totalmente fora de controle. Olhou para ele a todo momento, então segurou as rédeas e foi para a porta dos fundos que dava para o jardim. 

Tony rapidamente chegou ao seu lado. 

— Eu…

— Ok, tanto faz… Será mais tarde.

Então, Félix não olha para trás e não dá mais ordens… Porque está muito ocupado segurando e cuidando da criança que não sabe exatamente onde colocar as mãos. 

— Você trabalhou duro para consegui-lo com urgência… Muito obrigado. 

— … Hein?

Nunca na vida, tinha dito algo para ele como “muito obrigado”. 

Enquanto Tony estava pálido,  ouviu os gritos das crianças presentes na festa até que se tornaram insuportáveis… Na verdade, Tony estava mais preocupado com outras coisas além de cavalos e crianças em idade pré-escolar comendo bolo e querendo cavalgar. 

Parecia que esse homem não era o mesmo Félix Prixel a quem ele servia por tantos anos: antes de tudo, nunca havia comprado presentes para ninguém e não era do tipo que pedia que um pônei fosse trazido a ele em um dia. Ele é agressivo, mas quase conseguiu matar o chefe da equipe de segurança porque o garoto caiu no jardim… 

Olhou para Benjamin… Com amor. 

Isso não parecia que ele só queria impressionar a florista. 

— Você deveria ouvir seus instintos, Félix. É mais inteligente do que você. 

Tony, murmurando para si mesmo, apenas balançou a cabeça.

Os convidados estavam ocupados alinhando-se… Ele teve que dar a volta no jardim até encontrar um lugar onde pudesse ficar. 

As crianças da festa estavam gritando porque também queriam andar a cavalo; depois que Benjamin deu algumas voltas por conta própria, Félix foi com uma criança e depois foi com outra, e deu-lhes uma carona rápida, mas aparentemente divertida. É estranho que estar com Benjamin o faça parecer tão animado. Ele também parece encantado por brincar com os outros convidados… 

Além disso, entre todas as pessoas que Félix tem sob seu comando, há homens que realmente gostam de cuidar de crianças. Esse é o caso de Jack, por exemplo. Graças a ele, Félix e seus jogos incansáveis, o jardim de repente ficou mais enérgico. Até parece algo como um parque de diversões improvisado. 

Benjamin estava andando a cavalo, mas depois ia soprar bolhas com as outras crianças. Ele foi para os balanços ou se divertiu girando em círculos com os braços estendidos… A boca de Isaac é fraca diante de uma visão tão agradável, então ele desenha um sorriso enorme. Depois de um tempo, no entanto, Isaac ficou à sombra de uma árvore e observou o desenrolar da festa uma última vez antes de se virar e sair do jardim: ele relutou em ficar exposto por um longo tempo à vista de pessoas curiosas. 

Sua mente estava inquieta… 

Era difícil ficar parado porque ele estava acumulando muito lixo em seu organismo, e isso estava inevitavelmente o impedindo. 

Quando Félix, que tinha saído fora por um tempo, voltasse e parasse bem na frente dele, não sabia que expressão fazer quando ambos olhares se encontrarem… As palavras que havia dito a sua mãe ainda estavam saltando em seus ouvidos, tanto que já estava tonto. 

Você pode dizer novamente que o pai de Benjamin é apenas você? 

Isaac não pôde responder no final. 

O pai de Benjamin… 

(Sou só eu. Apenas eu.)

Ninguém mais pode tomar esse lugar. 

Se fosse contar a ele, também terá que revelar que é um Ômega. E não pensava em Félix com precisão, pensava em todos. Quer dizer… Tudo o que construiu estava indo inevitavelmente pelo ralo! Os Alfas iam olhar mal para ele, seus clientes e vizinhos também fariam isso. As pessoas que estavam agora sentadas no jardim… 

Como poderia explicar o fato de que ele negava Benjamin o tempo todo? 

Ele sempre quis ser um Beta… Mas não fingia ser um Beta, fingia não ser um Ômega. 

Ultimamente, o único sonho de Isaac era administrar sua loja de flores, morar com Benjamin e sua mãe e ser uma pessoa absolutamente normal. 

Mas sonhar com uma vida comum não faz com que você tenha uma vida comum. 

Ele sente que suas raízes estão tremendo lentamente e que a terra à qual está ancorado está desmoronando e caindo aos pedaços. Agarra os pedaços de si mesmo que não querem ser Ômega, mas com a outra mão, possui um contrato assinado que diz que ele deve ajudar um Alfa em seu período RUT. 

Se ele era uma planta… Então Félix era o pântano lamacento em que estava afundando. 

O pai do filho dele… 

Isaac balançou a cabeça para parar de pensar nisso. Não quer ter mais de Félix em sua vida, mas a sua presença não enfraquece e muito menos parece querer evaporar… Quanto já tem se acumulado até agora? Pode chegar a colapso dos nervos? 

Isaac respira fundo. O ritmo de sua caminhada involuntariamente aumenta… Parece que ele está fugindo de algo invisível e aterrorizante. Não pode parar. 

E foi aí que Jack pulou direto para o seu campo de visão. 

Jack vagueia silenciosamente, abre a porta lentamente e sai do jardim para os fundos. 

Isaac se vira, olha para aquele lado e respira fundo devido a um mau pressentimento. 

O que esse homem está planejando? 

Ou é apenas a sua imaginação? 

Isaac cerrou os punhos ansiosamente, moveu-se com cuidado e se aproximou da porta que dava diretamente para o quintal. 

Ele olhou através de um pequeno buraco. 

Jack encontrou alguém que estava esperando por ele no degrau mais baixo da escada… Parece que ele está fumando porque a fumaça flui e se dispersa por toda parte devido ao ar. 

— Você trouxe?

Perguntou uma figura estranha para Jack. 

— Foi difícil, sabia? — Jack sussurrou como se fosse um segredo, encolhendo os ombros quando ele estendeu a mão. O homem ao lado emitiu um som nasal bastante pesado em resposta. — Isso vai nos matar. 

— Não se preocupe. Olhe, olhe… É dessa cor que eu estava falando. Todos sabemos que essa cor não é comum.

O homem, meio coberto pelas costas espaçosas de Jack, parecia ter recebido algo… Houve um farfalhar, outra palavra. 

Os olhos de Isaac estavam ficando mais afiados quando tentou se concentrar. 

O que estavam fazendo? Realmente parece ser algo sinistro. 

Não importa quem eles sejam ou se Félix é o chefe deles, não deveriam estar traficando drogas ao lado de um jardim onde as crianças brincam. 

(N/R Yuri: As paranóias do Isaac são ótimas kkkk)

A dúvida se dispara com mais força. Eles não pareciam notar Isaac. 

— Daquela pessoa também?

— Isso foi mais fácil porque ficou lá a noite toda.

(N/T Rumple: nossaaaa quem será essa pessoa?) 

— Sim. 

— Cuidado, porque é um segredo. Eu não quero que o chefe saiba. 

— Eu sei. A propósito, se os resultados dos testes saírem mais cedo, para onde digo que os envia?

(Os resultados do teste?)

Isaac, que ouviu a conversa, não suportava o desejo de saber ainda mais. Ele se inclinou um pouco mais e… Então a porta se moveu e houve um rangido terrível. O misterioso companheiro de Jack virou a cabeça na direção da fonte do som, mas Isaac rapidamente colocou seu corpo contra a parede. 

Naquele momento, o homem que ficou olhando para a porta pareceu intrigado e bateu no ombro de Jack algumas vezes. Significava: ‘Vamos para outro lugar’. 

Eles logo se afastaram na direção oposta de onde Isaac estava escondido. 

Isaac suspirou aliviado por não terem investigado mais. É possível que eles apenas pensassem que era um garoto que estava brincando… No entanto, ao contrário do alívio que surgiu no início, seu coração começou a bater com ansiedade. 

Jack e com seu objeto estranho e o homem à sua frente… 

Aquele era Tony?

Continua…

Nota da Yuri:

Gente coitado do segurança, Félix pegou muito pesado! 

Rumple havia me avisado que esse cap era um pouco pesado, tipo, eu achava q nem tanto até ler, bom, na minha opinião foi sim, não gostei de como Félix agiu com o coitado do segurança, o Benjamin nem se machucou de verdade! Enfim, ele é um mafioso né, isso não deveria me surpreende hahaha…

Mas por um lado… O vejo que o lado paternal dele está se aflorando cada vez mais, até o instinto dele sabe que ele é o pai kkkkk agora eu admito, Félix é muito burro pra ainda não ter se dado conta de que B é filho dele! Porra!!

Enfim, a intenção da autora com esse capítulo é isso, mostra o lado “preocupado, amoroso e cruel” do nosso alfa mafioso quando se trata da proteção do seu filhotinho lindo… 😆