Noite De Caça - Capítulo 182
Ela olhou para mim como se não entendesse por que eu estava agindo assim de repente. Estava tão sufocado por dentro que senti que ia explodir, então bati no meu peito com o punho. Quando eu sentia que estava a morrer sufocado depois de prender a respiração por muito tempo, sempre batia no peito.
Mas isso só machucou meu peito e não me fez sentir melhor. Mesmo agora meu coração só estava doendo. Senti que ia explodir em lágrimas, mas as contive. Não queria mostrar uma única lágrima na frente dessa mulher.
— Peça desculpas, agora. — Repeti as mesmas palavras em uma voz embargada. Bati no peito algumas vezes, e então, completamente exaltado, fechei meus olhos com força. — Diga que você sente muito……
— Está bem. Me desculpe. Você está satisfeito?
Minha mãe finalmente disse as palavras de desculpas, com relutância.
— Você está agindo como uma criança descontrolada e agitada. Você não faz isso na frente do seu marido, faz?
Diante das palavras dela, o homem ao lado dela murmurou para si mesmo.
— Mas que diabos? Ele é maluco? Os híbridos mutantes são propensos a doenças mentais. Ainda sim o filho parece bem, acho que não tem um defeito genético, como sua mãe, ou será que herdou? Se a nora de uma casa alfa real for uma idiota e o filho também for, isso seria realmente hilário.
— Cale a boca!
Não consegui me conter. Eu podia suportar ser insultado, mas não suportaria que falassem mal do meu filho. Eu me lancei sobre o homem, com os olhos arregalados, agarrei-o pelo colarinho e o sacudi.
— Você não sabe do que está falando, seu bandido de terceira categoria! Retire o que disse agora mesmo!
— Você está louco?
O homem olhou para mim e me empurrou para longe. Ele era incrivelmente forte, mas segurei firmemente o colarinho dele e o balancei novamente.
— Retire o que disse! Imediatamente!
— Porra, sério!
Finalmente, o homem me deu um soco. Fui jogado para trás pelo soco, completamente sem forças. Caí com um estrondo, fazendo um barulho alto e caótico, derrubando cadeiras e mesas. Doía e minha cabeça estava girando, então não consegui me levantar sozinho.
O guarda-costas, que estava observando a situação, finalmente correu para me ajudar a levantar.
— Senhor Seolwoo, você está bem?
— Porque você não facilita as coisas dando logo o dinheiro? Ah, droga, sério!
O homem xingou e tentou me chutar, mas o guarda-costas o impediu. Ele rapidamente subjugou o homem e o jogou no chão. O homem se contorcia de dor.
— Pare, vamos embora.
O guarda-costas, que havia dominado um homem muito maior do que ele de uma só vez, envolveu meus ombros com os braços e me arrastou para longe. Mal consegui ficar de pé sob seu apoio. Meu corpo inteiro doía como se eu tivesse sido espancado, e meu nariz estava pingando sangue. O segurança rapidamente pegou um lenço e me entregou.
Minha mãe se levantou de repente e agarrou meu braço.
— O dinheiro? Transfira o dinheiro primeiro antes de ir.
Eu a encarei incrédulo. Quer seu namorado bandido tivesse me batido ou não, quer ele estivesse deitado no chão depois de ser espancado ou não, a única coisa em que ela pensava era no dinheiro. Ela agarrou meu braço e olhou para mim com olhos chorosos, suplicando.
— Você prometeu me dar o dinheiro.
— Se eu fosse você, pegaria seu amante e daria o fora daqui agora mesmo. Você acha mesmo que ele é o único que pode me proteger?
O guarda-costas não era o problema. O problema real era Baek Doha, que chegaria a qualquer momento depois de receber uma ligação do segurança. Seria muito melhor para ela ir embora antes que ele chegasse.
— Então você está dizendo que não vai me dar o dinheiro.
O rosto de minha mãe mudou em um instante. Com olhos selvagens e uma expressão demoníaca, ela agarrou meu braço novamente quando tentei me libertar.
— Se você prometeu dar o dinheiro, então deve dar, não é? Eu até pedi desculpas! Como pode fazer isso com sua mãe depois de todo o trabalho duro que tive para criá-lo? Como pode me ameaçar?
Em vez de demonstrar sua raiva, minha mãe começou a chorar. Ela mudou a tática, usando as lágrimas como arma. A multidão que assistia começou a murmurar. Todos pegaram seus celulares e começaram a filmar. Essa farsa ridícula provavelmente estava sendo transmitida pela Internet em tempo real.
A minha cabeça latejava. Talvez tenha batido com a cabeça quando caí, pois ainda via tudo a rodar à minha volta. Um zumbido em meus ouvidos e o rosto choroso da minha mãe pareciam se sobrepor. Estava dolorida e exausta. A raiva que queimava dentro de mim tinha desaparecido. Eu não era mais jovem o suficiente para deixar meu corpo ser tomado pela raiva, não tinha energia para isso e nem queria.
Gritar até vomitar sangue não faria a minha mãe entender. Ela nunca tentaria compreender a profundidade dos sentimentos acumulados em mim, nem o peso das dificuldades que enfrentei. *Ela era alguém que preferia que o próprio filho apodrecesse a admitir que a agulha cravada em seus dedos lhe causava dor. Essa era a minha mãe.
N/Rize: Fiquei um pouco confusa com esse provérbio coreano aí está a explicação ➡ ️ Reflete uma atitude egoísta e insensível em relação ao sofrimento alheio, destacando a falta de empatia. Essa expressão é usada para descrever alguém que coloca seus próprios interesses acima dos outros, inclusive de seus entes queridos.
Há pessoas que podem ser consertadas e pessoas que devem ser abandonadas e deixadas de lado. Baek Doha era a primeira opção, e minha mãe era a segunda.
Acho que é hora de deixar minha mãe partir. Sem expectativas e sem ódio. Só deixar ir. — Vamos sair, — eu disse com dificuldade. — Não vamos fazer isso aqui, vamos sair e conversar.
Agarrei a mão que segurava meu braço. Minha mãe empurrou minha mão e disse:
— Eu não acredito em você.
— Vou te dar o dinheiro se sairmos. Não há vantagem para você, em permanecer aqui e discutir. Se continuar fazendo isso, não vou te dar o dinheiro.
Endureci minha expressão e falei com bastante firmeza. Não me importava se as pessoas me viam ou não. De qualquer forma, eu era o vilão dessa farsa. Minha mãe bufou como se não pudesse ganhar, pegou sua bolsa e saiu primeiro. Sussurrei em voz baixa para o guarda-costas que estava ao meu lado.
— Por favor, cuide do resto. Quero falar com a minha mãe a sós.
O astuto guarda-costas assentiu e deu um passo para trás, e eu segui minha mãe até a porta. Ainda estava tonto, mas não tanto a ponto de não conseguir andar.
Abri a porta do café e me aproximei da minha mãe, que estava esperando do lado de fora, fumando um cigarro impacientemente.
— Meu aniversário foi há pouco tempo, — eu disse.
Ela soltou um longo jato de fumaça e olhou para mim. As lágrimas que eram visíveis dentro da cafeteria haviam secado.
— Eu nasci nesta época do ano. Eu nem sabia disso até pouco tempo.
— É mesmo? Na verdade, eu me lembro de sentir muito frio depois de dar a luz a você. Estranhamente eu senti tanta fome enquanto estava grávida de você. Às vezes, eu pensava que em vez de um bebê eu estava carregando uma enguia na barriga.
— Eu também estava sempre com fome.
Minha mãe disse que vivia com fome durante a gravidez, mas eu senti fome desde que nasci.
— Bem, a primeira coisa que você disse quando começou a falar foi que estava com fome. Enquanto as outras crianças diziam ‘mamãe, papai’ e sorriam, você só dizia: ‘estou com fome’ haha.
Minha mãe riu ao dizer isso. Mas eu não achei nada engraçado. Quanto ela me fez passar fome para eu chegar ao ponto de dizer que estava com fome?
— Você era realmente um bebê muito chato. Chorava alto assim que abriu os olhos, era uma coisinha magra, nem um pouco bonita, que sempre estava implorando por comida. Eu me perguntava se você ia acabar me deixando louca mesmo sendo um bebê.
— Eu também não queria ter nascido.
Minha mãe sorriu e deu uma longa tragada em seu cigarro, depois o apagou.
— Você também me culpa, não é?
Eu não disse nada.
— Mas se eu tivesse lhe dado à luz como um Ômega, você não teria terminado assim, teria?
— Eu nunca culpei você por me dar à luz com uma constituição genética diferente. Mas já a culpei por me criar de um jeito abusivo. Quando era criança, não entendia porque minha mãe era diferente das outras mães, e depois que tive meu próprio filho, percebi que jamais poderia entender.
— Sou uma vadia egoísta que se valoriza demais. Uma vadia como eu nunca deveria ter tido filhos. Uma pessoa como eu que não merecia ser mãe tive um filho, e foi isso que aconteceu.
Virei a cabeça para olhar para minha mãe, que estava soltando fumaça de cigarro.
— Que desculpa patética.
Minha mãe deu uma risadinha. Ela então jogou o cigarro manchado de batom no chão e o pisoteio com o pé, depois mudou de tom.
— Apenas me dê o dinheiro.
— Me prometa que nunca mais vai aparecer na nossa frente.
— Está bem.
Seria uma mentira para conseguir dinheiro. Ela era o tipo de pessoa que apareceria novamente quando o dinheiro que eu dei acabasse, estendendo a mão. Mesmo sabendo disso, não tinha escolha a não ser lhe dar o dinheiro. Porque eu não estava mais sozinho, mesmo não tendo uma mãe, eu tinha um marido e um filho. Se eu não fizesse isso não sabia que tipo de problema minha mãe causaria à minha família. Se ela tivesse algo a perder ou medo de me machucar, não teria procurado a Sra. Park e Baek Doha em primeiro lugar.
Peguei meu celular e depositei o dinheiro na conta que ela havia anotado. O rosto da minha mãe se iluminou quando ela viu o dinheiro.
— Espero que esta seja a última vez.
— Obrigada, filho.
Ela nem me ouviu, apenas sorriu e olhou para o celular. Esse é o meu filho. Depois de confirmar o dinheiro que lhe dei, ela imediatamente fez uma ligação telefônica para algum lugar. Enquanto ela estava ao telefone, o homem que acompanhava minha mãe saiu de dentro da loja.
— Sim. Sou eu. Você tem um lugar vago? Eu vou chegar em um instante. Dinheiro? Claro. Consegui uma grande quantia.
Mamãe falou alto ao telefone, correu até o vendedor de postes e o abraçou.
— Porra, tome cuidado.
O homem corpulento se afastou enquanto me olhou com raiva e xingava. O sujeito que foi imobilizado pelo meu guarda-costas ainda tinha a ponta da língua afiada. Era um desperdício de músculos. Os dois se aproximaram de um Porsche vermelho estacionado no estacionamento. Minha mãe foi para o banco do passageiro, e o homem, para o banco do motorista, assim que abriram a porta.
De repente, uma pessoa se aproximou por trás e deu um soco no rosto do homem com um estrondo alto. Era Baek Doha.
— AAAH!
Minha mãe gritou, assustada. O homem, inesperadamente espancado, gritou enquanto cambaleava com o impacto do golpe.
— Que diabos!
No momento em que ele gritou, Baek Doha balançou o punho mais uma vez. Outro soco o atingiu, fazendo seu rosto girar e seu corpo tremer violentamente. Antes que ele pudesse se recuperar, Doha continuou a socá-lo e chutá-lo sem piedade. O homem abraçou a cintura de Baek Doha que batia nele com entusiasmo. Seu rosto estava coberto de sangue.
— Quem é você, seu bastardo!
— Sou o marido da pessoa que você socou, seu filho da puta.
Baek Doha imediatamente levantou o joelho e atingiu o rosto do homem enquanto ele o abraçava pela cintura. Ele gritou e caiu no chão se contorcendo de dor. Com um longo suspiro, Doha limpou as mãos que haviam agarrado o homem como se estivesse se livrando da sujeira.
Estava claro que ele havia corrido para lá depois de receber a ligação do segurança. Ele não era o tipo de pessoa que agiria de forma educada depois de ouvir que eu havia sido esmurrado. Baek Doha, com um rosto sombrio, correu até o homem que estava gemendo, se contorcendo e que não conseguia nem se levantar para ver se o tinha atingido corretamente.
Os fortes feromônios alfa de Baek Doha se espalharam por toda parte enquanto ele explodia sua raiva.
— Em quem esse bastar se atreve a tocar?
— Não!
Dessa vez minha mãe como se quisesse muito protegê-lo, veio correndo e bloqueou o caminho.
— Pare com isso. Se continuar, alguém vai ser morto.
— Sogra. Eu tenho certeza que te disse, que se você incomodasse Seolwoo, eu não a deixaria em paz.
Seu tom, sua expressão e suas palavras eram assassinas. Seus feromônios alfas já eram suficientes para deixá-los completamente tontos.