Noite De Caça - Capítulo 167
Baek Doha deu uma risadinha baixa enquanto eu continuava a tagarelar sem parar.
— Você é tão fofo.
— Você também disse que nunca tinha ido ao cinema antes, não está achando incrível?
— Você é ainda mais incrível. Como pode ser tão fofo?
Com isso, Doha de repente se inclinou e deu um beijo rápido em meus lábios. O beijo inesperado me deixou atordoado então rapidamente afastei seu corpo.
— Você está louco. E se alguém nos vir?
Olhei em volta em pânico, mas éramos os únicos no cinema.
— Somos um casal, qual é o problema?
Baek Doha, desta vez, ousadamente acariciou minha mão apoiada no braço da poltrona. Rapidamente, afastei minha mão e dei um tapa nas costas da mão dele. Ele riu enquanto acariciava a mão que fora atingida, embora não tenha doído.
— Porque me bateu assim por algo tão bobo?
— Não faça esse tipo de coisa em público.
— Está reclamando por isso? Mas eu nem toquei seu pau ou apalpei sua bunda.
— Isso é indecente. Você pode ser preso por atos obscenos.
Baek Doha soltou uma risada. Enquanto conversávamos, a tela se iluminou e um comercial começou. A tela era tão grande e o som era tão bom que fiquei hipnotizado, apesar de ser apenas um comercial. O som estava estourando e crepitando ao meu redor, e eu podia ouvir a pipoca sendo mastigada ao meu lado. Ele disse que era gordurosa, mas estava comendo.
As pessoas começaram a entrar. O filme já estava em cartaz há algum tempo, então não havia muita gente. Logo os comerciais acabaram, as luzes se apagaram e o filme começou.
Fiquei imediatamente vidrado no filme. Embora eu tivesse pesquisado no Google sobre do que se tratava o filme, os efeitos visuais eram impressionantes. Não comi pipoca, não tomei refrigerante, apenas assisti ao filme. As palmas das minhas mãos estavam suadas e úmidas.
Cerrei os punhos quando o protagonista estava em perigo, dei um suspiro de alívio quando ele estava fora de perigo, ri quando ele estava rindo e lacrimejei quando havia uma cena triste. Eu estava prestes a assoar o nariz quando Baek Doha me estendeu discretamente um lenço de lado. Então pude sentir o cheiro do perfume que havia comprado a ele.
De repente, fiquei com sede, então peguei a coca-cola e minha mão se chocou com a de Baek Doha, enquanto tomava meu gole de coca, olhei para o lado e ele estava me encarando. Ele estava até sentado em um ângulo para o lado, olhando para mim.
Será que ele ficou me olhando desse jeito o tempo todo, sem nem mesmo assistir ao filme?
— Você não está assistindo ao filme? — Sussurrei, e ele inclinou a cabeça para o lado e sorriu.
— É mais divertido olhar para o seu rosto.
Do que você está falando? De qualquer forma, ele só está tentando me provocar.
— Assistir ao filme. Está desperdiçando o dinheiro
Mesmo tendo dito isso de forma abrupta, não me senti mal. Larguei minha coca e voltei minha atenção para o filme. Embora estivesse preocupado com o olhar, rapidamente voltei a me concentrar na tela.
Assisti ao filme, chorando, rindo e soltando pequenos soluços. Mas, de vez em quando, eu olhava para o lado e meus olhos se fixavam em Baek Doha. Ele não parecia estar nem um pouco interessado no filme. Você não está cansado de ver esse rosto todos os dias? Ele olhava para mim com tanta intensidade que chegava a ser rude.
Mas ele era assim desde o início. Foi a mesma coisa em nosso primeiro encontro na Inglaterra e no concerto de piano de Hyunseo. Você sabe como é desconfortável ser encarado dessa forma? Peguei minha Coca-Cola e suguei o canudo, mas a bebida já não saía.
Doha riu e me deu o refrigerante dele. Ele segurou o copo de Coca-Cola, eu inclinei meu rosto e chupei o canudo, como um passarinho sendo alimentado. Quando o refrigerante passou pelo espaço entre o canudo e escorreu pelos meus lábios, Baek Doha rapidamente limpou o canto da minha boca com um lenço.
— Não derrame, apenas beba.
Eu não me importei de ser tratado como uma criança e de ter todas as minhas necessidades atendidas. Normalmente, quando era tratado assim, ficava irritado e sempre lhe perguntava por quanto tempo seria tratado como uma criança, mas hoje eu me sentia tão animado que tudo estava bem.
Depois de duas horas de exibição do filme, ele parecia inquieto e continuou a se contorcer ao meu lado, mostrando sinais de tédio. Era a parte culminante do filme, pouco antes do final, e eu não conseguia respirar, mas de repente uma mão deslizou para a parte interna da minha coxa. A mão de Baek Doha tocou casualmente minha carne. Ela subiu com ousadia e acariciou o centro da minha perna.
Sem tirar os olhos da tela, dei um tapa em sua mão escandalosa. Um tapa não foi suficiente, então dei mais dois. Pelo canto do olho, olhei para ele e rosnei.
— Não me incomode. Estou assistindo ao filme.
— Ué, continue assistindo ao filme.
Ele se inclinou para mim, deslizando a mão pela minha coxa novamente. Dei outro tapa em sua mão e, em seguida, agarrei seu pulso e o afastei. As pessoas sentadas no andar de baixo olharam para cima. Mesmo na escuridão, suas expressões de irritação eram claramente visíveis. Que tipo de constrangimento é esse em público?
— Faça isso de novo e eu cortarei seu pulso.
Um som áspero saiu de minha boca com irritação. Baek Doha deu uma risadinha e encostou a cabeça em meu ombro. Mesmo que eu tenha tentado me afastar dizendo que era pesado ele não deu a mínima. Não tive escolha a não ser deixá-lo lá e assistir ao filme até o fim. Doha não fez mais nenhuma brincadeira boba e ficou quieto. Meu ombro sentia seu peso, mas era suportável.
O filme correu suavemente em direção ao final, passando pelo clímax de tirar o fôlego. Quando o filme terminou, tremi de emoção. Estava tudo quieto ao meu lado, mesmo depois do fim do filme, então olhei de relance, me perguntando se ele havia cochilado no ombro de outra pessoa, nesse momento nossos olhos se encontraram. Mesmo naquele estado, ele ainda estava me observando.
Quando nossos olhares se entrelaçaram, ele sorriu suavemente. Foi um sorriso surpreendentemente largo.
— Você gostou?
Sua voz lânguida era agradável de ouvir. Os dois olhos que me olhavam eram claros como cristal. Eu fiquei hipnotizado pela beleza desumana do protagonista do filme, mas havia alguém mais bonito do que ele ao meu lado.
— Sim. Foi muito divertido.
— Fico feliz.
Seu sorriso se aprofundou e seus lindos olhos me fitaram. Meu coração se agitou em meu peito, senti-me desnecessariamente envergonhado. Ficar excitado só de olhar para o rosto do meu marido a quem vai diariamente era estranho. Baek Doha retirou lentamente a cabeça de meu ombro e se levantou, inclinando a cabeça para o lado e se espreguiçando levemente.
Os créditos finais estavam passando na tela, acompanhados de música.
— Vamos voltar em outra ocasião. Se eu soubesse que você gostaria tanto, eu o teria trazido antes.
— Para que você quer vir de novo ao cinema? Você nem mesmo assistiu ao filme.
— Não importa. Se você gosta, eu também gosto.
Balancei a cabeça e fiquei grudado na poltrona enquanto ele se levantava para sair.
— Não posso. Temos que assistir à cena pós-créditos. Cheolmin disse para assistirmos.
Baek Doha sorriu sem um pingo de irritação e voltou a se sentar em seu lugar. Em seguida, brincou com minha mão, que estava apoiada no braço da poltrona. Ele fez cócegas na mão, entrelaçando-as e separando-as, sentindo o espaço entre os meus dedos. Aceitei obedientemente porque ele também estava suportando os momentos entediantes por mim.
Por fim, passamos pelos chatos créditos finais e assistimos a um pequeno vídeo pós-créditos antes de sair. Não me esqueci de colocar meus óculos escuros. Baek Doha pegou os copos de refrigerante e o balde de pipoca vazio e jogou-os fora. Depois que ele jogou o lixo, segurei a mão dele, estava tão animado que queria fazer isso hoje e ele segurou minha mão com prazer.
Sua mão quente e macia envolveu a minha. Enquanto estávamos de mãos dadas carinhosamente, caminhamos como dois adolescentes. Embora eu não tenha bebido uma gota de álcool, meu humor estava animado.
— Você viu a cena pós-créditos, eles provavelmente vão lançar uma sequência. Se lançarem, devemos vir assisti-la. Da próxima vez seria bom ver um filme que Doyun também possa assistir. Ouvi dizer que um filme de animação com dinossauros que ele adora, será lançado em breve.
— Mas se formos com Doyun eu não vou poder pregar peças em você?
— Você vai fazer coisas estranhas da próxima vez? Não toque em mim quando formos assistir a um filme, entendeu?
— Mal pude resistir a vontade de pular em cima de você, mordê-lo e chupá-lo.
Se você vai fazer isso todas as vezes, talvez devesse ir ao cinema sozinho da próxima vez. Pensei seriamente por um momento.
— Que tal irmos ao parque de diversões com Doyun.
Ele me seguiu e agarrou minha mão com firmeza.
— Parque de diversões?
— Sim.
Já fui a um parque de diversões uma vez, quando era criança, com um amigo da vizinhança. Nós três fomos no carro do pai do meu amigo e foi muito divertido. O pai dele comprou todos os ingressos para as atrações e comprou comida para nós. A foto que tirei na época era meu tesouro número um até que minha mãe a jogou fora.
Um sentimento de tristeza surgiu junto com as lembranças felizes. Gostaria de ter um pai assim, eu costumava invejá-lo. Doyun provavelmente ficaria feliz em ir ao parque de diversões. Ele não precisará sentir o sentimento agridoce que eu senti na época, porque ele têm a mim e a Baek Doha.
Deveríamos ir ao parque de diversões, andar em todas as atrações, comprar lanches e tirar muitas fotos. Talvez preparar um almoço também? Eu já estava animado só de pensar nisso, então respondi alegremente.
— Sim. Vamos lá, vai ser divertido.
— Que tal bebermos um coquetel antes de irmos? Você reservou o filme, eu pago as bebidas.
Justamente quando pensei que seria uma pena voltar para casa agora, Baek Doha propôs isso. Não havia motivo para recusar. Haverá um motorista de prontidão hoje, então podemos beber sem nos preocuparmos em dirigir.
Saímos e fomos a um bar com uma atmosfera agradável, onde tomamos coquetéis doces e conversamos. O sabor doce dos drinks me fez beber um após o outro e, antes que eu percebesse, estava bêbado, rindo e gargalhando sem parar.
Doha sentou-se na cadeira, cruzando as pernas, e ouviu enquanto eu divagava diversas baboseiras. Seu rosto sorridente estava excepcionalmente bonito. Ele me olhava com atenção, independentemente do que eu estivesse dizendo, o que era admirável e adorável.
Mesmo com os clientes no bar lançando olhares furtivos para Baek Doha, ele se limitava a olhar para mim e sorrir, ele ria, sem se importar com as piadas que não eram engraçadas. Seus olhos estavam cheios de afeto enquanto me olhavam. Os feromônios alfa, misturados com o cheiro do perfume que dei a ele, pairavam suavemente no ar. Os feromônios do meu alfa, que ele usa apenas para me seduzir.
Meu homem, que eu amo e adoro. Meu único companheiro, a quem amei e continuarei amando até o dia de minha morte. Eu o amo há cinco anos e a cada dia que passa esse amor se torna mais forte. E amanhã o amarei mais do que hoje e ele também se sente assim. Ele sempre me olhou com esses olhos ardentes de paixão, e amanhã eles arderão ainda mais do que hoje.
A fome insatisfeita dentro de mim era como um buraco negro que precisava de um suprimento infinito de amor. Mesmo amando e sendo amado dessa maneira, eu ainda estava com fome.
Mesmo quando tinha um cônjuge que me amava incondicionalmente, um filho que eu amava e familiares que eram infinitamente atenciosos. No final, era um problema dentro de mim, uma fome que ninguém mais poderia saciar.
Enquanto tagarelava e bebia minha bebida doce para esconder a inquietação e a agitação dentro de mim, de repente me senti febril e tirei meu casaco.
— Devo estar bêbado, estou ficando com calor. — Tirar o casaco não fez com que eu me sentisse mais fresco, então desabotoei alguns botões da camisa e mexi nela. — Está muito quente aqui.
Eu sei. Sinto que esse calor não é só por causa da bebedeira.
— Pare de beber.
Baek Doha, que estava sentado à minha frente, pegou discretamente o copo de álcool da minha mão e o colocou sobre a mesa. Em seguida, fez um gesto para que eu me inclinasse para frente, e eu o fiz, então ele abotoou minha camisa até o pescoço.
— Onde pensa que está para mostrar sua pele assim?
Seu tom era desnecessariamente sério, o que me fez rir. Eu só tinha desabotoado alguns botões e ele estava agindo como se eu estivesse nu na frente de todos. Comecei a gargalhar, ri como um bêbado, um idiota. Doha, com um semblante sério, de repente se levantou e segurou meu braço.
— Levante-se. Você é muito fofo quando está bêbado, mas ver você agir de maneira fofa na frente de outras pessoas me deixa irritado.
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Continua….