Noite De Caça - Capítulo 116
O que diabos você estava pensando ao registrar um nome como esse? Dei uma risada e peguei o telefone.
— Sim, Doha?
[O que está fazendo?]
— Estou no parque com Doyun. Por quê? Há algo errado?
[Por quê? Não posso te ligar se não houver algum problema?]
— E o trabalho?
[Eu não trabalho o dia todo só porque estou na empresa. Liguei porque queria ouvir sua voz.]
Eu não conseguia entender, por mais que pensasse a respeito. Por que ele me ligava no meio do dia quando não tinha nada a dizer para não queria falar sobre coisas bobas? Ele não apenas me ligava, mas também me mandava mensagens de texto constantemente.
[Quero ver seu rosto.]
— Você me viu hoje de manhã.
[Você não pensa em mim?]
Hum. Não, não penso. Mas ele vai ficar triste quando eu disser isso. Quero dizer, eu o vejo todos os dias, então por que sentiria sua falta?
— Irei vê-lo depois do trabalho.
[Está tudo bem?]
Fiquei surpreso com o tom de sua voz, e um pensamento passou por minha mente. Eu me perguntei se ele sabia que a minha mãe tinha acabado de ligar para mim.
— Ei, talvez… Doha…
[Você pode vir ao escritório? Vamos sair para jantar depois do trabalho.]
— O quê? Não podemos apenas nos ver em casa?
[Preciso falar com você sobre algo.]
Sua voz estava séria. Fiquei imaginando se minha mãe também havia ligado para Baek Doha. Eu disse que estava tudo bem e desliguei o telefone. Assim que desliguei o telefone, Doyun veio correndo com seus amigos.
— Papai! Meus amigos querem brincar com Mickey e Minnie! Eles podem ir lá em casa?
Não pude deixar de sorrir com a maneira fofa como as crianças me olhavam com os olhos brilhando.
— Claro.
As crianças estavam radiantes de pura alegria. Também convidei a mãe da criança que falou comigo pela primeira vez hoje.
— Você gostaria de vir com seus filhos para brincar também? Temos dois cachorros grandes e eles adoram crianças.
A mãe disse que sim. Tentei acalmar meu coração palpitante de ansiedade e fui para casa com meus guarda-costas e as crianças.
* * *
Depois de brincar com os cães, as crianças voltaram para suas casas antes do anoitecer. Doyun foi deixado sob os cuidados da empregada doméstica e eu fui para a empresa de Baek Doha.
Quando entrei no prédio da empresa, a recepcionista no saguão me reconheceu e me cumprimentou educadamente. As pessoas que passavam pelo saguão também olhavam para mim. Com os guarda-costas ao meu lado, eu era o centro das atenções em todos os lugares onde passava. Eu era o parceiro ômega do chefe da empresa e o companheiro do alfa real Back Doha. Mesmo que eu não fosse um ômega real, eu já era um membro dos escalões da alta sociedade.
Isso significava que, quando eu saía, tinha de ser cuidadoso com minhas roupas, minha aparência e com o que eu dizia. O menor indício de constrangimento levaria a todos os tipos de rumores e, inadvertidamente, eu acabei me tornando mais famoso do que Yoo Hyunseo, que desejava tanto os holofotes.
Peguei o elevador até o escritório de Baek Doha, sob todos esses olhares. O elevador parou no andar onde ficava o escritório do presidente e a porta se abriu.
No momento em que a porta se abriu, um feromônio familiar me atingiu.
— Seja bem-vindo.
Parado em frente às portas do elevador, Baek Doha me cumprimentou com um sorriso brilhante.
— Como você sabia? Por que está esperando na frente do elevador?
— Senti seu cheiro quando estava indo da sala de conferências para o escritório.
Tive uma sensação de déjà vu. Certa vez, entrei no escritório Baek Doha com Yoo Hyunseo. Naquela ocasião, Baek Doha também abriu a porta de seu escritório para nos cumprimentar antes mesmo de entrarmos. Ele disse que podia sentir meu cheiro.
Eu ri e saí do elevador, caminhando lado a lado com ele pelo corredor.
— Ouvi dizer que você tem estado ocupado nos últimos dias.
— Bem, sempre.
— Ultimamente, o Doyun tem reclamado, dizendo que o pai dele chega tarde em casa. Ah, e hoje no parquinho, o Doyun fez novos amigos. Parece que o pai deles trabalha para a sua empresa.
— É mesmo?
Quando cheguei ao escritório e abri a porta, a secretária me cumprimentou. Cumprimentei a secretária com um sorriso e entrei no seu escritório particular.
— Doyun gostou muito da segunda segunda filha deles. Ele cuidou dela como se fosse sua própria irmã.
Quando entrei no escritório, Baek Doha passou os braços em volta da minha cintura, como se estivesse esperando por mim. Houve um baque da porta se fechando.
— Você pode parar de falar sobre o Doyun e se concentrar em mim?
Ele passou os braços em volta da minha cintura e me puxou para perto, enterrando os lábios na minha nuca. Afastei minha cabeça e torci o corpo.
— Não faça isso na empresa.
— Tanto faz. Somos casados.
Seus lábios se chocaram contra os meus quando abri a boca para protestar. A carne da sua boca encostou nos meus dentes, e minha respiração ficou presa na garganta. Seus lábios com cheiro de café eram macios e doces. Eu já os havia provado muitas vezes, mas nunca foram tão doces. Ele mordiscou minha boca e sua língua deslizou entre os lábios abertos.
— Ha…
Um gemido excitado e a mão que tentava afastá-lo perdeu a força. A saliva e os feromônios de Doha fluíram para minha boca. Eu estremeci e meu corpo ficou mole. Não me cansava de sentir esse gosto. Antes que eu percebesse, sua língua estava sondando minha boca, e eu a chupei e suguei freneticamente. Agarrei seus bíceps grossos com as mãos que antes queriam afastá-lo, mordi e saboreei seus lábios doces.
— Ah.
Ele exalou pesadamente, apertando o braço em volta da minha cintura. Meu corpo foi puxado para mais perto e nossas partes íntimas foram pressionadas uma contra a outra. A parte inferior do seu corpo, que estava se esfregando descaradamente contra mim, estava ereta como se fosse pular a qualquer momento para fora. Minha mente estava acelerada e acabei esquecendo que estávamos no escritório.
Nós devoramos os lábios um do outro por um tempo, absortos. Ele foi o primeiro a separar os lábios.
— Isso foi muito intenso, meu amor.
Ele riu, passando um dedo no canto da minha boca encharcada de saliva. Envergonhado, empurrei as mãos com força contra seus peitorais.
— Quero que mantenhamos nossos lugares privados e públicos estritamente separados.
Não era algo que eu deveria dizer para o homem de quem eu havia sugado os lábios há pouco.
— Mas este também é um dos meus lugares privados, certo?
Dei um tapa na mão que se estendeu para me abraçar descaradamente de novo.
— Eu disse que não.
Ele ergueu a mão e sorriu.
— Ok, vou me segurar.
Peguei um lenço de papel e limpei meus lábios molhados. Depois, tirei um frasco de remédios do bolso. Os neutralizadores eram um medicamento comum. Mesmo que eu pudesse controlar meus próprios feromônios, era inevitável que eu reagisse aos feromônios de Baek Doha.
Baek Doha me entregou uma garrafa de água que bebi com o neutralizador.
— Você sabe, a mídia está observando todos os nossos movimentos. Tenho que me comportar como uma pessoa civilizada.
— Voce é uma pessoa, querido.
— Não quero ser perturbado por seus feromônios e ser visto me comportando como um animal. Quero estar sempre bem-arrumado, elegante e digno, por mais idiota que isso pareça.
— Não. Isso não idiota.
Com uma resposta direta, Baek Doha sentou-se de pernas cruzadas no sofá no centro de seu escritório.
— Eu e você temos uma imagem a zelar.
— Desculpe. Meus pensamentos foram curtos. Parando para pensar sobre isso, sua promiscuidade poderia ser exposta. Eu não estou disposto a expor o lado atrevido do meu esposo para o mundo exterior.
Ele não parecia se importar com a sua aparência desgrenhada sendo exposta. Se uma foto nossa na cama como casal vazasse, ele ficaria mais furioso com a publicação de uma imagem do meu corpo usando pijama do que com a nudez dele.
— Tsk. Devemos fazer sexo em particular e não no trabalho. Entendi.
Um homem que aceita de forma calma e obediente precisa ser elogiado.
— Obrigado por compreender.
Andei por trás dele e abracei seus ombros largos. Ele pegou minha mão e beijou o dorso dela.
— Eu não quero ser odiado por você.
Em momentos como esse, ele é exatamente como o Doyun. Doyun chorava, se agarrava a mim e fazia carinha de cachorro se eu tivesse a menor expressão ruim em meu rosto. ‘Papai, papai, você não odeia o Doyun? Não me odeie.’ Ele dizia. Toda vez que ele dizia isso, eu acariciava os cabelos de Baek Doha como fazia para acalmar Doyun.
— Eu não odeio você.
— Eu tento ser melhor, mas às vezes sem eu perceber velhos hábitos vem à tona. Diga-me sempre que eu fizer isso. Vou me conter.
— Estou orgulhoso do meu marido.
Ele riu, esfregando o nariz nas costas da minha mão assim como Doyun.
Toc toc.
Uma batida na porta quebrou nossa paz momentânea. Rapidamente me soltei de seu aperto e me afastei dele. A secretária chegou com o caf, e eu me sentei em frente a Baek Doha.
— Sr. Presidente, reservei o lugar que o senhor mencionou das sete às nove.
— Obrigado.
A secretária fez uma reverência e saiu.
— Onde você fez uma reserva?
— Vai descobrir quando chegar lá, mas primeiro preciso falar com você sobre algo. Sua mãe.
A mão que segurava a caneca de café congelou. Parece que minha mãe havia ligado para ele também. Ao contrário de mim, que estava em pânico, Baek Doha falou com calma.
— Sua mãe veio ao escritório há alguns dias.
— Ela veio a empresa?
— Eu estava em uma reunião no momento, então ela não chegou a me encontrar. Ela tem me ligado desde então e provavelmente ligou para você também.
Pousei a xícara na mesa, sem conseguir terminar o café. Sentindo-me arrasado, contei-lhe a verdade. Disse haver recebido uma ligação da minha mãe hoje.
— Eu descobri que ela está com muitas dívidas. Dívidas comerciais e dívidas de jogo do marido com quem mora atualmente. De qualquer forma, enviei o dinheiro que ela estava precisando com mais urgência. Seria ruim se minha mãe descobrisse que ela está sempre entrando e saindo da empresa. Mesmo que a minha mãe adore você e Doyun, não sei se ela vai tolerar sua mãe.
Se a Sra. Park descobrisse, não terminaria com uma repreensão. Assim como ela havia tentado me enterrar no meio do mato, ela lidaria com minha mãe sem hesitar.
— Me desculpe.
Pedi desculpas com uma voz trêmula, incapaz de olhar para ele. Não conseguia nem levantar meu rosto de vergonha.
— Não há nada para se desculpar. Você e eu somos uma família e é natural que eu lide com os problemas da minha família. Quero lhe perguntar o que devo fazer a seguir. O que você gostaria que eu fizesse?
Mordi meu lábio inchado enquanto olhava para meus dedos por um tempo. Quando o beijei, minha boca foi inundada por nada além de sabores doces, mas agora estava amarga.
— Uhf… — suspirei pesadamente algumas vezes e peguei a xícara de café à minha frente novamente. Depois de tomar um gole, respirei fundo e levantei a cabeça para olhar para Baek Doha. — Eu vou cuidar disso. É um assunto meu.
Baek Doha não disse nada, piscou os olhos e levantou a xícara para tomar seu café.
— Tudo bem. Faça como você quiser. — em seguida, ele acrescentou rapidamente. — Apenas saiba que você não está sozinho. Não lute e se esforce sozinho. Peça ajuda quando precisar. Você pode se apoiar em mim, afinal, nós somos um casal.
É incrível como é reconfortante saber que eu não estou sozinho.
Ele estava certo. Eu não estava mais sozinho. Durante toda a minha vida estive encolhido em meu próprio canto, suportando tudo sozinho. Agora que eu tinha uma família, não precisava mais fazer isso. Tinha uma família que sempre me abraçaria se eu dissesse estar passando por um momento difícil. Não precisava mais chorar porque estava com ciúmes das outras pessoas que tinham uma família.
— Sim, eu vou.
A ansiedade que havia nublado minha mente se dispersou e desapareceu em um instante. Um sorriso se espalhou rapidamente por meu rosto rígido.
— Já terminei o que tinha a dizer. Se já terminou de tomar seu café, por que não saímos para um encontro?
Baek Doha colocou a xícara em cima da mesa, se levantou e colocou a parte de cima do terno.
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Continua…
Tradução: Rize
Revisão: MiMi