Noite De Caça - Capítulo 090
Apenas permaneci deitado e pisquei os olhos. Eu já tinha uma ideia, mas quando o médico confirmou minhas dúvidas, meu rosto se contorceu como se eu fosse chorar. Foi uma sorte meu rosto estar escondido atrás de uma cortina.
— Nesse momento, o ultrassom só está mostrando haver um bebê na bolsa gestacional.
Bolsa gestacional? Que diabos é isso? Será porque um homem não tem um útero? Mas esse não era o ponto.
— Então ainda não dá para saber se o bebê é um alfa ou não?
— Se não for um alfa, você vai se livrar dele?
Foram palavras que me deixaram sem fôlego.
— Se você quiser se livrar dele, precisamos fazer isso o mais rápido possível.
— Não!
Gritei, pulando na cadeira. Meu rosto apareceu por entre as cortinas, então olhei para o médico, que me olhou surpreso.
— Não vou me livrar dele. Eu quero ter o bebê.
Constrangido, desviei o olhar e tentei puxar a cortina para trás e me deitar, mas o médico mandou eu me levantar, dizendo que não era necessário fazer isso.
— Bem, então você terá que continuar vindo para fazer check-ups regulares. E como disse que está tendo enjoos matinais graves, vou receitar um remédio para enjoos.
— Há alguma coisa com a qual eu deva tomar cuidado, como remédios ou algo assim?
— Você precisará tomar um supressor ou neutralizador, mas a quantidade deve ser mínima. Mas em hipótese alguma beba ou fume. Você também deve evitar o estresse.
— Bem, e o sexo……
— De preferência, não faça… mas se for fazer, evite que os fluidos corporais do alfa entrem em seu corpo e certifique-se de usar preservativo.
O médico parecia muito ranzinza, então eu o cumprimentei rapidamente e saí da sala. No balcão, a empregada pagou a conta por mim. Ela disse que sempre pagava as compras com o cartão de seu empregador, Baek Doha, de qualquer maneira. No recibo, o nome da clínica era ‘Clínica de Medicina Oriental Sonae’ , e não ‘Obstetrícia e Ginecologia’.
O recepcionista me deu um caderno de maternidade e uma foto de ultrassom. A foto do ultrassom mostrava a bolsa onde estava o bebê.
Fiquei olhando para ela sem entender o que havia na foto.
— Esta é a bolsa do bebê.
A empregada ao meu lado disse, olhando para a foto. Eu não sabia exatamente o que era, mas era incrível ter algo assim em minha barriga.
— É estranha a sensação de ter um bebê dentro de mim.
— Este é o momento em que isso parece irreal. Logo você poderá ouvir os batimentos cardíacos do seu bebê, ver o feto e sua barriga crescer. Eu gostaria que você pudesse viver com o CEO… Adoraria ver tudo isso.
Esse seria realmente o caso? Em dramas e filmes, o pai da criança ficava feliz em segurar a mão da mãe biológica no hospital. Mas eu não conseguia imaginar Baek Doha segurando minha mão e chorando de alegria.
— Está no início da gravidez, portanto, você deve ter cuidado e não exagerar.
Ela parecia querer me dizer: ‘Portanto, não pense em coisas estranhas nem faça nenhuma loucura. Encontre o Sr Baek Doha e diga que está grávido. Case-se com ele e viva com segurança.’ Eu apenas ri e coloquei a foto do ultrassom junto com o caderninho de maternidade e os coloquei na bolsa que eu havia trazido comigo.
Saí do hospital e entrei pelo pequeno portão da delicatessen. Fiz algumas compras rápidas, fui para casa e fiquei pensando por algum tempo.
Eu poderia me adaptar e viver assim. Contanto que eu aguentasse o lado coercitivo de Baek Doha, ele e eu somos espécies completamente diferentes e somente eu posso conviver com seus aspectos egoístas. Se eu pensar em sua obsessão anormal como amor, poderei conviver com isso…. Mas como posso conviver com um ser humano egoísta e rude?
No entanto, a inquietação da minha mente terminou imediatamente naquela noite.
*
— O quê?
A medicação prescrita para enjoo matinal fez efeito imediato e eu estava me sentindo bem para ter um bom jantar depois de muito tempo, até que Baek Doha chegou em casa com algo.
— Uma certidão de casamento. Tudo o que você precisa fazer é assinar na linha.
Eu sabia ler coreano e podia ver claramente as palavras “Certidão de Casamento”. Era uma questão de saber por que, de repente, ele estava me oferecendo algo assim. O que era ainda mais surpreendente era que todos os espaços em branco no documento já haviam sido preenchidos.
O nome do Presidente Yoo, o nome da minha mãe, o número do seguro social e o endereço estavam escritos na seção dos pais, e a seção das testemunhas já estava assinada e carimbada.
Os membros da família de Baek Doha não pareciam ser testemunhas. Também não podiam ser da minha família.
Quem mais poderia testemunhar esse casamento maluco?
— Quem preenche uma certidão de casamento por conta própria?
Baek Doha riu enquanto afrouxava o nó de sua gravata.
— Estou apenas a preenchendo com antecedência, já que você não tem se sentindo bem o suficiente para ir até o escritório do distrito.
Se alguém o ouvisse, pensaria que ele era apenas um marido gentil que estava cuidando do seu esposo doente.
— Vou repetir mais uma vez: eu nunca disse que ia me casar.
Eu ri histericamente e coloquei os papéis que estava estudando sobre a mesa.
Baek Doha afrouxou completamente a gravata de seda, que deslizou para o chão como uma cobra. Ele se aproximou, pegou os papéis da mesa e os colocou diante dos meus olhos.
— Você deve assinar aqui.
Ele não escutou o que eu estava dizendo. E, como se eu não soubesse onde assinar, ele gentilmente bateu com as pontas do dedo na área a ser assinada. Olhei para cima, não para o documento à minha frente, mas para Baek Doha, que se elevava sobre mim. Seu rosto arrogantemente sorridente era irritantemente brilhante, os feromônios que emanavam de seu corpo musculoso eram ameaçadores.
Tudo o que eu precisava fazer era assinar os documentos que já haviam sido redigidos. Se eu me recusasse, ele iria dar um jeito de fazer com que eu assine de qualquer maneira.
— No momento em que a certidão de casamento for registrada, o resort ainda em construção para o qual fomos antes se tornará seu. Uma parte da minha propriedade também estará em seu nome. Se precisar de mais alguma coisa, é só pedir.
Ele sussurrou com uma voz gentil ao se sentar ao meu lado. Pegou uma caneta na prateleira sobre a mesa e a colocou em minha mão.
— No momento em que você assinar isso, eu me tornarei seu alfa real.
O sussurro murado ao lado foi assustadoramente suave.
— Você disse que me queria, certo? Então estou me dando para você.
Droga. Eu estava tão envolvido por sua voz doce e seus feromônios pegajosos que quase assinei. Eu me afastei de seu aperto e joguei no chão a caneta que ele havia me forçado a pegar. Olhei para Baek Doha e rasguei os papéis com frustração.
— Tudo bem, eu tenho muitos documentos iguais a esse.
Então, ele sorriu brilhantemente. Ao contrário da risada inofensiva, os feromônios que emanavam de seu corpo eram agressivos. Meu corpo ficou muito quente e o calor rapidamente subiu pela parte inferior do meu corpo.
— Desculpe. Eu estou sendo um pouco agressivo, não estou?
Ele estendeu a mão com um pedido de desculpas que não parecia ser um pedido de desculpas. Estremeci com o toque da ponta de seus dedos em minha bochecha e tropecei para trás em meus quadris.
— Estou com bastante pressa. Preciso de algo para amarrá-lo a mim.
— Eu já estou amarrado a você… Suprima isso
Você me amarrou com feromônios, colocou um anel em mim como se fosse uma corrente e me trancou em casa para que eu não pudesse sair sozinho. Agora está me pressionando para aceitar um casamento unilateral e até trouxe uma certidão de casamento.
— Estou apenas ansioso. Estou tão ansioso que não consigo dormir.
Mas estava dormindo bem para fazer isso. Tentei me sentar e me afastar, mas ele me pegou imediatamente e me abraçou. Passou os braços entre minhas pernas como uma criança, me levantou gentilmente e me sentou em suas coxas.
— Vamos em um encontro para comemorar a assinatura e o preenchimento da certidão de casamento.
Ele deu um tapinha na minha bunda e sorriu.
— Ein? — deu uma risadinha e me beijou na testa. A mão que estava dando tapinhas na minha bunda entrou casualmente na minha camisa. Dedos frios e úmidos acariciaram minhas costas, cintura e axilas. — Assine, vamos lá. — uma voz molhada sussurrou luxuriosamente em meu ouvido.
Eu estremeci violentamente. Um líquido pegajoso vazou por baixo, encharcando minha roupa íntima. Estava quente. Me senti tonto e o toque da mão em minha carne suada causou arrepios em minha espinha.
— Não me venha com essa merda…
Os lábios que estavam lambendo o lóbulo da minha orelha deslizaram para baixo e tocaram minha nuca. Ele mordiscou, mastigou e colocou a língua para fora para lamber a carne macia. Senti que ia explodir lá embaixo. Minha cueca molhada se agarrava a minha bunda quente e dolorida. Nesta posição, meus quadris sacudiam obscenamente se movendo por vontade própria, deixando claro que eu estava pronto para ser empalado pelo pênis de Baek Doha a qualquer momento.
Sem me dar conta, esfreguei minha bunda contra sua protuberante metade inferior, como um animal no cio, sem saber o que fazer. Nesse ritmo, eu ia ser arrastado pela atmosfera e acabar em uma bagunça emaranhada. Em minha cabeça, me lembrei do médico me dizendo para não fazer sexo sem camisinha porque era perigoso. Não era possível que alguém que nunca usava preservativo, de repente, passasse a usar.
Tentei me levantar, mas ele agarrou minha cintura e me puxou de volta para baixo.
— Me solte. Eu assino.
Ele me faria assinar de qualquer maneira. Ele era o tipo de homem que iria me manter acordado a noite toda e forçaria a assinar de alguma forma, mesmo que isso significasse me embriagar até a exaustão com seus feromônios. Minha rebeldia seria um ato inútil de desafio. Eu não estava mais sozinho, portanto não deveria estar me esforçando à toa.
Baek Doha obedientemente afrouxou o aperto da mão em minha cintura. Então me levantei com as pernas trêmulas, peguei a caneta que havia jogado no chão antes e me sentei.
Ele também se levantou calmamente, tirou um documento de sua pasta e o colocou na minha frente. Dei uma olhada na pasta, que era grossa e deveria conter dezenas de papéis iguais àquele. É claro que haviam sido preenchidos meticulosamente, sem espaços em branco.
Baek Doha se sentou graciosamente e me observou assinar os papéis. Seus olhos e sua expressão eram sérios, como um empresário assinando um contrato muito importante com um cliente.
Ele pegou os papéis que assinei, examinou-os e os colocou em sua bolsa.
— Você e eu agora estamos legalmente casados.
— Podemos nos casar assim, sozinhos?
A pergunta direta foi respondida com uma risada.
— Adoro o mundo de hoje. Como é fácil se tornar um casal.
— Também é fácil se divorciar hoje em dia.
— Acha que dá para se divorciar sozinho?
Merda. Mas eu não sorri como ele. Meus dentes rangeram. Baek Doha sorriu e se levantou, então desabotoou a camisa. Um forte feromônio alfa misturado com o odor do seu corpo emanava da pele nua e firme que apareceu quando a gola da camisa se soltou.
— Vamos? Eu adoraria ficar aqui enterrado em seu peito a noite toda, mas preparei algo para você.
— Não, eu não quero.
Sem ouvir minha resposta, ele abruptamente me pegou nos braços e saiu correndo para o quarto. Ele parecia ter decidido nem mesmo fingir me ouvir mais.
— Vamos nos preparar para sair.
Ele entrou no quarto, sentou-me na cama e entrou no banheiro para tomar um banho.
Seu desgraçado. Filho da puta… você não vale nada. Coloquei o neutralizador na boca, mastiguei-o com dificuldade e o engoli, dizendo palavrões em minha mente.
Eu já esperava por isso, mas Baek Doha me pediu em casamento pela terceira vez naquela noite no iate. Um iate de luxo flutuando em um rio com as luzes noturnas da cidade brilhando ao longe. Flores adornavam o iate, champanhe caro e, acima de tudo, a proposta de homem bonito segurando as chaves de um carro esportivo.
Mas eu não disse sim à primeira, nem à segunda, nem mesmo à mais incrível terceira proposta. Com minha aliança de casamento no dedo, tomei um gole de champanhe e apenas assisti ao pedido, como sempre.
Eu não respondi, mas ele não se importou. Era de se esperar que, após gastar tanto dinheiro e tempo em uma proposta tão ambiciosa, ele quisesse ouvir uma resposta, mas sua expressão estava relaxada.
Uma proposta é apenas uma formalidade, e a resposta já havia sido decidida.
A vista noturna era deslumbrante. A brisa noturna era fria, mas refrescante, o champanhe estava delicioso e o rosto de Baek Doha brilhava intensamente à luz da noite.
Ele um babaca realmente lindo.
*
— Você quer uma bebida?
E no dia seguinte, não foi difícil dizer essas palavras para Baek Doha quando voltamos para casa. Minha voz não vacilou nem um pouco quando disse isso.
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Continua…
Tradução: Rize
Revisão: MiMi