Noite De Caça - Capítulo 084
Passei por ele, mas o Baek Doha não me agarrou por algum motivo.
— Como você vai lidar com as consequências de me deixar para trás?
Uma voz baixa veio de trás de mim. Eu estremeci. Foi um reflexo condicional inevitável. Virei levemente a cabeça e vi Baek Doha mexendo no anel que eu havia deixado sobre a mesa.
— Como você consegue tirar sua aliança de casamento tão facilmente?
Sua voz era suave como um murmúrio, mas os feromônios que ele exalava eram poderosos. Está com raiva de mim? Eu irritei esse homem. Ele estava liberando feromônios ardentes e sangrentos. Aquelas palavras pareceram um aviso discreto.
O que você está fazendo na loja de outras pessoas? Você não pensa nos outros clientes da cafeteria?
Alguns clientes, que pareciam ser estudantes, levantaram-se e saíram murmurando algo. Embora eu estivesse um pouco intimidado com a perspectiva de lidar com as consequências, reuni coragem e saí da loja.
Eu já sabia que ia ser pego de qualquer maneira, mas assim que saí, fui agarrado. Uma mão forte agarrou meu braço e me puxou para perto.
— Me solte.
Fiz um protesto sem sentido. Baek Doha não me deu ouvidos e me arrastou para longe. Seu rosto estava frio e sem expressão.
— Me siga. Estou prestes a explodir.
Sua voz era baixa e grave. Os feromônios que percorriam pelo pulso do meu captor eram selvagens e agressivos. Fui arrastado até o estacionamento. Meu corpo estava fraco demais para oferecer qualquer tipo de resistência.
Ele me empurrou para dentro do carro estacionado e subiu no banco do motorista. Com um estrondo, ele fechou a porta como se quisesse quebrá-la.
— Porra. — cuspiu um palavrão. — Por quê? Por que você está…!
— Eu lhe disse para não me perguntar ‘por que’. — murmurei, tirando um frasco de neutralizador do bolso e colocando um comprimido na mão. Minhas mãos tremeram com a súbita descarga de feromônios, mas minha voz estava calma. — Por que estou fazendo isso? Eu lhe disse para parar de agir como uma criança mimada, colocando a culpa em outras pessoas. Eu deixei isso claro. Agora, encontre suas próprias respostas.
Minha mão foi agarrada novamente enquanto eu pegava a garrafa de água na caixa do console. O neutralizador em minha mão caiu no chão. Olhei para Baek Doha enquanto meu pulso era agarrado. Suas pupilas brilhavam assustadoramente como os globos oculares de uma fera.
Parecia que suas pupilas ficaram vermelhas e entrariam em combustão a qualquer momento.
Houve momentos em que eu não conseguia olhá-lo nos olhos porque me sentia sobrecarregado, mas agora consigo olhá-lo nos olhos sem piscar.
Os olhos intensamente brilhantes de Baek Doha olharam para mim. Suas bochechas lisas e imaculadas se contorceram e seus lábios vermelhos se retorceram. O belo rosto, que estava congelado como uma estátua de pedra, sem expressão, estalou e se agitou.
— Será que sou o único que está com pressa? Será que sou o único que está tão nervoso, tão louco?
O que emergia pelas falas desse homem era a imagem de um menino teimoso e relutante com atitudes imaturas e que não condiziam com a sua idade.
— Como você pode estar tão tranquilo? Você parece estar cada dia mais calmo. Está ficando cada vez mais duro, cada vez mais indiferente.
Pisquei os olhos lentamente, tentando manter a cara séria.
— Você sempre me olha assim, como se estivesse tentando me dar um sermão. Porra!
Fechei a boca e deixei que ele continuasse a falar. Dessa vez, os cantos da boca de Baek Doha se torceram primeiro e ele xingou.
— No que você é tão bom que consegue me deixar tão confuso? Que merda!
Ele parecia estar desnorteado. Talvez devido ao ressentimento, a minha maneira de agir, mas diferente dele eu estava simplesmente ficando excitado.
Ele estava me enlouquecendo com seus fortes feromônios dentro do carro fechado. Meu corpo se aqueceu e eu apertei os lábios dolorosamente, enquanto um gemido ameaçava escapar. De repente, seu rosto se aproximou do meu. Nossos lábios se tocaram levemente, e ele passou a língua sobre a carne latejante.
Tão doce. A saliva que antes era amarga como veneno estava doce como mel. Nossos lábios se separaram, tremendo docemente. Uma respiração quente escapou, e ele murmurou acaloradamente, mordendo meu lábio superior trêmulo.
— Eu quero você.
A respiração em seus lábios era quente e úmida.
— Eu o quero loucamente, mais… mais do que antes. Meu corpo está ansioso queimando feito um louco por você.
Sua língua deslizou para dentro de minha boca aberta. Uma língua molhada, sondando e provocando meu interior úmido, de maneira mais insistente do que o normal. Os lábios que se tocavam pareciam estar queimando. Era como se uma pedra quente estivesse rolando sobre a carne da minha boca. A mordida, a sucção e as lambidas vorazes e gananciosas pareciam mais um ato predatório do que um beijo.
Ele sugava cada respiração ofegante e mordiscava os meus lábios trêmulos.
Eu era incapaz de resistir ao ataque desses feromônios. A energia se esvaiu de meu corpo. Não importava o quanto eu tentasse me controlar, não conseguia. Meu corpo foi dominado pelos feromônios agressivos.
Ele usou seus feromônios para destruir minha compostura.
Sua mão agarrou meu queixo com força enquanto eu ofegava e me contorcia. Seu aperto era tão forte que parecia querer esmagar minha mandíbula. Me debati, dando socos e chutes em seus braços, mas foi uma luta inútil.
— Você está sendo muito duro com um homem ferido.
Parece que a parte do braço que foi ferida pelos empurrões era o braço machucado. Normalmente, ele estaria bem com isso, mas em ocasiões como essa ele pedia para ser tratado como um paciente. A pessoa educada, arrogante, irreverente e rude agora havia aprendido a usar isso como arma.
A mão em meu queixo se moveu lentamente, o suficiente para fazer meu coração bater descontroladamente, com paciência. Ele deslizou para baixo do queixo em direção ao meu pescoço. Colocou a mão no laço do cachecol que escondia minha nuca, desatou o nó e jogou o lenço para um lado. Então, puxou impacientemente a gola da camisa abotoada até o pescoço duas vezes, fazendo com que botões se rompessem.
A mão lenta e insidiosa, fazendo cócegas em meu pescoço exposto, era mais vívida do que a sensação dos lábios. Quando as pontas dos dedos tocavam na minha pele, ela ficava quente, mas quando a mão se afastava, esfriava rapidamente e convulsionava.
A parte do pescoço, que tremia de tensão, era arredondada. Aqueles cinco dedos se estendiam e envolviam todo o pescoço, como se ele pretendesse me estrangular.
— Uhg…
Eu sabia como era a sensação de ser estrangulado, e meu corpo se enrijeceu com o som de seu suspiro. Meus olhos se abriram. Pelo menos as mãos de Baek Doha não me estrangulariam como as de Ha Seong-ho.
Os lábios fortemente pressionados um contra o outro se afastaram ligeiramente. Diante dos meus olhos estavam os olhos brilhantes de Doha. A mão em volta do meu pescoço se contorceu como uma cobra. Seus olhos brilhavam tanto quanto os lábios úmidos encharcados de saliva e o ar fervia silenciosamente e sem ruído.
Pensei, enquanto olhava fixamente para aqueles olhos: Será que essas mãos realmente vão me machucar? O menor esforço nesse aperto me faria sufocar e me debater como um caranguejo em uma panela quente.
Os dedos que envolviam meu pescoço se moviam sem descanso, como se gostasse de sentir o tremor dos músculos nervosos da minha nuca. Um segundo dedo, fazendo cócegas em minha pele, pressionou levemente uma veia no pescoço que pulsava com tensão e excitação. Os músculos do pescoço se agitaram.
— Eu só sei ser assim. Esta é a única maneira que sei fazer isso. Não sei como me comportar de um jeito diferente. Não sei como porque nunca fiz. Esta é a única maneira de agir que eu conheço.
O belo homem à minha frente piscou os olhos e sorriu preguiçosamente. Os feromônios que flutuavam eram incrivelmente doces e me deixaram sem fôlego. O feromônio agia como um afrodisíaco e era tão doce que deixou meu corpo viscoso, pegajoso.
Eu estava encharcado entre as pernas. A roupa íntima úmida grudava desagradavelmente por baixo. Um odor quente e lascivo chegou às minhas narinas. Baek Doha também deveria estar sentindo esse cheiro.
Seus olhos se estreitaram em satisfação. O dedo pressionado sobre a veia se moveu lentamente.
Ele acariciou as marcas no meu pescoço e, então, imediatamente abriu os lábios e enterrou os dentes no local.
— Uh-huh.
Há muito tempo, essa área havia se tornado uma zona erógena. A dor da mordida foi passageira, e um estremecimento de prazer percorreu meu corpo. A parte de trás do meu pescoço se arqueou para trás em um prazer estonteante. Ele mastigou a carne sensível e delicada como um animal. Mordeu com força, chupando, lambendo e afundando os dentes na área vermelha.
Embora a marca ainda seja claramente visível, ele mordeu e chupou, como se quisesse deixar outra por cima.
Fui empurrado contra a porta do carro e seu corpo grande se inclinou sobre mim. Não havia lugar para correr no carro estreito.
Meu corpo saltava e se contorcia. Minhas costas e quadris se sacudiam e balançavam. Os gemidos se misturavam aos soluços. O cabelo de Baek Doha cuja boca está enterrada em meu pescoço roçou em minha mandíbula. Se alguém me visse de fora, pareceria que eu estava sendo dilacerado por um animal. Seria visto como uma presa capturada.
— Hmph, está satisfeito…? Você vai… continuar fazendo isso?
Deixei escapar um murmúrio com uma respiração quente entre os dentes. Mastiguei as membranas mucosas da minha boca para tentar me acalmar.
Sem responder, ele passou a língua em minha carne, como se estivesse saboreando o gosto do meu sangue. A respiração úmida e quente tocou a parte mordida, causando coceira e ardência.
— Usar sua força para esmagar… e subjugar as pessoas… isso é….. é a única coisa que um bastardo como você sabe fazer?
Uma risada baixa soou. A cabeça, enterrada em meu pescoço, se levantou. O rosto que se revelou através de seus cabelos desgrenhados estava avermelhado. Os cantos de seus olhos estavam levemente corados. Os lábios ligeiramente entreabertos estavam inchados, úmidos e brilhantes. Era um rosto erótico. Um rosto irritantemente belo.
— Caramba, como você pode ser tão lindo?
O homem com o rosto assustadoramente obsceno sorriu. Dentes brancos e uniformes apareceram por entre seus lábios. A mordida desses dentes lindos e afinados em meu pescoço foi insuportavelmente dolorosa. Os dois olhos voltados para mim estavam cheios de um desejo carnal não refinado e insistente. Eles me olhava fixamente, como se estivesse me lambendo, mostrando uma luxúria pegajosa.
— Case-se comigo.
A proposta surgiu casualmente entre os lábios úmidos. Um sussurro obsceno longe de ser romântico.
Eu havia claramente falado sobre isso há apenas algumas horas, não há minutos. Falei para ele propor adequadamente.
Eu não disse nada. Não vou mais discutir sobre isso. Não vou mais repetir as mesmas palavras. Teimosamente, mantive minha boca fechada e forcei meus olhos trêmulos a olhar para Baek Doha.
— É tão difícil para você me dar uma resposta positiva.
Não seria estranho dizer “sim” e aceitar me casar com você sobre essas circunstâncias? Mas falei isso apenas em minha mente e me mantive em silêncio na superfície. A maneira mais fácil de irritar esse homem era manter a boca fechada.
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Continua…
Tradução: Rize
Revisão: MiMi