Noite De Caça - Capítulo 080
Os olhos do homem brilhavam arrogantemente enquanto ele se gabava de si. Seu rosto, impecavelmente belo, sorriu arrogantemente como quisesse provar que não era apenas um blefe. Em seguida, um forte feromônio se espalhou pelo ar. Franzi as sobrancelhas quando senti a sensação de asfixia.
— Seus feromônios… não solte, por favor. Não os libere por capricho… Merda.
Coloquei um palavrão no final da frase claro o bastante para ter a certeza de que seria ouvido. Baek Doha soltou uma gargalhada. Afastei minha cabeça daquele homem enquanto ele ria e tentava me beijar, mas a mão que segurava meu queixo me forçou a voltar e nossos lábios se encontraram.
— Você é muito fofo, sério.
Ele sussurrou com um sorriso enquanto se agarrava aos meus lábios. Nossas bocas foram fortemente pressionadas uma contra a outra. A respiração saindo de seus lábios entreabertos também era quente. Ele mordeu meus lábios abertos e misturou nossas línguas, tornando tudo uma completa confusão. O hálito misturado com feromônios me invadiu através dos lábios unidos e sua língua estava tão quente quanto se estivesse pegando fogo. Minha garganta começou a queimar enquanto eu engolia a saliva quente que preenchia minha boca.
O toque de sua mão em meu pescoço era estranhamente vívido. As pontas de seus dedos faziam cócegas e arranhavam incansavelmente as marcas sensíveis em meu pescoço, então ele passou os dedos grosseiramente em minha boca. Foi só quando a saliva que eu não conseguia engolir começou a escorrer, e comecei a lutar para respirar que os lábios que estavam grudados aos meus se afastaram. As pontas dos dedos que estavam tocando minha nuca esfregaram a parte marcada como se estivessem arranhando e depois se retiraram.
Seus olhos semicerrados brilharam enquanto ele observava minha respiração ofegante. A ponta de seu polegar roçou as extremidades dos meus lábios encharcados de saliva. A carne da minha boca latejava e os cantos dos meus olhos se fecharam.
— Não me importa se eu entrar para lista negra e for destituído de todos os meus privilégios. Também não me importo com qual vai ser o gênero do nosso filho. Eu estou bem com isso, então não se preocupe com coisas inúteis. Tudo o que você precisa fazer é se casar comigo e ter meu filho. — a voz úmida desse homem era aterrorizante. — Um filho seu seria lindo mesmo se nascesse sem membros.
Você sempre tem que dizer essas merdas.
Nesse momento, o celular de Baek Doha que estava sobre a mesa começou a tocar. Ele se afastou de mim para atender o telefone e, quando comecei a me levantar silenciosamente, as palavras saíram de sua boca.
— Tome seus inibidores. — Ele fez um gesto para a prateleira ao lado da mesa onde estavam alguns frascos.
Quando ele me viu abrir a tampa, pegar um comprimido e colocá-lo na boca, Beak Doha desviou o olhar e se concentrou na chamada telefônica. A expressão e a voz de Beak Doha se tornaram ferozes, como se ele estivesse falando com a família.
— Sim. Tente. Coloque quantos deles quiser na minha frente, porque, desta vez, não vai ser meu braço que eu vou rasgar e sim o rosto de cada um deles.
Ouvindo a voz sangrenta de Baek Doha direcionada a pessoa do outro lado receptor, eu me virei e fui para o meu quarto. Originalmente, dividíamos um dormitório, mas Baek Doha decorou um dos quartos vazios como se fosse meu. Era um quarto espaçoso, nada parecido com o que eu tinha na casa de Yoo Hyunseo.
Assim que entrei no quarto, corri para o banheiro, dei descarga e cuspi o inibidor que estava em minha boca. Depois que percebi que poderia estar grávido, parei de tomá-los. Disseram-me que a dosagem estava boa, mas eu não queria arriscar que o remédio tivesse um efeito negativo sobre o feto.
Eu já estava preocupado com o procedimento de bloqueio de feromônios ao qual fui arrastado para o hospital e obrigado a me submeter, então decidi não tomar a medicação.
Quando recebi alta do hospital, me deram um medicamento e pediram um teste de gravidez. Fiz isso secretamente hoje de manhã, mas ele não mostrou as duas linhas vermelhas que indicam que estou grávido. Eu poderia estar no princípio da gravidez para que um teste ou exame pudesse confirmar.
Dei descarga no vaso sanitário e fiquei perto da pia, espremendo pasta de dente na minha escova. Lavei o rosto e escovei os dentes, mas, quando terminei, estava encharcado de suor. A roupa íntima que troquei pela manhã também estava úmida. Durante todo o dia, Beak Doha grudou em mim e emitiu feromônios alfa, de um modo que não me deu chance de ficar seco na parte de baixo.
Feromônios. Malditos feromônios. O que diabos devo fazer com essa merda?
Tirei minhas roupas, achando que precisava me lavar novamente. Quando abaixei minha cueca encharcada e pegajosa, meu pênis ereto saltou para fora e borrifou uma fina corrente de fluido por toda parte. Eu estava encharcado, tanto na frente quanto na parte de trás, com líquido pingando do meu pênis ereto e vazando pelo meu traseiro, acumulando-se entre as minhas coxas.
Meus mamilos estavam vermelhos e inchados por serem mordidos e chupados com tanta força na noite passada. Minha entrada também estava latejando após ter sido golpeado até a exaustão. Inconscientemente, levei a mão até a parte dolorida.
— Ai.
De repente, senti uma dor aguda na parte inferior da barriga e envolvi minha mão em volta do abdômen. Era uma dor incômoda que parecia um aperto no fundo do meu abdômen e que nada tinha a ver com meu desejo sexual. Segurei a pia com uma das mãos e, com a outra, agarrei o abdome inferior, que latejava.
Era como se algo em meu estômago estivesse me avisando para ficar alerta.
Não se preocupe. Eu vou te proteger.
Murmurei para mim mesmo, esfregando a parte inferior da barriga, e entrei no chuveiro, tomando uma longa ducha para que o calor deixasse meu corpo.
***
Eu estava procurando informações sobre os sub-betas. Mutantes como eu que estavam vivendo vidas miseráveis no exterior. Éramos todos iguais, vivendo como se não fôssemos humanos. Crianças clandestinas, humanos semelhantes a fantasmas que certamente existiam em algum lugar nos subúrbios e não deveriam ter existido.
Me senti confortado por não ser o único ser humano com esse problema, mas também estava com raiva. Minhas entranhas ferveram. Que porra de sistema de compatibilidade era esse, dividindo as pessoas em classes com base em seus genes?
— Acho que o sistema de compatibilidade é tão irracional e estranho…
— É uma merda do caralho.
Baek Doha lançou um palavrão em meu lugar.
A paisagem urbana passava do lado de fora da janela do carro. Baek Doha estava com um braço enfaixado, mas, de alguma forma, conseguiu pegar o volante e, agora, estávamos a caminho do nosso destino. Me ofereci para dirigir porque seu braço ainda estava machucado, mas ele não aceitou.
Quando entramos no carro, o destino que ele inseriu em seu navegador por satélite foi um shopping da cidade. Fiquei imaginando se o “negócio” a resolver era fazer compras, embora eu não estivesse com vontade, mas não disse nada. O que importa como estou me sentindo? Se Baek Doha decidir fazer isso, tenho que o obedecer.
Pessoas como nós nascemos assim não porque queríamos, mas somos estigmatizados desde o nascimento porque não nos encaixamos em seus critérios… Algo muito injusto.
— Eu me pergunto se Deus cometeu um erro ao criar seres perfeitos como os alfas e ômegas reais.
— Erro de Deus? É uma ideia interessante.
Baek Doha sorriu brilhantemente.
— Já eu, acho que você é um presente de Deus.
O tom de sua voz era suave. Eu sempre me perguntava como ele podia dizer algo tão estranho de forma tão casual.
Eu comecei a rir do absurdo de tudo isso. Não falei nada.
Baek Doha estendeu a mão e segurou minha bochecha. As pontas de seus dedos eram frias e faziam cócegas em minhas bochechas.
— Acho que é o presente mais perfumado e valioso que a porra desse Deus me deu.
— Por que você xinga quando diz que ele lhe deu um presente valioso?
— Tenho muita raiva acumulada contra aquele bastardo.
Com um sorriso sem jeito, afastei da mão de Baek Doha, que estava acariciando gentilmente minha bochecha e subiu para o lóbulo da minha orelha. Em pouco tempo, o carro parou no estacionamento de um shopping. Quando saímos, outro carro parou e um casal de pessoas que pareciam ser casados saiu do carro da frente.
A barriga saliente da jovem sugeria que ela estava grávida. A estrutura pequena e esbelta da mulher parecia sobrecarregada pelo peso da barriga. Um homem, possivelmente seu marido, estava ao seu lado, segurando sua mão enquanto caminhavam.
Normalmente, eu teria passado por ela com indiferença, mas hoje fiquei atônito. Talvez fosse porque a mulher grávida se parecia com meu futuro ‘eu’.
De repente, senti um toque na parte inferior da minha barriga e fiquei surpreso. Baek Doha acariciou casualmente minha barriga e murmurou baixinho.
— Um macho ômega também fica com uma barriga como está quando está carregando um bebê?
— Aquela mulher é bem pequena e magra… Deve ser por isso que a barriga dela está saliente.
— Você também é pequeno e magro.
Fiquei olhando para Baek Doha por um tempo. Eu fiquei muito curioso para saber que tipo de imagem aos olhos desse homem. Será que ele realmente acha que sou do tamanho de um pequeno herbívoro? Deixei que ele continuasse, e ele ficou ainda mais atrevido ao tocar minha barriga. Ele acariciou e acariciou meu abdômen, beliscou e apertou minha barriga, que ainda estava um pouco cheia por causa da comida.
Embora fosse uma tarde de um dia de semana e não houvesse pessoas por perto, era vergonhoso fazer isso em um local público.
— Onde esse ventre vai ter espaço para uma criança? Como esse corpo pequeno vai aguentar nove meses se sua barriga ficar desse jeito? Você vai ter que ficar principalmente deitado.
— Dizem que a barriga de um ômega masculino não cresce tanto assim.
Eu me forcei a me afastar da mão que percorria minha barriga, subindo pela lateral do meu corpo e retirei sua mão. Nesse meio tempo, o casal havia desaparecido entre as lojas.
— Eu não sou tão fraco assim. Estou muito mais saudável agora.
— Você? Uma pessoa que ainda desmaia durante o sexo?
— Como quer que eu aguente quando você está me fodendo como um animal todos os dias? Não me deixa dormir em paz nem uma vez e não como se eu fosse… se você continuar pressionando meu corpo dessa forma, eu não duraria nem se eu fosse um ômega real.
— Talvez devesse tomar algum tipo de suplemento.
Ele me interrompeu e seguiu em frente, dizendo suas próprias palavras. Pensei que fosse passar na minha frente, mas ele me esperou na porta de entrada da loja. Segurou minha mão e me levou direto para o departamento de luxo.
— Estamos aqui para ver as alianças de casamento. — Baek Doha disse a um funcionário assim que entramos na loja.
Meus olhos se arregalaram. Alianças de casamento? O negócio a resolver, se tratava de comprar as alianças?
Quer comprar as alianças sem ao menos definir a data do casamento?
— Por favor, senhores, me acompanhe.
Um casal de homens podia ser incomum e estranho, mas o funcionário nos conduziu a uma sala privativa da loja sem pestanejar e com um sorriso. Por coincidência, essa era a mesma loja e área em que Yoo Hyunseo pensava em comprar sua aliança de casamento.
— Com licença, sr. Beak Doha…
— O quê? Não gosta dessa marca?
— Você deveria perguntar sobre a marca e coisas do tipo com antecedência…
— Se eu tivesse te perguntado sobre isso antes, provavelmente você teria dito não.
Ele está certo, mas esse não é o ponto.
— Quando eu disse que me casaria com você?
— Você terá que fazer isso mesmo que não queira.
Como esperado, ele nem sequer me ouviu: apenas sorriu arrogantemente. Ele sempre falava de maneira extremamente educada nessas horas. Esse homem costumava lançar uma mistura de palavras respeitosas e insultos. Às vezes, seu jeito de falar educado é ainda pior do que os insultos que ele lança por hábito, como agora.
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Continua…
Tradução: Rize
Revisão: MiMi