Noite De Caça - Capítulo 072
Episódio 72
Capítulo V Festival de Caça
O corte era nítido na pele branca. Deve doer e, mesmo quando sarar, vai deixar uma cicatriz… Senti que estava prestes a explodir em lágrimas, embora não tivesse me machucado.
— Não está doendo?
— Não está doendo. Relaxe, não foi nada sério. Não quero que você se preocupe com um ferimento bobo como esse.
Seu rosto estava estranhamente pálido enquanto ele falava. Talvez ele tivesse perdido muito sangue.
— Não deveríamos ir a um hospital?
— Eu disse, não está doendo. Está doendo mais aqui do que onde me machuquei. Acho que vou explodir.
Ele fez um gesto com a mão entre as pernas. Sua virilha estava extremamente saliente. Você é louco? Está excitado em um momento como este? Não acreditei e caí na gargalhada.
— E aqui.
Ele pressionou a mão próxima ao peito e esfregou levemente.
— Essa área está apertada, formigando e dolorida. Está batendo como louco, dificultando minha respiração. Está doendo muito… é insuportável.
— Você se machucou aqui também?
Rapidamente coloquei minha mão em seu peito, e ele apertou meu pulso, forçando-me a colocar minha palma na dele.
— Não está machucada, mas dói muito.
Badum, badum, badum.
Como uma pessoa cheia de energia, o som dos seus batimentos cardíacos eram altos e intensos. Sua frequência cardíaca parecia estar tão acelerada quanto ele disse.
— Toda essa situação é emocionante, mas também me deixa tão irritado que meu coração parece que vai explodir. É divertido segui-lo enquanto você corre de um lugar para outro como um coelho, mas dói como se as minhas entranhas estivessem sendo arrancadas quando penso que você pode fugir e desaparecer para sempre. Parece que meu coração está sendo arrancado do meu peito com uma faca em chamas.
Borrando o final de seu discurso, seus olhos se estreitaram ligeiramente e ele soltou um longo suspiro. Parecia ter sido subitamente dominado por uma dor lancinante.
Um momento de silêncio tomou conta do ambiente. O som dos insetos e do vento roçando a grama seca preencheram o local.
— Por que…
Ele abriu a boca, pressionando a mão no meu pulso.
— Por que diz não a tudo? Você é o meu ômega, a minha escolha… seu cheiro me deixa com tesão e não vejo nada além de você desde o momento em que eu te vi pela primeira vez não vejo mais ninguém na minha frente. Eu só quero você ao meu lado, por que você diz não a isso também?
— Porque…!
— Por quê?
Seus olhos brilharam com clareza quando ele olhou para mim. Foi o mesmo repertório, nada de novo, a mesma pergunta de sempre saiu de sua boca. “Por quê?” E a resposta que saiu da minha boca foi a mesma de sempre.
— Eu sou um mutante.
— Você é um ômega.
Minha resposta é sempre a mesma.
— Não é natural um alfa transar com um ômega e semear o corpo do seu ômega? Que diabos há de errado nisso?
Você adora a ordem natural das coisas, não é? Um sorriso e uma gargalhada de espanto irromperam. Mesmo quando todo mundo diz que é errado, ele parecia acreditar que fez a escolha certa.
— Você é o meu único ômega.
A temperatura dos olhos que me olhavam estavam sempre em um ponto de ebulição. Não se tratava de uma brasa morna que se apaga pouco antes de entrar em combustão. Aquela era uma chama feroz, queimando não apenas a mim, mas tudo ao meu redor. Esse fogo não seria apagado com facilidade.
O fogo desse homem nunca será extinto.
— Tem que ser você. Não posso… Não consigo nem ficar perto de um ômega que não seja você. O cheiro dos feromônios de outro ômega faz meu estômago revirar. Sinto como se tivesse uma coisa podre no fundo do meu estômago.
Podia sentir seus batimentos cardíacos furiosos batendo contra minha mão. Ele olhava diretamente para mim com olhos brilhantes, enviando feromônios para todos os lados. O ar frio ao redor de nós dois de repente ficou quente.
Eu invejava a maneira como ele conseguia olhar para mim sem piscar e dizer: “Yoo Seolwoo é meu ômega”, não apenas para mim, mas na frente de outras pessoas. Desde o primeiro encontro até agora, aquela força motriz imprudente só olhava para mim.
Beak Doha nunca escondeu seus instintos. Seus olhos estavam sempre úmidos e brilhantes quando ele olhava na minha direção. Até mesmo os cílios longos e grossos acima de suas pupilas brilhantes estavam molhados, fazendo com que seus feromônios também tivessem um aroma úmido.
‘ Não confunda a obsessão e possessividade do CEO com amor. O desejo possessivo de um Alfa Real é apenas um desejo, não sentimento.’
Lembrei-me das palavras de Han, quando estava me atacando.
Sim. Não se engane. Não há sentimentos nos olhos desse homem quando ele me encara. É apenas um desejo sexual persistente, apenas obsessão e possessividade.
Meu coração esfriou em um instante. Seu peito ainda estava quente sob a palma da minha mão, mas meu coração estava gélido. Quando afastei minha mão de seu peito, ele agarrou meu pulso e me abraçou com força.
— Você é meu, meu ômega.
Sua respiração estava estranhamente acelerada. O grande corpo que me abraçou estava estranhamente quente.
— Sr. Doha.
— Não vou deixar você ir. Nunca vou deixar você ir. Vou matar qualquer pessoa que tente te machucar. Você e meu, Yoo Seolwoo é meu.
Ele me abraçou com mais força e enterrou o rosto em meu pescoço. Sua voz era rouca, estridente, e seus lábios estavam quentes contra a minha nuca. Os lábios mordiscavam a carne delicada do meu pescoço enquanto sua língua me lambia. Sua respiração estava irregular e tudo parecia quente como o inferno.
— Espere um pouco, Sr. Doha. Olhe para mim, você está bem? Acho que está com febre.
— Você vai me aceitar se eu agir como uma criança doente?
Como um animal de estimação, ele esfregou o rosto em meu pescoço. Era um calor incomum. Sua voz murmurante era diferente da habitual.
— Baek Doha, o senhor não está no seu normal agora.
Os feromônios que ele exalava fizeram minha voz tremer, empurrei seu ombro para longe com a mão trêmula, mas ele nem sequer moveu a cabeça.
— Eu não tenho sido normal desde o momento em que te conheci.
Ele chupou o lóbulo da minha orelha e riu.
— Não. Na verdade, acho que estou bastante ‘normal’ agora. Sinto que estou vivo agora. Quando foi que isso aconteceu? Acho que nunca me senti livre como nesse exato momento.
Ele falou com entusiasmo e estremeceu, me abraçando o mais forte que podia, pois não conseguia controlar sua excitação.
— É divertido viver. É emocionante. Todo dia parece completo.
Um corpo grande se inclinou em minha direção. O peso aumentou drasticamente e eu tropecei, incapaz de suportar o corpo que se inclinava sobre mim.
Tentei evitar que ele caísse no chão, mas tudo o que consegui fazer foi abraçá-lo enquanto tremia.
— Sr. Doha. Baek Doha!
— Está tudo bem, eu estou….
Gritei seu nome, mas ele só conseguia resmungar impotente. O que está acontecendo? Esse era o homem que ia trabalhar de manhã cedo sem dormir após passar a noite mergulhado dentro de mim. Ficou claro que algo estava terrivelmente errado. Ele nunca tinha ficado doente na vida, e isso de repente me assustou. Não era dessa forma que eu queria perceber que um alfa real, no fim das contas, era apenas um ser humano.
Além disso, por que ele está tão fraco? Ele costuma me abraçar forte o tempo todo, mas agora…
— Droga. O que há de errado com você? E por que está com febre? Se não estiver se sentindo bem, deveria ir ao hospital primeiro e não vir aqui com essa aparência.
Eu sei. Sei como esse homem deve ter se sentido ao vir correndo nessa situação.
Ele veio correndo me procurar. Seus olhos estavam provavelmente embaçados devido à droga. Veio dirigindo seu carro sem tempo para se preocupar nem mesmo com a própria condição física. Eu sabia de tudo e me senti um pouco chateado, até que ele acabou resmungando.
— Não é uma sensação ruim parecer um tolo. Deveria ficar doente mais vezes.
O homem encostado em mim, parecendo estar prestes a pegar fogo, deu uma risadinha. Fiquei imaginando se ele estava brincando, se estava realmente bem, mas o calor de sua longa expiração afastou qualquer dúvida. Não era normal para um homem cujo corpo sempre foi tão forte, parecer tão fraco.
— Onde está o seu telefone?
— Eu não estou com ele.
— Você não trouxe? Então onde você estacionou seu carro?
— Debaixo da árvore Zelkova…
— Merda. Deve haver uma ou duas árvores dessas por aqui? Fique aqui por um segundo. Vou trazer o carro…
Achei melhor correr, pegar o carro sozinho e dirigir de volta do que ir para o carro arrastando o corpo grande do homem, mas quando tentei me afastar para colocá-lo sentado no chão por um momento, ele me abraçou novamente com muita força.
— Você vai se esgueirar para algum lugar.
Eu me contorci e empurrei seus ombros, tentando me libertar, mas não adiantou.
— Não estou tentando fugir. Me largue, você pode morrer por nada aqui. As pessoas morrem pouco tempo depois de perder muito sangue, sabia? Você precisa ir para o hospital agora.
— Acho que seria bom morrer assim.
— Não seja ridículo.
Dei um tapa de leve em sua bochecha demonstrando minha irritação, e ele deu uma risadinha. O corpo contra o meu estremeceu de alegria, até que cedeu novamente. Desta vez, sem que eu tivesse tempo para ajudá-lo, seu corpo deslizou até o chão.
Ele estava fraco e abatido, mas, ainda assim, agarrou meu braço com medo de que eu pudesse voar para longe.
— Você é a primeira pessoa que conheço que pode me desprezar assim.
Aquele homem sempre altivo sentou-se no chão de terra com pedras irregulares e olhou fixamente para mim. Seu rosto estava sem sangue e a luz pálida da lua caia sobre a sua pele branca
— Você é a primeira pessoa a me enlouquecer, me machucar e me fazer sofrer assim..
Sua voz tagarela foi ficando cada vez mais fraca. O aperto no meu braço ficou mais forte, então, ele deixou seus feromônios fluírem por onde ele me segurava. A sensação dos feromônios entrando em meu corpo me fizeram estremecer.
Está pegando fogo. Sua mão era como um ferro em brasa. Nunca senti uma pele tão quente. Pensei que fosse queimar meu punho.
A quantidade de feromônios que fluía pelo meu corpo era avassaladora. Era uma intensidade de tirar o fôlego. Os feromônios estavam fluindo tão rápido que pensei que meu braço fosse cair. Meu estômago se revirou e meu coração acelerou. Meu corpo se aqueceu, fazendo com que o calor descesse pela minha espinha, enquanto minhas partes íntimas rapidamente responderam aos feromônios. Senti minhas pernas ficarem pesadas e rígidas.
Não era normal. A quantidade, a concentração e o odor dos feromônios eram diferentes do usual. Essa era a prova de que Baek Doha não estava em um estado mental normal.
Mas como ele disse, ele já não era normal desde que me conheceu.
— Família, honra… nada disso importa para mim. Eu não preciso disso, você é a única coisa que significa algo para mim.
Ele murmurou fracamente, com o rosto pálido e os olhos brilhando ao olhar para mim. A fileira uniforme de dentes brancos entre seus lábios formavam um sorriso radiante.
N/Rize: AAAAAAAHH!!! MDS! Cadelei totalmente, não consigo sentir raiva desse Alfa. Ele é como um cachorro peludo e grandão que destrói a casa toda, mas que a gente não consegue repreender porque é um amorzinho. (◍•ᴗ•◍)❤ ME JULGUEM EU NÃO LIGO.
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Continua…
Tradução: Rize
Revisão: MiMi