Noite De Caça - Capítulo 070
Episódio 70
Capítulo V Festival de Caça
— Devo ir atrás dela?
Quando um homem perguntou a Han, ele respondeu secamente.
— Deixe ela. Mesmo que ela ligue para o CEO, ele não poderá atender agora.
Permaneci imóvel por um tempo, até que os homens começaram a empurrar minhas costas. Sempre que entrava nesta casa eu era conduzido por Baek Doha, mas agora estou sendo arrastado para fora.
Não queria sair desta casa assim. Quando atravessei o jardim cercado por homens, os cachorros se aproximaram e começaram a latir.
— Malditos cachorros… eu odeio essas pestes.
O assistente Han cuspiu vários insultos. Sem Baek Doha ao seu lado, ele revelou seus verdadeiros sentimentos sem restrições. Os uivos dos cães ficaram mais ferozes, como se o tivessem entendido.
Havia um carro estacionado no estacionamento – um sedã preto que poderia ser usado como carro fúnebre. Tive uma sensação sinistra de que, se eu fosse empurrado para dentro daquele carro, talvez nunca mais voltasse a andar sobre a terra.
Ele me empurrou para o banco de trás e dois homens sentaram de cada lado. Me senti como um criminoso sendo levado pela polícia.
— Você cheira mal como um ômega. Não tomou seu inibidor?
O homem que se sentou no banco do passageiro olhou para mim pelo espelho do carro e perguntou. Eu não respondi, mas pude notar sua careta pelo espelho retrovisor.
— É um ômega. Cheira como uma fêmea.
Ele parecia ter decidido jogar fora sua cortesia ao sair de casa.
O assistente Han murmurou para si mesmo e desviou o olhar do espelho retrovisor. O olhar de desdém no espelho desapareceu. O motorista ligou o carro, que saiu em alta velocidade do estacionamento e entrou em uma rua residencial deserta.
Um silêncio pesado preencheu o carro e, analisando a situação, não pareceu prudente perguntar para onde me levariam ou o que fariam comigo.
Eu me inclinei um pouco e baixei a cabeça como se estivesse apavorado.
Eu não esperava que isso acontecesse, eu não sabia que Han agiria de forma tão inesperada.
Algo nessa história foi previsível até agora?
Ele pretende me matar e me enterrar? Acho que sim. Porque assim ele apagará minha existência e do seu filho para sempre.
Seria mais fácil se eu morresse… se o amanhã nunca chegasse. Houve um tempo em que eu pensava assim, num tempo em que eu não podia morrer.
Mas eu não quero isso agora.
Eu quero viver, eu não quero morrer. Quero viver. Quem quer me matar? Por que tudo isso?
Era muito injusto que não houvesse nada que eu pudesse fazer. Eu sempre fui o azarão diante da força bruta. O que devo fazer? Como posso sair dessa situação? Minha mente estava uma bagunça.
— Você acha que o CEO virá te salvar novamente, certo?
Como se tivesse lido minha mente, Han falou.
— O CEO estará ocupado. Muito ocupado.
Sobre a janela do carro, onde se refletia o rosto de Han, que resmungava significativamente, a paisagem do centro da cidade à noite podia ser vista. O sol estava se pondo, e a cena passou rapidamente.
Deviam ter dirigido por algumas horas e, quando paramos, tudo ao nosso redor estava envolto em escuridão. Não havia uma única luz à vista. Quando saí do carro, pude ouvir todos os tipos de insetos e sons de animais não identificáveis.
Uma estranha sensação de déjà vu percorreu meu corpo. Estremeci, ao lembrar da vez em que fui arrastado por um agiota e quase fui enterrado.
— Essa não é a primeira vez.
A voz fria do assistente Han fluiu chegou aos meus ouvidos congelados. Uma respiração branca saiu de sua boca.
— Moon Gil-sang também foi enterrado por aqui.
Ele olhou para algum lugar no meio da montanha negra e murmurou severamente. O agiota que quase me enterrou em uma cova está morto e enterrado. E, onde seu corpo foi enterrado, eu também serei sepultado.
Eu vou morrer. Esses caras vão me matar. Isso não é brincadeira. Não estão brincando. Meus medos vagos se materializaram e me dominaram. Minha mente estranhamente calma de repente estalou. Meu corpo inteiro estremeceu convulsivamente, e todos os músculos do meu corpo se enrijeceram. Então, uma voz trêmula escapou de meus lábios retorcidos.
— Por favor, me ajude……
Foi o primeiro apelo que fiz. Eu não havia dito uma palavra sequer enquanto era arrastado para cá por eles. Uma das cabeças se virou para mim, com os olhos brilhando assustadoramente.
— Pensei que você estava se mantendo firme.
(N/Rize: Aí que ÓDIO véi, eles ainda debocham, vão tomar no CU!! Eu estou indignada, espero que esses homens virem comida de cachorro.🖕)
O hálito branco saiu agressivamente de entre os lábios zombeteiros e retorcidos do Sr Han. Ele devia ter me achado ridículo, tremendo e implorando, mas não importava como ele me via. Joguei fora todo o meu orgulho, agarrei-me ao colarinho do Sr Han e gritei. Orgulho, nudez, nada importa diante da morte.
— Por favor, me ajude. Sr. Han. Farei qualquer coisa, por favor…… eu vou desaparecer imediatamente, da vida do Sr Doha, eu prometo. Eu nunca vou aparecer na frente dele. Isso não vai acontecer!
— Enquanto você estiver vivo e respirando em algum lugar desta terra, não tem como eu acreditar nessa sua promessa.
— Eu saio do país, vou para o exterior, então, por favor, me deixe viver. Por favor…
Contra a minha vontade, lágrimas grossas escorreram dos meus olhos trêmulos. Eu não queria chorar na frente desse homem, mas diante do medo de morrer, não pude deixar de desabar. O assistente Han me encarou com olhos frios.
— Que pessoa lamentável e digna de pena você é.
(N/Rize: Preciso muito dar um murro nesse homem, que cretino.😡)
Mas, embora ele tenha dito isso, não havia nenhum calor naqueles olhos que me encaravam.
— Você sabe como despertar um instinto protetor nos outros: quando você está tremendo, soluçando e conscientemente exalando feromônios como esse. Isso naturalmente faz com que qualquer pessoa se sinta vulnerável e, uma vez fisgado por isso, a pessoa não consegue se controlar e não é fácil sair. Mas você sabe disso.
Ele agarrou meu pulso, que estava segurando seu colarinho e puxou-o. Ele o agarrou com tanta força que pareceu querer esmagar meu pulso. Puxei meu braço por instinto e me empurrou.
— Vamos, não quero demorar muito.
Dando uma breve ordem para seus homens, o Sr Han se afastou bruscamente. No lado da montanha para onde seus passos se dirigiam, um pássaro desconhecido cantou estranhamente.
Foi então que, de repente, os arredores se iluminaram, seguido pelo rugido de um motor de motocicleta. Estava tão claro que franzi a testa e olhei para a fonte da luz. Várias scooters estavam correndo em nossa direção com seus faróis piscando. Logo as scooters pararam e as pessoas começaram a falar.
— Viu? Eu lhe disse que vi um carro entrar neste bairro. Que diabos eles vieram fazer aqui, afinal?
— Perdão, mas, de onde vocês vieram? Não tem nada por aqui além das montanhas. Você não está perdido?
— Se você continuar vagando por aí, sozinho à noite, vai acabar tendo problemas. Um corpo foi encontrado naquela montanha recentemente e os aldeões estão se revezando na patrulha. Vão embora.
Tsk. O som do assistente Han estalando a língua como se tivesse sido incomodado soou.
Então eu acordei. Não era hora de ficar atordoado e confuso.
— Me ajude!
Movi meu corpo rapidamente e gritei. Os homens puxaram meu braço tardiamente enquanto eu tentava correr, e taparam minha boca.
— Hein? O que é isso?
— Quem são vocês? O que estão fazendo?!
Dois homens grandes e corpulentos gritaram e se aproximaram de mim, enquanto outro homem sacou o celular para chamar a polícia. Em vez de armas, os homens estavam carregando tacos de beisebol e de golfe. Era bastante intimidador. O senhor Han interveio e confrontou os homens. Eu gemia, desesperado para fugir.
— Não é nada demais. Apenas voltem a fazer o que estavam fazendo antes.
— ‘Não é nada demais’. Vocês acham que somos estúpidos? Vocês são bandidos? Os corpos na montanha… são vocês que estão fazendo isso?
— Deixe ele ir.
Um homem empurrou o homem que estava me dominando com um taco de beisebol. O homem olhou para o semblante de Han. Nada de bom ia acontecer se eles acabassem matando tantas pessoas.
— Você por acaso é surdo?
O homem menor agarrou o guarda-costas pelo colarinho. O homem reagiu instintivamente e eu consegui me libertar.
Eu pulei para frente, corri e me agarrei ao homem que estava chamando a polícia.
— Me ajude, eles estão tentando me matar!
— Leve ele para a delegacia!
O companheiro do homem gritou. O homem rapidamente me colocou na traseira de sua scooter e, em um instante, eu estava fora daquele inferno. A escuridão fria passou rapidamente pelo meu rosto e, logo depois, as sirenes da polícia piscaram. Luzes brilhavam na escuridão. O carro da polícia avistou a scooter e parou.
— Parece que os bandidos que o mataram e enterraram uma pessoa na montanha voltaram para fazer o mesmo novamente.
Os rostos dos policiais que se inclinavam para fora das janelas dos carros estavam sérios. Eles não deveriam estar pedindo reforços? O som da conversa deles zumbia como um alerta.
— Quem é a pessoa atrás de você?
— Parece ser a vítima pega pelos gângsteres….
Eu pulei da scooter. E corri.
— Não, espere!
O som da voz soou agudo, chamando por mim. Quem quer que esteja determinado a me tirar da vida de Beak Doha me arrastará de volta por qualquer meio necessário e me jogará num poço fundo.
Corri por um campo sem uma única luz de rua. A respiração irregular que saía de minha boca era úmida e meus ouvidos chiavam. Estava correndo tanto que não conseguia pensar. Minha respiração encheu meus pulmões até o limite. Meu coração parecia que ia explodir, mas eu não conseguia parar.
Você tem que fugir e viver. Mas onde? Para onde devo ir?
— Uhh!
Eu tropecei nas raízes da grama e caí. Aterrissei com um baque no chão cheio de ervas daninhas.
Fiquei deitado no chão frio, congelado, apenas respirando pesadamente. Meu coração doía como se fosse explodir e meu estômago latejava.
Ele latejava e latejava, como se algo em meu estômago estivesse dizendo: “Eu quero viver”.
— Huh…
Rapidamente, mordi o lábio com força enquanto as lágrimas ameaçavam cair. Eu me enrolei como uma bola, segurando meu estômago e me perguntei por que as lágrimas vieram primeiro. Eu não deveria estar chorando. Mas talvez eu tenha suprimido minhas emoções durante todo esse tempo e agora finalmente estava deixando-as sair.
O canto dos gafanhotos soou. O cheiro de grama seca chegou às minhas narinas e o suor frio deslizou pelas minhas costas. Logo, senti um forte arrepio percorreu meu corpo.
°
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Continua…
Tradução: Rize
Revisão: MiMi