Noite De Caça - Capítulo 065
Episódio 65
Capítulo 5 Festival de Caça.
— Eu posso ter tudo o que eu quiser. Se eu quiser que um pássaro voando seja meu, eu apenas o derrubo.
A voz baixa de Baek Doha ecoou no ar frio que cheirava a remédios desconhecidos misturados com o mofo do porão frio e o cheiro de sêmen. Eu estava completamente exausto, deitado sobre a mesa dura de cirurgia dura. Naturalmente, meu corpo estava horrível. Um tapete havia sido colocado no chão para proteger meu corpo nu do frio e eu estava coberto de peles.
Um tipo de bondade cruel.
Era um espaço privado no porão da casa de Baek Doha. A oficina e o espaço de coleta de um caçador maluco. Eu estava na mesa de operação onde Baek Doha costumava abrir a barriga dos animais que matava para fazer *taxidermia.
(N/Rize:A taxidermia é a arte de montar/empalhar animais para estudos científicos ou exibições, utilizando diversas técnicas de preservação, buscando atingir o maior grau de fidelidade possível.)
Você é o pior… só um louco pensaria em fazer sexo com alguém deitado desse jeito.
Nem sei como cheguei em casa e desci até o porão. Só lembro de estar preso no carro com as mãos amarradas, sendo penetrado freneticamente, enquanto chorava e finalmente implorava com a voz rouca. A gravata de seda em volta de meus pulsos era tão macia que não doeu; foi apenas o ato de ser amarrado que se tornou significativo. Foi tão diferente e estimulante ter minhas mãos amarradas e ser atingido com força que chorei mais do que o normal, chegando ao clímax e gozando várias vezes.
Ao contrário do meu constante “não”, meu corpo, encharcado e pingando suor, se abriu contra a minha vontade. Meu pênis permaneceu ereto e vacilante mesmo depois de várias ejaculações. Meus quadris inconscientemente balançavam e tremiam de excitação e minhas paredes internas se estremeciam e contraiam.
Ele deve ter sentido isso quando me abraçou e balançou seu pênis dentro de mim… Como meu corpo reagiu e com que força e firmeza minha parede interna, dolorida pela penetração implacável, envolveu seu pênis. Com que força ela o agarrou, ameaçando cortá-lo enquanto ele entrava e saía, da ponta até a raiz.
Portanto, meu “não”, e os apelos para ele parar estavam fadados ao fracasso.
Eu tremia e soluçava enquanto ele me carregava para fora do carro, para o portão e quando adentrou a casa. Até mesmo a brisa fria que tocava meu corpo nu e excitado causava arrepios em minha espinha. O buraco onde seu pênis havia sido enfiado há pouco ainda estava aberto e latejando, sem dar sinais de fechar e jorrando um fio espesso de esperma.
Meu corpo era como uma maldição. Eu estava na mesa de cirurgia, gritando sem razão. Eu estava igualmente louco.
Enquanto eu me contorcia, meu corpo rangia e eu gemia de dor. Minhas mãos foram desamarradas, mas eu não conseguia fazer nada além de me contorcer fracamente.
— Sempre fui e sempre vou ser assim. Sou o tipo de pessoa que consegue obter o que quer de qualquer forma. E quando tenho algo em minhas mãos, jamais deixo escapar. Nunca houve nada, nem uma única vez, que eu não conseguisse obter. E nunca houve nada que eu não pudesse controlar.
Seu murmúrio baixo continuou. Era um murmúrio para si mesmo. Nesse meio tempo, pude ouvir ocasionais sons de pássaros ao fundo.
À minha frente, pude observar as costas do grande homem sentado em um sofá, absorto em algum tipo de tarefa. Ele parecia um animal selvagem gigante agachado assim, no escuro.
Eu me perguntei o que ele estava fazendo. Ele parecia estar sentado no sofá, mexendo em um rifle de caça. O cano comprido da arma se projetava sobre suas costas. Alguns rifles estavam pendurados frouxamente em uma prateleira ao lado do sofá, já carregados e prontos para serem usados.
Ele apontou o cano da arma para o ar, como se tivesse terminado de limpá-la. Eu podia ver seu dedo se movendo com a mão no gatilho. A ponta do cano estava apontada para um urso empalhado no canto. E, como um caçador escondido na floresta, mirando em sua presa com a respiração ofegante, ele, silenciosamente, sem respirar, apertou o gatilho, movendo o dedo de forma flexível sem fazer nenhum som.
Bang!
Meus ombros tremeram de surpresa. Um tiro pareceu ecoar pelo ar. Pude sentir o odor pungente da pólvora se espalhando.
Mas foi apenas uma ilusão da minha parte. O carregador estava vazio e não houve disparo. Ele abaixou lentamente o cano da arma e abriu a boca novamente.
— Então, por que você é tão incontrolável? Você é a primeira dificuldade que tive na vida, Yoo Seolwoo.
A pergunta estava claramente direcionada a mim. Não foram palavras para si mesmo. Ele murmurou isso sabendo que eu estava acordado e consciente.
— Sabe, há certos padrões que os animais seguem. Por exemplo, um padrão que diz que se você conduzir sua caça até deixar ele contra a parede, pode estourar seus miolos com facilidade. Já se você colocar uma armadilha em um cruzamento, tem mais chance de pegá-los. Os animais não são difíceis, na verdade, são bem simples. Mas, você é diferente. Não sei como lidar com você. É difícil. Muito difícil. Nunca passei por uma situação tão difícil como essa antes.
Seu lunático. Você se dá conta de como parece insano? Será que ele realmente não percebe que comparar pessoas a animais não é normal? Acho que posso responder a essa pergunta agora mesmo… Ele não percebe. Talvez faça isso o tempo todo porque ele realmente não entende.
Você tem orgulho de ser um cara ruim.
Numerosos bichos taxidermizados foram colocados no porão. E lá estava ele, um caçador sentado orgulhosamente em meio a seus muitos troféus, cuidando de sua arma.
Talvez essa fosse a maneira de pensar daquele homem. Talvez, quando estava preocupado, descia ao porão e se sentava entre os antigos animais dissecados embebidos no formol, limpando suas armas para organizar seus pensamentos.
Seus feromônios, que ameaçavam explodir, ficavam bem mais suaves enquanto ele cuidava de sua arma em seu lugar favorito. Ele me insultou com todas as palavras que lhe apareceram e depois ficou em silêncio. Sua voz divagante se acalmou.
Ele virou a cabeça lentamente para mim. No espaço escuro, seus olhos cintilantes brilhavam como os olhos de um predador. Ele parecia menos com um caçador e mais com um predador feroz, que estava acima dos outros, como o rei da floresta.
— Como eu devo lidar com você? Não importa o quanto eu pense sobre isso, não consigo obter uma resposta.
Ele fez uma pausa, piscou os olhos e abriu a boca novamente.
— Eu realmente não sei. Você me faz experimentar coisas estranhas que eu nunca experimentei antes. É sempre tudo tão novo… quando acho que te entendo, descubro que não. Não quero te machucar, mas você sempre testa minha paciência e passa dos limites. Você é tão fofo que eu não consigo suportar. Não consigo deixar de achar intrigante seu modo de agir. Devo estar ficando louco, sabe? Mas às vezes… eu fico com tanta raiva que não consigo suportar. Eu sinto como se minha cabeça estivesse prestes a explodir. Nem mesmo eu consigo me controlar. Nunca fiquei assim antes. Minha cabeça está uma bagunça e eu não consigo pensar direito.
Meu comportamento repentino parece ter sido um choque para aquele homem, a julgar pela maneira como ele continuou falando sem parar.
— O que diabos há de errado com você? Você não é o meu ômega. Eu finalmente te abracei, te aceitei. Você chorou tão lindamente em meus braços… por que de repente está tentando morder minha mão e voar para longe? Por quê?
O tom de sua voz era seco, como se ele estivesse tentando espremer as palavras para fora de sua boca com angústia. Será que ele tem alguma ideia do que é se sentir “terrível” ou “miserável”?
Esse homem não me conhece, mas eu também não o conheço.
Em um determinado momento, você disse que não era divertido pegar uma presa fácil. Disse ser chato manusear algo muito fácil. E agora estão reclamando que é difícil.
Talvez seja simplesmente porque a presa que você se esforçou tanto para capturar está fora do seu controle e tentando escapar.
Mas uma coisa eu sei. Para ele, não sou nada além de uma presa rara, uma posse, algo em que ele conseguiu colocar as mãos.
Por quê? Por que faz isso? Qual é o problema?
Tentei fazer para mim mesmo essas perguntas. Mas sei que nunca encontraria uma resposta. Não importa o quanto você pense sobre isso, afinal, você está lidando com a cabeça podre de um alfa real.
Me mexi, não querendo mais ficar esticado nessa maldita mesa de operação.
Soltei um grunhido de dor e me contorci, mal conseguindo levantar a parte superior do corpo. Quando tentei colocar as pernas para baixo, minha bunda foi varrida por uma dor terrível. Estremeci com a dor por um momento e, em seguida, os músculos de minhas pernas se enrijeceram e se torceram como lascas de madeira.
Como eu não podia fazer nada a respeito e continuava tremendo, com a respiração ofegante, o cheiro familiar de feromônios tornou-se denso e nebuloso. Antes que eu percebesse, Baek Doha estava se aproximando de mim. Ele se sentou à minha frente com os joelhos dobrados, tocando minhas panturrilhas rígidas e trêmulas. Quando me assustei e tentei puxar meu pé, ele pressionou o músculo da minha panturrilha com um pouco de força.
— Fique quieto. Tem que aliviar essa rigidez muscular.
No começo doeu, mas o toque da massagem nos meus músculos foi tão suave que aliviou a tensão aos poucos.
Essa doçura é um veneno.
Sei que é um veneno, mas toda vez que eu o sinto, sou atraído por seu aroma de tirar o fôlego e me embriago nele. Mesmo quando minhas entranhas apodrecem e queimam, eu continuo me agarrando a uma ilusão. A incrível ilusão de que a obsessão e a possessividade que esse homem lindo me mostra… é amor o que eu sinto por ele.
Se eu não tivesse me apaixonado por Baek Doha, não teria me enganado e me decepcionado tanto. Eu não teria esperado nada de um alfa real mimado.
Olhei para o topo da cabeça de Baek Doha, com os cabelos desgrenhados e inclinados para baixo. Houve momentos na vida que eu queria olhar para esse alfa real com um pouco de desprezo. Um sorriso distorcido vazou.
O homem arrogante que não tem medo de nada e tem tudo no mundo está sentado de joelho na minha frente assim.
Prefiro quando ele é apenas um ‘cachorro louco’. Por que ele é tão doce ao ponto de abalar o coração das pessoas? Por que as mãos que me tocam são tão quentes e macias? Por que os feromônios do seu corpo são tão perfumados?
— Seus tornozelos também são finos.
Como seu sussurrar pode soar de maneira tão doce?
— Eu poderia quebrá-los se pusesse um pouco mais de força.
Suas mãos brancas deslizaram pelas minhas panturrilhas até os tornozelos. Seu toque era suave, mas viscoso. O toque úmido passou dos meus tornozelos e fez cócegas nos meus pés, fazendo os músculos das minhas panturrilhas formigarem.
— Seus pés são pequenos.
Ele sorriu enquanto os segurava com as palmas das mãos.
— Com pés assim, você sai correndo por aí de um lado para o outro.
Enquanto massageava a parte de baixo dos meus pés, ele levantou a cabeça e olhou para mim. Seu rosto estava iluminado por um sorriso brilhante. O rosto de um menino que atormenta a garota de quem ele gosta, provocando-a de maneira travessa. A ferocidade que tinha me espantado havia desaparecido, e seus olhos estavam brilhando.
— Sr. Doha.
— O quê?
Quando chamei seu nome, e seus olhos se curvaram lindamente para mim. Meu coração bateu forte no peito. Mesmo na escuridão do quarto, seu rosto brilhava com clareza. Um ser humano tão bonito… Quando ele olhar para mim com e esse rosto e esses belos olhos, como eu poderia não ficar mexido?
Merda. Eu te amo. Eu realmente te amo. Por que você tem que ser tão perfeitamente lindo, tornando impossível para mim odiá-lo? Abri a boca, lutando para controlar minhas emoções crescentes.
— Você está lidando com uma pessoa. Um ser humano. Não um animal, nem sua presa.
Suas sobrancelhas grossas se contorceram ligeiramente.
— Você não caça pessoas. Não pode as abater e se apropria delas. Se você queria capturar uma presa, prendê-la, treiná-la para que cumprisse suas ordens e permanecesse obedientemente ao seu lado, deveria ter caçado animais. Mas eu sou uma pessoa.
— Do que você está falando? Você é um humano, não um animal.
— Então me trate como um ser humano!
Ele me encarou com uma expressão estranha. Um olhar arrogante que nem sequer tentou entender o que eu estava dizendo, ele olhou para mim como se eu fosse estranho por dizer tal coisa.
Eu queria ver seu rosto arrogante se contorcendo horrivelmente. Queria dar a ele uma amostra do sabor do fracasso e do arrependimento.
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Continua…
Tradução: Rize
Revisão: MiMi