No Jardim Das Rosas - Capítulo 29
Após cuidadosamente colocar o bebê no berço, ele se apressou em ir para o lado de Arok para garantir que tudo estava bem após o parto. Marta entregou a Klopp uma toalha quente embebida em água morna e bem torcida, instruindo-o a começar a limpar seu marido. Arok não abriu os olhos durante todo esse tempo; ele estava respirando rapidamente e suas bochechas estavam molhadas de lágrimas. Mesmo depois de limpar as pernas manchadas de sangue e fazer o mesmo com seu rosto e parte superior do corpo, ele não se moveu nem uma vez:
—Querido, está doendo?
—Ele está cansado. O parto foi longo e difícil. Logo ele vai recobrar os sentidos, então você precisa se apressar, vesti-lo e levá-lo para a cama para que ele possa descansar. Não se esqueça de mantê-lo hidratado, certo?
Ao dizer isso, Marta enrolou as roupas sujas e os tapetes e os guardou no cesto. Klopp rapidamente limpou o corpo de Arok, vestiu-lhe o pijama novo e macio que havia preparado com antecedência, e abraçou-o contra o peito para poder movê-lo para outro lugar. Com cuidado, ainda nos braços, ele o deitou na cama para que seu corpo não doesse, e colocou muitos travesseiros atrás e ao redor dele. Depois de cobri-lo com lençol, uma manta e colocar um cubo de gelo em seus lábios para hidratá-los, ele não pôde conter a emoção ao acariciar sua testa e beijar sua bochecha.
—O bebê já nasceu, querido.
Mas a mão fraca de Arok se moveu e segurou a manga de Klopp:
—Você quer vê…
—Não quero ir para a cabana. Não me leve para a cabana agora, ah, por favor, me sinto muito sozinho lá.
—Cabana? Que cabana?
Ao ouvir a voz de seu Alfa, ele abriu fracamente os olhos e o olhou. Seus olhos, cheios de lágrimas pela dor do parto, estavam incrivelmente embaçados.
—Ah, eu… Não quero que me jogue fora. Não quero que me deixe lá.
—Do que está falando, Arok? Por que eu iria te deixar? Não. Eu só quero te mostrar uma pessoa…
Feliz por ver que estava bem, Klopp segurou a mão de Arok, beijou-a apressadamente no dorso e nos dedos, e a deixou novamente sobre seu ventre. Em seguida, virou-se para o berço que haviam comprado juntos nas semanas anteriores, e cuidadosamente pegou o bebê que havia colocado lá, bem envolto em cobertores e mantas. Ele queria mostrar rapidamente o bebê para que Arok visse como ele era perfeito. Klopp estava certo de que Arok ficaria um pouco decepcionado por não ser um ômega, mas ele queria se gabar como um tolo de que seu filho era muito saudável e bonito. O maravilhoso filho dos dois.
Mas quando estava prestes a mostrar o bebê, Arok chorou e gritou com uma voz terrivelmente rouca:
—Não quero vê-lo!
E ele ousou afastar o corpinho de seu bebê com um empurrão.
Klopp não entendia já, que quando o bebê estava em seu ventre, ele o chamava de “cachorrinho” ou “meu menino”, e tampouco por que, se o amava tanto, agora se dava ao luxo de dizer que não queria nem vê-lo. No entanto, ele já sabia que controlar as emoções tão instáveis de seu parceiro sempre havia sido um desafio pelo qual eles tinham lutado há muito tempo, então Klopp o chamou com a voz mais doce e suave que conseguiu:
—Querido, olhe para mim.
Depois de ouvi-lo falar, Arok levantou os olhos cheios de lágrimas para fixá-los em seu marido. No entanto, ele os afastou imediatamente quando notou que o bebê estava ali.
Klopp sabia que Arok amava o bebê loucamente e mesmo assim disse algo completamente diferente quando gritou: — Não. Não quero ver! Porque… Você vai levá-lo embora de qualquer maneira.
—Para onde eu vou levá-lo, Arok? Do que está falando?
—Ah, você vai tirá-lo de mim e levá-lo para a mansão. Mas eu… Eu não quero. É muito frio na cabana, eu não consigo dormir, sinto falta muita falta dele, mas não… Ahh, você não me deixou vê-lo nem uma vez e eu nem pude sentir! Não quero mais isso… Não quero saber que ele está logo ali, mas não posso nem dizer que o amo.
—Querido…
Klopp se agachou ao lado da cama, segurando o bebê em seus braços até que o bebê estivesse ao nível dos olhos de seu esposo.
—É nosso filho, Arok. Ele está aqui conosco, eu não vou levá-lo.
Ao ver o cobertor branco de seu bebê, Arok estendeu a mão e parecia querer tocá-lo. Então, ele dobrou os dedos trêmulos antes que pudesse fazer isso e recuou como se estivesse morrendo de medo. Era evidente que ele amava muito o bebê, então por que agora parecia que não? Klopp pensou que finalmente veria seu sorriso brilhante depois de ouvir os gemidos dolorosos do parto, mas, em vez disso, Arok estava rejeitando o próprio filho que ele deu à luz. Era dolorosamente angustiante e triste o suficiente para fazê-lo querer chorar. Sem saber o que fazer, Klopp empurrou bruscamente o bebê para os braços de Arok para que ele o pegasse, mas Arok fechou os olhos com força e o empurrou novamente. O bebê se assustou e começou a chorar.
N/Rize: vão terminar matando essa criança 😑
A raiva e a frustração tomaram conta de Klopp. Ele queria gritar e perguntar “O que diabos há de errado com você!?”, mas se conteve porque achou que se abrisse a boca, iria desabar em soluços incontroláveis e acabaria dizendo coisas que não queria. Em vez disso, com a voz ligeiramente áspera devido ao esforço para conter as lágrimas, ele ousou esticar o braço de Arok e colocar o bebê dentro dele. Arok estava chorando intensamente.
—Não!
—Apenas o abrace, por favor.
—Não!
—Olhe para o seu filho, Arok!! Apenas olhe para ele!!! Ele precisa de você! Você não está ouvindo ele chorar?
Ele segurou a cabeça de Arok e a inclinou em direção ao bebê. No entanto, isso só fez com que as lágrimas jorrassem de seus olhos fechados e rolassem pela ponta de seu nariz até a pequena cabecinha do bebê. O bebê continuava chorando e, quando finalmente parecia não aguentar mais, gritou tão alto que Arok se assustou e instintivamente se encolheu em torno de seu pequeno filho.
—Ah, ah, não sei… Aaaah, não sei o que estou fazendo. Não sei Ah! Estou com tanto medo. Tenho medo de que não seja real! Eu não quero que ele desapareça. Tenho tanto medo de que levem meu bebê e eu nem possa beijá-lo. Ah Ah!
Ao ver a cena, Klopp congelou sem saber o que fazer. O bebê chorava e Arok também chorava. Klopp também queria chorar, sem saber o que estava acontecendo com seu esposo ou com seu filho. E justamente quando as lágrimas insuportáveis estavam prestes a cair, um anjo apareceu para resgatá-lo dessa situação de desamparo profundo.
Marta, que saiu do quarto de hóspedes, entrou e olhou para o bebê e para a mãe que não paravam de chorar como se estivessem sofrendo muito.
—Está tudo bem, jovem mestre. Calma. Primeiro, você precisa amamentar.
Quando Klopp perguntou entre lágrimas: “Como?”, ela se aproximou orgulhosamente da cama e segurou o bebê com suas mãos firmes e incrivelmente fortes. De repente, gentilmente levantou a parte de cima do pijama de Arok, expondo o peito dele. Ela colocou um travesseiro para que ele se sentasse em ângulo e disse-lhe para estender os braços. Arok fez uma careta quando o bebê começou a procurá-lo com sua pequena boca.
— Mesmo que doa, aguente um pouco. Em breve você terá o momento mais feliz do mundo.
Ela empurrou o peito de Arok, retirou os braços do homem, que estavam fracos e cheios de lágrimas, e fez com que ele segurasse a cabecinha do bebê para que ele pudesse sugar o mamilo. O bebê recordou seus instintos e sugou com muita fome.
As lágrimas de Klopp finalmente caíram.
—Como se sente?
Marta pôs a mão em sua cintura e olhou para a nova mãe e o recém-nascido, com um olhar incrivelmente feliz. Arok, que ainda estava atordoado, piscou sem compreender e então abriu e fechou a boca como se não soubesse mais o que dizer. Logo ele falou, com uma voz levemente trêmula:
—Ele não tem cabelos loiros.
—Parece com o pai. Seu cabelinho é castanho escuro.
—Ele não parece um Ômega…
—É um lindo Alfa.
Marta olhou para Arok como se estivesse intrigada com sua reação.
—Isso está errado, não?
Foi Marta quem respondeu:
—O que está errado? Ele tem cinco dedinhos nas mãos e cinco dedinhos nos pés. Tem um narizinho e dois olhinhos. O que está errado?
—Não sei…
—Tudo está perfeito! Você até produz uma boa quantidade leite. Se parar de sair deste lado, segura ele e coloque do outro lado. Como ele ainda é muito pequeno, um peito deveria ser suficiente, mas como às vezes há problemas com vazamento, você pode secar muito rápido e se isso acontecer não poderá alimentá-lo mesmo que queira. Por isso, alimente-o bem e na hora certa. Não esqueça de fazê-lo arrotar quando terminar.
—…
—Você trabalhou muito esta noite, jovem mestre, então tente dormir. Logo abrirá os olhos no inferno.
Arok começou a chorar novamente.
(Ai gente eu não aguento 😂😂😂😂)
—Ah…
Ele mal havia parado de chorar e logo voltou, nesse momento Klopp a agarrou quando ela estava prestes a sair e perguntou: —O que merda você tá pensando?! Como você diz isso?!— Então Marta olhou para os dois pais novatos e os advertiu:
—Cuidar de crianças é um inferno. Você tem que se levantar em horas estranhas, abraçar ele e andar de um lado para outro a noite toda para que esse pequeno bebê pare de chorar. Alimentar, trocar fraldas e deitá-lo só para que ele acorde a cada duas horas. E nem pensem em vir me chamar! À noite estou com sono e quero dormir. Boa sorte.
A espinha dorsal de Klopp gelou com a voz de Marta.
Depois que ela saiu, ele olhou para Arok e seu filho em seus braços e disse: —Isso não pode continuar assim, precisamos conversar.— Até que as lágrimas que haviam fluído antes parecessem querer sair novamente.
Arok, obrigado a enfrentar a maternidade com a ajuda da tirânica Marta, continuava amamentando seu pequeno bebê, que estava deitado completamente sobre a cama de seu quarto. Ele não havia dito uma única palavra ou emitido algum som durante todo esse tempo, e, mesmo assim, Klopp pareceu esquecer o problema de seu recente “ataque de pânico” para se concentrar em capturar em detalhes a beleza verdadeiramente indescritível de seu rosto e de suas mãos. segurar e cuidar da criança.
E enquanto observava seu bebê mexer a boca, Arok também observou Klopp, (talvez um pouco desconfortável por causa da situação de alguns segundos atrás) e baixou novamente os olhos e enxugou o suor da cabeça do filho quase sem perceber o que estava fazendo. E disse:
—Não pensei em um nome que pudesse ser adequado para um alfa.
—Não precisa se preocupar com isso. Apenas pense com calma, há tempo de sobra.
—Eu realmente achei que meu filho seria um ômega. Um menino bonito, com cabelos loiros e olhos azuis como o céu.
Klopp estava prestes a perguntar o que diabos ele estava pensando ao afastar o bebê há alguns minutos, mas deixou passar e concentrou-se no pequeno problema diante de si:
—Bem, ainda podemos ter um segundo bebê, certo? E como vejo, há esperança de que este se pareça com você.
—Você acha?
—Claro.
—… Então, Rafiel será meu segundo.
O som da palavra “Rafiel” fez com que o rosto de Klopp se contorcesse como se tivesse chupado um limão.
—Por que diabos Rafiel entrou na conversa? E o que você quer dizer com ser seu segundo? Seu segundo o quê? Marido?
—Não, não. Quando meu bebê ômega nascesse, eu estava convencido de que o chamaria de Rafiel.— Arok, com os olhos levemente tristes, tocou a cabecinha de seu bebê antes de olhar para Klopp novamente. —Eu realmente pensei que seria perfeito para ele… Mas, agora…
Klopp ficou tão perplexo que mal conseguia falar. Ele não queria gritar com Arok depois do árduo trabalho que ele teve ao dar à luz ao seu filho, mas simplesmente não conseguia tolerar isso.
—Você está brincando comigo, certo? Essa é sua forma de me pedir o divórcio!?
—Não! Do que você está falando?
—Então o que porra e essa? Droga! Rafiel isso, Rafiel aquilo. Não! Como você ousa colocar o nome dele no MEU bebê!? Não me importa se é o segundo ou o terceiro, o nono, o décimo filho! O nome de Rafiel não é permitido para nenhum de nossos bebês, ou animais de estimação ou bichos de pelúcia ou flores ou qualquer coisa! Se você é tão obcecada por ele e não consegue esquecê-lo, então vá fazer dele seu namorado!
Quando começou a ameaçá-lo e gritar, como uma criança fazendo birra… A verdade é que Arok realmente se surpreendeu:
—Espera… Por que você está tão bravo comigo?
—Porque meu ômega continua falando de outros homens o tempo todo! E na minha frente!! Eu sou seu alfa e seus filhos são meus filhos e isso me incomoda, droga! Entendeu? Isso me deixa louco de ciúmes.
Surpreso com os gritos bastante altos de Klopp, Arok olhou para o bebê, acariciou-o novamente e então simplesmente ficou em silêncio por um longo tempo antes de falar novamente:
—É engraçado, sabe? Tudo mudou…
—Agora, do que você está falando!? —Perguntou Klopp, que estava quase cansado demais para continuar gritando o tempo todo.
—Tudo é diferente do que eu conhecia. Um dia eu estava sentindo muita dor, e então… Você, essa criança, essa casa e esse momento. Ter ele no peito, ouvir a Marta, alimentá-lo e observá-lo dormir. Tudo É novo agora, não é?
Sua voz soou um pouco trêmula. Embora estivesse muito grato pela criança ter nascido em segurança e por seu marido estar realmente mais calmo agora, ele ainda estava um pouco zangado por Arok estar se comportando de uma maneira que o fazia perder a paciência. Claro, Klopp não tinha energia para ficar bravo com ele:
—E você não gosta que seja diferente?
Arok olhou para ele por um momento e então voltou seus olhos para o bebê. Ele não disse nada por um momento, mas então, quando Klopp quase havia esquecido o que tinha perguntado, ele disse: —Gosto muito que seja diferente, — com um sorriso que poderia ser considerado muito agradável.
—Fico feliz.
O bebê, que havia terminado de comer, parou de fazer movimentos com a boca e até parecia modular um pouco sua respiração. Era óbvio que ele tinha adormecido.
—Acho que precisamos colocá-lo para arrotar.
Ele se aproximou de Arok, que ainda segurava o bebê, e tentou pegá-lo entre suas mãos para fazer com que ele arrotasse. No entanto, seu esposo o segurou um pouco mais forte entre os braços e se negou a entregá-lo. Provavelmente porque não queria soltá-lo ainda.
—Eu quero fazer isso.
Então, com a ajuda de Klopp, ele segurou o bebê na posição vertical, colocou-o em seu ombro e deu-lhe algumas batidinhas suaves nas costas da maneira que Marta lhe ensinou. Arok riu quando o bebê arrotou e depois, após segurar cuidadosamente a cabecinha e as costas do bebê, deitou-se novamente no colchão e permitiu que seu esposo o acomodasse de modo que o bebê ficasse bem aconchegado contra seu peito, com as almofadas pressionando as partes que estavam mais desconfortáveis.
Em seguida, ao ver o bebê ao lado de seu esposo e notar que ele não parava de beijar as bochechas, a cabeça e as mãozinhas o tempo todo, dizendo que ele “era perfeito”, Klopp deitou-se ao lado dos dois e finalmente também sorriu. Tinha sido um dia verdadeiramente exaustivo e ele pensou que, mesmo que fosse apenas o esposo, certamente também precisava de um descanso de mil dias.
Arok envolveu o bebê em suas mantinhas novas, segurou-o um pouco mais perto do peito e começou a cantar uma pequena canção que talvez tivesse inventado. Ele parecia morto de sono.
—Você deveria me deixar levá-lo para o berço. E se você adormecer e ele cair?
—Não quero que ele se afaste de mim…
—Palavras interessantes para alguém que não queria nem tocá-lo.
Arok acariciou a bochecha do bebê com os dedos de sua mão, traçou o contorno do nariz e também das sobrancelhas.
—Ele se parece muito com você. Tem a mesma forma de cabeça, o mesmo nariz e boca. Seu cabelo é escuro, e talvez ele se torne alto e de ombros largos quando crescer. Acho que as mãos e os pés dele também vão ficar mais compridos, ele vai ter mau humor, vai repreender todo mundo, vai xingar, vai querer matar gente e vai falar: Mãe, você está gastando muito dinheiro!
—… …Isso não é jeito de falar sobre seu filho.
—Mas ele também será inteligente. Mesmo sem aulas particulares, ele certamente vai conseguir se formar sozinho em uma escola de primeira linha, com notas excelentes, e receberá uma carta de recomendação de um professor realmente bom. Como você. Então, ele vai conhecer um ômega lindo e gentil e se apaixonar.
—Com certeza terá um futuro abençoado.
—Eu gostaria que ele tivesse uma cultura aristocrática, mas não importa se ele não quiser. Em vez disso, espero que tenha uma vida infinitamente feliz. Que não cometa as mesmas bobagens que sua boba mãe, sabe. Desejo que seu lindo coração, dentro deste pequeno peito, permaneça puro e forte. Sem feridas.
Klopp, que acabara de experimentar a inédita situação em que seu esposo rejeitava seu bebê, pareceu não querer mais guardar nada. E foi evidente quando disse:
——O coração dele sempre baterá muito bem. E com certeza irei decapitar qualquer um que se atreva a machucá-lo. Já tenho prática.
Então Arok enrijeceu.
—Você é realmente diabólico. O rei demônio em pessoa.
Sem saber se era um xingamento ou um elogio, Klopp riu do que acabara de ouvir. Ele colocou uma mão na bochecha de seu esposo e inclinou-se para beijar sua têmpora envolta em cabelos loiros e suados.
—Às vezes você me chamava de bastardo, agora fui elevado a rei. Que belo elogio.
—Posso te pedir uma coisa? Não quero que machuque ninguém no futuro. Não… Mate ninguém ou brinque dizendo que vai fazer isso. Você é meu esposo agora e por isso não quero que algo aconteça que me force a criar meu bebê sozinho. Claro, você não pode mais fazer nada como aconteceu lá “no subúrbio”. Também não leve armas com você.
—Estava apenas exercendo meu direito de defender meu ômega! Vamos! Eles começaram então…
Neste momento, Arok o interrompeu:
—Não quero mais viver minha vida pensando que o que faço é porque o outro merecia. Não quero ter ódio dentro de mim e não quero que você tenha. Não preciso mais de vingança e não preciso de morte. Já estive cercado disso antes.
—…
Será que seu antigo namorado, aquele que a deixou com o coração partido, era um assassino? Talvez seja por isso que ele tem ataques de pânico e talvez também complicasse situações. Infelizmente, ele descobriu que deveria ter perguntado isso há muito tempo, antes que seu medo, e mais do que tudo, seu choque mental, chegasse a esse extremo onde Arok parecia tão assustado todos os dias.
Lamentavelmente, Klopp olhou Arok de cima a baixo até que ele finalmente ficou nervoso.
—Sei que está me escondendo algo.
—Não tenho nada a esconder.
—Então, por que não pode me encarar diretamente nos olhos?
—Preciso ver meu bebê.
As desculpas esfarrapadas de Arok não eram nem um pouco confiáveis.
—Vamos. — Ele estendeu a mão e agarrou seu queixo até que Arok olhou em sua direção. — Eu te amo demais, Arok. Eu te amo há muito tempo e te amo por estar comigo agora e por dar à luz meu filho. Não importa o que você me diga, não importa o que aconteceu, eu prometo a você isso eu vou entender.
—…
—Senão…
—Senão?
—Vou me certificar de acertar o seu útero com meu pênis todos os dias até te engravidar de novo.
Na verdade, ele estava sendo muito sincero. E percebeu que Arok também havia percebido isso.
—Bem. Você pode me fazer isso.
—Wow. O quê?
Quem acabou ficando surpreso foi Klopp.
—Eu disse que está tudo bem.
—Isso era apenas uma ameaça! Você deveria me odiar por ser como uma besta e dizer ‘Ah não, que horrível! Sexo!’
—Mas realmente está tudo bem. Eu gosto disso.
Arok tinha um leve sorriso.
Klopp não conseguia encontrar nada para dizer:
—E serio?
Arok deu tapinhas nas costas do bebê, que tinha comido até ficar satisfeito e agora dormia tranquilamente sobre ele, e disse:
—Porque você é gentil quando estou grávido.
—Sempre sou gentil com você. Ah, tsk. Não foi assim no começo, mas estou realmente tentando mudar. Estou fazendo o melhor que posso.
—Eu sei. Então, darei à luz quantos você quiser.
—Dois são suficientes, querido.
Na verdade, quando Klopp pensava no que tinha vivido hoje, sentia-se incrivelmente satisfeito com apenas um. Mas a ideia do bebê ômega loiro, que se parecia com Arok, era uma esperança que o deixava animado.
—Quero ter meus seis bebês. Acho que vale a pena dar à luz se posso tê-los por perto.
—Seis? Vou te dizer a verdade, é perigoso. Se você der à luz tantas, pode morrer e não quero que isso aconteça. Apenas dois são suficientes!
Como ele continuava agindo teimosamente, sua voz se elevou sem motivo. Tanto que Arok perguntou novamente:
—Por que está bravo?
—Porque me faz ficar irritado! Não, não mude de assunto. Eu te fiz uma pergunta. Quero saber seu segredo!
—É algo que não gosto de dizer.
Se fosse um dia comum, ele teria ido para a cama sem brigar para agradá-lo, mas este era um assunto muito importante.
—Me diga de uma vez! Esteve saindo com alguém assustador, um assassino? Ou você matou alguém?
—Você não acreditaria em mim mesmo se eu te dissesse.
Sua pequena voz gelou o sangue de Klopp. Se tivesse feito algo errado, ou seja, se realmente tivesse matado alguém ou se seu parceiro o fez, obviamente isso o seguiria até hoje. Meu Deus! Talvez um dia ele aparecesse em uma lista de “pessoas procuradas” e eles tivessem que se livrar de suas propriedades, levar seu filho e Arok, que deveria estar grávido na época, e se esconder em uma montanha abandonada! AH! Mas se fizessem isso, o dinheiro acabaria, e eles estariam em uma pousada decrépita no duro inverno, chorando porque não poderiam alimentar adequadamente seu bebê e matariam o cavalo para comê-lo! Não queria esse mundo de pobreza para seus filhos!
—Confesse imediatamente! Você matou alguém? O que aconteceu com o corpo? Vou te proteger, eu juro, então é melhor me contar antes que seja tarde demais.
—… Tudo bem.— Arok, um pouco irritado, fechou os lábios e então confessou. —Sim, matei alguém.
—Quem!?
—Matei Rafiel Westport.
—… O quê?
°
°
Continua….