No Jardim Das Rosas - Capítulo 27
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- Capítulo 27 - A PEQUENA LUZ DO SOL CAPAZ DE AFASTAR AS NUVENS ESCURAS
—Bom dia. Hoje preparei salmão defumado com um molho de ervas, sopa de legumes bem cozidos, frutas e seu pão de manteiga favorito com bastante geléia de morango. Disse que estava cansado do suco de maçã, então trouxe suco de laranja bem espremido, como você me ensinou.
Todas as manhãs, quando Klopp trazia comida, Arok se levantava rapidamente da cama e sentava-se à mesa com o sorriso mais feliz do mundo. No momento em que começava a comer, mal conseguia ver o marido ou as criadas, e todos os problemas ficavam em segundo plano. Independentemente do fato de ter ficado zangado com ele na tarde anterior, agora segurava um garfo em uma mão e uma colher na outra como uma criança do primário emocionada por receber o bolo que lhe prometeram. E como sempre, a primeira coisa que provou foi a sopa de legumes:
—Você realmente fez isso? Está delicioso. — O que encantou Klopp. Então ele acrescentou: — Mas ainda cheira a queimado.
Enquanto Klopp tomava metade de uma xícara de café, Arok terminava a sopa de legumes e o pão com manteiga. Em seguida, ele olhou para o prato de peixe, espetou-o uma vez com um garfo e o deixou de lado, como se estivesse pensando no que fazer com ele ou se deveria jogá-lo fora. Nesse momento Klopp percebeu que ele aparentemente não gostava muito de salmão.
—Você não gosta de salmão?
—Hm… Não é isso.
—Você não gosta do método de preparo?
—… Marta fez isso?
—Como você sabe?
—Parece algo que ela faria.
—As habilidades culinárias da Marta são incríveis. Tenho certeza de que está delicioso. Experimente.
—…
Arok espetou com um garfo, então pegou um pedacinho e colocou na boca. Ao contrário de comer apressadamente, como sempre, desta vez ele mastigou lentamente e engoliu apenas quando achou que quase tinha desmanchado na boca. Ele franziu o cenho e suspirou.
—Não se preocupe. Se não gostar, não coma. Deixe-o de lado.
—Vou comer.
—Você está com uma enorme expressão de nojo, deixe assim.”
—Não acho que tenha um gosto ruim. Na verdade, eu gosto.— Como se estivesse com sede, Arok bebeu um pouco de suco e acrescentou: — Sinto muito por ter sido tão caprichoso antes e não ter comido direito.
E ansiosamente, ele comeu todo o salmão.
Conforme esperado, foi uma declaração incompreensível, mas pelo menos o homem ficou feliz por ele parecer gostar de salmão. Klopp sorriu.
—Por favor, coma devagar.
O tempo depois disso transcorreu sem problemas. Felizmente, isso significava que não houve grandes inconvenientes. À medida que a barriga de Arok crescia, ele se absteve de realizar atividades externas, exceto as essenciais, e Klopp fez exatamente o mesmo. No entanto, logo percebeu que ter em casa um homem com a personalidade de um raposa (Hugo) e outra que parecia um guaxinim raivoso (Marta) ao mesmo tempo não poderia trazer nada de bom. Suas personalidades poderiam entrar em conflito.
— A família Taywind tem a tradição de preparar chá de hortelã nas festas e bebê-lo com o creme mais fino. Que desagradável, não é mesmo?
—… Sim, muito. Da próxima vez, poderiam adicionar a tradição de colocar apenas açúcar em uma xícara.
Marta sorriu, adicionou apenas um quarto de torrão de açúcar em um chá bem preto, mexeu a xícara e a entregou ao seu mestre. As mãos do mordomo tremiam, como se ele não pudesse tolerar isso. Marta disse:
—Não ligue para Hugo. Ele deve ter um tremor senil.
—Claro. Ficar zangado toda vez que respiro não tem nada a ver com isso.
—Ignore o que ele diz, e tudo ficará bem. Ele já está velhinho.
A próxima briga aconteceu enquanto dava um passeio com Arok pelo jardim. No meio de uma discussão pausada sobre quantos filhos ele queria ter, viu o mordomo e Marta colhendo plantas no jardim para enfeitar as mesas de dentro.
—As rosas não devem ser cortadas de forma tão imprudente e ignorante. Pegue esta, corte em ângulo, tire os espinhos e as folhas duras do fundo e coloque na cesta. Você diz que é a governanta, como não sabe essas coisas então?
—Os Bendyke cultivam enormes cedros, não essas flores desagradáveis.
—Desagradáveis? O que quer dizer com desagradáveis?
—É literalmente isso. Quer que eu a quebre então?
Marta ignorou novamente as palavras do mordomo e pegou uma rosa meio desabrochada com a mão. No entanto, Hugo se apressou em dizer: — Assim não!— E quando tentou detê-la, logo recuou três ou quatro passos diante de um forte “Zumbido! Zumbido!” de duas abelhas que voaram para fora do interior da flor e seguiram em direção a Marta.
—Wow! Estão muito agressivas!
Enquanto Marta agitava as mãos, confusa com o ataque dos insetos, o mordomo de alguma forma se estremeceu e disse calmamente: —Essas são as queridas rosas do falecido pai do Conde, então isso é um castigo por maldizer. Que bom. Tomara que elas te piquem e doa muito.— Em seguida, ele pegou a cesta de rosas e entrou apressadamente na casa.
—Parece que estão em maus termos.
—Acredito que estão prestes a se tornarem amigos.
—Hmm?
Quando Klopp olhou incrédulo para Arok e disse: —Por quê?— o conde sorriu e disse:
—É a primeira vez que Hugo trata alguém com tanta gentileza.
Aparentemente, expressar o desejo de que uma mulher fosse picada por abelhas era considerado amável.
—…Entendo.
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Os meses passaram. Ver o abdômen de Arok mais robusto era algo normal para todos, mas os olhos dos convidados que paravam na mansão pareciam incrivelmente surpresos a cada vez. Em particular, os do Marquês Wolflake, que Klopp não conseguia entender por que ele continuava aparecendo ali como se não tivesse uma casa própria. Ele olhou para o colete e a jaqueta justa de Arok e disse:
—Isto é um presente. De Rafiel e meu, é claro. —Ele estendeu uma pequena caixa um pouco maior que a palma de sua mão e depois continuou: —A propósito, sua barriga está…
—É gordura abdominal. Estou aprendendo a cozinhar recentemente e ele prova tudo que faço.
De pé ao lado do Conde, que conversava com seu convidado, Klopp respondeu com calma, como todo um cavalheiro. Nesse momento, Wolflake limpou a garganta várias vezes para não começar a rir, e então perguntou novamente:
—Ah, sério? Vai usar a desculpa de “estou gordo” para todos?
—Meu apetite aumentou muito ultimamente, então de repente ganhei um pouco de peso.
—Realmente acha que as pessoas vão engolir essa história? Dá para perceber que a sua barriga está ficando cada vez mais redonda.
—Não creio que as demais pessoas sejam tão intrometidas quanto você.
Sem piscar, Klopp trocou olhares com Wolflake. Ele fez o mesmo: Talvez a interpretação de sua disputa silenciosa fosse “cale a boca, se não quiser morrer” e o outro respondesse “sem-vergonha, esqueceu que te ajudei?”
—E como você vai dizer que ele é seu companheiro?
—Não tenho um companheiro.
—Melhor. Veremos como isso se desenrola.
Wolflake sorriu, fez um breve aceno, e então partiu pelo mesmo caminho por onde havia chegado. Arok levantou o presente que havia recebido e exibiu uma expressão de perplexidade bastante notável:
—Um presente.
—Por que ele continua vindo? Isso me deixa nervoso.
—O Marquês de Wolflake e nossa família, os Taywind, têm uma amizade de longa data.
—E não podem interromper essa amizade por um par de anos, ou talvez para sempre?
—Claro que não.
Arok repreendeu Klopp por ter dito uma tolice tão grande. Klopp, irritado, arrancou a caixa de presente de seu marido e a abriu. Se fosse um objeto estranho, ele tinha completa intenção de jogá-lo fora e incendiá-lo. No entanto, ao abrir a caixa, ele encontrou apenas um tecido macio do tamanho de sua palma.
—O que é isso?
—Haha. É um gorro de bebê. E isso é uma mantinha. Eles sabem que…
—Lógico.
Enquanto engolia sua raiva, Arok olhou nervosamente para ele:
—É realmente perceptível. Essa é realmente a única desculpa que temos? Que estou gordo e pronto?
—Um… E se dissermos que você está assim porque não tem conseguido ir ao banheiro corretamente?
—… Tudo bem. Foi culpa minha por perguntar.
Arok passou o gorro e a mantinha de bebê para Klopp: — Vá até meu quarto e coloque o gorro na segunda gaveta. A manta na terceira.
Ordenou. E maravilhosamente, não houve tempo para desobedecer. Na verdade, foi bem fofo. Klopp se ajoelhava todos os dias aos pés do Conde, que agora estava sentado com arrogância em um luxuoso e macio sofá da sala de estar, e erguia suas pernas brancas para que seu amado esposo as acomodasse de forma gentil em uma bacia cheia de água quente. Depois de embeber até os tornozelos, ele ensaboava suas mãos com um sabonete perfumado, e as esfregava cuidadosamente de cima para baixo, garantindo tocar o peito do pé e a sola, assim como o calcanhar que suportava todo o peso de seu corpo pela manhã. Então ele esfregava dedo por dedo.
—Estou sentindo cócegas. Tenha cuidado.
Apesar de suas palavras, Klopp não emitiu nenhum som de reclamação, pegou água morna da bacia com a mão e a espalhou novamente sobre os pés brancos. Então ele massageou:
—Ah, ah, um pouco mais forte. Ah! Hmm.
O sangue correu para o centro de seu pênis. Klopp ajustou levemente sua posição de joelhos para suportar menos pressão e pensou que, se fosse pego, mesmo que ao menos uma vez por acidente, seria ridicularizado novamente com o apelido de ser uma “besta pervertida obcecada por pés”. E de facto, embora fosse uma resposta aos gemidos sujos do marido, ele agora sabia muito bem que seria inútil dar tantas desculpas que não convenciam ninguém.
Após a massagem, o conde disse “Ah, Deus” e soltou um suspiro langoroso que o fez pensar que estava bastante satisfeito. Klopp já havia recitado cinco estrofes do hino nacional até aquele momento.
Ele limpou o pé direito, secou-o cuidadosamente com a toalha pendurada em seu ombro, colocou o outro sobre sua mão vazia, e o lavou e massageou em silêncio até deixá-lo completamente seco também. Empurrou a bacia para o lado, levantou-se de seu assento e, antes que seu esposo tocasse o chão, colocou um braço sob seu joelho e o outro firmemente em suas costas para erguê-lo e levá-lo para seu quarto no segundo andar para que pudesse descansar. O Conde naturalmente passou o braço por seus ombros e se aconchegou em seu peito:
—Obrigado…
Mas Klopp trincou os dentes. Originalmente, Arok era alto e robusto, e agora, tinha uma barriga muito pesada. No entanto, ele sorriu como se estivesse levantando uma pena.
—Estou muito pesado?
Klopp, que teve a sabedoria de não dar uma resposta óbvia a essa pergunta, respondeu com uma voz ligeiramente trêmula.
—Não, de jeito nenhum.
—Então por que está trincando a mandíbula?
—Estou com dor de dente. Tenho cárie.
—Umm… Isso é um pouco diferente do que verifiquei há um momento.
—Como você detecta cáries, com a língua?
Perguntando, Klopp se moveu em direção à cama, passo a passo, até conseguir colocar seu esposo grávido, com uma enorme barriga, na cama antes que os vasos sanguíneos de sua testa estourassem.
Enquanto a cama rangia e afundava sob ele, Klopp soltou um leve suspiro e tentou endireitar suas costas. Arok agarrou-o pelo pescoço e puxou-o para baixo para poder dar um beijo em sua boca. Ele abriu os olhos novamente e disse:
—Como era de se esperar, não há cáries.
Então Klopp disse com um sorriso malicioso:
—Você venceu. Está muito pesado.
—… Me dê meu pijama.
Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Arok ordenou friamente que lhe entregasse suas roupas. Klopp rapidamente trouxe seu pijama e ajudou Arok a se vestir. Mas era um vestido de uma peça, de puro algodão branco.
—Quanto tempo tenho que usar essa coisa estúpida?
Klopp sorriu enquanto arrumava a bainha de seu camisolão.
—Está tudo bem, porque você fica lindo com sua barriga gordinha e redonda.
Na verdade, suas pernas esticadas sob o pijama branco eram incrivelmente eróticas, mas Klopp suportou e não disse nada porque começaria algo que não poderia parar. Arok franziu a testa em desaprovação e deitou-se na cama enquanto deixava o marido colocar suas pernas sobre um travesseiro enorme para apoiá-las no alto.
—Quando poderei dormir de barriga para cima e ver meus pés novamente?
—Espere dois meses e você verá.
—Só de pensar que quero fazer isso mais cinco vezes. Já não aguento mais.
Klopp, que o cobria com um par de lençóis para mantê-lo bem quente, parou e olhou para Arok como se tivesse acabado de ouvir uma piada ruim:
—Você realmente está pensando em ter seis filhos? É um exagero. Você deveria abandonar essa ideia de uma vez.
Não importava como ele pensasse, ter seis bebês seria um projeto de longo prazo que levaria de 8 a 10 anos. Depois de calcular a correlação entre sua idade, força física e o peso de Arok, ele sugeriu que era uma estupidez perigosa e que definitivamente não permitiria que ele fizesse algo assim. No entanto, o homem disse firmemente: — Eu quero todos os seis. — Ele deixou sua linha bem traçada.
‘Por que você está obcecado em ter seis filhos?’ Pensou. ‘Depois de dar à luz tantas vezes, com certeza você vai morrer.’ Klopp realmente queria discutir sobre isso, mas quando voltou, depois de esvaziar a água, ele riu ao ver que Arok havia adormecido em uma posição incrivelmente estranha.
—Sim, mas não seria ruim se eu pudesse ver esse lado fofo mais cinco vezes.
Ele lhe deu um beijo de “boa noite” e esqueceu por um momento suas preocupações tão prematuras.
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Continua…