No Jardim Das Rosas - Capítulo 26
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- Capítulo 26 - A PEQUENA LUZ DO SOL CAPAZ DE AFASTAR AS NUVENS ESCURAS
O agitado período de estro finalmente passou. Klopp, convencido que Arock com certeza estava grávido, invadiu a mansão. Era esperado, afinal, nenhum alfa deixaria seu ômega sozinho durante a gravidez.
Havia muitos quartos vazios na mansão, então não era inconveniente em ocupar algum de imediato. Em contrapartida, vários funcionários que não conseguiam compreender a situação de imediato foram chamados pelo mordomo e receberam vários avisos. Assim sendo, ninguém reclamou de Klopp frequentar o quarto de Arok ou dividir a cama com o conde.
Já Marta, ficou surpresa ao saber que o ômega escolhido pelo chefe era o famoso conde.
— Então… Ele é um ômega?
— Sim. Mas apenas os funcionários contratados diretamente por ele sabem disso, portanto, certifique-se de que a história não vaze para mais ninguém, ouviu?
— Pois de que adianta ficar de boca fechada? Se ele estiver grávido, em pouco tempo vai dar pra notar.
— Esse é o menor dos problemas. O que importa é que espero mesmo que você cuide dele agora. Não há muitas pessoas em quem eu posso confiar.
— Então eu vou para a casa do conde agora?
—Bem, a família do conde costumava ter uma governanta, mas não conseguiram encontrar uma pessoa adequada depois que ela se aposentou há dois anos, então o mordomo cuida de tudo. No entanto, é inapropriado que um mordomo alfa cuide de um ômega grávido e eu também tenho trabalho a fazer. Além disso, Arok é um caso único de mudança de “gênero”, então ele não tem muita experiência como ômega. Espero que você Marta possa ajudá-lo.
Quando Klopp pediu esse favor enquanto andava na carruagem, Marta riu alto, cobrindo a boca com a mão.
— Não se preocupe. Na verdade, era meu sonho ter uma pessoa tão bonita e de alto status como meu anfitrião. Ho-ho-ho! Quão lindo vai ser esse bebê? Ai… Estou tão animada!
—Bom, não se anime tanto… Arok se assusta facilmente e chora com frequência. Come todo tipo de comida, mas nunca uvas-passas nem frutas secas com aparência ou sabor semelhantes a elas. Gosta de ler livros e tem um profundo conhecimento de música e arte. Ele também é muito orgulhoso, mas não costuma ser rude, então espero que vocês se deem bem.
Marta assentiu.
__________
A verdade é que o problema não era ela. Quando foi mencionado pela primeira vez que entraria na mansão, Arok disse:
—Entendo. Não se preocupe, pode usar o quarto ao lado ou o quarto à sua frente. Vou falar com Hugo.
—… Não vamos ficar no mesmo quarto? Por quê?
Enquanto estava dando o nó na gravata, Klopp se virou para Arok, que estava sentado na cama tomando suco, corando um pouco.
—Temos que ficar em quartos separados.
—É tradição do conde?
—Sim, ora. Qualquer nobre faz isso.
—Pois eu não gostei da ideia.
—Bom… de qualquer forma, vamos dormir juntos à noite, então não importa se cada um de nós tiver quartos separados durante o dia.
—Podemos dormir juntos à noite?
Enquanto colocava o colete e jaqueta, Klopp fez contato visual com o reflexo de Arok no espelho, que assentiu levemente.
—Apenas no meu quarto.
—Quer dizer que não vai entrar no meu quarto?
—Apenas concubinas entram furtivamente no quarto onde seu cônjuge está. Eu não sou uma concubina.
—Estamos vinculados. Você pode vir ao meu quarto a qualquer hora, sabe disso.
E assim, riram do fato de que tradição e etiqueta estavam sendo discutidas de maneira tão leviana. A verdade é que, com a nova realidade de Arok, quebrou-se ali a antiga tradição de sucessão de primogenitura alfa. O conde, ainda, cometeu fraude ao fingir ser um alfa, concebendo assim um filho que era legalmente considerado filho ilegítimo. Eram cúmplices de um crime, mas a maneira como o ômega falava com os ombros erguidos era tão fofa, não Klopp não se preocupou em criticá-lo. Em vez disso, se aproximou, deixando um breve beijo nos lábios vermelhos de seu companheiro.
— Então acho que terei que colocar minha casa em ordem. Tenho que falar com a Marta…
— Marta?
— Eu já ia te perguntar. Você não tem um ômega experiente para te ajudar durante a gravidez, certo? E não há governanta na mansão. Posso trazê-la comigo?
Arok ficou em silêncio por um momento. Ele olhou para Klopp, refletindo, e perguntou:
—Você gostaria de ter ela aqui?
—Seria bom. Conheço ela há anos. Ela é atenciosa, meticulosa e muito trabalhadora. Honestamente, ninguém nessa mansão gosta de mim. Mas como você é o dono e sua palavra é a lei em sua residência.
Klopp não tinha intenção de forçar nada. Embora estivesse um pouco triste por deixar Marta, isso não era mais importante do que seu ômega. Mas, inesperadamente, Arok concordou rapidamente.
—… Bom, como você disse, não há governanta na mansão e vai ser necessário uma babá para cuidar de nossos futuros filhos. Ela com certeza criará bem nossas crianças, mas… poderia pedir para ela ser mais flexível? Não gosto da ideia de ter alguém falando o tempo todo o que fazer durante a gravidez. Quando ela fala, me sinto intimidado. Ela parece bastante… rabugenta.
Klopp, que estava sentado na cama, olhou para Arok, que vestia apenas um pijama de seda.
— Por que diz isso? Você já ouviu Marta me importunar quando você esteve na minha casa antes?
— Não, é que ela parece ser assim.
— Relaxe, você é o gestante. Embora Marta tenha grandes expectativas e deseje que tenhamos filhos de cabelos loiros e olhos azuis, no fim, ela será a babá e nós somos os pais.
Klopp segurou a mão de Arok que estava cuidadosamente colocada no lençol, beijando as pontas dos dedos. Arok, como resposta, assentiu como se tivesse acabado de perceber o fato óbvio.
Depois de beijar o cabelo loiro esvoaçante do parceiro, Klopp finalmente se levantou. Hoje era o dia em que ele tinha compromisso com o Ministro das Finanças e seria desrespeitoso chegar atrasado. Após certificar de que não havia problemas com suas vestimentas, tomou uma bela taça de café e estava prestes a sair quando Arok chamou sua atenção.
—Ah… Você já avisou o Hugo sobre a Marta?
—Ia te pedir isso.
—Você tem certeza que quer isso?
—Bom, o Hugo está sob sua autoridade. Eu sou… Só… Entende? Ele te escuta. Tenho certeza que ele vai te escutar.
Klopp se retirou, ignorando os chamados de Arok, e saiu da mansão antes que alguma faca voasse em sua direção.
___________
Agora já era noite. Ele dirigiu-se a casa, explicou a situação a Marta e pediu-lhe que organizasse todas as coisas que precisariam para viver num novo lugar. No entanto, enquanto se dirigiam juntos para a mansão, o assento em que estavam sentados começou a tornar-se bastante desconfortável.
— Marta, há outras pessoas além de Arok com quem você precisa ter cuidado.
Marta, ainda animada, piscou por um segundo e perguntou com uma voz ligeiramente mais alta: — Com quem?
— Hugo. Um mordomo assustador que tem servido na mansão há 30 anos. Parece que nasceu para trabalhar. Isso me deixa de cabelo em pé.
— Que terrível. Se for assim, para ele você é aquele tipo mau que mexeu com o seu precioso mestre.
Marta era perspicaz. Talvez ela entendesse bem os sentimentos dele.
— Não se preocupe, tudo vai correr bem. Afinal, o conde é o futuro marido do mestre e eu sei o que tenho e o que não preciso fazer perto dele. Pare de se preocupar com coisas tão inúteis, certo? Apenas confia em mim.
Quando Marta disse isso, Klopp de alguma forma se sentiu aliviado. Afinal, a única pessoa em quem podia confiar era precisamente ela.
—Muito obrigado, Marta.
Assim que desceram da carruagem, a porta da mansão se abriu e aquele DEMÔNIO em pessoa, um mordomo com uma expressão de ferro, saiu para recebê-los, como era de costume para ele. Ele franziu levemente as sobrancelhas e torceu os lábios ao ver Marta seguindo tão de perto Klopp, mas, na realidade, não disse muito. Parecia que Arok tinha conseguido manter as coisas tranquilas entre todos na casa, e isso foi mais do que evidente quando os serviçais levaram a bagagem dos dois para dentro de maneira bastante amigável e impecável.
Marta sussurrou enquanto seguia o mordomo que liderava:
—Parece muito rígido.
—Então, Marta, assegure-se de sobreviver.
—Farei o meu melhor.
O mordomo limpou a garganta, aparentemente após ter ouvido seus sussurros.
Os dois logo foram separados e conduzidos para outra parte da mansão: Marta seguiu a criada principal, que a conduziu pelo luxuoso corredor de pisos de mármore, e o mordomo, Hugo, levou Klopp para um quarto muuuuuito distante do quarto do Conde.
—O que é isso? Eu quero um quarto do outro lado!
—Por gerações, as coisas têm sido feitas assim. As mulheres nobres permanecem separadas dos homens.
Ele pensou que uma tempestade de gelo estava soprando da boca do mordomo.
—Não sou uma mulher nobre.
—Claro. Seria absurdo chamar o senhor, que é tão estúpido quanto uma pedra e cujo comportamento é tão ruim quanto o de um rato de esgoto, de mulher nobre.
—…
—Entretanto, uma vez que é um doador de esperma para viabilizar que meu filho tenha o seu próprio, então vou tratá-lo como tal. O Conde usa o dormitório exclusivamente para os Condes, enquanto Bendyke utiliza o dos convidados.
Klopp, que se encontrava envolvido na tempestade de seu ódio, disse:
—Não acho que Arok vá gostar que me trate dessa maneira.”
—… Deste quarto, você pode ver o roseiral que o finado pai do Conde amava. Contemplar o jardim pode ajudar a purificar sua mente feia.
Ele estava muito familiarizado com o jardim fora da janela, onde a luz brilhava mesmo à noite. Era semelhante ao quarto que ele tinha usado quando chegou à mansão como convidado pela primeira vez, mas era evidente que este lugar tinha uma vista muito melhor. Afinal, haviam colocado uma poltrona ao lado da janela, uma mesa, uma escrivaninha e muitas outras coisas que ele tinha em seu antigo escritório.
Enquanto ele permanecia ao lado da sacada, observando o jardim em silêncio, o mordomo desapareceu e fechou a porta com um estrondo que o fez começar a sentir medo. Como era de se esperar, ainda faltavam milhões de anos-luz para poder derrotar aquele velho. Klopp levou os dedos à testa e se bateu, chamando-se de “idiota”, e finalmente sentou-se na poltrona.
“Contemplar o jardim para purificar minha mente…”
Era ridículo, mas de alguma forma, observar o roseiral realmente o fez sentir-se bem.
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Um homem de cabelos grisalhos estava sentado numa poltrona, numa sala infinitamente escura.
Seu olhar, imóvel como um animal empalhado, estava fixo no jardim fora da janela, e assim permaneceu enquanto o amanhecer envolvia tudo com uma luz alaranjada. Ele também fez o mesmo quando o sol se pôs ao longe e os raios roxos deram lugar a um céu completamente escuro.
Foram 6, 7, 14 horas, e tudo o que ele podia ver com seus olhos vazios era o jardim e a antiga cabana que mais parecia uma monstruosidade sobre uma colina cheia de flores. Desde o dia de primavera em que a neve derreteu, passando pelo fresco início do verão, o solitário outono e até que a noite de inverno nevada chegou, o homem não conseguiu se levantar da cadeira nem uma única vez.
‘Klopp tinha muita curiosidade para saber quem era.’
Então, o homem moveu os pés para o lado, segurou-se na grade do terraço e, pouco antes de se inclinar para frente e cair, uma sombra escura rastejou por todo o seu corpo…
Logo ele descobriu que aquele idoso era ele mesmo.
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Ele abriu os olhos bruscamente.
Não, na verdade, não conseguia nem dizer se estavam abertos ou fechados, então, após esfregar repetidamente as pálpebras, percebeu que tinha adormecido na poltrona e que diante dele estava uma criada apagando todas as lanternas no jardim de rosas usando uma espécie de vara.
—Ah…
Esta era a vida real. No entanto, depois de muito tempo, ele teve mais um daqueles malditos pesadelos que o deixavam arrepiado, e a verdade é que tinha ficado com medo o suficiente para pensar em NUNCA MAIS dormir ali pelo resto de sua existência.
Ele virou-se na poltrona e começou a tatear em busca de suas coisas, então pulou para fora do quarto, aliviado por encontrar luz no corredor, e foi direto para o quarto de Arok, prometendo não colocar os pés naquele quarto assustador novamente, mesmo que o arrastassem ou prometessem pontos extras em seu treinamento pré-matrimonial. Marta estava ocupada aprendendo tudo sobre o protocolo que deveria seguir diante do Conde, e o mordomo não tinha tempo para se preocupar com ele, pois estava organizando o pessoal. Ninguém se importaria se ele mudasse de cama às três da manhã!
No entanto, nem mesmo estando com Arok conseguia dormir.
Para garantir a segurança de seu filho, que estava prestes a nascer, ele se dedicou a buscar leis que o ajudassem a ter “a sorte do seu lado” em um mundo regido por regras incrivelmente conservadoras, e de qualquer maneira, como era de se esperar, encontrou o problema de ter que registrar Arok novamente na corte suprema como um Ômega. E devido à lei de herança de bens, havia um alto risco de que seus ativos fossem divididos ao meio e também uma possibilidade impressionante de se envolver em um litígio instigado por seus familiares sobre a redistribuição da herança. Mesmo que seus tios e primos não estivessem interessados em sua propriedade, como Arok argumentou da última vez, a sucessão de seu título em si poderia estar em jogo. As leis do país permitiam que um ômega ganhasse tanto quanto o resto da população, mas a tradição aristocrática arraigada era tão diferente que certamente acabariam envolvidos em um escândalo de proporções monumentais.
E após ponderar sobre isso, decidiu adiar indefinidamente o casamento legal. No entanto, como burocrata econômico, sua carreira estava indo muito bem, então um dia teria poder suficiente para fazer suas próprias leis. Neste momento, não importa quem se interpusesse em seu caminho, mudaria o sobrenome de Arok para Bendyke num piscar de olhos.
—Não há outra maneira então?
—Apenas jogar tudo para o alto e fazer algo como fugir e viver de amor.
—Entendo.
Após explicar isso, Arok pareceu inesperadamente desapontado. Claro, ele se alegrou por não ser o único tão impaciente.
Os dedos do Conde, que seguravam os espessos documentos que Klopp lhe entregou, já tinham um anel de ouro, bastante grosso, incrustado com uma pedra de lápis-lazúli que brilhava tão lindamente quanto seu cabelo sob o sol. O olhar de Klopp estava fixo nisso enquanto Arok lia o extenso contrato que substituía um voto matrimonial romântico. Ele queria fazer sua proposta entre lágrimas e vinho, em um lugar verdadeiramente bonito, onde estivessem apenas os dois e uma enorme cama cheia de rosas. Claro, as modestas esperanças que tinha de fazer isso já haviam sido desfeitas há muito tempo, e agora só tinham um pedaço de contrato vazio para fazer-lhes companhia.
No dia seguinte ao término de seu cio, assim que recuperou o juízo e não houve mais ataques de pânico, Arok empurrou o Alfa, que o abraçava na cama, e então vasculhou seu paletó para encontrar o anel do qual tanto lhe havia falado na tarde anterior. Enquanto Klopp, que havia caído da cama enquanto dormia, protestava: —Ai! — Arok rapidamente o colocou em seu dedo anelar e o considerou completamente seu. O que poderia dizer? Realmente não teve tempo de impedi-lo. Ao perceber tardiamente a situação, ele pulou e perguntou por que estava mexendo na propriedade de outra pessoa sem perguntar primeiro. Arok o olhou com olhos frios e disse:
“Propriedade de outra pessoa? Você não ia me dar isso de qualquer maneira? Ou há outro homem para você?”
O que logicamente, o deixou sem palavras de medo.
“É verdade, eu vou te dar isso , mas eu mesmo queria fazer isso.”
Arok disse NÃO, então mesmo que pedisse para ele tirar, ele nunca mais o tirou do dedo depois disso. E o que se seguiu foi um tanto curioso: Ele o tinha consigo ao tomar banho, ao comer, ao sair e até mesmo enquanto dormia. E embora estivesse feliz por ver que o conde não o havia tirado nem por um momento, ao mesmo tempo não pôde deixar de sentir tristeza pela simplicidade disso. Quer dizer, estavam praticamente casados sem quaisquer luzes ou espetáculo.
—Aqui diz que você tem a guarda parental do meu filho. O que isso significa?
—Significa que posso exercer minha autoridade em caso de emergência. Listei todas as que eu pude pensar. Aqui está.
Era um contrato muito detalhado. Partindo do pressuposto de que, uma vez assinado, pertenceriam um ao outro até a morte, ficou especialmente claro que Klopp teria a guarda completa sobre os filhos de Arok. Mesmo assim, o conde, que o leu corretamente, mesmo sem ser solicitado antecipadamente, assinou sem resistência. Foi tão fácil que Klopp se sentiu um tanto estranho por isso.
—Há mais duas linhas aqui, então assine aqui e aqui.
Sem hesitar, Arok assinou exatamente onde lhe foi indicado e então passou a caneta-tinteiro para Klopp completar também as três assinaturas corretamente. Ele iria guardar um contrato no cofre de Arok, outro no de seu escritório e mais um no escritório do notário público.
Enquanto revisava os documentos, Klopp sorriu para o Ômega, agora legalmente seu:
—Ambos estamos registrados como Alfas, então não podemos nos casar. No entanto, podemos ter uma cerimônia simples se você quiser. Mas, sem ultrapassar o limite de gastos que coloquei na cláusula dois. Daqui para frente, você precisa cuidar bem do seu capital. Nada de gastos desnecessários! É mais importante ter dinheiro para alimentar a criança do que dinheiro para luxos desnecessários.
Arok, com uma expressão desaprovadora em seu rosto pelas palavras seguintes, reclamou:
—Agora eu entendo. Foi por isso que nosso filho estava usando roupas tão feias! Trajes para uma criança de seis anos são caros, sabe? Onde você conseguiu aquilo? Da lixeira?
—… O que você está dizendo agora?
Arok bufou novamente:
—Você é um avarento! Quando eu o vi no jardim, o menino tinha os joelhos completamente rasgados! Que bobagem você está falando sobre não gastar dinheiro com roupa quando usa terno, feito por um alfaiate de primeira linha, é tão importante quanto comer!?
—Que maldita criança!?
—Me deixe sozinho, eu te odeio.
Arok saiu do quarto.
E por que diabos ele fez isso!?
—Nunca cuidei de uma criança em toda a minha vida, Arok!!! Com qual dos seus ex-namorados você está…!!? Não, espera. Respire, Klopp. Respire.
Não importava o quanto tentasse, ele nunca conseguia entender o homem. Ele até teve o desejo de contratar alguém para interpretar as palavras de Arok em um coreano tradicional porque como é que as palavras de um ômega, que não tinha filhos, de repente pareciam tão difíceis de decifrar quanto a recém-descoberta escrita cuneiforme de uma civilização antiga? Klopp balançou a cabeça, contou até dez e se levantou. Entendesse ele ou não, seu Ômega, do qual agora sabia que estava grávido, estava zangado com o que ele havia dito e ele tinha toda a responsabilidade de ser seu completo apoio durante os próximos nove meses.
Sem reclamar.
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°
Continua…