No c* da Cobra - Capítulo 04
— Espere, o que é isso…?
Várias mãos tocaram seu corpo ao mesmo tempo, espalhando óleo sobre sua pele. A sensação de estranhos sobre ela era arrepiante. Mas ela não conseguia se obrigar a dizer para eles pararem. O comportamento da chefe das empregadas era muito frio, muito assertivo.
‘Deve haver… alguma regra desta mansão que eu não conheço.’
Hilde repetiu isso para si mesma, tentando acalmar seus nervos. Na verdade, havia algo que temia mais.
Se eu recusar, eles podem me dizer para ir embora agora mesmo.’
Então, sem ter para onde ir, ela teria que pernoitar do lado de fora. O terror que sentiu quando ouviu pela primeira vez histórias de mulheres levadas para as ruas, vagando na noite, ressurgiu.
— Já chega.
Enquanto Hilde suportava, agarrada ao pensamento de que não poderia ser expulsa, roupas de empregada recém-dobradas foram colocadas diante dela.
— Estas são suas roupas.
Ao ver o uniforme, idêntico aos outros, Hilde suspirou aliviada. Ela não conseguia identificá-lo, mas um vago desconforto estava se infiltrando em seu coração.
— Assim que estiver vestida, eu lhe direi suas tarefas para hoje.
Ela vestiu rapidamente o uniforme de empregada. Estar vestida como todo mundo finalmente lhe trouxe uma sensação de calma.
— Me siga.
— Sim, Chefe das Empregadas.
Hilde imitou as respostas das outras empregadas enquanto seguia. Parando diante de uma grande porta, a chefe das empregadas entregou uma bandeja a Hilde.
— Este é um chá que promove o sono. Entre e sirva para a pessoa lá dentro.
— Eu?
Tendo feito apenas tarefas como lavar roupa, limpar e lavar louça, ela hesitou.
— Mas eu nunca servi chá antes…
— Não importa. Entre. Rápido!
O tom afiado e insistente da chefe das empregadas não deixou escolha para Hilde. Ela respirou fundo e deu um passo à frente.
— Eu consigo fazer isso.
Tudo o que tinha que fazer era segurar a alça do bule e incliná-lo sobre o centro da xícara de chá. Despejar apenas a quantidade certa para que não transbordasse, então parar. Era uma tarefa simples.
— Não perturbe o mestre.
A empregada chefe sussurrou no ouvido de Hilde enquanto entrava no quarto. Assustada, Hilde olhou para trás, mas a porta já estava fechando.
— Você finalmente chegou.
Uma voz rouca, grossa e catarrenta, chegou até ela. Virando-se em direção ao som, Hilde viu um homem vestido com uma camisola. Ele tinha um bigode e uma barriga saliente. O velho tomou um gole de vinho carmesim enquanto a olhava.
— Me fazendo esperar tanto tempo. Uma coisa tão humilde, tsk…
— E-eu sinto muito.
Hilde rapidamente se desculpou sob seu olhar desdenhoso. Se a empregada chefe estivesse certa, esse homem era o Conde, o dono da mansão.
— Eu… vou te servir um pouco de chá.
Hilde carregou a bandeja em direção à mesa. O quarto estava estranhamente escuro, iluminado apenas por algumas velas perto da cama. Ela forçou seus sentidos para não tropeçar.
Podia sentir os olhos do Conde seguindo cada movimento seu — um olhar assustador e grudento, como um inseto nojento rastejando sobre ela.
‘Eu quero ir embora.’
Hilde suprimiu sua ansiedade e colocou cuidadosamente a bandeja na mesa. Assim que ela estendeu a mão para a alça do bule de chá…
Ela se encolheu, quase gritando. Seu corpo foi repentinamente girado. O Conde estava parado diante dela, seu rosto enrugado próximo. Seus olhos nublados, como os de um peixe morto, brilhavam com um desejo estranho.
— Linda. Tão fresca e jovem.
Os lábios do Conde se abriram em um sorriso, revelando dentes amarelados, enviando um arrepio pela espinha de Hilde.
Lutando para conter seu medo, ela gaguejou:
— Conde, parece que houve um mal-entendido… Estou aqui para lhe servir um chá que ajuda a dormir…
— E você acreditou nisso?
Rindo, o Conde estalou a língua. Uma mão grossa e peluda agarrou a frente do vestido dela.
— Tal inocência é bem atraente.
‘Não’, o único pensamento em sua mente era escapar. Hilde empurrou o Conde com toda a sua força. Mas ela não foi muito longe antes que seu cabelo fosse agarrado.
Continua….
Tradução Elisa Erzet