Meu Amado Visita Meu Túmulo - Extra V?
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A brisa da manhã estava fresca, e a luz do sol entrava esparsamente no quarto do palácio.
Gu Lang tinha metade do rosto enterrado na colcha, e entre o sono e a vigília, sentiu um suave sopro passar por sua bochecha, provocando uma leve coceira.
Suas pálpebras se moveram e, ainda meio sonolento, abriu os olhos. De repente, viu o rosto de Murong Yan bem perto, apoiado na beirada da cama, olhando para ele com um sorriso.
“Acordou?”
Gu Lang piscou os olhos, segurou o rosto de Murong Yan, que estava se aproximando, e perguntou: “Você não foi encontrar o Ministro Lin?”
Logo cedo, ele viu Murong Yan levantar-se silenciosamente da cama, dizendo que iria encontrar o Ministro dos Ritos e pedindo para que ele continuasse dormindo um pouco mais.
Como o final do ano estava se aproximando, o Ministro dos Ritos estava extremamente ocupado nos últimos dias, e ainda tinha que aparecer de vez em quando para discutir com o Príncipe Herdeiro sobre os ritos de sacrifício ao céu. Ele temia que, com um descuido, o príncipe pudesse decidir trazer o forno de alquimia e começar a espalhar pílulas por aí.
“Eu disse a ele para simplificar tudo”, Murong Yan afastou os cabelos da testa de Gu Lang e sorriu, “Não quero que ele acabe ficando doente de tanto trabalho e depois pense que eu estou maltratando um idoso.”
Este era o primeiro ano de Gu Lang no palácio. Embora ele nunca tivesse vivenciado pessoalmente, sabia que os ritos de sacrifício ao céu da família real eram extremamente complicados e exaustivos. Murong Yan disse que simplificaria tudo, tanto para aliviar o idoso Ministro Lin, que estava sobrecarregado, quanto por se preocupar com ele, Gu Lang, que estava passando o Ano Novo no palácio pela primeira vez. Ele deveria se divertir, em vez de passar o dia inteiro exausto com os rituais.
Talvez fosse também porque os soldados da fronteira ainda não haviam retornado da expedição ao norte, enfrentando vento, gelo e chuva. O novo ano chegava, mas a reunião familiar ainda não era possível.
Gu Lang sentiu um aperto no coração e, olhando para Murong Yan, perguntou: “Então… não vamos fazer a oferenda ao Céu?”
“Sim”, Murong Yan concordou com um aceno de cabeça. “Mas na véspera de Ano Novo ainda precisamos que ir ao Templo Ancestral Imperial para homenagear os antepassados. Depois de três reverências e nove prostrações, você tem que me dar um beijo.”
Gu Lang ficou confuso: “O quê?”
Murong Yan, sem vergonha alguma, disse: “Foi o Ministro Lin quem disse que isso faz parte do ritual.”
Gu Lang: “…”
Foi você quem inventou isso, não foi?
“Sério”, Murong Yan, vendo a expressão de descrença no rosto de Gu Lang, acrescentou, “Se não acredita, pode perguntar ao Ministro Lin.”
Gu Lang hesitou por um momento, puxou a colcha sobre a cabeça e disse: “Não quero.”
“Oh”, disse Murong Yan, “então não vamos perguntar.”
“Não é isso”, Gu Lang puxou a colcha para baixo e disse, “Eu quis dizer…”
“Tudo bem”, continuou Murong Yan. “Eu sei que você é tímido e não se sentiria à vontade para beijar seu marido na frente de todo mundo. Eu já falei com o Ministro Lin: durante a cerimônia, além do imperador, ninguém mais ficará por perto. O imperador já está acostumado com isso… Ai!”
Antes que ele terminasse de falar, Gu Lang pegou o travesseiro e jogou nele. “Pare de falar essas coisas!”
“Acostumado com isso”? Quem foi que ficou agindo de maneira imprópria o tempo todo, até mesmo na frente do imperador?!
“Tá bom, tá bom, não vou mais falar”, Murong Yan abraçou o travesseiro e continuou, “Mas os rituais não podem ser ignorados, ainda precisamos…”
Gu Lang disse sem piedade: “Não vou beijar.”
“Isso não pode”, Murong Yan insistiu. “É uma questão de etiqueta.”
Que conversa fiada! Gu Lang, irritado, jogou a colcha para o lado e saiu da cama. Que tipo de etiqueta seria essa? Será que os ancestrais gostavam de ver as pessoas se beijando?
Ele pegou uma toalha para lavar o rosto. Murong Yan se aproximou e o abraçou por trás, suspirando dramaticamente: “Eu também quero lavar o rosto.”
“Você já não lavou logo cedo?” Gu Lang disse, mas mesmo assim torceu a toalha e, virando-se, começou a limpar o rosto de Murong Yan.
Murong Yan disse: “Você viu?”
Gu Lang ficou confuso: “Vi o quê?”
Murong Yan: “Lágrimas escorrendo pelo meu rosto…”
Gu Lang: “…”
⊹⊱✫⊰⊹
Apesar de tudo ter sido simplificado, o palácio ainda foi bem decorado, com muitas fitas vermelhas e lanternas vermelhas penduradas por toda a cidade. Os servos do palácio também estavam muito felizes, pois o Príncipe Herdeiro havia dado uma boa recompensa extra e até quis distribuir as pílulas que ele havia preparado. No entanto, o Principe Consorte o arrastou para longe antes que ele pudesse fazer isso.
“Você nem me beija, por que está com tanta pressa??” Murong Yan foi puxado por Gu Lang em direção ao Templo Ancestral, resmungando pelo caminho. “Os ancestrais não vão fugir.”
Gu Lang ignorou seus comentários, apenas apertou os dedos que estavam entrelaçados aos de Murong Yan.
Hoje já era a véspera do Ano Novo. Nos anos anteriores, ele havia passado a noite de Réveillon em silêncio com Zhao Zhuo, sem sequer se atrever a se aproximar da animação da cidade, com medo de reviver as memórias dolorosas que estavam enterradas no fundo do seu coração.
Mas isso não aconteceria mais…
Ele virou-se para olhar para a pessoa ao seu lado, e um sorriso surgiu em seus lábios.
Quando chegaram ao Templo Ancestral, o velho imperador também já estava lá. O Ministro dos Ritos estava ansioso, mas, ao ver que o Príncipe Herdeiro havia realizado o ritual de homenagem aos ancestrais de maneira adequada, seu coração começou a se acalmar. No entanto, logo em seguida, viu o príncipe puxar o príncipe consorte e sair correndo.
Ministro dos Ritos: “…”
Voltem! Pelo menos digam algo antes de ir!
O velho imperador também saiu e, com um sorriso, balançou a cabeça para o Ministro dos Ritos.
⊹⊱✫⊰⊹
Murong Yan e Gu Lang voltaram para a Residência do Clã Gu. Zhao Zhuo abriu a porta com um sorriso radiante. Depois que a injustiça sofrida pela família Gu foi reparada, Zhao Zhuo havia se mudado de volta para a mansão da família e reformado vários lugares, exceto o pátio onde os pais de Gu Lang haviam vivido, que permaneceu intocado.
Eles levaram as velas e incensos preparados por Zhao Zhuo e se ajoelharam para fazer uma reverência diante do portão do pátio.
“Pai, mãe”, disse Gu Lang, “amanhã será o novo ano.”
Murong Yan derramou um pouco de vinho ao lado das velas e incensos e sorriu: “De agora em diante, ano após ano, viremos visitar vocês.”
Enquanto as chamas das velas tremulavam, ele ouviu Gu Lang sussurrar: “Murong…”
Ele virou a cabeça e viu Gu Lang puxar a lapela de sua roupa, aproximando-se dele.
Seus lábios se encontraram, e suas respirações se entrelaçaram.
Murong Yan ficou surpreso e ainda não havia se recuperado totalmente quando Gu Lang se afastou e voltou a se ajoelhar, como se nada tivesse acontecido.
Só que suas orelhas estavam levemente avermelhadas.
Murong Yan sorriu, aproximou-se e disse: “Os ancestrais no Templo Ancestral também gostariam de ver isso, sabia? Por que você está sendo tão parcial?”
Gu Lang, queimando o dinheiro fantasma, resmungou: “Pare de inventar coisas.”
“Como assim inventar?” Murong Yan respondeu, “Se não acredita, pode perguntar ao imperador durante a ceia de Ano Novo. Talvez os ancestrais tenham aparecido em seus sonhos para reclamar!”
Gu Lang: “…”
Os ancestrais da sua família aparecem em sonhos só para falar disso?
⊹⊱✫⊰⊹
No caminho de volta ao palácio, Murong Yan convidou Zhao Zhuo para ir junto, dizendo que todos fariam a ceia de Ano Novo juntos. Ele também mencionou que, no próximo ano, quando o velho general Wei retornasse, ficaria ainda mais animado.
O velho imperador há muito não bebia vinho, e, aproveitando a noite de Réveillon, insistiu em beber. Ele puxou Gu Lang para acompanhá-lo, copo após copo, e acabou embriagando Gu Lang primeiro.
Murong Yan, vendo que Gu Lang estava tão feliz, não conseguiu impedi-lo e acabou carregando-o de volta.
“Eu disse para você beber menos, mas você não ouviu. Amanhã vai acordar com dor de cabeça.” Murong Yan colocou Gu Lang na cama e tirou seus sapatos e meias. No entanto, ouviu Gu Lang murmurar, embriagado: “Não vou dormir, preciso ficar acordado para a vigília do Ano Novo.”
Murong Yan sorriu e beliscou sua bochecha. “Você está bêbado desse jeito, como vai ficar acordado? Durma logo.”
“Não quero”, Gu Lang de repente envolveu o pescoço de Murong Yan com os braços, esfregando o rosto no pescoço dele. “Quero ficar acordado para a vigília… pode ser?”
Murong Yuan: “…”
Ele fica dengoso quando está bêbado?
Murong Yan ficou surpreso, como se tivesse visto algo raro, e seu coração se encheu de ternura. Mesmo assim, ele fingiu seriedade e disse: “Não pode.”
Gu Lang pareceu ficar um pouco magoado e continuou esfregando o rosto no pescoço dele, murmurando: “Eu… faz muitos, muitos anos que não fico acordado para a vigília…”
Murong Yan hesitou por um momento e então disse: “Então, que tal um beijo?”
Gu Lang abraçou-o e deu-lhe um beijo.
Murong Yan: “Mais um.”
Gu Lang obedientemente deu outro beijo.
“Tá bom”, Murong Yan sorriu, com o coração derretendo, e então empurrou Gu Lang para a cama. “Vamos ficar acordados para a vigília juntos.”
Gu Lang também sorriu e, abraçando-o, deu-lhe mais um beijo.
“Só que…” Murong Yan continuou, “Do jeito que você está, provavelmente vai cair no sono em pouco tempo.”
Gu Lang balançou a cabeça: “Não quero dormir.”
“Eu tenho uma ideia.” Murong Yan deslizou uma mão pela cintura dele, “quer tentar?”
Gu Lang, meio atordoado, perguntou: “O quê…” antes que pudesse terminar suas palavras, Murong Yan o puxou para debaixo da colcha, “Mnm…”
⊹⊱✫⊰⊹
Fora do quarto, as lanternas vermelhas iluminavam metade do céu, e os sons dos fogos de artifício anunciavam a despedida do ano velho.
“Murong…” Gu Lang perdeu a voz sob a colcha, seu pescoço completamente avermelhado. “É o ano novo… hmm…”
“Sim.” Murong Yan esfregou o nariz suado de Gu Lang e riu com uma voz rouca. “Que todos os anos sejam tranquilos e pacíficos.”
⊹⊱✫⊰⊹
Um pouco mais longe, do lado de fora da porta, dois guardas seguravam suas espadas e conversavam casualmente.
O Guarda A olhou para o céu e resmungou: “Acho que já é hora de ferver água, não?”
O Guarda B rapidamente enfiou sua espada nos braços do Guarda A e saiu correndo.
O Guarda A ficou confuso. “Aonde você está indo?”
“Ferver água”, respondeu o Guarda B, olhando para trás. “Não dá para deixar você ganhar todo o dinheiro sozinho!”
—— FIM DOS EXTRAS ——
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Flor: E assim o passeio com Gu Lang e Yanyan termina!
Espero que tenham gostado!
A gente se vê por aí!