Eu nunca quis ter um filho dele. - Capítulo 07
🚨🚨🚨 ESTE CAPÍTULO CONTÉM “TENTATIVA DE SUICÍDIO.” 🚨🚨🚨🚨
— … ?
“E a primeira noite deve ser hoje, diante dos meus olhos. Oh, não se preocupe. Não vou assistir até o fim. Não é que eu não confie em você, mas nunca se sabe, não é? Você não iria querer abraçar uma mulher que se aliou ao inimigo. Mas no final, você também vai gostar dela. Afinal, é uma mulher linda, como uma rosa-vermelha em plena floração.”
Mikhail franziu a testa, mas não tinha justificativa para se opor às suas palavras. Ao encarar a mulher de cabelos vermelhos com a espada empunhada, ele relembrou a analogia que Adrian usara.
A mulher, tão vibrante quanto uma rosa-vermelha em plena floração, carregava espinhos afiados dentro de si. Quando ele olhou para seus olhos verdes transbordando vitalidade, Mikhail sentiu um desconforto.
‘Parece que ela não vai desistir, se mantém firme mesmo nesta situação.’
Suas ações, reminiscentes, o fizeram se lembrar de alguém que ele não conseguia identificar, e isso irritava a mente de Mikhail.
Mesmo nessa situação, ele detestava vê-la brilhar sozinha, sua determinação inabalável mesmo diante de um desfecho aparentemente sem esperança.
“Torne-se minha esposa, e então você poderá viver. “
Talvez ele nem mesmo soubesse por que essas palavras haviam escapado de seus lábios. Estava curioso sobre sua reação ao ser oferecida uma tábua de salvação. Embora ela nunca tivesse uma escolha de verdade, ele a encarou diretamente, adornada em um uniforme branco manchado com sangue, mas ainda assim imaculado.
“Não diga essas bobagens!”
Ela tremia, mas lutava para esconder suas emoções. Seus olhos trêmulos estavam cheios de medo, mas não soltou sua espada. Com feroz determinação, ela girou a lâmina em sua direção.
E, naquele momento, ele também encontrou prazer em sua rebeldia.
“Duque Heinrich, você está começando a me entediar. “
Se não fossem pelas palavras de Adrian, ele poderia tê-la observado lutar até desmaiar de exaustão. Era uma situação lastimável, mas ele encontrava certo consolo em testemunhar sua ruína e desespero ao seu lado.
Quando ela se ajoelhou em sinal de submissão, ele não pôde evitar um sorriso carregado de autopiedade. Há muito ele aguardava por esse dia, questionando por que não conseguia simplesmente matá-la, mesmo após tanto tempo.
Era uma circunstância lamentável, mas não se importava de prolongar um pouco mais o espetáculo de seu desespero.
Após sacudir a água do corpo, Mikhail vestiu um uniforme limpo. Era hora de comparecer à cerimônia de coroação. Nesse momento, ouviu-se uma batida na porta, e um servo entrou.
— Vossa Graça, o rei está à sua procura.
— Informe-o de que irei em breve.
Adrian ainda não havia sido oficialmente coroado, mas, após suprimir a rebelião e executar Speyer von Konrad, ele já era, na prática, o rei. Agora, ninguém mais ousaria contestar seu direito ao trono antes da coroação formal.
— Senhor Bene.
Ao ser chamado pelo Duque Heinrich, o cavaleiro que aguardava do lado de fora inclinou a cabeça e adentrou o aposento.
— A suas ordens, senhor.
— Mantenha vigilância constante sobre aquela mulher. Não permita que ela saia para nenhum lugar, especialmente durante a cerimônia de coroação.
— Compreendido.
Ele colocou a mão levemente sobre o peito e saiu rapidamente do quarto.
Mikhail, por outro lado, encarou-se no espelho, ajeitando suas roupas desalinhadas e controlando a respiração. Apagou o olhar assassino que lhe habitava os olhos.
🌸🌸🌸🌸
— Não posso sair?
Emilia encarou o cavaleiro que bloqueava seu caminho. É claro que ela não esperava liberdade, mas ser trancada de modo que não pudesse sequer deixar o quarto era outra coisa.
‘Covarde desprezível.’
O que eles pensavam que ela poderia fazer, já que já a havia desarmado? Do que tinham tanto medo?
Ela ergueu o canto da boca com sarcasmo, observando o cavaleiro vestido de azul-marinho.
— Qual é o seu nome?
— Sou Herman Bene.
— Sir Beine, qual é o motivo para bloquear meu caminho?
— São ordens do Duque.
— Você parece estar com medo. Temendo que eu faça alguma coisa?
Emília estudou a expressão de Bene cuidadosamente. Vendo sua falta de reação, parecia que ele não a estava impedindo por medo de que ela fizesse algo imprudente.
Revirando os olhos, ela rapidamente antecipou o que estava acontecendo lá fora.
‘Se eu interferir, algo inconveniente vai acontecer, não é?’
Depois de tomar o castelo e suprimir a facção opositora, tudo o que restava era Adrian se tornar rei. Se ela fosse até lá, seria problemático de várias formas. Emília permaneceu imóvel, inclinando a cabeça para o lado.
— E se eu não ficar quieta? Você vai recorrer à força?
— Se uma situação inevitável surgir, terei que usá-la.
Emília soltou uma risada diante da resposta dele.
— Vamos tentar, então.
Sem mais para onde recuar, não havia nada pior para ela. Emília agarrou o castiçal em cima da mesa e o jogou no chão.
Crash!
Ela parecia determinada a destruir tudo no quarto, e enquanto os vidros se estilhaçavam, o cavaleiro Herman Beine soltou um suspiro.
— Se você causar tumulto, sua família trancada na prisão estará em perigo.
— O pessoal do Duque é habilidoso em ameaças.
— Mesmo que você crie caos aqui, ninguém vai prestar atenção. É só uma questão de substituir as coisas, e quanto mais você agir, mais problemas isso trará para você, não para nós.
Bene explicou com calma.
Emilia percebeu que a serenidade de Bene significava que não estava apenas fazendo ameaças vazias. Não importava o que ela fizesse, ele não seria afetado.
Pela primeira vez, Emília sentiu um profundo desamparo invadi-la. Em silêncio, ela fez a si mesma uma promessa: ela poria um fim naquilo. Com as vidas de todos penduradas por um fio por causa de suas ações, só restava uma coisa a fazer.
Ela acenou lentamente com a cabeça para aliviar a tensão.
— Você está certo. Parece que suas palavras fazem sentido.
Emília deu alguns passos para trás e olhou para os cacos de vidro no chão. Sem hesitar, pegou um fragmento e sorriu amplamente para Beine.
— Será que você ainda vai continuar impassível mesmo com isso?
Com essas palavras, ela não hesitou em pressionar o caco contra a própria garganta.
Continua…
Tradução: Elisa Erzet