Escape - Capítulo 09
Quando Jin acordou, o lugar ao lado dele estava vazio. Ele nem sabia quando o homem foi embora. Quando ele estendeu a mão e tocou o local já havia esfriado, então ele não conseguiu sentir o calor.
Uhhhh. Quando ele se levantou e sentou, soltou um leve suspiro. Ele não conseguia lembrar quantas vezes tinha chegado ao clímax na noite passada. Agora entendia exatamente porque esse homem era o chefe da máfia, ele tinha a resistência física de uma fera. Uma vez que ele começa, não há meio termo ou qualquer moderação. Bem, tudo tinha sido perfeito. Ainda assim, era por isso que Jin gostava. Ele gostava quando o sexo era tão intenso que não podia pensar em mais nada a não ser em fazer sexo, ele gostava quando o ato robava completamente sua racionalidade. Nesse aspecto, Ilya era bom o suficiente para marcar duzentos pontos numa escala de cem.
No entanto, o corpo de Jin não era tão forte quanto o de Ilya. Depois de fazer sexo com ele, todo o seu corpo doía. Nunca havia sido tomado por uma pessoa dessa maneira. Pelo menos durante o ciclo de calor seu corpo estava totalmente apito para o sexo, mas era um pouco mais difícil quando sucumbia aos feromônios de Ilya, independentemente do ciclo de calor.
Sentiu um formigamento abaixo da cintura, então sentou e esperou um pouco.
Depois de um tempo, seu corpo se acostumou com a dor e ele logo conseguiu se mover. Jin, que saiu da cama, olhou para baixo e franziu a testa. O interior das suas coxas estava uma bagunça, sujo com sêmen seco. Era natural que o belo chefe não limpasse a bagunça. Ainda assim, Jin sentiu que deveria elogiá-lo por ele não ter gozado dentro.
Ele tirou as roupas, foi ao banheiro e ligou o chuveiro. Quando a água morna caiu sobre sua cabeça, Jin se sentiu revigorado. Ele se ensaboou, se enxaguou, e passou um bom tempo debaixo d’água.
“Jin… Ryu Jin…”
No momento em que chegou ao clímax, na noite passada, a voz de Ilya, que o chamou pelo seu nome e permeou sua mente, pareceu vir à tona e penetrar em seus ouvidos. Jin cerrou o punho.
Não pode ser assim. Preciso estabelecer um limite…
Depois de desligar o chuveiro, ele saiu do banheiro vestindo apenas um grande roupão de banho. Quando voltou para o seu quarto, os subordinados que já haviam chegado e estavam se preparando para começar a trabalhar arregalaram os olhos de espanto.
《Por que você está assim…?》
Quando um deles apontou o dedo para Jin, com uma expressão de surpresa no rosto, o outro rapidamente lhe deu um tapa na nuca.
《Não pergunte, seu idiota!》
O homem digitou algo no tradutor do computador e arrastou o outro cara para fora do quarto. Quando Jin se aproximou com o cabelo molhado e olhou para o monitor, a mensagem dizia: “Estaremos de volta em 10 minutos, então vista suas roupas!”
Olhando para a mensagem, ele riu. Ele nem estava liberando seus feromônios, mas aqueles caras pareciam não querer ver seu corpo nu. Era tudo culpa de Ilya. Até os membros da organização eram extremamente cautelosos com ele a esse respeito, porque o consideravam como sendo de Ilya.
— E por isso que não queria me envolver com o chefe. Preciso me afastar um pouco de Ilya. Desse jeito os outros subordinados poderiam me tratar de maneira mais casual.
Jin, que murmurou para si mesmo em coreano, sentou-se na frente do computador em seu roupão e rapidamente digitou no teclado. A tela do monitor mudava constantemente. Os membros da organização, que voltaram 10 minutos depois, ficaram chocados quando viram que Jin ainda estava vestindo apenas o roupão de banho, e que um dos ombros do rapaz estava exposto, então eles reclamaram, fecharam a porta do quarto e saíram.
Os cantos da boca de Jin se ergueram, traçando um arco. Ele mexeu no teclado novamente, mostrando grande concentração, e só trocou de roupa depois que Natasha bateu na porta do quarto e pediu para que ele a deixasse entrar.
*
Natasha saiu de férias. Ele ficou sabendo que ela viajou com o amante. Surpreso por ela ter um amante, Jin finalmente entendeu com base nas explicações de Andrey, por que Ilya a designou como sua guarda-costas e vigia. Natasha era uma alfa, mas não só isso, ela também era uma alfa marcada.
Era incomum para um alfa escolher apenas uma pessoa e ser marcada por ela. Quando se é impresso pelo companheiro, você só reage aos feromônios dessa pessoa, mas, por outro lado, se essa pessoa morrer antes do alfa, devido a algum incidente, o alfa marcado não poderá fazer sexo com mais ninguém. Então, a maioria deles não se atrevia a se ligar, mesmo depois do casamento quando se tornam cônjuges. Não havia como saber o que aconteceria no futuro e o casamento nem sempre era um juramento eterno. Em um mundo com tantos divórcios, a palavra ‘imprinting’ pode ser algo romântico de se ouvir, mas era uma aposta muito arriscada para a vida das pessoas.
Ele não conseguia entender o que levou Natasha a ter um amante ligado a ela dessa maneira. Quanto amor era necessário para manter a casto apenas por aquela pessoa? Era uma escolha inimaginável para o Jin atual.
— Quando vamos fazer compras?
Click.
Jin, que converteu toda a moeda virtual que tinha em dinheiro clicando no mouse, perguntou a Andrey, que estava atrás dele. Quando Natasha saiu de férias, Andrey não teve escolha a não ser ficar com Jin, já que ele era o único com quem podia se comunicar.
— Compras?
— Natasha relatou ao chefe. Ele disse que seria possível esta semana.
— O chefe vai com você?
— Ele nunca disse nada assim. Apenas disse que eu poderia ir esta semana.
Jin respondeu exatamente como tinha ouvido. Mas Andrey suspirou com uma expressão séria. O chefe deixou Ryu Jin sair? Sem Natasha? Não é possível. No entanto, tinha certeza que o chefe não deixaria Ryu Jin sair com qualquer um. Mesmo que ele não estivesse no cio, o chefe basicamente não queria ver outro cara perto de Ryu Jin.
Isso significa que no dia em que Ryu Jin fosse às compras, o chefe o acompanharia.
— Apenas use o que eles compraram para você.
Ele mal conseguia fazer o chefe comprar suas próprias coisas.
— Não… O clima parece estar ficando mais quente. Eu também gostaria de tomar um pouco de ar fresco. Além disso, o chefe também me permitiu.
— Eu não sei se você sabe o que essa permissão significa.
— O que você quer dizer?
— Se você acha interessante fazer compras com o chefe, eu não vou impedi-lo.
— Não é como se eu quisesse ele grudado em mim como um chiclete, mas o que eu posso fazer? Ele é o chefe.
Andrey franziu a testa ao ouvir tais palavras, mas Jin fingiu não ver e sorriu alegremente. Andrey balançou a cabeça desistindo do assento.
— Prefere que eu pergunte ao chefe? Ou Andrey pode fazer isso?
Jin perguntou novamente. Andrey respondeu que o informaria. Se possível, gostaria que o chefe não saísse com Jin, mas provavelmente ele iria. Como Jin disse, ele não podia reclamar das decisões e ações do chefe.
Depois de olhar para o rosto irritado de Andrey, Jin depositou o valor liquidado na conta bancária de Ilya. Ele tirou um pedaço de papel da gaveta, fez uma anotação e guardou-o novamente. Andrey observou cada movimento de Jin, mas não se importou nem um pouco.
— Isso é tudo por hoje. Você vai continuar aí me observando? Eu quero fazer uma pausa.
— Faça o que quiser.
Quando Andrei respondeu, os outros subordinados que trabalhavam nos computadores se entreolharam, levantaram-se de seus assentos e saíram. Assim que todos saíram, Jin olhou para o circuito interno de câmeras no teto. Como se soubesse que estava sendo observado, um leve sorriso apareceu no canto de seu lábio logo desapareceu.
Ele começou a tirar tudo, desde a camisa até a calça e cueca, depois ele sentou na cama e acariciou o pênis com a mão. Quando se deitou de bruços e colocou o dedo no buraco, a luz que estava piscando na câmera do CCTV se apagou.
Bem gentil de sua parte Ilya. Então não quer me observar nessas condições.
Jin deu de ombros e sentou-se nu na frente do computador. Quando a janela do programa apareceu, seus dedos se moveram rapidamente sobre o teclado, preenchendo a tela com letras.
*
A data do passeio dos dois estava marcada. Como Ilya só podia sair no seu dia de descanso, Jin não tinha liberdade para escolher a data em que preferia sair. Jin esperou pacientemente como costumava fazer. Enquanto isso, Andrey estava ocupado ajustando a agenda de Ilya.
A saída estava marcada para a tarde desta sexta-feira. Pela manhã, Ilya disse que tinha um pequeno trabalho a fazer. Talvez por isso Jin não pode vê-lo desde o amanhecer. Por volta das duas horas depois do almoço, Andrey disse a Jin que se preparasse para sair. Quando ele desceu ao primeiro andar da mansão, uma limusine preta estava parada em frente da entrada.
Os dois lobos que guardavam a entrada viram Jin e tentaram se aproximar dele. Jin rapidamente a cabeça, como se dissesse. “Não tenho nada para vocês hoje. Apenas fiquem aí.” Os lobos espertos imediatamente reconheceram as intenções de Jin, então apenas sentaram e olharam fixamente para ele.
Ilya, que saiu um pouco depois dele, não viu Jin e os lobos trocando olhares. Um dos homens abriu a porta traseira, Ilya se inclinou e entrou no carro. Ele se sentou, olhou para Jin e fez um sinal para que o garoto também entrasse.
Será assim de novo hoje? Vou sentar ao lado do chefe, isso é um pouco desagradável.
Ainda assim, não havia a menor possibilidade de Ilya mandá-lo em outro carro ou com outros homens. Ele apenas sentou silenciosamente ao lado do homem e a porta do carro se fechou.
— O que mais você quer fazer além de ir às compras?
Ilya fez uma pergunta na qual ele não havia pensado. Jin lembrou ter escutado uma pergunta semelhante de Natasha há alguns meses atrás…
— Não sei. Você fala como se fosse acatar todos os meus pedidos
— Tente.
A resposta foi um pouco diferente da de Natasha. Quando saiu com Natasha no inverno, ela disse que o levaria a qualquer lugar se o tempo permitisse.
— Catedral de São Basílio.
Não era como se fosse morrer se não conhecesse a catedral. Quando Ilya perguntou, ele deu apenas uma resposta aleatória, assim como fez com Natasha. No passado ele escolheu ir ao Palácio do Kremlin, e só viu um pequeno vislumbre daquele lugar. Além disso, não queria voltar ali porque só tinha lembrança do frio que fazia naquele dia.
— Para a Catedral?
Ilya franziu as sobrancelhas. Oh, talvez seja um pouco demais para um mafioso entrar em catedral?
— Não estou dizendo que você precisa me levar, então não se preocupe.
Ele estava falando sério. Quando Ilya perguntou, ele simplesmente respondeu, mas não precisava realmente ir. Nunca esperou que Natasha o levasse, muito menos Ilya.
— Você não pensa um segundo antes de responder.
Isso porque já haviam feito uma pergunta semelhante antes. Além disso, Jin tinha uma boa memória, e jamais esqueceria o que aconteceu a quatro meses atrás. Infelizmente, havia algumas coisas em sua vida que ele gostaria de esquecer.
Ilya apertou o interfone do carro e disse algo para o motorista. Logo o carro fez uma curva violenta fazendo seu corpo se inclinar para o lado.
— Você vai me levar? Para a catedral?
— Foi você quem disse que queria ir, por que está tão surpreso?
Sua pergunta foi respondida com outra pergunta. Jin riu desajeitadamente ‘Hahaha’, com um sentimento confuso e virou a cabeça. O sorriso desapareceu de seu rosto quando ele olhou pela janela.
Às vezes ele se sentia confuso. Quando o homem fingia ser gentil e atencioso dessa maneira, Jin esquecia sua situação. Quase seis meses haviam se passado desde que ele foi trazido para a Rússia. Alguma coisa mudou nesse meio tempo? Poderia significar alguma coisa para Ilya além de ser um refém que precisa pagar sua dívida ou um ômega com quem ele gosta de liberar a luxúria durante o ciclo de calor?
Não. Ele balançou a cabeça ligeiramente. Era uma ideia ridícula. Todo mundo em algum momento da vida é gentil com outras pessoas por mero capricho. Não havia necessidade de super estimar as ações de Ilya.
Se alguma coisa está mudando, pode não ser da parte de Ilya. Esse é o problema. Se as coisas continuarem assim…
Ele trincou os dentes para que Ilya não percebesse. Não havia nada a temer. Ele não tinha motivos para se preocupar. Tudo que tinha a fazer era seguir o que havia definido em sua mente e cumprir planejado.
Cap 3.7
*
O carro parou em frente à Catedral de São Basílio. Talvez por ser um dia mais quente, havia mais turistas do que o esperado.
— Desça.
Ilya gesticulou para ele.
— Espera.
Jin rapidamente o parou.
— Tem certeza que quer levar todos os seus homens com tanta gente?
Era incômodo. Definitivamente seria desconfortável. Certamente todos vieram para se divertir, mas se de repente um grupo de mafiosos descesse do carro criando uma atmosfera pesada, todos se retirariam.
— Isso não é um pouco exagerado?
Jin silenciosamente apontou para a janela, e só então o olhar de Ilya alcançou os turistas. Tsk. Ele estalou a língua brevemente e abriu a porta do carro. Indo para o outro lado, ele abriu a porta do lado onde Jin estava sentado. Quando a porta se abre, ele olha para dentro e balança a cabeça como se disse para Jin sair rapidamente.
Isso significa que você não se importa com os turistas? Bem. Porque um pretensioso chefe da máfia se importaria com os turistas?
Quando saiu do carro, viu que os outros homens também estavam descendo e se preparando para seguir Ilya.
《Vocês fiquem aqui.》
Ilya os ordenou.
《Não precisam me seguir, então esperem aqui. Ou vão para um lugar fora da vista dos turistas.》
Os subordinados estavam confusos e não sabiam o que fazer. Independentemente disso, Ilya deu um passo em direção à Catedral de São Basílio.
— Por que você não está me seguindo?
Ele se virou para Jin e disse. Hm…? Jin olhou alternadamente para os homens imóveis e Ilya, que já estava a dez passos a frente. Não vai levar seus homens? Sério? Ilya franziu a testa em um piscar de olhos.
— Já estou indo.
Diligentemente, Jin deu alguns passos à frente e ficou ao lado de Ilya.
— Você pode fazer isso?
— O quê?
— Não é perigoso ir sozinho?
Ele não tinha certeza, mas pela grande quantidade de dinheiro que estava movimentado, a organização de Ilya deve ser bastante grande na Rússia. Não sabia se o chefe desse tipo de organização poderia simplesmente vagar por aí sem guardas-costas.
Se algo acontecesse, a culpa seria inteiramente de Jin.
— Você está preocupado comigo?
Ilya perguntou enquanto caminhava olhando para frente. Então ele não percebeu imediatamente o que o homem estava perguntando.
— O quê?
— O que há com essa reação?
— Não. É só que…
Está me perguntando se estou preocupado com você agora? Onde no mundo os reféns se preocupam com seus sequestradores? Havia muitas coisas que Jin queria dizer, mas ele apenas engoliu as palavras. Nessa situação era melhor ficar calado.
— No momento, não há nenhuma organização hostil no local, e não estou trabalhando em nada perigoso, então está tudo bem.
Como para tranquilizar Jin, Ilya deu uma explicação rápida. No entanto, não foi nada reconfortante ouvir as palavras ‘no momento’, significava que havia pessoas que eram hostis o suficiente para Ilya, que poderiam simplesmente ameaçar sua vida em outros momentos, e que ele trabalhava com coisas perigosas o suficiente, embora Jin não quisesse saber exatamente à que o homem estava se referindo.
Tendo lidado com ele apenas dentro da mansão, sempre pensou que Ilya era apenas um mafioso, mas uma vez que saiu com ele percebeu que o homem definitivamente pertencia a um mundo completamente diferente. Mesmo os outros membros da organização eram apenas grandes e volumosos quando vistos de dentro da mansão, mas quando misturados com pessoas comuns do lado de fora, pareciam suspeitos.
— Você vai entrar?
Quando Ilya perguntou, ele levantou a cabeça e olhou para frente. A catedral colorida estava bem na frente deles. Ele viu de longe quando estava no carro, mas quando olhou de perto, as cores eram ainda mais deslumbrantes. A atmosfera era definitivamente diferente de outras catedrais da Europa.
— É mais como um palácio do que uma catedral.
— Talvez seja porque não é um edifício puramente religioso. O templo de Vasily foi construído em comemoração à libertação da Rússia da opressão do povo tártaro mongóis. É um templo com significado político para honrar as almas dos heróis que morreram lutando contra os mongóis e para aumentar o patriotismo, integrando o povo na Igreja Ortodoxa Russa.
Jin olhou para Ilya surpreso. Nunca pensou que receberia dele uma explicação histórica do edifício. Havia um preconceito de que a “máfia” estaria muito longe de tal conhecimento.
— Então, você vai entrar ou não?
Ilya perguntou novamente.
— Posso entrar?
Quando saiu com Natasha antes, o tempo era curto, então a mulher disse para ele que eles poderiam voltar outro dia para olhar por dentro. No entanto, ficou surpreso ao ver que o chefe da máfia, que deveria estar mais ocupado do que ela, disse que os dois poderiam dar uma volta lá dentro.
— Você não precisa perguntar.
Sem esperar pela resposta de Jin, Ilya caminhou em direção à recepção. Um chefe da máfia esperando na fila para comprar ingressos… foi tão inesperado que Jin não conteve a risada. Ilya se virou e olhou para Jin como se perguntasse o porquê dele está rindo. Ele balançou a cabeça rapidamente dizendo que não era nada. Aquilo parecia tão comum… que por um instante ele chegou a esquecer que era um prisioneiro da máfia.
O interior da catedral era deslumbrante e passava uma sensação diferente do exterior. O teto alto era decorado com belos vitrais havia pinturas coloridas pelas paredes, ele se perguntou se ouro era realmente aplicado nas paredes e pilares, que brilhavam em um tom dourado. Jin não entendia muito sobre arte, também não sabia nada de arquitetura, mas não conseguia parar de pensar que tudo aquilo era incrível.
Enquanto olhava em volta, Jin sentiu um olhar fixo. Virou a cabeça e viu Ilya, que estava com as mãos nos bolsos da calça, olhando para ele.
— O que?
O que tem algo no meu rosto? Ele ergueu a mão e passou-a pelo rosto, mas nada saiu.
— É interessante.
— O que?
— O fato de você poder fazer uma expressão como essa.
Hum…? Jin não entendeu imediatamente do que Ilya estava falando. Ilya virou a cabeça como se não houvesse necessidade de explicar.
O que é isso… que tipo de expressão eu estava fazendo…
Constrangido, ele tossiu fortemente e voltou sua atenção para a bela exposição artística. Mas ao contrário de um tempo atrás, esse esplendor não chamou sua atenção. Todos os seus sentidos se voltaram para Ilya.
Ao se encostar contra a parede do corredor, o homem parecia brilhar mais lindamente do que qualquer outra coisa na catedral. Provavelmente porque o belo cabelo dourado brilhava à luz do sol através da janela estreita. Talvez fosse apenas impressão de Jin, mas teve mais certeza ao ver os transeuntes que passavam olhando para Ilya de vez enquanto.
Máfia e Catedral… Nenhuma combinação pode ser mais interessante do que está…
De pé dentro da catedral silenciosa, Ilya poderia ser considerado um anjo caído do céu, graças à sua pele branca, cabelos loiros, olhos cor de esmeralda brilhantes e uma aparência impecavelmente bonita. Era um fato que apenas Jin sabia naquela igreja que sua essência poderia estar mais próxima a de um demônio do que a de um anjo.
— O que?
Como se sentisse o olhar, Ilya olhou para trás e perguntou. Jin sorriu e balançou a cabeça. O rosto elegante do homem enrijeceu como se ele não gostasse.
— Eu só acho que a sua aparência pode ser realmente útil.
— Só a aparência?
Ele franziu a testa.
— Bem… também à noite.
Quando Jin fez uma piada, ele franziu a testa e virou a cabeça, dizendo que era melhor parar por ali.
Disse isso porque só sei isso a seu respeito. E provavelmente no futuro….. não saberei mais sobre você.
Pela primeira vez, Jin sentiu-se triste por isso. Mas rapidamente, ele começou a rir de si mesmo por pensar de tal maneira.
Tradução: Rize
Revisão: Cherry🍒