Deseje-me se puder - Capítulo 51
O som seco do martelo batendo de novo ecoou como se tivesse acertado em cheio a Virgínia. E, com isso, a desgraçada ficou dura como uma pedra. A ideia daquele traseiro redondo escondido debaixo do uniforme largo foi a gota d’água.
Grayson saiu dali às pressas, quase correndo até o banheiro. Quase, porque, com a maldita Virginia latejando daquele jeito entre suas pernas, correr não era uma opção. Ele se trancou em uma cabine, puxou o zíper da calça num movimento brusco e tirou o pau para fora. O pênis já estava duro antes mesmo de encostar nele, a ponta úmida brilhava e pulsava.
— Porra…
Rosnou, fechando a mão em volta do próprio pênis e começou a esfregar em um ritmo rápido. A sensação do volume na palma da mão já entregava que aquilo não ia demorar.
— Haa… Ha…
Com a respiração ofegante, ele continuou se masturbando freneticamente. O pau grosso tinha veias saltadas. E na cabeça dele só havia uma imagem fixa e insistente: arrancar aquele maldito suspensório, puxar as calças para baixo e ver aquela bunda de perto.
Seria macia? Firme? E o buraco, como seria? Daria para enfiar tudo? O cara era um beta, então não ia ficar molhado… Mas e se ele espalhasse lubrificante ali e esfregasse até abrir? Não, melhor ainda. Melhor passar a língua, lamber bem fundo até o buraco ficar todo relaxado, e aí enfiar de uma vez…
— Haaah…
Com um gemido rouco, ele gozou forte, jorrando sem controle.
Ainda atordoado, passou a mão mais algumas vezes, drenando o resto do sêmen no automático.
Foi só uns minutos depois que finalmente se deu conta do que tinha acabado de fazer.
Ele tinha se masturbado, até gozar, só pensando na bunda de Dane Striker, sequer tinha visto de verdade. Só imaginado.
⋆⭑⋆
‘Isso não faz o menor sentido…’
Grayson cruzou os braços, a expressão séria, e ficou encarando Dane. O outro estava sentado um pouco distante, cercado por alguns colegas, enquanto mexia nos equipamentos pessoais e conversava com eles.
— Então, ontem minha filha…
— Comprei uma moto nova…
— Meu avô aquele dia…
A conversa ia e vinha, sem muita lógica, e Dane só reagia de vez em quando, sem se envolver muito. Pensando bem, ele nunca pareceu ser do tipo falante. E quem não fala muito, provavelmente esconde muito também.
Grayson, encostado na parede, voltou a remoer o pensamento que já o atormentava há horas. Eu fiz aquela merda por causa desse cara.
— …Ah, puta que pariu.
Xingou baixinho. Simplesmente não conseguia acreditar. No dia anterior, nada tinha acontecido. Seu pau não teve qualquer reação. Mas agora, do nada, vendo um cara pregando uma merda de casinha numa árvore, e ainda por cima Dane Stryker, de costas, ele ficou duro?
E o pior: se masturbou no banheiro, pensando na bunda dele, naquela calça larga que nem dava para ver direito… e gozou sozinho!
Cada palavra desse raciocínio era um tapa na cara. ‘Grayson Miller? Por quê? Como? O que tem nesse desgraçado, afinal? Por que ele?’
Ele esfregou o rosto com força, tentando botar os pensamentos em ordem. Tudo isso era um caos sem sentido. Dane Striker não era nem de longe o tipo dele. Nem um pouco. E, até ontem, Grayson nunca tinha nem cogitado olhar para um cara assim. Mas agora… agora essa merda tava acontecendo.
Ontem, Virginia não funcionou… Hoje, aconteceu essa merda. E só tinha uma explicação possível para isso:
‘Será que eu estou ficando maluco por causa dos feromônios? Igual meu pai?’
Um arrepio gelado subiu por sua espinha.
Antes que pudesse continuar nessa linha de pensamento, alguém chamou seu nome.
— Miller! Tem gente te procurando!
Ao ouvir a voz, Grayson levantou a cabeça e viu um dos bombeiros acenando para ele e apontando para um lado.
— Vai lá, estão te esperando.
Ele franziu a testa, já irritado antes mesmo de saber do que se tratava, mas acabou indo na direção indicada. Algo no rosto corado do cara o incomodou, mas logo entendeu o motivo.
Alguém inesperado estava ali esperando por ele.
***
O sol forte brilhava no céu, mas a brisa refrescante equilibrava o calor. Como sempre, os bombeiros estavam espalhados pelo pátio, cada um ocupado com alguma coisa. Era um daqueles momentos de preguiça depois do almoço, o tipo de tarde em que nada de interessante costumava acontecer.
No andar de cima, na sala de treinos, vários bombeiros estavam se exercitando. Deandre, correndo na esteira perto da janela, olhava distraído para fora quando algo chamou sua atenção: um carro esportivo caríssimo parou no estacionamento da corporação. Um Ferrari amarelo brilhante.
Os outros que estavam por perto também notaram e começaram a se agitar.
— Quem diabos é esse?
A curiosidade inicial logo se transformou em gritos de surpresa quando alguém berrou:
— É a Naomi Parker!
O pessoal que estava levantando peso mais ao fundo largou tudo e correu até a janela.
— O quê?! Quem?! Naomi Parker?!
— Caralho, sai da frente! Onde? Onde?!
— Puta merda, ela é incrível! Como isso pode ser real?!
— Naomi! Naomi!
— NAOMI, EU TE AMO!
Os gritos ensurdecedores encheram o pátio enquanto um bando de bombeiros desceu as escadas às pressas para ver de perto.
Sorrindo, Naomi acenou para eles.
O que já estava caótico ficou ainda pior.
Wilkins fez o possível para ignorar o show patético dos seus subordinados enquanto se aproximava de Naomi e a cumprimentava primeiro.
— Olá, Srta. Parker. O que te traz aqui? Veio gravar alguma coisa?
Ele não lembrava de ter recebido nenhum pedido oficial para filmagens, mas, se Naomi pedisse, ele com certeza daria um jeito. O chefe poderia até torcer o nariz, mas convencer alguém não era difícil quando se tratava da Naomi Parker, vencedora do Oscar e estrela de primeira linha.
Ela sorriu de forma elegante, cobrindo a boca com as costas da mão.
— Não, nada disso. Só vim ver um amigo. Espero não estar atrapalhando.
— Um amigo?
— Um amigo? Aqui?
— Quem? Quem é?
— É você? Não me diga que é você!
— Sou eu? É sério, sou eu?!
— Eu sou amigo da Naomi a partir de hoje!
— O quê? Então eu sou amigo dela desde ontem!
— Vocês tão de brincadeira? Eu sou amigo dela desde que nasci!
O caos foi instantâneo. O batalhão inteiro começou a gritar absurdos e se empurrar, como se Naomi estivesse ali para sortear um prêmio. Mas, acostumada com esse tipo de atenção, ela apenas manteve o sorriso e olhou de volta para Wilkins.
— Sim, ele começou a trabalhar aqui há pouco tempo, então não sei se vai ser fácil encontrar…
— Pode deixar. Eu acho para você.
Ele respondeu sem hesitar, enquanto mentalmente tentava lembrar dos novatos. Devia ser algum temporário ou um bombeiro auxiliar…
Mas, antes que ele pudesse processar melhor, Naomi abriu um sorriso ainda mais radiante e disse:
— Obrigada! Pode chamar o Grayson Miller para mim?
Silêncio.
Por um instante, Wilkins achou que tinha ouvido errado.
Assim que ouviram aquele nome, os gritos empolgados de “Naomi! Naomi!” foram diminuindo até se apagarem por completo. O silêncio foi quase ensurdecedor.
Wilkins piscou, confuso, e até gaguejou:
— Q-Quem…? Quem você disse? Miller?
Como se não tivesse acabado de jogar uma bomba no meio do batalhão, Naomi apenas sorriu e confirmou com um aceno.
— Sim, isso mesmo. Grayson Miller. Ele está aqui, não está?
— A-ah… S-Sim. O Grayson Miller… está aqui…
Wilkins estava tão desnorteado que só conseguiu repetir as palavras dela, parecendo tentar processar o absurdo que tinha acabado de acontecer. Por fim, girou nos calcanhares e praticamente latiu as ordens:
— Você aí! Vá chamar o Miller! Agora!
— O quê? A-Ah, sim, senhor!
O bombeiro saiu correndo meio atordoado. Minutos depois, voltou acompanhado.
— Naomi?
A voz vinda de trás fez a atriz se virar e encontrar Grayson parado a alguns passos de distância, olhando para ela com surpresa. O choque do resto do batalhão só aumentou quando Naomi abriu um sorriso radiante e foi direto até ele.
— Grayson, meu amor!
— O quê? Que porra de “meu amor”?!
— Meu amor?!
Os bombeiros estavam à beira de um colapso. Mas Grayson, como sempre, ignorou o caos ao redor e abriu os braços para um abraço rápido em Naomi, roçando a bochecha na dela como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.
— Se tivesse avisado, eu teria preparado uma recepção mais digna.
— Ah, mas eu queria fazer uma surpresa. — Ela inclinou a cabeça, avaliando ele de cima a baixo antes de soltar um comentário divertido. — Combina com você. Acho que nasceu para ser bombeiro.
Grayson riu daquele jeito fácil e irritante que os outros odiavam.
— É mesmo? Que bom.
— Vamos sair para tomar alguma coisa? O que você acha?
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Continua…