Deseje-me se puder - Capítulo 47
Dane saiu do chuveiro com os pés molhados deixando marcas pelo chão, enquanto passava a mão pelos cabelos encharcados. Ele só percebeu a presença de alguém quando levantou a cabeça, e logo soltou um suspiro cansado. E foi nesse momento que ele, completamente desprevenido, encarou Grayson Miller, que estava esperando por ele.
Na mesma hora, Dane franziu o cenho.
— Mas que porra é essa?
Ele soltou a pergunta sem nem pensar, e Grayson, que já estava com a boca aberta, se engasgou com as próprias palavras. Parecia que queria falar alguma coisa, então Dane esperou, impaciente. Mas o cara simplesmente ficou mudo.
Seus olhos estavam cravados no peito de Dane. E não saíam de lá.
O silêncio tomou conta do vestiário, quebrado apenas pelo gotejar do chuveiro.
Grayson não piscava. Não se mexia. Só olhava.
‘Eu já vi um peito tão perfeito assim antes?’
A musculatura preenchia o torso de forma impecável, sem um centímetro de espaço sobrando. Os mamilos rosados tinham um tamanho exato, perfeitamente proporcionais ao resto. A pele era lisa, firme. E aquele peitoral bem desenhado, era sustentado por um abdômen impecável, era simplesmente uma obra de arte.
Só de olhar, Grayson sentiu a boca secar – e o resto do corpo esquentar.
Ele esfregou os olhos com o braço, piscou algumas vezes, mas… não, ainda estava lá.
Aquele peitoral perfeito.
Seu estômago começou a ferver, e o pênis ficou instantaneamente duro. Ele piscou, atordoado. As palavras que ele queria dizer simplesmente evaporaram, e sua mente estava completamente ocupada com o peito de Dane.
Enquanto isso, Dane ficou desconfortável ao ver Grayson de cabeça baixa, sem dizer nada. Normalmente em qualquer outra situação, ele teria mandado o cara se foder e ido embora. Mas, dessa vez, não conseguiu. A razão era clara: ele tinha visto um lado inesperado de Grayson.
E isso complicou as coisas.
Uhhhh. Dane soltou um longo suspiro. Quando ele respirou fundo, seu peito imponente subiu e desceu e os olhos de Grayson não perderam um único momento daquela visão magnífica.
— Se quiser conversar, podemos fazer isso outro dia. Hoje não vai dar, eu tô exausto.
A voz de Dane soou estranhamente calma enquanto ele se movia para sair. Quando passou por Grayson, deu um leve tapa no braço dele, como quem dá um incentivo – ou uma despedida. Então, sem nem olhar para trás, se abaixou, pegou a roupa jogada perto da entrada e foi embora.
O som dos pés molhados de Dane foi ficando cada vez mais distante. Grayson virou a cabeça tarde demais, e Dane já tinha sumido. Ele continuou parado, lembrando daquela visão do peito que ainda pairava em sua mente. De repente, algo que ele tinha esquecido veio à tona.
‘Acho que nunca mais vou ver peitos tão perfeitos na vida.’
Já tinha pensado naquilo antes não foi? Como se nunca mais fosse ver aquele par de peitos na vida.
Mas… quando?
Quando foi a primeira vez que ele pensou isso?
De repente, Grayson se deu conta de uma coisa absurda: ele tinha esquecido completamente da obsessão que o consumiu por tanto tempo – o tal ômega dominante que ele tanto procurava. Surpreendentemente, em vez disso, o que ocupava sua mente era aquele homem.
Dane Striker.
A descoberta repentina abalou seu coração. Ele não sabia como processar aquilo.
Ele passou a vida inteira obcecado com a ideia de encontrar seu parceiro destinado e, do nada, simplesmente… esqueceu? Como diabos ele apagou algo tão essencial da mente? E pior – como outro alguém tomou esse espaço? Como Dane Stryker, de todas as pessoas, conseguiu fazer isso de uma forma tão completa.
— Não, não é possível.
Ele passou a mão no rosto, esfregando os olhos com força, murmurando sem muita convicção. Dane Stryker não podia ser um ômega. Não fazia o menor sentido. O cara era a definição de um beta cheio de testosterona, pura masculinidade ambulante. Um ômega? Impossível.
Então só podia haver uma explicação.
— …Meus feromônios.
Murmurou contra a palma da mão.
— Preciso dar um jeito nisso.
Depois de tomar a decisão, a ação não demorou. Grayson não hesitou mais, virou-se e saiu. Ele entrou no carro estacionado e acelerou na estrada, convencido de que aquele homem definitivamente não era um Ômega.
***
Ou será que era?
Ao entregar as chaves do carro ao manobrista e entrar na mansão, Grayson mergulhou em um pensamento profundo e preocupado.
‘Não existe no mundo um outro par de peitos como aquele. Não tem como. O tamanho, o formato, a firmeza absurda – é impossível que algo tão perfeito tenha um clone por aí. Isso seria uma afronta às leis da física!’
A única coisa que Grayson lembra com clareza é que viu peitos espetaculares. Não faz ideia da cor, do formato exato, nada. Mas o impacto? Esse ficou gravado em sua alma. E, sem sombra de dúvida, eram os melhores peitos que ele já viu na vida – e que provavelmente nunca mais verá igual – e pertencia a Dane Stryker.
Foi nesse momento que um pensamento aleatório atravessou sua mente.
<Ele tem peitos grandes?>
A pergunta saiu direto de uma lembrança, uma conversa que ele teve com uma vidente.
— Grayson! Há quanto tempo!
Assim que botou os pés no salão, o anfitrião praticamente saltou em sua direção, de braços abertos, cheio de entusiasmo. Com um sorriso enorme no rosto, ele deu uma olhada rápida em Grayson dos pés à cabeça.
— Como você está? Por que sumiu esse tempo todo?
Grayson fingiu que estava pensando na resposta e disse:
— Já faz tanto tempo assim? Eu fui na última festa.
Ele estava, claro, falando da festa de feromônios, um eufemismo chique que eles usavam para se referir a sexo em grupo.
O anfitrião revirou os olhos.
— Mas não na minha festa! Você sabe o quanto eu esperei por você?
— Desculpe, estava ocupado.
Grayson riu, se desculpando com a credibilidade de um gato que acabou de derrubar um copo d’água. O anfitrião estreitou os olhos, desconfiado. Todo mundo sabia que Grayson não fazia nada da vida.
E a dúvida estava escancarada no rosto do homem.
Grayson nem piscou antes de soltar:
— Estou trabalhando no corpo de bombeiros.
— O QUÊ? UM BOMBEIRO? COMO ASSIM?
O anfitrião praticamente gritou, atraindo olhares curiosos.
— E cadê seu parceiro? Por que está sozinho?
Mais perguntas. Mais gente ouvindo. Grayson ignorou a atenção indesejada e respondeu sem pressa:
— Bem, eu quis testar a profissão. E não estou saindo com ninguém no momento. Não é por isso que pessoas como nós vem para essas festas?
Ele matou todas as dúvidas de uma vez, deixando o anfitrião sem ter muito o que retrucar.
— Hmm… faz sentido.
O homem não parecia muito convencido, mas não quis prolongar a conversa. Grayson olhou para além do anfitrião, para o salão, e disse:
— Enfim, eu adorei te ver, mas eu vim com um objetivo e vou cumprir. Ótima festa.
Ele jogou um aceno casual e se enfiou no meio da multidão. Assim que sumiu de vista, outro convidado se aproximou do anfitrião com a mesma cara de incredulidade.
— Grayson? Um Bombeiro? Eu ouvi direito?
— Pois é, eu também estou questionando minha audição. Vocês ouviram isso também?
O anfitrião olhou ao redor, e várias cabeças assentiram.
Ele voltou o olhar para onde Grayson desapareceu e murmurou para si mesmo:
— Que mudança foi essa que deu nele?
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Continua…
joicevidal
Todos estão boquiabertos