Deseje-me se puder - Capítulo 188
— Onde você está? Onde…?
Dane olhou freneticamente ao redor enquanto corria. O prédio, caindo aos pedaços, era enorme e assustador. Sons de estalos vinham de todo canto, como se tudo estivesse desabando, e, de vez em quando, um estrondo mais forte soava como outra explosão.
‘Será que eu imaginei aquilo?’
Ele pensou, confuso, no meio do caos.
‘Será que eu tomei a decisão errada…?’
— Ei! Onde você está? Responda!
Ele gritou o mais alto que pôde. Mas nenhum som de resposta veio. Nenhuma voz humana, nada.
‘Por que eu ainda estou correndo?’
Foi um pensamento novo. Algo que nunca tinha se perguntado antes. Já esteve em situações parecidas várias vezes, mas nunca sentiu essa dúvida no meio da ação. Antes, ele mergulhava de cabeça, sem questionar.
‘Por que justo agora estou pensando nisso…?’
— Onde você está, porra! Responde logo, caramba!
E foi nesse momento, logo depois de soltar o palavrão, que o milagre aconteceu. Ele encontrou uma mulher, com um corte na testa, sangrando e gemendo de dor.
— Ei, você! Acorda! Me escuta!
Dane correu na direção dela, gritando, quase tinha passado direto. A mulher estava presa entre duas paredes caídas que, por sorte, tinham desabado formando um tipo de triângulo – um espaço pequeno, mas que tinha salvado a vida dela. Ele se surpreendeu por tê-la encontrado ali e correu o mais rápido que pôde para chegar perto.
Ele puxou a mulher para fora do vão apertado, ainda gritando, e ela finalmente abriu os olhos com um gemido fraco.
— Está me ouvindo? Você precisa levantar. Temos que sair daqui agora.
Dane a apoiou com cuidado e a ajudou a ficar de pé. — Aaah… — a mulher gemeu, provavelmente por causa do ferimento na cabeça. Felizmente, o resto do corpo parecia intacto, então Dane focou em sair dali o mais rápido possível.
— Vamos, precisamos ir agora. Se não corrermos agora, nós dois vamos morrer, entendeu?
‘Morrer.’
Aquela palavra soou diferente dessa vez. Pesada. Estranha. Ele já tinha ficado cara a cara com a morte outras vezes, mas agora… parecia diferente.
‘Para de pensar besteira, idiota.’
Repreendendo a si mesmo, Dane tentou se concentrar no que importava. Era só refazer o caminho por onde veio, não tinha missão mais simples que essa. Então, ele segurou firme a mulher nos braços e começou a correr.
‘Vai dar tudo certo. Vamos sair daqui.’
Enquanto corria, ele calculou mentalmente a distância até a saída. Já estava perto do ponto onde tinha se separado dos outros.
‘Ótimo. Se eu continuar nesse ritmo, vamos chegar lá…’
E provavelmente teria chegado mesmo.
Se não fosse por mais uma explosão.
KA-BOOM!
O prédio tremeu com um estrondo ensurdecedor.
— AAAAH! — a mulher gritou, em pânico.
No mesmo instante, o chão desmoronou sob os pés de Dane. Sem nem pensar, ele usou o impulso para jogar a mulher com força para o corredor do outro lado. E o que viu por último, antes de cair, foi o rosto dela – pálido, chocado – olhando ele desaparecer no buraco.
— Nããããão!
O grito dela ecoou junto com mais um estrondo… e então, tudo ficou escuro.
Dane perdeu a consciência.
***
— Uma mulher saiu!
O grito de alguém fez todo mundo se virar. Uma mulher cambaleava para fora do prédio, com sangue escorrendo de sua testa. Assim que viram, os paramédicos correram até ela, e Wilkins não perdeu tempo, foi junto.
— Ei, moça! Você viu um bombeiro? Um bem alto, assim?
A voz dele saiu quase desesperada. Pálido, com o rosto transtornado, ele gritou enquanto a mulher, ainda pálida e ofegante, respondeu com dificuldade:
— Eu vi… eu vi ele. Ele me salvou…
— O que aconteceu? Por que você está sozinha?
— Onde é que ele está? O que foi que aconteceu lá dentro?
As perguntas dos repórteres começaram a chover, junto com o som frenético dos cliques das câmeras. No meio do barulho todo, ela continuou:
— Estávamos saindo do prédio juntos, mas o chão desabou… ele me jogou pro outro lado do corredor e desapareceu. Eu… só pude ver ele cair. Não consegui fazer nada…
A mulher começou a chorar, tomada pelo choque que parecia ter vindo só agora. Os gritos dos repórteres continuavam, as câmeras não paravam de disparar, e Wilkins deu alguns passos para trás, cambaleando. Os outros membros da equipe, que estavam esperando atrás, se aproximaram rapidamente.
— E aí, o que aconteceu? Ela viu o Dane mesmo?
— Ela contou alguma coisa?
— Devíamos tentar entrar de novo, não é? Talvez seja melhor…
Inundado por perguntas ansiosas, Wilkins franziu o rosto e então rugiu como um trovão:
— Seus idiotas! Deviam tê-lo impedido! Por que deixaram ele ir sozinho?!
Os que tinham saído antes ficaram desconcertados por um instante, se entreolhando cheios de culpa. Logo começaram a se justificar, parecendo ainda mais perdidos.
— Tentamos trazê-lo, mas ele sumiu de repente.
— Ele disse que tinha ouvido alguma coisa e saiu correndo. Não deu nem tempo de impedir.
— E agora, o que a gente faz? Podemos voltar para buscá-lo? Como está o prédio?
Wilkins só conseguia fazer uma expressão de desespero, encarando o grupo aflito. Ele não podia culpar os colegas por não terem trazido Dane de volta. Se alguém errou, foi o próprio Dane por agir por conta própria. Eles tinham avisado que o prédio estava desmoronando!
— Agora não dá para entrar. Não posso deixar vocês se arriscarem também.
Wilkins resmungou com voz angustiada. Imediatamente, as expressões de todos ficaram tensas. Ele continuou:
— Agora só resta confiar no céu. Espero que Dane tenha a mesma sorte que teve da última vez… Merda. Quem sabe isso sirva para ele largar esse hábito estúpido de sair se jogando de cabeça sem pensar.
Foi aí que se ouviu:
— Hã?
Deandre soltou um som estranho. Wilkins, que estava passando a mão pelo rosto, virou junto com todo mundo para olhar para ele. Percebendo os olhares, DeAndre piscou, constrangido, e coçou a nuca.
— Ah, não. Desculpa. Pensei ter visto uma coisa.
— Se concentra, porra.
— Você tá de sacanagem numa hora dessas?
Todo mundo começou a repreendê-lo na mesma hora. Deandre só conseguia repetir que sentia muito.
‘Deve ter sido só impressão.’
Ele pensou.
Ele voltou a olhar para os colegas, tentando afastar aquela pontinha de dúvida que insistia em cutucar.
‘Não tem como isso ser verdade…. não tem.’
***
Crac, crac.
O som do prédio se partindo ecoava pelo lugar. Dane estava sentado, encostado na parede, piscando devagar com o olhar meio perdido. A cada respiração, uma dor lancinante atingia suas costelas. Provavelmente ele tinha quebrado uma ou duas costelas. Talvez até tivesse perfurado o pulmão. Devia ser por isso que estava cuspindo sangue…
— Cof, cof…
Outro jorro de saliva tingida de vermelho escorreu de seus lábios. ‘Pensar nessas coisas no meio de uma situação dessas… É, eu sou mesmo tranquilo demais. Haa, haa.’ Ele respirou fundo, ofegante, enquanto os pensamentos giravam.
A visão ficou embaçada e ele piscou de novo, tentando forçar o foco. Mas mesmo assim, a imagem diante dos seus olhos foi ficando cada vez mais desfocada.
‘Então é assim que eu vou morrer…’
A ideia passou devagar por sua mente.
‘A Darling vai ficar bem. Se acontecer alguma coisa, o Josh vai cuidar dela. Aliás, aquele ator… ele odiava cachorro? Ou era gatos? Não lembro…. Talvez seja melhor deixar com o Yeonwoo.’
Ele nunca tinha imaginado que o fim da sua vida chegaria assim. Mesmo depois de tantas vezes que se jogou de cabeça em direção a morte, no fundo ele nunca acreditou que realmente fosse morrer.
‘E claro. Quem diabos quer morrer, afinal?’
Dane gostava da própria vida. Não tinha motivo nenhum para querer acabar com ela.
‘…Mas também não havia um motivo bom para continuar vivo, não é?’
— …Hah.
Um riso fraco, quase um suspiro, escapou dos lábios dele. E então o rosto dela voltou à sua mente. Os olhos vermelhos de raiva na última vez em que a viu ficaram claros como se estivesse bem na frente dele de novo.
‘O que será que ela pensou, no final? Quando estava com aquela corda no pescoço…? Se arrependeu? Ou me amaldiçoou?’
‘E se, naquele momento…’
Mas a lembrança da mãe logo deu lugar a outro rosto. Aquele olhar pesado, carregado de emoção, tão intenso, tão dolorido. Ainda o assombrava.
‘E se eu tivesse olhado para trás?’
Fumaça negra se misturava à branca, enchendo seu campo de visão. Ele tossiu, fracamente, e olhou para o vão distante.
— Dane…
Ele já não sabia se era a visão que estava embaçada ou se era só a fumaça tomando conta de tudo. Tudo o que via eram formas tremeluzentes no ar quente.
‘Se eu tivesse olhado…’
Ele observou, sem entender, uma silhueta se aproximando entre os reflexos distorcidos.
‘Talvez você…’
A figura estava chegando perto. ‘Será a morte?’ ele pensou vagamente. ‘Então é assim que ela chega. Tão calma… E tão dolorosa.’
— Cof…
Ele tossiu sangue mais uma vez. E foi aí que percebeu que aquilo não era uma alucinação.
‘Você…’
Os olhos dele se arregalaram.
‘Não, não pode ser.’ Ele se recusou a acreditar. ‘Impossível. Como assim? Por quê?’
‘Por que você está aqui…?’
A poucos passos de distância, ele viu a pessoa parar. A figura se abaixou devagar, até que seus rostos ficaram no mesmo nível. E então, como uma flor desabrochando no rosto daquele homem… surgiu um sorriso.
— Te encontrei, Dane.
Grayson.
Dane ficou encarando aquele rosto iluminado, sem conseguir dizer uma palavra. E então, de longe, outro estrondo ecoou, ameaçador.
°
°
Continua..
Tica
Ai aiiiii dane-
Hikari Megure
To tão feliz que o Grayson foi buscar o bombom dele 😭😭😭😭😭❣️❣️❣️❣️❣️❣️
Para mim acabou aqui, se o resto for feliz é bonus
Se não for, vou fingir q nem existe!
JA CASEM-SEEEE
🥹
OBG PELA TRADUÇÃO
Duda
Kralhoooooo
Água viva
Grayson, você é o melhor!! Dane você é muito sortudo ❤️😂
Choryti
TE AMO GRAYSONNN