Deseje-me se puder - Capítulo 187
[Estou agora em frente ao edifício XX, onde se encontra um homem-bomba. Sabe-se que este criminoso está supostamente ligado ao atentado a bomba ocorrido no edifício AA. No momento, ele exige a libertação de seus companheiros, mantém reféns sob seu poder e carrega explosivos presos ao próprio corpo…]
— Filho da puta!
Deandre, que estava dirigindo, bateu no volante com o punho. No rádio, a voz aflita do repórter continuava a ecoar. Os homens sentados no banco de trás também ouviram a transmissão e, indignados, soltaram palavrões.
‘A explosão do edifício AA.’
Enquanto Dane tentava vagamente se lembrar, o homem à sua frente perguntou:
— Não foi naquele que você desarmou uma bomba?
Sim. Dane acenou silenciosamente com a cabeça. No dia em que teve algo parecido com um encontro com Grayson. Na época, ele ainda reclamou que Dane tinha estragado o encontro.
— Que foi?
Dane voltou seu olhar para o homem que acabara de falar. O homem ainda parecia intrigado:
— Você está sorrindo cara.
Os cantos da boca dele desceram lentamente. Só então ele percebeu que estava sorrindo.
— Não… não é nada.
Mas desviou o olhar, sem conseguir evitar. Nem ele mesmo entendia por que tinha feito aquilo. Então ele teimosamente manteve os olhos para fora da janela até chegarem ao destino.
***
Quando chegaram ao local, uma multidão já tinha se aglomerado. As pessoas falavam alto, gravando vídeos e tirando fotos com seus celulares. Os bombeiros tiveram que empurrar a multidão para avançar o mais rápido possível. Posicionados perto da polícia e das forças especiais, eles aguardavam tensos, prontos para resgatar as pessoas em caso de emergência.
— Hoje temos especialistas no local. Então você não precisa se envolver, entendeu?
Wilkins advertiu, dirigindo-se a Dane com firmeza. Seus colegas, que conheciam bem o instinto do homem de correr direto para o perigo sempre que algo acontecia, também o encaravam com olhares preocupados. Dane soltou uma risada seca, quase debochada.
— Todo mundo acha que eu sou um maldito suicida.
‘Será que aquele cara também pensa assim?’
A imagem do rosto de Grayson voltou mais uma vez. Dane soltou um suspiro curto.
‘Idiota… Não é hora pra pensar naquele cara.’
Ele se repreendeu, mas não havia o que fazer. Mesmo sem perceber, aquele rosto ocupava sua mente constantemente – na verdade, quase o tempo todo.
‘E agora? O que eu posso fazer?’
Irritado, Dane coçou a nuca com força. Até agora, ele tinha vivido bem sozinho. E seguiria vivendo assim. Esse era o fim mais apropriado para alguém como ele.
Foi então que, de repente, uma explosão estrondosa sacudiu o chão. Dane se firmou instintivamente para manter o equilíbrio, e alguém gritou atrás dele:
— Droga! O desgraçado detonou a bomba!
Na mesma hora, uma nuvem de fumaça negra subiu de um dos lados do prédio. Em meio ao caos, outros gritos desesperados se seguiram:
— E os reféns? O que aconteceu com as pessoas?
— Não sei, aqueles dois que saíram agora eram especialistas?
— E o resto? Ainda estão lá dentro?
— E o terrorista? Será que ele se explodiu?
Os gritos desesperados não paravam. No meio da confusão, dava para ouvir alguém chorando e gritando um nome – provavelmente alguém que conhecia uma das pessoas feitas de refém. Era um caos total. Até mesmo aqueles que aguardavam ordens estavam inquietos, incapazes de ficar parados.
Foi nesse momento que, como num milagre, alguém gritou:
— Consegui contato com uma mulher que está lá dentro!
Um policial correu até o comandante com um celular na mão. Ele passou o aparelho às pressas e o comandante atendeu, gritando:
— Você está bem? Qual é a situação aí dentro?
Todos da equipe dos bombeiros ficaram em silêncio, tensos, só observando a ligação. Em seguida, Wilkins correu até o chefe da polícia. Algo muito sério estava acontecendo – o líder da equipe especial, o chefe da polícia e Wilkins se reuniram para discutir.
Os bombeiros esperavam o retorno de Wilkins com a expressão carregada de tensão.
Pouco depois, Wilkins retornou com uma expressão séria e rapidamente explicou a situação: tinha alguém escondido dentro do prédio – por sorte, a pessoa estava bem, e o terrorista ainda não tinha percebido que ela estava lá. O problema era que ela estava escondida numa parte interna de um escritório e, por isso, não fazia ideia do que mais estava acontecendo.
⟨Me ajuda, por favor… me tira daqui…⟩
A voz soluçante da mulher ecoou na mente de Wilkins, que não conseguiu evitar um aperto no coração. Vendo-o balançar a cabeça, Deandre perguntou:
— E agora, o que a gente faz? É pra continuar só esperando?
— Claro que não. Agora vou explicar direitinho o que vocês precisam fazer, então prestem atenção.
Wilkins passou as instruções rápidas. Era essencial apagar o fogo antes que ele se espalhasse mais. E, se encontrassem alguém vivo lá dentro, tinham que tirar a pessoa imediatamente.
— Precisamos agir logo. Do jeito que as coisas estão indo, até quem ainda está bem pode acabar morrendo sufocado com a fumaça.
Todos concordaram com o comentário de alguém. Wilkins levantou a mão, pedindo calma, e continuou:
— O sinal virá em breve. Ninguém pode agir por conta própria. Cada um tem sua função, e se alguém fizer besteira e atrapalhar a operação do outro lado, podemos acabar causando um estrago ainda maior.
Ele olhou para Dane, como se dissesse: —Entendeu?
Dane respondeu com um irritado.
— Sim.
Só aí Wilkins virou o rosto. Um tempo depois, assim que o chefe da equipe especial fez um sinal com a cabeça, todos dispararam em direção ao prédio, como se estivessem esperando por aquilo há horas.
***
Entrar no prédio não foi difícil. Apagaram as chamas que estavam mais perto, verificaram os arredores, seguiram o protocolo de sempre. Tudo normal.
Mas aí, do nada, ouviram tiros. A equipe se desestabilizou na hora.
‘Será que os terroristas começaram um tiroteio?’
— Quantos são do lado de lá? — perguntou Deandre.
Um dos colegas respondeu:
— Cinco? Seis? Foi o que conseguimos identificar.
Outro gritou logo em seguida:
— Então pode ter mais, porra! Que ótimo!
Deandre falou de novo:
— Ei seus idiotas, nada de agir no impulso. Só façam o que precisam fazer. Se nos metermos demais, poderemos atrapalhar os outros. Ei, não se esqueçam…
Ele não chegou a terminar a frase. Outra explosão forte sacudiu o prédio de novo. Todos se encolheram po reflexo devido ao susto, mas Dane… Dane ouviu algo.
Antes que pudesse terminar, outra explosão sacudiu o prédio. Enquanto todos se agachavam em choque, Dane achou que ouviu algo. ‘Impossível,’ ele pensou. Não dava para distinguir nenhum som no meio daquele caos.
Mesmo assim… ouviu.
‘De onde… veio?’
Ele não teve escolha a não ser virar a cabeça na direção de onde o som tinha vindo.
E então…
Dane continuou deitado, tentando puxar as lembranças. Tossiu várias vezes por causa da fumaça preta e espessa. “Cof, cof” – seu corpo inteiro sacudiu violentamente enquanto ele tossia, até que algo escorreu de sua boca. Só então ele percebeu que estava cuspindo sangue.
‘Merda… o que foi que aconteceu?’
A lembrança continuou. Dane tinha chamado a base pelo rádio logo em seguida.
— Ouvi um som lá dentro. Vou verificar.
— O quê? Espera aí, o que você ouviu.
Os outros que ouviram a transmissão gritaram, alarmados.
—Nós não ouvimos nada! Como diabos você ia ouvir alguma coisa no meio desse caos todo?
— É, deve ser só impressão! Você não pode sair agindo por conta própria, espera aí!
Os outros gritavam, apavorados, e eles tinham razão. Como alguém ouviria um som nessa situação? Devia ser engano.
Era uma ideia absurda… mas Dane não conseguia ignorar. Tinha algo dentro dele, um instinto gritando sem parar.
‘Vai, você precisa ir. Tem que verificar.’
— Todos, saiam agora! O prédio pode desabar!
A voz de Wilkins pelo rádio.
— A explosão rachou a estrutura. Vai desabar a qualquer momento! As outras equipes já estão evacuando! Saiam agora!
— E os reféns? — Dane perguntou imediatamente. — O que aconteceu com eles? Todos já saíram?
— Sim! — Wilkins respondeu gritando. — Todos foram resgatados! O terrorista se matou! Aquela explosão agora foi o corpo dele sendo lançado pelos ares! SAIAM AGORA!
Ao ouvirem isso, todos se viraram e começaram a correr. Dane deveria tê-los seguido, mas, por algum motivo, seus pés não se moveram.
— Dane! Que que você está fazendo? Anda logo!
Deandre gesticulou desesperado.
Dane hesitou por um segundo, olhando para trás. Depois tomou coragem e se virou. No momento em que ia correr, uma voz clara cortou seus pensamentos.
— Me ajuda…
— DANE!
Ele parou de novo, e outro colega berrou seu nome.
Mas agora não tinha mais dúvida. Ele ouviu claramente uma voz implorando, chorando por socorro.
— Dane, onde você está indo? DANE!
— Não vá! Pare aí agora mesmo!
Os colegas gritavam atrás dele, mas ele não parou. Saiu correndo feito louco e sumiu entre os destroços. Os outros só conseguiram assistir, atônitos, vendo Dane desaparecer no meio da fumaça.
Logo em seguida, o prédio voltou a tremer. Já não dava mais pra esperar. No fim, os outros tiveram que virar as costas e correr para fora do prédio.
°
°
Continua…
Leebit
Poha esse Dane é fodah.
Água viva
Mds, Dane 💔 vc vai nos matar assim 😭
Duda
Vsfd dane
Lee joobim
Não tem um capítulo de paz na vida do Dane