Deseje-me se puder - Capítulo 176
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— Haaaaa…
Dane soltou um suspiro profundo, completamente exausto. Ele já havia perdido a conta de quantos brinquedos tinha experimentado. Meio arrastado por Grayson, subindo e descendo em várias atrações, já tinham passado da metade do dia. E nem era como se fossem brinquedos assustadores. Eram brinquedos voltados para a família, aqueles que talvez só assustassem crianças pequenas. Depois de algumas voltas nesses, Grayson ainda o puxou para assistir à parada.
Nessa altura, Dane só queria ir embora para casa.
‘Pelo amor de Deus, o que é que eu estou fazendo aqui, afinal?’
Sentado em um banco, Dane observava distraidamente a multidão que passava para lá e para cá. Grayson tinha corrido em direção ao desfile, animadíssimo, dizendo que queria tirar fotos com as princesas. No fundo, era até um alívio. Pelo menos, enquanto isso, Dane podia descansar um pouco.
‘Tirar foto…? Não como se fosse fazer sexo com uma princesa, idiota…’
— Merda…
Foi nesse momento, enquanto soltava um palavrão baixo, que Dane sentiu uma sensação estranha. Virou o rosto e, ao fazer isso, deu de cara com uma criança o encarando. Franziu a testa, pensando “o que foi?”, mas então percebeu que um homem – que parecia ser o pai do garoto – se aproximava.
— Er… Você é o Dane Stryker?
A pergunta, feita com toda a cautela, transbordava expectativa e animação. Dane, pego completamente de surpresa, piscou algumas vezes antes de responder, meio sem saber o que fazer:
— Sou eu, sim.
— Oh! Eu sabia!
— Meu Deus, Dane Stryker! Somos seus fãs!
— Dane Stryker! Dane!
Mal as palavras saíram de sua boca e a mulher e a criança que estavam com ele dispararam para frente, gritando empolgados. Eles saltitavam no mesmo lugar, como se tivessem acabado de encontrar a maior estrela pop do mundo.
‘O que está acontecendo aqui?’
Dane só conseguia piscar, perplexo. Nesse meio-tempo, o homem já havia pegado o celular e, com a voz exaltada, implorou:
— Podemos tirar uma foto, por favor! Deixe-nos tirar uma foto com você! Por favor, estamos implorando!
Diante de um pedido tão fervoroso, Dane não conseguiu recusar. Ele já tinha passado por situações parecidas na época em que apareceu no calendário dos bombeiros, então apenas assentiu. Claro, a reação dessa família era muito mais intensa do que qualquer coisa que ele já tinha visto antes, deixando-o completamente perplexo.
— Obrigado! Muito obrigado mesmo!
Eles tiraram uma foto com a família toda, depois uma foto de cada membro individualmente com ele, e até uma só dele. Depois de tudo, eles agradeceram novamente, como se não bastasse.
— O que você fez foi incrível. Nós realmente te admiramos.
— Meu filho disse que quer ser bombeiro quando crescer. Você é um herói americano.
— “Dane Striker merece uma medalha!
‘Medalha? Pra quê? Não serve para nada. Bem, se viesse com uma pensão vitalícia junto, aí até que eu aceitaria.’
Mas o problema mesmo veio depois. O alvoroço da família acabou chamando a atenção de outras pessoas ao redor. Uma a uma, elas começaram a se aproximar.
— O quê? Dane Stryker? Aquele bombeiro?
— O herói que desarmou a bomba? Onde? Onde ele está?
— Ali! É aquele cara ali!
Em segundos, gritos de empolgação ecoaram, e uma enxurrada de pessoas se aproximou. O rosto de Dane ficou branco como de um papel, mas ninguém parecia notar seu desespero – todos só queriam falar com ele ao mesmo tempo.
— Formem uma fila! Eu vi ele primeiro!
— Meu Deus, ele é lindo. Nunca vi um homem tão bonito!
— Com esse rosto, esse peitoral e esse corpão… e ainda por cima é um herói!
— Você é o verdadeiro Capitão América! Salve o mundo para nós!
— Um herói! Um herói!
— Dane Stryker!
— Eu te aaaaaaamo! Casa comigo, por favor!
No meio de gritos ensurdecedores e uma onda de pessoas, Dane sentiu sua mente ficar cada vez mais distante.
***
— Haaaaaaa…
Dane, com as pernas abertas e os braços apoiados nos joelhos, inclinou o tronco para frente e soltou um suspiro ainda mais profundo do que antes. Seu rosto já havia ultrapassado o estágio de palidez e agora estava ficando azulado.
‘Acho que vou vomitar.’
Pensou nisso com toda sinceridade. Foram fotos intermináveis, apertos de mão, abraços e até beijos. Em certo ponto, simplesmente desistiu e deixou que fizessem o que quisessem com ele. Talvez devesse agradecer pelo menos por terem permitido que ele se sentasse num banco, afinal, ele ainda não estava totalmente recuperado.
O sol, que estava alto no céu quando a primeira família o reconheceu, já começava a se pôr. ‘Onde será que aquele desgraçado foi parar, depois de me largar nesse pandemônio?’ Dane até cogitou simplesmente sair dali sozinho… Mas bem nesse momento, um cachorro-quente surgiu de repente bem na sua frente.
Sem energia nem para se assustar, ele ergueu a cabeça lentamente e viu Grayson olhando para ele, estendendo o lanche.
— Foi difícil, né? Come um pouco.
Com um sorriso bobo, Grayson entregou o cachorro-quente. Sem responder, Dane apenas pegou o cachorro-quente e deu uma mordida. Grayson então se sentou ao lado dele e, dessa vez, ofereceu uma bebida gelada. Ele pegou o copo com a outra mão. Quando o refrigerante gelado preencheu sua boca, ele sentiu que a energia voltou minimamente ao seu corpo. Só depois de se recompor um pouco é que ele finalmente perguntou, com o rosto franzido:
— Você… estava assistindo, não estava?
— Aham.
Grayson respondeu com naturalidade.
— Você é muito popular, hein?
— Hã…
Dane soltou um suspiro, tão incrédulo que parecia até resignação.
‘Esse desgraçado, por que ele está tão tranquilo assim?’
— Por acaso você já esperava…
Ele ia perguntar se Grayson já esperava por isso, mas o outro terminou a frase antes.
— Claro. Por que não esperaria?
‘O quê?!’
Dane só piscou, atônito. Grayson continuou sorrindo, como se fosse a coisa mais normal do mundo, enquanto olhava para ele como quem dizia “qual é o problema?”.
— Você é a pessoa mais famosa dos Estados Unidos agora. Era óbvio que isso aconteceria. E aí, como está se sentindo?
— Com vontade de te matar.
Dane cerrou os dentes e rosnou, falando com total sinceridade. Ele até pensou em agarrar Grayson pelo colarinho, mas com uma mão ocupada pelo cachorro-quente e a outra pelo refrigerante, era impossível.
‘Esse filho da mãe deve ter planejado isso também.’
Com o rosto ainda tenso, Dane olhou para Grayson, diante de si, ainda com aquele sorriso irritante. Irritado com aquela expressão, Dane rangeu os dentes e rosnou num tom baixo:
— Eu te falei para não fazer essa cara falsa na minha frente.
Dane resmungou, irritado. Grayson, no entanto, respondeu com naturalidade:
— Não é falso. — Ele continuou sorrindo enquanto acrescentava: — Eu estou sorrindo de verdade.
Dane o encarou em silêncio. ‘Será mesmo?’ Ele sempre desconfiou disso, mas… talvez, só talvez, esse idiota estivesse realmente falando sério.
Só de pensar assim, a raiva subiu de novo.
‘Então quer dizer que ele estava genuinamente se divertindo enquanto me jogava no meio daquela monte de hienas?’
— Você me largou no meio daquela matilha de hienas e foi se divertir por aí, seu desgraçado ingrato…
— Mas todo mundo ficou feliz, não ficou?
Grayson sorriu e perguntou:
— Todos queriam te conhecer, eles queriam tirar fotos com você. Vão se lembrar de cada momento ao seu lado para o resto da vida.
Dane não conseguiu responder. Queria dizer que não era para tanto, mas as palavras não saíram. Ele apenas coçou a nuca, sem saber o que fazer, e vendo isso, Grayson falou baixinho:
— Todo mundo te ama.
Dane piscou, surpreso. Ao encontrar o olhar de Grayson, ele ouviu a voz dele novamente:
— Existem muitos tipos de amor no mundo. Não se resume só ao amor entre homem e mulher ou o amor dos pais.
Com voz serena, ele aconselhou:
— Tente sentir o carinho das pessoas que se importam com você. Aí você vai poder entender.
Os dois ficaram se encarando em silêncio. Mas, diferente de antes, era um silêncio de outro tipo. Não era tensão, nem constrangimento, nem um peso sufocante. Se fosse para definir, seria algo… quente.
Foi então que, com um som de ar escapando de um balão, seguido por um estrondo, ambos instintivamente ergueram o rosto para o céu.
— Começou a queima de fogos — disse Grayson.
O céu, tingido de vermelho pelo pôr do sol, agora se enchia de luzes coloridas. Pessoas pararam para admirar e soltar gritos de alegria. Dane continuou sentado no banco, olhando para cima. Os fogos estouravam em diferentes formas, iluminando o céu que se tornava gradativamente mais escuro. Ele ficou ali, hipnotizado, vendo os fogos explodirem em brilho.
Sentiu uma sensação morna brotar no peito. Esquecendo até da bebida que segurava, permaneceu olhando para o céu e relembrou tudo o que aconteceu naquele dia.
‘…Será?’
Pensou, de repente.
‘Talvez… talvez esse cara esteja certo.’
— Dane.
Quando chegou nesse pensamento, Grayson chamou seu nome. Foi um chamado tranquilo e suave, do tipo que parecia querer dizer: “Vamos para casa agora.”
— Vamos nos separar aqui.
Foi o que Grayson disse.
Os olhos de Dane, que estavam fixos no céu, se moveram lentamente para o lado. A luz dos fogos de artifício, que explodiam no céu, iluminaram o rosto de Grayson, tingindo seu perfil com cores vibrantes enquanto ele ainda olhava para cima.
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Continua…
Armyizhan
Como assim? Socorrooooooooooooooooo
Jujuba
É Pedra atrás de Pedra, tijolos atrás de tijolos, quando esses dois vai ser feliz?
Lee joobim
💔
Duda
pqp como que o capítulo me acaba nessa hora kkkkkkkkkkk
Leebit
Ahhhhhhhhhh 😭😭😭😭😭😭😭 Não aguento mais sofrer , o Grayson amadureceu tanto. Nunca que aquele Grayson do começo da Novel falaria isso.
Não quero mais o Grayson sofrendo, já chega, ele já pagou pelos pecados dele.
É pedir muito que ele apenas seja feliz ?
😭😭😭😭😭
Água viva
Está água viva acabou de morrer 😭💔
Hikari
Zig pelo amor do deus asamiiiiiii
Eu n aguento maisssssssss
Cristal
Eu entendo os traumas de Dane, porém não aguento mais vez o meu cachorrinho sofrer 🥺💔🥺💔🥺