Deseje-me se puder - Capítulo 173
Grayson pensou. Durante os últimos dias – ou melhor, muito antes disso – ele já vinha pressentindo a verdade que agora finalmente compreendia com toda clareza.
Dane Stryker, mais cedo ou mais tarde, arriscaria sua vida novamente.
‘Não importa quantas vezes eu ameace me matar. Não importa se alguém chorar, suplicar e implorar.’
Grayson pensou amargamente.
‘Dane ainda assim vai se atirar nas chamas, quantas vezes forem necessárias. De novo, e de novo, e de novo.’
Grayson mordeu com força o lábio inferior, ele sentia como se o peito estivesse em chamas. Essa dor provavelmente duraria para sempre enquanto ele amasse Dane, enquanto Dane continuasse a sacrificar sua vida sem hesitar diante de seus olhos.
‘O amor dele e o meu amor são muito diferentes.’
O amor de Dane era tão vasto e imenso que nunca poderia ser limitado a apenas uma pessoa, a Grayson.
No momento em que percebeu isso com clareza, só um pensamento tomou conta da sua mente.
‘Eu quero matá-lo.’
Aquele único desejo que sempre se repetia, agora consumia seu cérebro.
‘Se eu te matar… você será para sempre só meu.’
Grayson não conseguia pensar em mais nada além disso. Sim, isso era o certo. Era isso que ele deveria ter feito desde o início, ele estava errado todo esse tempo. Jamais deveria ter desejado a recuperação de Dane. Teria sido melhor se Dane tivesse morrido logo e então, ele também morreria junto. Assim, apenas ele, apenas Grayson, poderia possuir esse homem por completo.
‘Para que você nunca mais, nunca mais jogue a sua vida fora por mais ninguém diante dos meus olhos.’
Grayson estendeu a mão lentamente. O pescoço de Dane estava logo ali, ao alcance, não seria difícil apertá-lo. Pela manhã, a equipe médica viria checar o quarto e então encontrariam Grayson Miller deitado junto com Dane na cama.
Em paz… mergulhados no sono eterno.
Foi então que Dane abriu a boca.
— Quem está aí?
Num instante, Grayson sentiu todo o seu corpo congelar.
***
…?
Sentindo uma estranha presença, Dane despertou do sono. Havia algo ali, ele não estava sozinho. Percebendo a presença de outra pessoa, moveu a cabeça. Lentamente, virou-se para um lado, mas como era de se esperar, não conseguiu ver nada. Sentiu uma frustração esmagadora contra as bandagens espessas e o tapa-olho que cobriam seus olhos, então mordeu os lábios, sem poder fazer muito. Mesmo que pudesse enxergar, seu corpo ainda não estava bom o suficiente para se mover – não que isso fosse ajudar. Mas ainda seria melhor do que não saber de nada. O que era aquilo? Frustrado por não conseguir entender, Dane abriu a boca.
— Quem está aí? Tem alguém aí?
Sua própria voz ecoou pelo silêncio do quarto de hospital. Confuso, deitado ali, ele se perguntou por um momento:
‘Será que foi só impressão minha? Será que… na verdade estou sozinho aqui…?’
Se fosse o caso, que ridículo seria. Até dava vontade de rir só de imaginar, mas ele preferiria que fosse isso. Desejando ter se enganado, Dane levantou a mão com cuidado. Ele ainda não estava recuperado o suficiente para se levantar e andar, mas conseguia mover os braços e pernas enquanto estava deitado. Movendo a mão pelo ar, ele a levou para o lado, mas não encontrou nada.
‘Deve ter sido imaginação mesmo.’
Ele teve que admitir .
‘Um engano bobo.’
Mas, naquele exato momento, justo quando ele deveria ter aceitado sua própria estupidez, relaxado e voltado a dormir… sem se dar conta, ele abriu a boca.
— Grayson?
No mesmo momento, ele percebeu. O ar mudou – quase imperceptivelmente, mas mudou. Sem a visão, seus outros sentidos estavam mais aguçados. E seu corpo notou a mudança.
Sim. Ao som de sua voz suave, ele reagiu.
— Grayson? É você?
Dane perguntou novamente. O outro não respondeu, talvez fosse outra pessoa, essa possibilidade existia. Afinal, já fazia um bom tempo desde que Grayson apareceu naquele quarto de hospital. Por que ele tinha chamado por ele de repente? Nem o próprio Dane sabia.
— …?
De repente, ele sentiu uma presença. Desta vez, tinha certeza. O som de passos foi audível.
— Droga, quem é? Responde!
Dane gritou, desta vez com a voz ainda mais alta. No entanto, o outro continuou sem responder. O som dos passos acelerou e, logo em seguida, ouviu-se o som de uma porta se abrindo e fechando. Os passos desapareceram rapidamente e, num instante, tudo voltou à quietude, deixando Dane novamente envolto em silêncio.
***
— Parabéns!
— Parabéns, senhor Striker! Você passou por muita coisa.
— Bem-vindo de volta! Nosso herói, Dane Striker!
Sob as aclamações da equipe médica que comemorava sua alta, Dane não conseguiu esconder a vergonha e sorriu de forma desconcertada. Ainda precisava se apoiar em uma muleta de um dos lados, mas poder sair andando do hospital já era um avanço extraordinário. O hospital chegou a registrar o caso de Dane como um exemplo especial.
‘Se soubessem que foi por causa do vínculo com um ômega dominante, ficariam surpresos…’
Dane tinha uma vaga ideia de que devia a sua sobrevivência a Koy. Quando recuperou a consciência, algum tempo depois, ele percebeu de quem era a voz que o chamava enquanto ele estava completamente inconsciente. A certeza veio quando Koy voltou, ainda durante seu período crítico, para mais uma vez inundá-lo com feromônios.
Provavelmente, aquela cura só foi possível por causa da compatibilidade entre Ômegas dominantes. Ainda não se sabia o que aconteceria se fosse usado em alguém com uma constituição diferente. De todo modo, entre ômegas dominantes parecia ser possível derramar feromônios para maximizar a regeneração ou mesmo dividir um pouco da energia vital.
‘Preciso visitá-lo um dia para agradecer direito…’
Pensando nisso, Dane finalizou os trâmites de alta. Todos os custos médicos foram cobertos por Ashley Miller, então ele só precisou assinar os papéis de saída. Ashley havia dito: “É o preço justo por ter salvado meu filho.” Dane aceitou sem hesitar.
⟨Já que é assim, bem que ele podia me dar um carro novo também.⟩
Dane comentou de forma irônica. O secretário, que transmitira as palavras de Ashley, ficou visivelmente desconcertado, mas mesmo assim relatou o pedido ao chefe. Pouco tempo depois, retornou com uma expressão constrangida para dar a resposta:
⟨Não.⟩
‘Pão-duro miserável.’
Resmungando, Dane se moveu devagar. De qualquer forma, não estava em condições de dirigir, então teria que pegar um táxi. ‘Melhor ir buscar Darling primeiro…’ Ele estava mancando em direção à saída do hospital quando, inesperadamente, viu um homem esperando por ele na entrada.
— Oi, Dane.
Era Grayson Miller.
***
Dane parou lentamente, a brisa fresca da Califórnia passou por seu corpo. Enquanto ele ficava ali, apoiado na muleta, olhando para Grayson, o outro sorriu amplamente e estendeu um buquê de flores.
— Parabéns pela alta. É um presente.
O buquê de rosas vermelhas combinava perfeitamente com Grayson. Dane lançou um rápido olhar para as flores estendidas à sua frente e então abriu a boca:
— Não seria melhor você continuar segurando?
Ao dizer isso, ele indicou sua muleta com o olhar. Grayson, então, retirou a mão e respondeu prontamente:
— Então eu seguro para você. Para onde vamos agora?
Diante da pergunta feita com naturalidade, Dane disse em voz alta o que lhe veio à cabeça:
— Primeiro, preciso buscar Darling.
Pelo visto, Grayson seria o encarregado de levá-lo. Dane estava prestes a sugerir que fossem até a casa de Yeonwoo, mas Grayson se adiantou:
— Então vamos para minha casa.
— Sua casa?
Dane perguntou, encarando a nuca de Grayson, que caminhava à frente. O homem logo se virou e respondeu:
— A Darling está na minha casa. Yeonwoo não te contou?
— Não…
Dane piscou, confuso. Até então, a única forma de se comunicar com ele era através de telefonemas para o quarto do hospital ou visitas presenciais.
Provavelmente havia alguma razão inevitável para isso.
Pensando assim, Dane seguiu mancando atrás de Grayson. O outro havia estacionado o carro o mais próximo possível do prédio do hospital e, chegando lá, abriu a porta do passageiro, esperando por ele. Assim que Dane entrou, Grayson assumiu o volante e partiu sem dizer mais nada.
Com um suspiro, Dane fechou os olhos e recostou a cabeça. Mesmo tendo caminhado tão pouco, já sentia o corpo inteiro suado. Ficou ali sentado, recuperando o fôlego, e, quando a respiração finalmente estabilizou, algo lhe veio à mente.
‘Quem era o visitante naquele dia?’
Depois que o dia amanheceu, ele havia perguntado à equipe médica quem veio ao seu quarto, mas ninguém sabia de nada. Nem sequer tinham conhecimento de que alguém o havia visitado, então ele não pôde insistir mais. Conferir as câmeras de segurança seria uma opção, mas, como não havia ocorrido nenhum incidente específico, pedir isso pareceria exagerado. Assim, até o dia da alta, aquela dúvida permaneceu sem resposta.
Mas, por algum motivo, agora ele tinha uma sensação forte de que sabia.
Lançando um rápido olhar para o lado, Dane abriu a boca:
— Foi você, não foi?
°
°
Continua….
Duda
Kkkkkkk oh desgraça
•°Simp_Koynue°•
Pelo Amor de Deus, que não caia ladeira abaixo denovo!!!😭😭😭
Jujuba
que ele não venha com a ideia de cativeiro ou de homicídio pf
HuaCheng
O Grayson endoidou
Água viva
Grayson, se comporte!!!!!!? 😱😱 Tenho fé em você 🙏🏻🙏🏻