Deseje-me se puder - Capítulo 171
FALTA REVISAR!
Ashley foi o primeiro a entrar no quarto, Koy seguiu atrás, depois o diretor do hospital, o médico responsável e, por último, Grayson. Vendo Dane deitado com os olhos fechados, Koy falou com uma expressão cheia de preocupação:
— Ele não tinha recobrado a consciência antes…
— Estamos usando medicamentos para mantê-lo sedado — respondeu rapidamente o médico, percebendo a tensão no ar. — As lesões foram tão graves que a dor seria difícil de suportar. Por isso, estamos tentando mantê-lo sedado. Pretendemos continuar assim até que seu estado melhore.
— Entendo…
Os olhos de Koy se encheram de lágrimas ao ouvir a explicação.
‘Quanta dor ele deve estar sentindo… E mesmo assim, ele se machucou dessa forma para proteger os outros…’
Sentindo uma mistura de emoção e tristeza, Koy enxugou discretamente os olhos. Vendo aquilo, Ashley passou o braço ao redor dos ombros dele e o puxou gentilmente para perto, como se quisesse confortá-lo.
— E então, qual é a situação agora?
Ashley perguntou, olhando para Dane. O diretor do hospital trocou um olhar com o médico responsável, que logo começou a explicar:
— A recuperação está sendo rápida, considerando as circunstâncias. Como ele sofreu ferimentos por todo o corpo, o tratamento ainda levará bastante tempo, mas, comparando com a média, o progresso é bom. Se continuar nesse ritmo, em breve não precisaremos mais sedá-lo.
— E o estado de consciência? — Ashley pressionou. — Vocês verificaram quando ele acordou brevemente, não? Como está?
— Ah, sim. Ele está lúcido. Reconhece a si mesmo e se lembra perfeitamente do momento do acidente. Embora haja alguma confusão em pequenos momentos, esperamos que tudo volte ao normal conforme sua condição física melhore e ele deixe de receber a medicação.
Até aquele momento, Grayson não havia dito uma única palavra. Apenas continuou olhando fixamente para o homem coberto de ataduras à sua frente. Quando Ashley lançou um olhar discreto para o filho, viu que ele mantinha a mesma expressão tranquila, quase como uma máscara. Nesse instante, o médico hesitou brevemente antes de voltar a falar, com dificuldade:
— No entanto…— A voz baixa e hesitante do médico chamou a atenção de todos. Sentindo-se como um criminoso diante do tribunal, ele abriu a boca, nervosamente: — Ainda não é certo, mas… existe a possibilidade de que alguma sequela permaneça. Afinal, ele foi atingido por uma explosão… Só o fato de ter chegado até aqui com os quatro membros intactos já é praticamente um milagre…
— Sequela? O que quer dizer com isso? — Koy ficou pálido e levantou a voz. — Está dizendo que o corpo de Dane pode ter ficado comprometido de alguma forma?
Grayson também arregalou os olhos, fixando o médico.
— Seja claro — Ashley disse, com frieza.
O médico, suando frio, continuou:
— Bom, como eu disse, o Sr. Striker está sedado, então ainda não pudemos avaliar todas as funções do corpo dele completamente…
— Vá direto ao ponto.
Ashley cortou, irritado com a enrolação. O médico baixou a cabeça, constrangido e acrescentou.
— Ele… ele não apresenta resposta visual.
Ao ouvir isso, todos congelaram, um silêncio pesado se instalou, onde nem mesmo a respiração se fazia ouvir. Com a voz tensa, o médico prosseguiu:
— Não há resposta à luz ou a estímulos verbais. É possível que o nervo óptico tenha sido danificado pela explosão. Ainda precisamos fazer exames mais precisos para ter certeza, mas… se essa condição persistir… — Engolindo seco, o médico enfim declarou: — Ele pode ficar cego.
Dentro do quarto silencioso, apenas o som rítmico das máquinas ecoava de vez em quando. Ninguém disse uma palavra. Koy, com o rosto pálido como papel, olhava para Dane; Ashley, com o rosto tenso, mantinha os olhos fixos no médico. E Grayson, em pé aos pés da cama de Dane, tapou a boca com a mão trêmula. Seus olhos, arregalados, tremiam descontroladamente. De repente, Ashley sentiu o cheiro fraco do feromônio que vinha dele. O rosto de Grayson estava lívido, incapaz de desviar o olhar de Dane, mas Ashley viu claramente naquele momento:
As orelhas de Grayson tremendo levemente.
***
Mesmo depois de sair do hospital, Koy ficou muito tempo em silêncio. Ashley também estava mergulhado em pensamentos profundos, e assim os dois passaram a viagem no carro, sentados lado a lado, sem trocar uma única palavra.
Quem quebrou o silêncio primeiro foi Koy.
— Ash, preciso te dizer uma coisa.
— Pode falar.
Embora seus pensamentos tivessem sido interrompidos, Ashley respondeu prontamente, sem demonstrar irritação. Koy, com uma expressão decidida, olhou para ele e falou:
— Quero liberar meus feromônios sobre Dane mais uma vez.
Ashley apenas olhou para o rosto dele em silêncio. Depois de um momento, seus lábios se abriram lentamente, e uma voz cheia de ironia escapou:
— Dessa vez também é só um aviso?
— Me desculpa.
Em vez de negar, Koy pediu desculpas.Ashley sabia muito bem como ele era.
Depois de um momento de reflexão, Ashley soltou um suspiro curto. Na verdade, da última vez que Koy derramou feromônio sobre Dane, ele ficou doente durante dias. Teve febre alta, ficou extremamente fraco, dormiu o tempo todo e, por um período, mal conseguia sair da cama para caminhar.
E agora, ele queria passar por tudo aquilo de novo.
Ashley teve vontade de dizer que aquilo era um absurdo, mas a determinação de Koy era firme. Por um instante, pensou em simplesmente levá-lo à força e trancá-lo em algum lugar, mas logo desistiu da ideia. Se o obrigasse a desistir dessa maneira, Koy ficaria profundamente abatido. E Ashley não queria, de forma alguma, ver o parceiro decepcionado com ele.
‘Mas, mesmo assim…’
— Se você fizer isso de novo, pode acontecer algo muito sério.
Diante do aviso de Ashley, Koy balançou a cabeça com firmeza.
— Não, desta vez não vai ser tão difícil. Dane já recuperou a consciência. Eu só quero ajudá-lo na recuperação. — Ele pousou a mão sobre o dorso da mão de Ashley, como se tentasse tranquilizá-lo, e disse: — Eu não vou forçar meus limites. Ash, você é a pessoa mais importante do mundo para mim. Eu jamais faria algo que pudesse te machucar. Jamais.
Era verdade. Koy sempre, em todos os momentos, havia provado isso. Talvez já fosse hora de confiar nele.
Ashley ficou um tempo em silêncio, olhando para ele, até que finalmente falou:
— Se você desaparecer deste mundo, eu também desapareço.
— Eu sei.
Koy assentiu com a cabeça.
— Por isso, eu nunca vou me forçar além do que aguento. Acredita em mim.
Diante da súplica insistente, Ashley não pôde deixar de soltar um longo suspiro.
— Chame o Stewart para ficar de prontidão.
— Stewart? Por quê?
Koy perguntou, intrigado com a repentina menção, e Ashley respondeu de forma prática:
— Stewart é quem mais entende sobre feromônios. Se acontecer alguma coisa com você, ele pode agir rapidamente. Pelo menos o mínimo de segurança precisamos garantir.
— …Tá bom.
Koy assentiu com relutância. Revelar a natureza de Dane ainda o incomodava, mas não havia outra opção. Era, afinal, uma situação de emergência. Como se tivesse lido os pensamentos dele Ashley acrescentou:
— Os médicos têm a obrigação de manter o sigilo sobre seus pacientes. Ele não vai quebrar essa regra, então pode ficar tranquilo.
— Uhum.
Dessa vez, Koy assentiu com mais firmeza. Achou que o assunto estava encerrado, mas então Ashley falou de novo:
— E mais uma coisa…
***
Na manhã seguinte, como de costume, Grayson terminou de se arrumar e foi para o hospital. Assim que entrou no corredor, sentiu que havia algo estranho. Os médicos e enfermeiros se moviam de um lado para o outro com muito mais pressa do que o habitual.
‘O que está acontecendo? Será que houve algum problema…?’
Assim que esse pensamento lhe cruzou a mente, Grayson ficou em alerta. Com o rosto pálido, ele disparou em direção ao quarto de Dane, tomado por uma péssima sensação. E, como temia, vários membros da equipe médica entravam e saíam apressados do quarto.
— O que está acontecendo? Aconteceu alguma coisa com o Dane? Por que todo mundo está agindo assim?!
Ele agarrou um dos médicos que passavam e gritou desesperado. Mas o homem apenas afastou sua mão com irritação e saiu apressadamente. Grayson, com o rosto ainda mais pálido, olhou ao redor nervosamente e, sem perder mais tempo, correu para dentro do quarto.
Sua mente estava cheia de imagens terríveis: Imaginou Dane inconsciente de novo, o monitor cardíaco desenhando uma linha reta… médicos aplicando massagens cardíacas…
Quando já estava dominado pelo pior dos cenários, conseguiu ver por entre a movimentação frenética dos médicos. Lá estava Dane Stryker, deitado, ainda com o corpo coberto de ataduras. Mas ele não estava inconsciente. O monitor cardíaco mostrava sinais estáveis e os médicos, embora se movessem com rapidez, não estavam realizando nenhuma reanimação; apenas conferiam os ferimentos e monitoravam seu estado.
Grayson, que avançou rapidamente, de repente parou. Ficou completamente imóvel. A princípio, Dane parecia igual a antes… mas havia uma diferença clara.
Seus olhos estavam abertos.
As pálpebras se moviam lentamente, mas não havia dúvida: ele tinha recobrado totalmente a consciência. Grayson ficou parado, encarando o homem. Seu coração batia tão forte que parecia prestes a explodir.
‘Será que… será que é verdade…?’
Devagar, Dane virou a cabeça. E, finalmente, seus olhares se encontraram.
‘…Não pode ser…’
No momento em que Grayson mal conseguia processar o que via, Dane abriu a boca. Entre seus lábios ressecados, saiu uma voz rouca e rachada:
— O que você está fazendo aí parado, cachorrinho?
Os lábios de Dane se curvaram levemente em um sorriso. E, naquele momento, Grayson sentiu o coração despencar no peito, tamanha a emoção, ele quase caiu de joelhos.
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Continua…
Leebit
Ahhhhhhhhhhhh eu tô chorando 😭😭😭😭😭😭😭
Maria Jacqueline Rodrigues
Pô meo, aí tu me quebra, dona Zig 🥹
Meu coraçãozinho peludo não tá acostumado com todo esse drama 🤧
Tenho pra mim, que o Gray vai se derramar em lágrimas no próximo capítulo. Se acontecer, até pedra vai chorar 😭
•°Simp_Koynue°•
Ai que boooom! 🤧😭😭😭💖
Quase chorei