Deseje-me se puder - Capítulo 168

«O heroi, “o bombeiro Dane Stryker.”»

«Na noite passada, houve uma situação crítica em que uma vila quase foi soterrada após a explosão de uma bomba colocada por terroristas. E a única pessoa que evitou essa tragédia foi justamente Dane Stryker. Como bombeiro e ex-militar, ele possui habilidades excepcionais em desarmar bombas, tendo sido condecorado várias vezes por suas ações no passado. Ele é, sem dúvida, um verdadeiro herói ao nosso lado, sempre correndo em direção ao perigo»

«Esta é exatamente a montanha onde a explosão ocorreu. Inicialmente, devido a informações falsas passadas pelos terroristas, o local de detonação foi identificado erroneamente, o que quase resultou em um número catastrófico de vítimas. Foi um momento crítico, mas graças à astúcia de Dane Striker, muitas das bombas foram desativadas. Ele conseguiu evitar um deslizamento que soterraria a vila inteira, mas, infelizmente, algumas bombas detonaram, e ele foi atingido pela explosão. Agora, encontra-se em estado grave.»

Ao receberem a notícia, as pessoas enviaram inúmeras mensagens de apoio e orações por sua recuperação. Velas foram acesas em vigílias, pedindo por seu despertar…

Os jornais só falavam de Dane Stryker. Todos estavam comovidos com sua coragem e dedicação, e as doações não paravam de chegar. O hospital se enchia diariamente de flores e cartões, e as vigílias aconteciam todos os fins de semana. No entanto, mesmo após vários dias, Dane ainda não recuperou a consciência. Coberto de ataduras, ele apenas respirava com a ajuda de aparelhos. Desde o momento em que foi encontrado até sair da sala de cirurgia, ele precisou passar por reanimação duas vezes – e mesmo depois disso, ainda enfrentou outras várias crises críticas.

Especialistas que chegaram depois ao local da explosão constataram que os explosivos haviam sido programados para uma detonação em duas fases, justamente como medida de segurança dos terroristas. Dane teria desarmado o primeiro conjunto e, durante a tentativa de desarmar o segundo, a explosão ocorreu.

Mas foi aí que o milagre aconteceu. O deus que os fanáticos diziam estar ao lado deles, na verdade estava ao lado de Dane. No último momento, ele encontrou um detonador oculto – um segundo dispositivo que ninguém esperava.

[Ele provavelmente pensou que morreria de qualquer forma: fosse ao mexer errado no detonador, ou ficando parado e esperando a explosão. Então fez aquela escolha. Que decisão corajosa e altruísta…]

Até mesmo o especialista entrevistado parecia emocionado, com a voz trêmula. Graças à ação de Dane, a maior explosão foi evitada. Ainda assim, algumas bombas acabaram detonando, o que causou o desabamento parcial da montanha, ferindo gravemente o homem. No entanto, o deslizamento devastador que se temia não aconteceu.

Tudo graças a Dane, que não desistiu até o último momento.

Quando essa história foi divulgada, o povo reagiu com ainda mais fervor. Falaram em criar uma fundação com o nome de Dane, sugeriram canonizá-lo, e até uma escola anunciou planos de construir um prédio com seu nome. Todo o país parecia mobilizado.

Mas mesmo em meio a essa comoção, Dane ainda não havia despertado.

***

Bip. Bip. Bip. Bip…

O aparelho emitia sons regulares, desenhando uma linha constante no monitor. Do outro lado da parede de vidro, Grayson Miller observava o homem lá dentro com uma expressão vazia.

Envolto em bandagens, sem qualquer reação, o homem estava conectado a vários aparelhos e soros. Se não fosse pelos pequenos picos no gráfico do monitor, alguém poderia pensar que ele já estava morto.

Grayson, com seu braço engessado e curativos espalhados pelo corpo, visitava o quarto de Dane todos os dias.

Inicialmente, ele havia sido levado a um hospital diferente de Dane, devido à sua condição biológica, foi transferido para um hospital que pudesse trabalhar em conjunto com o médico Stewart. No entanto, assim que recobrou a consciência e descobriu que estava separado do homem, entrou em completo desespero.

⟨Onde está o Dane?! Quero ir para onde ele está! O que aconteceu com ele?!⟩

Foram necessárias várias doses de sedativos para acalmá-lo e finalmente concluir seu tratamento. A única vantagem era que, graças à sua constituição, sua recuperação foi extremamente rápida.

Depois de provocar vários episódios quase convulsivos e de perder a consciência repetidas vezes após tomar injeções, ele finalmente recebeu autorização para ser transferido, por decisão do médico responsável, Stewart. Só então foi levado para o hospital onde Dane estava internado. E foi assim que chegaram à situação atual.

Do lado de fora do hospital, algumas pessoas ainda deixavam flores e faziam orações. Todos pediam pela recuperação de Dane A cena sempre enchia Grayson de um sentimento de repulsa.

‘O que diabos eles acham que estão fazendo?’

Ele simplesmente não conseguia entender. Por que Dane estava ali, deitado daquele jeito? Quem eram aquelas pessoas? Por que ele tinha que se sacrificar, arriscando a própria vida desse jeito? Por quê, por aquelas pessoas que ele nem conhecia? O mundo estava cheio de gente inútil, por que Dane tinha que ser o herói?

⟨Ele não podia simplesmente deixar todas aquelas pessoas lá embaixo morrerem!⟩

‘Por que não?’

Grayson cerrou os dentes, lembrando das palavras de Joshua.

‘Por que não? Por que Dane tinha que fazer tudo isso? Por que ele teve que chegar a esse ponto, ficar todo machucado assim, por quê?’

⟨Ele sempre é o primeiro a se jogar na frente perigo, e nunca escuta ninguém!⟩

As palavras voltaram à sua mente mais uma vez, e Grayson xingou, cobrindo o rosto com uma das mãos. ‘Eu sei, sei muito bem’. Esse era Dane Stryker. Mesmo naquele estado, ele não se arrependeria. Isso aconteceria de novo. E de novo. E de novo. Ele continuaria se jogando na frente do perigo sem pensar duas vezes, e Grayson… ele sempre ficaria assim, toda vez…

Ele não conseguia conter a fúria que borbulhava dentro do peito. Por fim, com o rosto afundado nas mãos, deixou escapar um gemido abafado e preso na garganta.

***

— E Dane Stryker ainda está…?

Ashley Miller, sentado em sua sala conferindo documentos, fez a pergunta. A secretária respondeu com um “Sim, senhor”. E continuou:

— O estado dele é crítico… Já é um milagre ele ter resistido até agora. Ele tem uma constituição forte, mas… na verdade… ninguém sabe quanto tempo ainda…

Ela hesitou, como se não soubesse como continuar. Ashley ficou pensativo, com uma expressão séria no rosto. Ela tinha razão, era um milagre Dane ainda estar vivo. Ele também tinha visto o estado dele. Nunca tinha visto alguém em tal estado. Se os aparelhos fossem desligados, ele poderia morrer a qualquer momento…

Um calafrio percorreu sua espinha, e seu rosto perdeu a cor.

‘E o Grayson?’

Se ele realmente estivesse sentindo algo – e se esse algo fosse por Dane Stryker – Ashley não queria imaginar o que aconteceria. O pai dele, Dominic, também passou por isso, e se Ashley estivesse na mesma situação… faria exatamente a mesma escolha.

‘Suicídio.’

Sem perceber, amassou os documentos que segurava com força. Foi então que o telefone tocou. Ele apertou o botão, e a voz de outra secretária soou de imediato:

[Senhor Miller, o senhor Niles está aqui para vê-lo.]

A secretária que estava do outro lado da mesa rapidamente se afastou. Logo em seguida, a porta se abriu e Koy entrou. A secretária fez uma breve reverência e saiu discretamente.

— Koy.

— Ash.

Ashley contornou a mesa, chamou-o pelo nome e o puxou para um abraço. Koy também o abraçou e, ao erguer o rosto, Ashley imediatamente o beijou nos lábios. Sentiu o gosto doce da saliva dele e logo afundou o rosto em seu pescoço, inspirando profundamente. O aroma dos feromônios de Koi o envolveu, e a ansiedade dentro do Alfa começou, enfim, a se dissipar.

— Desculpe te atrapalhar durante o trabalho.

— Tudo bem. Aconteceu alguma coisa?

Quando Koy se desculpou, Ashley imediatamente negou com a cabeça e perguntou, ainda absorvendo seu aroma, então falou com cautela:

— E… o Dane… como ele está? Ainda está daquele jeito…?

Diante da voz carregada de preocupação, Ashley assentiu com um leve movimento de cabeça.

— Mas ele está resistindo.

— Entendo…

Koy murmurou, hesitando por um momento. Como já haviam passado por situações assim antes, Ashley percebeu seu comportamento imediatamente.

— Se tem algo para dizer, diga.

— É que… bom…

Perguntar sobre o estado de Dane era algo que ele poderia fazer em casa ou no dia anterior. Se Koy veio até ali pessoalmente, havia um motivo. Ashley estava justamente pensando nisso quando Koy finalmente falou:

— Tem uma coisa que eu queria a sua permissão para tentar. — E então, com um tom mais firme do que o habitual, ele acrescentou: — Não, na verdade… mesmo que você não permita, eu vou fazer. Eu vim aqui para te avisar.

Ashley, que estava imóvel até então, levantou lentamente a cabeça. Seus traços haviam se tornado gelados, e Koy engoliu seco ao se deparar com aquela expressão. Ele sabia muito bem quantas emoções deviam estar fervilhando por trás daquela expressão fechada. Mas ainda assim, precisava fazer, era algo que só ele podia fazer.

— …O que você pretende fazer?

Diante da voz baixa e controlada de Ashley, Koy finalmente revelou:

— Eu quero usar meus feromônios no Dane.

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Continua…