Deseje-me se puder - Capítulo 164
Bum!
O chão tremeu novamente. Dessa vez, a vibração veio de um ponto ainda mais próximo. Dane analisou com atenção os pontos de explosão que ocorreram, tentando entender o padrão de movimentação. Cético, esperou, torcendo para que seu palpite estivesse errado – mas então, uma série de explosões aconteceram em sequência.
— Droga!
Dane soltou um palavrão entre os dentes.
‘Esses malditos fanáticos, dizem que acreditam em Deus e fazem uma merda dessas?’
A raiva borbulhava dentro dele, mas antes de tudo, ele precisava tirar os outros dali com vida.
— Merda.
Dane rosnou, apontando a arma e atirando no homem que apareceu à distância. O sujeito caiu no mesmo instante, e Grayson passou por ele sem hesitar, como um cavalo de corrida determinado, sem desviar um centímetro do caminho.
‘Ótimo’, pensou Dane, observando a nuca do loiro que corria à frente.
‘Será que Josh já percebeu o que está acontecendo?’
Quando os dois tiveram o mesmo estalo há pouco, Dane teve a impressão de que Joshua também havia previsto o que estava acontecendo. Mas talvez ele não tenha dito nada por achar que era preocupação excessiva. Dane também teria feito o mesmo.
‘Droga… nunca imaginei que esses loucos fossem tão longe.’
Se as explosões continuassem, até a montanha mais sólida começaria a desmoronar. Talvez as rachaduras já tivessem começado. Se ocorressem mais três explosões como aquelas… então…
— Josh!
Ao gritar de repente, o homem à frente olhou rapidamente para trás. Foi só um breve movimento dos olhos, mas Dane ignorou e continuou gritando:
— O que está acontecendo? E os idiotas ex-funcionários do DMV? Onde eles estão?
Joshua tentou verificar o relógio no pulso enquanto corria. No mesmo instante, o chão voltou a tremer, e Grayson, que corria mais à frente, tropeçou.
— Grayson!
Dane gritou ao ver o homem desaparecer do seu campo de visão em um piscar de olhos. Ele e Joshua correram a toda velocidade, até alcançar Grayson, que estava caído no chão, ofegante.
— Ele está sangrando muito.
— Está muito ferido.
— respondeu Joshua com firmeza.
Dane respondeu brevemente as palavras de Joshua que tentava se conectar com a “equipe”, então se abaixou e ajudou Grayson a se sentar. O homem respirava com dificuldade, com os ombros subindo e descendo. Ainda assim, olhou para Dane e esboçou um leve sorriso.
— Eu tropecei.
— Eu sei.
Ele disse com um tom diferente como sempre.
— Descanse um pouco. A equipe enviada por Ashley Miller deve chegar logo.
Surpreendentemente, Grayson não soltou nenhuma das suas costumeiras bobagens. Apenas sorriu, já sem força. Talvez fosse até melhor se tivesse falado alguma besteira. Dane se sentia cada vez mais inquieto e levantou-se de repente.
— A situação não é nada boa.
Assim que Dane ficou de pé, Joshua começou a falar:
— Quer ouvir a boa notícia primeiro ou a ruim?
— Qualquer uma, fala logo.
Com a urgência na voz de Dane, Joshua soltou um suspiro curto e falou quase na mesma velocidade dele:
— Primeiro, a boa: parece que os caras que estavam fugindo deram de cara com a equipe que vinha subindo. Eles deram conta de todos. A maioria morreu, mas deixaram dois vivos.
— E a ruim?
— O deslizamento bloqueou o caminho, a equipe não consegue subir. Nós teremos que descer com ele.
— Mas que porra!
Dane xingou sem piedade, enquanto chutava o chão. Joshua apenas observou em silêncio enquanto ele passava a mão pelos cabelos desgrenhados, parecendo nervoso.
— E as bombas?
Dane perguntou de repente, pousando uma mão na testa.
— O que aconteceu com as bombas? A equipe de resgate sabe algo sobre isso?
— Sabem.
Joshua respondeu sem demonstrar nem um pouco de surpresa.
— Parece que eles arrancaram a informação dos que foram capturados. Chamaram a equipe antibombas, e eles estão a caminho. É por isso que eles não podem vir até nós – precisam abrir caminho para os especialistas chegarem ao local.
Isso significava que cabia a eles levar Grayson para baixo. Não havia outro jeito. Os ferimentos eram sérios, mas ele aguentaria até descer a montanha?
— A ambulância está esperando lá embaixo, certo?
— Claro.
Dane acenou com a cabeça ao ouvir a resposta imediata de Joshua e murmurou:
— A equipe de desarmamento precisa chegar rápido…
De repente, ele parou. Algo estava errado.
— Eles realmente confessaram a localização da última bomba? Assim, de boa?
‘Foi rápido demais, muito fácil’
O pensamento surgiu em sua mente, carregado de inquietação. Considerando a determinação daqueles caras, que arriscaram a vida para impedi-los, era difícil acreditar que simplesmente desistiram e entregaram tudo de bandeja só porque foram capturados.
— Onde está a bomba? Pergunta pra eles, rápido!
Com o grito aflito de Dane, Joshua entrou em contato com a equipe novamente. Assim que ouviu as coordenadas, Dane visualizou mentalmente o local e ficou imediatamente pálido.
— …Não.
Ele gritou com voz rouca:
— Não é lá, seus idiotas! É do outro lado!
Apesar de ter gritado com toda a força dos pulmões, a única coisa que se ouviu do outro lado foi apenas um ruído de interferência. O relógio-comunicador devia estar com defeito ou havia interferência no sinal. Joshua, ao perceber que a comunicação havia sido cortada, também empalideceu e olhou para Dane, em choque.
— Não é lá? Então aqueles desgraçados disseram isso de propósito?
— Sim, está tudo errado. Malditos, filhos da puta!
Dane agarrou a própria cabeça e soltou uma torrente de palavrões.
‘Isso é uma merda, a coisa só piora. O que podemos fazer agora? O tempo está se esgotando.’
Joshua repetia, atordoado, como se estivesse em transe:
— Vai acontecer um deslizamento.
— Eu sei.
Assim que Dane resmungou, Joshua completou, urgente:
— A vila inteira lá embaixo será soterrada. Temos que impedir isso.
— Eu já disse que sei!
Dane respondeu outra vez. Joshua estava certo. Se aquela bomba também explodisse, o solo não aguentaria. Rochas e terra desabariam, enterrando a vila. Não havia tempo para hesitação.
— Você desce com ele.
— O quê? E você?
Joshua perguntou, surpreso. Dane respondeu sem vacilar:
— Eu vou ficar.
Quando Joshua, ainda chocado, tentou dizer algo, Dane falou antes:
— Eu tenho que desarmar a bomba que sobrou. Você cuida do Grayson. A bomba fica por minha conta.
— Não fala besteira. Como é que você vai fazer isso sozinho…?
Joshua contestou de imediato, mas Dane não voltou atrás.
— Eu consigo. Você sabe do que eu sou capaz.
Isso, ele não podia negar. Joshua já tinha visto Dane em ação várias vezes durante o tempo que passaram no exército. Mesmo assim, ainda hesitou. Foi então que Dane falou com frieza, como se desse uma ordem:
— Pensa no que você faria se ainda estivéssemos no exército, Joshua Bailey.
Joshua parou e ficou tenso. Nesse caso, a resposta era óbvia, mas, mesmo assim…
— Essa é a única maneira?
A pergunta saiu como um suspiro apertado. Dane rebateu sem hesitar:
— Você prefere deixar aquelas pessoas morrerem?
Joshua esfregou os olhos com uma das mãos, como se o peso da decisão lhe causasse dor de cabeça. Percebendo isso, Dane suavizou um pouco o tom.
— Pode ser que eu esteja errado. Se aqueles desgraçados por acaso resolveram ser bonzinhos e falaram a verdade, a equipe antibombas vai desarmar a bomba do outro lado, e não vai ter nada onde eu suspeito que está. A chance é cinquenta por cento.
Dane deu um leve tapinha no braço de Joshua, como quem diz “vai dar certo”. Mas ainda restava um problema.
— E aquele idiota ali? Ele nunca vai ouvir uma palavra do que eu disser.
Joshua lançou um olhar para trás, e Dane respondeu de imediato:
— Deixa ele comigo.
Mal as palavras saíram de sua boca, Grayson apareceu e parou diante deles.
— O que foi? Do que vocês estão falando?
— Nada importante.
Dane respondeu com naturalidade, passando os olhos por Grayson de cima a baixo.
— Você parece um pouco melhor.
— É só preciso descansar um pouco para ficar bom logo.
Grayson sorriu abertamente, como se nada estivesse acontecendo – apesar de estar coberto de sangue dos pés à cabeça. Por dentro, Dane rangeu os dentes, mas não disse nada. Ele apenas olhou para Joshua.
— Vá.
Ele fez um leve gesto com o queixo, vendo isso Grayson piscou, confuso.
— Hã…? O quê? Por quê?
Olhando de um para o outro, Grayson perguntou, e Dane explicou:
— Você vai com o Josh. Desçam primeiro.
— E você?
A pergunta veio imediatamente. Dane respondeu com calma:
— Lembra o que eu disse antes? Os bombeiros são os últimos a sair. Vai, anda logo.
— O que é que você está planejando?
A voz de Grayson ficou afiada. Ele estava exausto, perdendo sangue e com o corpo todo dolorido, mas talvez por isso mesmo, seus sentidos estavam mais aguçados do que nunca.
‘Dane está escondendo alguma coisa.’
Seu instinto dizia que algo estava errado. Não podia confiar em Dane agora.
— Você vai primeiro, depois o Josh, e eu vou por último.
A voz de Grayson foi firme. Ele não se moveria um milímetro daquela posição. Vendo aquilo, Dane franziu o cenho, apertando os olhos.
‘Esse cachorro teimoso…’
Dane soltou um suspiro curto, irritado, e então falou, como quem já perdeu a paciência:
— Se você não for agora…
Nesse instante, Joshua interveio.
— Já vou avisando de antemão: mesmo que esse desgraçado morra, eu não vou transar com você. Nunca.
‘Seu idiota…’
Dane arregalou os olhos furiosamente, mas Joshua nem pestanejou. Quando começou a sentir a dor de cabeça chegar, diante dos dois idiotas que se recusavam a escutar o que ele dizia, Grayson foi quem quebrou o silêncio.
— Não sei o que você está pensando, mas eu não vou sozinho. Nunca. —Em seguida, ele acrescentou com firmeza: — Eu já te disse, não disse? Se você morrer, eu também morro.
Diante dessas palavras, Dane hesitou. Por um instante, o único som que pairou entre eles foi o sibilo cortante do vento da noite.
‘Não seja teimoso à toa.’
Ele claramente queria dizer isso. Queria perguntar se Grayson tinha noção da gravidade da situação, quantas vidas poderiam ser perdidas por causa dele, o que ele achava que estava fazendo…
Milhares de palavras passaram por sua mente, mas nenhuma delas saiu de sua boca. Dane apenas mexeu os lábios sem emitir som algum e, no fim, limitou-se a encarar Grayson em silêncio. Por um breve momento, uma enxurrada de lembranças passaram diante de seus olhos.
…Tantas lembranças.
— Ah…
Dane soltou um suspiro curto e esboçou um sorriso amargo.
— Eu sei, seu idiota.
De repente, pareceu que seus olhos ficaram úmidos. Grayson olhou para ele, surpreso. Dane estendeu a mão, seus dedos envolveram a nuca do Alfa e o puxaram para mais perto. Grayson, como se estivesse enfeitiçado, inclinou-se sem resistência. Quando seus lábios tocaram os de Dane, ele simplesmente fechou os olhos. Um arrepio bom percorreu seu corpo com a sensação suave e fria daquele beijo.
‘Ah, esse cheiro…’
Com o coração acelerado, ele teve um vislumbre em sua mente.
‘O feromônio de Dane…’
Foi nesse instante que, de repente, sua mente se apagou por completo. Sua visão ficou turva num piscar de olhos, e sua consciência tornou-se difusa. Já havia passado por isso antes, aquela era a terceira vez. Dane havia liberado uma onda de feromônios de uma só vez, fazendo-o desmaiar.
°
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Continua..
Duda
Desgraçaaaaaa.
ILARIA
se acontecer alguma coisa ruim com o meu gostoso não vai dar certo 😡😡
Água viva
Chorando 😭 💔 por favor que o próximo cap saia logo
•°Simp_Koynue°•
CARAMBAAAAAA
Acontece uma coisa boa pra depois descer ladeira abaixo denovo😭😭😭
Hikari
Se algo acontece com o dane eu nao vou aguentar
Aaaaaaaaaaaa
Jujuba
É sério isso??? Tipo espero q ele volte inteiro
Klein moretti
Foi falar um desfecho bom, o dane perde a memória em consequência do desabamento, e o Grayson fica com ele na casa dele para recuperar as memórias, e nesse tempo juntos o dane começa a gostar do Grayson (mais ainda) recuperar a memória e perceber já gostava dele a tempos
Duda
Ficou bem melhor desse jeito
Leebit
Achei melhor a atualização, teve beijo, na outra não tinha