Deseje-me se puder - Capítulo 156
FALTA REVISAR!
〈Por enquanto, vou ficar aqui.〉
Deitado na escuridão, Dane relembrou as palavras que Joshua havia dito antes de partir.
〈Se acontecer qualquer coisa, me avise. Eu vou investigar os arredores daquele desgraçado primeiro.〉
Ou seja, Joshua pretendia observar Grayson até ter certeza de que não havia nada suspeito. Mesmo após essa conversa, Joshua ainda não parecia confiar totalmente em Dane.
‘Maldito seja, esse porra é desnecessariamente perspicaz.’
— Tsk.
Dane estalou a língua, irritado, e ao sentir Darling se remexer em seus braços, deu leves tapinhas em seu corpinho. Ouvindo a respiração profunda da gata adormecendo novamente, ele voltou aos seus pensamentos. De qualquer forma, não demoraria muito. Se algo estivesse realmente para acontecer, já teria acontecido há tempos.
Mesmo pensando assim, algo continuava a incomodá-lo. O que era, afinal?
Suspirando fundo, ele tentou forçar o sono.
‘…Falando nisso.’
De repente, ele se lembrou da dúvida que lhe surgiu pouco antes de Joshua aparecer.
‘Como é que Ezra sabia? Que Grayson tinha sofrido um atentado aqui.’
Dane não fazia ideia. Tentou ignorar como se não tivesse importância, sua mente só ficava mais alerta, e antes que percebesse, já era dia.
***
— Oi, Dane.
— Oi.
Levantando brevemente a mão em resposta ao cumprimento dos colegas, Dane atravessou o vestiário a passos largos e foi até seu armário. Enquanto trocava de roupa para o uniforme de trabalho quando a porta se abriu e alguém entrou.
— Ah, Ezra.
— Oi.
Pelo breve diálogo, Dane já sabia quem era. Seus movimentos ao tirar o uniforme foram ficando cada vez mais lentos.
— Ah… oi?
Ezra deu a volta nos armários e, ao ver Dane, foi ele quem o cumprimentou primeiro. O rosto visivelmente abatido exibia uma barba por fazer e olheiras profundas. O homem parecia não ter dormido nem um segundo – seus olhos estavam quase tão vermelhos quanto os de Dane que, em silêncio, ficou observando aquele rosto por alguns segundos antes de falar.
— …Você parece cansado.
— Hã? Ah, é… não… não consegui dormir direito.
Surpreso com o comentário de Dane, Ezra se atrapalhou um pouco, soltando um riso nervoso. Essa reação estranha… talvez estivesse vendo coisas porque já estava desconfiando dele? Pensando nisso, Dane decidiu ir direto ao ponto.
— Ezra, tem uma coisa que eu fiquei pensando e não consigo entender.
— O quê?
Ezra respondeu distraidamente enquanto abria o armário. Dane o fitou diretamente e perguntou:
— Como você sabia que o lugar onde o Grayson sofreu o atentado era o estacionamento do hotel onde eu estava hospedado?
Naquele instante, os movimentos de Ezra pararam.
De repente, um silêncio gélido pairou no ar. O som distante dos outros homens rindo e conversando parecia vir de longe. Dane permaneceu imóvel, esperando a reação de Ezra, que estava escondido atrás da porta aberta do armário. Um segundo, dois segundos, três segundos. Foram apenas instantes, mas pareceram uma eternidade. Então, Ezra finalmente colocou o rosto para fora da porta.
— Ué? Não foi você que contou?
Com um sorriso casual no rosto, Ezra respondeu. Dane negou com a cabeça.
— Não, eu não falei nada.
— Sério? Então deve ter sido o Grayson quem mencionou.
Ezra respondeu com naturalidade, desviando a conversa com habilidade. Assobiando baixinho, ele continuou trocando de roupa, enquanto Dane apenas o observava em silêncio. A sensação de estranheza permanecia, mas ele não tinha mais justificativa para continuar pressionando. No fim, ele simplesmente parou de perguntar, vestiu o uniforme e saiu do vestiário.
Somente depois que viu Dane passar por ele e deixar o lugar, Ezra conseguiu finalmente soltar a respiração que vinha prendendo. Com o coração batendo forte, ele precisou respirar fundo várias vezes para se acalmar.
***
— Mais para cima! MAIS PARA CIMA!
As chamas ardentes ameaçavam consumir tudo, como se fossem engolir seus corpos por completo. Com o rosto coberto de cinzas e poeira, Deandre gritou novamente com Ezra.
— Ezra, está baixo! Joga a água mais para cima, caralho!
Mesmo gritando repetidas vezes, a altura do jato d’água não mudava. Ele acabou perdendo a paciência e soltou um palavrão.
— Ezra, porra! Eu disse pra levantar mais essa mangueira!
Incapaz de aguentar por mais tempo, Deandre correu até Ezra e berrou:
— Eu tô mandando jogar mais alto! Tá surdo porra? A água nem tá alcançando o fogo!
— CALA A BOCA, SEU FILHO DA PUTA!
De repente, Ezra gritou de volta, com força. Deandre ficou paralisado, surpreso, e os outros ao redor também se viraram, assustados. Mas Ezra não pareceu se importar, e empurrou Deandre com agressividade, xingando mais uma vez.
— Sai da porra do caminho! Some da minha frente!
Deandre recuou, sem jeito, piscando várias vezes como se não estivesse entendendo nada. Olhou em volta, como quem perguntava em silêncio o que estava acontecendo, mas os outros pareciam tão confusos quanto ele. Foi então que Dane, que estava por perto, percebeu a situação e se aproximou a passos firmes. Deandre ficou parado, sem reação, quando, sem dizer uma palavra, Dane agarrou o braço de Ezra e levantou-o. A água da mangueira finalmente alcançou as chamas, subindo com força.
— Mas que… porra…
Ezra murmurou um palavrão, girando o rosto com uma expressão de raiva – mas se assustou ao ver que era Dane. O homem apenas o encarava com uma expressão impassível. Surpreendentemente, Ezra, diferente do que havia feito com Deandre, desviou o olhar e obedientemente ajustou a mangueira, direcionando a água para o fogo. Dane deu dois tapinhas em seu ombro como se dissesse “agora sim” e retornou calmamente para seu posto. Deandre observou toda a cena, completamente atônito.
***
— O Ezra não tá meio estranho?
Depois de finalmente controlarem o incêndio e conseguirem uma breve pausa, os colegas se reuniram em pequenos grupos e começaram a cochichar. A pergunta foi feita enquanto olhavam para Ezra, que, de longe, organizava os equipamentos. Um dos outros assentiu, concordando.
— Ele tá meio estranho esses dias, né? Ficou sensível demais.
— Também, dá pra entender. A esposa dele tá doente, como é que ele ia estar normal? Nem tem se barbeado direito, e anda sempre com aquele olhar perdido.
Alguém tentou trazer uma visão mais compreensiva. Mas Deandre respondeu logo em seguida, sem aceitar.
— Mesmo assim! Vocês não viram o Ezra gritando comigo mais cedo? Xingando? O Ezra, cara! Aquele Ezra!
Todos ficaram em silêncio, trocando olhares desconfortáveis. Deandre, incapaz de conter a frustração, continuou:
— E não foi só isso! Comigo ele gritou, me xingou e empurrou… mas com o Dane, ele não teve coragem de dizer uma palavra! Por quê, hein? Hein?!
Ele gesticulou furioso.
— Isso é injusto!
— Tá, tá… você tem razão.
Os outros tentaram acalmá-lo. Na verdade, todos estavam sentindo a mesma coisa. Nos últimos dias, Ezra estava mesmo diferente. Qualquer barulho o fazia se assustar, e ele parecia visivelmente nervoso o tempo todo. E agora, até gritos e xingamentos? Era estranho demais, ainda mais vindo de Ezra – alguém calmo, conhecido entre os colegas como o pacificador da corporação, ele raramente se irritava com algo.
— Ele sempre foi um cara família, e agora com a Sandra doente e os filhos pra cuidar… É natural que esteja no limite.
Enquanto todos ainda estavam confusos com o ocorrido, alguém se manifestou em defesa de Ezra, e logo outro colega concordou.
— É, faz sentido. A gente devia tentar entender o lado dele.
— Verdade. Imagina o quanto ele está sofrendo. Da última vez, ele estava todo preocupado com as contas do hospital. Deve estar enfrentando um monte de coisa.
— Ele também gritou comigo. Foi por causa de uma piadinha idiota, e do nada começou a berrar e xingar… achei que fosse me bater.
— Essa coisa dele se controlar só com o Dane… eu também notei. Mas sei lá, deve ter sido coincidência.
— O Dane também não parece legal ultimamente. Pode ser por isso.
— Ele tá estranho mesmo. Parece que nem anda saindo pra se divertir.
— Bom, no fim das contas, quem está mais sofrendo com tudo isso é o Ezra.
Os colegas, que também estavam balançados pela situação, acabaram concordando e olharam de longe para Ezra com expressões de pena. Deandre, que tinha sido o mais afetado diretamente, ficou com um sentimento de injustiça, mas não podia continuar atacando alguém que claramente estava em uma situação difícil. No final, soltou um resmungo irritado e virou as costas.
***
‘O que é isso? O que há com esse cara…’
Enquanto colocava os equipamentos usados de volta no caminhão, Dane franziu a testa ao perceber alguém em seu campo de visão. Ezra estava por perto, organizando as coisas com um semblante sério. Seu rosto parecia abatido, como se estivesse perdido em pensamentos ou pesares. Dado o contexto, era compreensível que estivesse assim.
O problema era o comportamento.
Dane também havia percebido que algo estava estranho com Ezra. Ele andava irritado, arrumava confusão com qualquer um… Mas o mais esquisito era que com ele, com Dane, o comportamento era outro.
Aquilo que tinha acontecido mais cedo era um bom exemplo. Ezra estava berrando e empurrando Deandre, mas no instante em que viu Dane, mudou completamente de atitude. E isso não fazia sentido, Dane conhecia Ezra havia anos – não era algo que ele esperaria ver. E baseado em sua experiência de vida, só havia uma explicação possível: havia algo relacionado a ele, algo que Ezra não podia ou não queria dizer.
Mas o quê, exatamente, Dane não fazia ideia. Por isso, decidiu esperar pelo momento certo e observar. O ideal seria que Ezra tomasse coragem e confessasse por conta própria.
〈Dane, Dane!〉
De repente, uma lembrança esquecida surgiu do nada. Dane soltou um longo suspiro e ficou parado, atordoado, enquanto passava a mão pelos cabelos, empurrando-os para trás da testa.
‘Será que ele está bem?’
Era natural sentir aquele vazio agora que aquele sujeito, que vivia grudado nele, não estava mais por perto. Dane balançou a cabeça, afastando a memória que havia emergido por um instante, ele acreditava que, com o tempo, até isso desapareceria.
***
Soube que Joshua havia tentado contato com ele naquela mesma noite, já perto do fim do expediente. Dane só foi verificar o celular depois de entrar no carro – e ao ver que havia três chamadas perdidas dele, franziu a testa. Sentindo que algo estava errado, ligou imediatamente.
— O que aconteceu?
Perguntou direto, sem rodeios. E Joshua foi direto ao ponto também:
[O Grayson desapareceu.]
Dane ficou em silêncio por um instante.
— …O que?
Ele perguntou após uma breve pausa. Então Joshua continuou:
[Ele sumiu. Não há rastro dele em lugar nenhum.]
— Espera um pouco.
Dane fechou os olhos por um instante, organizando os pensamentos, antes de perguntar:
[E aquele… o rastreador. Você disse que todos os membros da família Miller tinham um…]
[Tem. Mas também não está funcionando.]
A voz de Joshua soou impaciente, as palavras mais rápidas.
[Simplesmente não conseguimos rastreá-lo. É claro que tem alguma coisa errada. O pessoal da equipe de segurança acha que o dispositivo pode ter sido bloqueado ou danificado… ]
Dane não sabia explicar o porquê, mas naquele momento, ele pensou imediatamente em Ezra.
°
°
Continua…
Ize
Não tô bem. Esses capítulos nem apareceu o Grayson, tô preocupada com ele 😭😭😭
•°Simp_Koynue°•
JESUUUUS, eu achei que o rastreador Daria conta😭😭😭😭
Duda
Kralhooooooo,sem o rastreador é de fuder
Jujuba
Manooo tô ficando nervosa, cara já tem dois dias q o Grayson sumiu, é não teve nenhuma aparição dele até agora, sera q venderão ele para fecundação tipo um boi premiado??
Leebit
😭😭😭😭😭obrigado pela rápida tradução.
Grayson meu amor, aguenta aí