Deseje-me se puder - Capítulo 155
Dane franziu a testa e olhou para o homem à sua frente. Joshua Bailey o encarava com a mesma expressão de antes, sem mudar nem um milímetro. Dane piscou algumas vezes antes de finalmente abrir a boca.
— Eu queria te dizer uma coisa sobre a última vez, mas acabei não falando…
— Obrigado por se preocupar, mas faço avaliações psiquiátricas regularmente. Não estou louco. Quem fez o pedido foi Ashley Miller.
Joshua se adiantou e disparou as palavras rapidamente. Por isso, Dane não teve escolha a não ser fechar a boca e apenas encará-lo. Só depois percebeu que havia algo estranho.
— Ashley Miller? Aquele cara?
— Sim.
Joshua assentiu com a cabeça e continuou:
— O Ashley Miller que você conhece, pai do Chase e do Grayson.
Dane abriu a boca para falar, mas só conseguiu mover os lábios sem emitir som. Atordoado, piscou várias vezes antes de levar uma mão à testa. Por fim, voltou a franzir o cenho para Joshua.
— Ele te contratou para me proteger? Por quê?
— Claro que foi por se preocupar com você.
Quanto mais ouvia, menos fazia sentido. Vendo o rosto de Dane franzir, como se exigisse mais explicações, Joshua prosseguiu:
— Acho que ele teme que Grayson possa te machucar. De qualquer forma, ele fez o pedido. Eu recusei no início, mas…
Joshua estreitou os olhos e fitou Dane com um olhar desconfiado.
— Vim pessoalmente porque preciso entender que merda está acontecendo.
— Por que ele pensaria uma coisa dessas? O que aquele desgraçado poderia fazer, caralho?
Dane explodiu, ao ouvir as palavras com indignação. Mas Joshua retrucou de maneira fria:
— Como você acha que eu soube que você estava aqui?
Dane ficou paralisado por um instante. A observação o pegou completamente desprevenido, e ele apenas piscava, sem resposta. Joshua, ainda com frieza, completou:
— A família Miller tem uma equipe de secretários que gerencia os assuntos pessoais.
— …E daí?
Dane perguntou, mantendo certa distância. Joshua respondeu com simplicidade:
— Os empregados que trabalham na mansão do Grayson reportaram imediatamente à equipe que você tinha saído. E foram eles que me avisaram que você estava aqui.
Dane, de repente, não soube mais o que dizer. Naquele ponto, Joshua já estava praticamente com todas as cartas na mão. Era quase um milagre ele ainda não ter agarrado Dane pela gola.
Restava apenas uma opção.
— Eu juro, entre mim e o Grayson Miller não há nada. Nós transamos, mas foi só isso. Já acabou. Tudo.
Dane declarou com firmeza, insistindo em sua inocência.
— Você acha que se eu tivesse alguma coisa com ele, estaria me escondendo num hotel barato desses?
Era um argumento praticamente incontestável. Joshua, que já conhecia bem a ambição de Dane em fisgar um ricaço para bancá-lo, não teve outra escolha a não ser acreditar.
— …É, você é mesmo esse tipo de pessoa.
Joshua acabou concordando, ainda que a contragosto, enquanto coçava o queixo. Se realmente houvesse algo mais sério entre Grayson e ele, Dane provavelmente teria agarrado essa chance. Joshua até conseguia visualizar com facilidade o Dane deitado em uma boia inflável na enorme piscina da mansão, tomando cerveja e pegando sol como se fosse o dono do lugar, sem qualquer preocupação.
Abrir mão daquilo e acabar dormindo miseravelmente sozinho com um gato, num hotel sujo cheio de rachaduras nas paredes e insetos rastejando por aí… Isso não fazia o menor sentido.
— Tudo bem, então. Vamos fingir que não houve nada entre você e o Grayson.
— Não é questão de fingir, é só que não houve mesmo.
— De qualquer forma, Ashley Miller acha que você está em perigo.
Ignorando a insistente teimosa dele, Joshua continuou. Diante da expressão irritada de Dane, que franziu o cenho como quem não gostou nem um pouco da resposta, o loiro prosseguiu:
— Independente de como vocês terminaram, não dá para saber se o Grayson aceitou isso numa boa. Segundo Ashley Miller, se ele não conseguiu aceitar, a situação pode ficar perigosa.
— O Grayson Miller pode querer me matar, é isso? Hahaha.
Ele soltou uma risada sarcástica, puxando um canto da boca. Mas Joshua manteve a expressão completamente neutra. Sentindo-se sem graça, Dane coçou a nuca e resmungou:
— Mesmo se fosse verdade, faz sentido colocar um guarda-costas atrás de mim? O Grayson pode até ser um alfa dominante, mas ainda é um civil…
Dane parou abruptamente. O que ele estava prestes a dizer não estava exatamente errado. Afinal, ele havia passado por treinamento formal no exército. Era um veterano, capaz de subjugar alguém – até tirar uma vida – num piscar de olhos.
Mas a força física de Grayson não podia ser subestimada. Se ele realmente quisesse subjugar Dane, talvez…
— Eles são absurdamente fortes.
Como se tivesse lido os pensamentos de Dane, ele comentou. Dane ergueu os olhos, surpreso com o tom calmo da voz dele, e o encarou. Joshua sustentou o olhar, agora com uma expressão séria.
— Eu sei porque já tive que lidar com Chase. Ele também tem uma força absurda… Só não sabia usar direito, por falta de técnica. Mas mesmo assim, ultimamente até eu tenho tido dificuldade com ele.
—De qualquer jeito, se eles já têm seguranças pendurados neles, para que ensinar artes marciais?
Joshua suspirou e balançou a cabeça diante do comentário de Dane.
— Houve uma situação… Enfim, foi por isso que resolvi vir pessoalmente, caso algo desse errado. Já verifiquei que ele não está por perto, mas…
Ele deixou a frase pairar no ar, como se algo ainda não fizesse sentido. Dane franziu a testa, e Joshua inclinou a cabeça, murmurando:
— Tem algo estranho…. Eu mandei o líder da equipe ir até a casa do Grayson… Mas ele disse que a casa está quieta demais. Ele olhou por dentro e parece que não tem ninguém lá. Será que foi para alguma festa?
‘Festa de feromônio.’
Os dois pensaram na mesma coisa. Se fosse um evento assim, era natural que um alfa dominante comparecesse – e agora que ele estava separado de Dane, não haveria motivo para evitar.
— Parece que chegou a hora de extrair os feromônios. Ou então….. ele partiu em busca de um novo amor.
Diante do tom desinteressado de Dane, Joshua coçou o queixo e disse:
— É… talvez.
Dane olhou para ele com uma expressão que transbordava irritação. Diante daquela cara de quem já estava de saco cheio, Joshua não teve escolha senão assentir. Ainda assim, havia algo estranho, algo que incomodava de forma vaga mas persistente, se remexendo de maneira desagradável no fundo de seu peito.
***
—Haah, haah.
Ezra entrou correndo em casa, ofegante, respirando com dificuldade. O interior da casa, onde todos já dormiam, estava silencioso. Apenas o som barulhento de sua própria respiração ecoava de maneira arrepiante pelo ambiente.
‘O que foi que eu fiz…?’
Seu coração batia tão forte que ele achou que não suportaria. Correu desesperadamente até a cozinha, abriu a torneira e colocou a boca direto na água. Nem se deu ao trabalho de pegar um copo – bebeu às pressas a água corrente, engolindo em grandes goles, até sentir que estava se acalmando um pouco. Ezra limpou a boca com o braço e, com dificuldade, fechou a torneira.
‘Não tive escolha, eu realmente não tive escolha…’
Ele repetia mentalmente essas palavras sem parar. Apertado contra o peito, um grosso envelope de papel. No caminho de volta, Ezra havia encontrado o pacote que deixaram no banco de trás do seu carro. Dentro dele, estava o dinheiro prometido, ao ver os maços de notas, ele teve vontade de gritar.
‘Malditos, filhos da puta…!’
A humilhação e a raiva por terem zombado dele até o final se misturavam com um alívio amargo por ter conseguido o dinheiro.,Seu coração estava dilacerado. As lágrimas vieram tarde demais – ele passou os braços nos olhos, tentando secá-las às pressas, e, cambaleando, atravessou a sala.
Subiu as escadas e foi direto ver o rosto adormecido de Sandra. Ao vê-la, seu coração se apertou ainda mais. Ficou ali por um tempo, apenas olhando em silêncio para o rosto magro dela antes de se virar e ir até o quarto das crianças. Elas dormiam tranquilamente, remexendo-se nos lençois, sem fazer ideia do que o pai acabara de fazer antes de voltar para casa. Ver aqueles rostinhos pacíficos quase o fez chorar. Ele cobriu a boca com uma das mãos, tentando conter a respiração pesada. Depois, foi de um por um, depositando um beijo suave na testa de cada filho, e se virou para sair do quarto em silêncio.
Foi nesse momento que aquele objeto entrou no seu campo de visão. A pulseirinha presa no braço do ursinho de pelúcia que a filha abraçava. Mesmo sob a fraca luz da lua que entrava pela janela, o brilho da pulseira se destacava de forma incomum. Ezra ficou parado por um instante, olhando fixamente para aquilo.
‘Impossível… Isso não faz sentido.’
Balançou a cabeça, negando, e saiu do quarto com cuidado. A noite tinha sido longa demais. Ele só queria se jogar na cama e limpar tudo da mente.
‘Esquecer de tudo.’
°
°
Continua…
Água viva
Pobre Grayson 😭😭😭😭😭💔
•°Simp_Koynue°•
Portal Ezra, eu até entendo, mas avisa al menos alguém que levaram o Grayson😭😭😭
Lee joobim
Ninguém sabe a felicidade que é entrar no site e ter essa obra atualizada ☺️
Alguém ajuda o Grayson pelo amor 😰
Jujuba
Cara, eu queria q o Grayson sofresse antes sabe, mas agora eu tô preocupada , tipo agora q sei q ele só é dodoi da cabeça, ele ta sofrendo mais do q deveria, mas se for igual a beija-me se puder que salva o Chase antes de algo ruim acontecer seria bom, mas provavelmente eles vão querer matar o Grayson, dane vai salvar sua princesa logo