Deseje-me se puder - Capítulo 145
— Uhh, uhb, hh, hhh…
Um gemido descontrolado escapou, misturado à respiração ofegante. O aroma avassalador de feromônios tornava impossível pensar com clareza. Grayson curvou os ombros, com os olhos completamente perdidos.
‘Meu Deus.’
Mesmo segurando a cabeceira da cama e olhando para baixo, ele mal podia acreditar: ele estava sentado no rosto de Dane. Mais precisamente, Dane estava deitado debaixo dele, chupando seu pau. Lambendo, pressionando os lábios, devorando o membro de Grayson com a boca.
— É… grande pra caralho…
Dane resmungou lá embaixo, num tom baixo. E com razão: já havia tentado três vezes, sem sucesso. Mesmo tentando engolir tudo até o fim e provocar a ejaculação com a garganta, aquele maldito pau era simplesmente grande demais para caber. Depois de finalmente desistir, soltou um palavrão e decidiu abocanhar só a ponta, abrindo bem a boca. Quando suas mãos subiram para massagear o resto, Grayson estremeceu instantaneamente.
— Uhhh…
Um gemido tenso escapou entre os dentes cerrados. Ele apertou tanto a cabeceira que os nós dos dedos ficaram brancos, tentando conter a vontade de chegar ao clímax imediatamente. Como se fosse uma recompensa por sua paciência, Dane sorriu e deu um tapinha na bunda de Grayson.
— Bom garoto.
Soou como algo que se diria a um filhote. No mesmo instante, Grayson agarrou seu cabelo e enfiou o pau fundo em sua garganta.
— Mmmph…!
Um som abafado veio de baixo. Era Dane, emitindo um gemido preso na garganta. A glande mal alcançava sua úvula, e mesmo assim, era o limite, não havia como abrir mais a garganta. Com a boca completamente cheia, ele mal conseguia respirar, quanto mais fazer qualquer outra coisa. Dane jogou a cabeça para trás, ofegante. Lágrimas e saliva escorriam pelo seu rosto.
— Ah… é tão gostoso…
A voz rouca e excitada de Grayson veio de cima. De olhos fechados, ainda segurando a cabeceira, ele se deliciava com o calor úmido da boca de Dane. As paredes macias envolviam completamente seu membro pulsante. A língua espessa e os dentes semi abertos proporcionavam uma sensação diferente de qualquer outro tipo de contato. Incapaz de se controlar, Grayson tentou ir mais fundo – mas foi interrompido por palmadas firmes em sua coxa. Plap! plap! O som o trouxe de volta à realidade.
— Desculpa, não vou forçar mais. Mas…
Ele não terminou a frase. Franzindo o cenho, respirou fundo e tensionou o corpo.
— Uhhh…
Um gemido profundo, seguido de um tremor percorreu seu corpo. O doce cheiro de feromônios encheu o ar. Grayson havia gozado dentro da boca de Dane.
O sêmen escorreu garganta abaixo, contra sua vontade. Ele engoliu por reflexo, mas havia tanto que transbordou, misturando-se à saliva e escorrendo por seu queixo, pescoço e cabelo.
— Haaa…
Grayson soltou um suspiro satisfeito, permanecendo por mais um momento parado antes de finalmente puxar o pau para fora. Dane imediatamente se virou e tossiu com força se curvando.
— Cof, cof…
A cada respiração, mais sêmen e saliva saíam. O cheiro pesado de feromônios inundava seus sentidos, deixando-o tonto.
‘Esse cachorro… sem modos…’
— Tsk.
Dane estalou a língua. Deveria estar irritado ou bravo com aquele comportamento impulsivo, mas, de maneira constrangedora, não se sentia assim.
Aquilo era ao mesmo tempo um pedido de desculpas por ter mexido nas coisas dos outros sem permissão, e também uma forma de… compensação. Então era natural que ele fizesse o que o outro quisesse.
Ao pensar assim, conseguiu entender por que não estava com raiva ou irritado. Também passou a entender por que seu pênis estava ereto. Afinal, Dane era um ômega – e reagir aos feromônios de um alfa era algo absolutamente natural. Mesmo quando ele fazia sexo casual com qualquer um, ficava ainda mais excitado quando o parceiro era um alfa. Os feromônios de um alfa comum já garantiam noites satisfatórias, imagina os de um alfa dominante….
Um sorriso descrente surgiu em seu rosto.
‘No final das contas, eu também sou apenas um ômega.’
⟨Como você pôde fazer isso comigo…?!⟩
— Dane?
A voz soou de repente, despertando Dane num estalo – bem no momento em que o rosto dela, gritando com olhos cheios de dor e raiva, lhe vinha à mente. Virando o rosto, viu Grayson olhando diretamente para ele. Só então Dane percebeu que havia mergulhado, mesmo que por pouco tempo, nas memórias que havia tentado esquecer.
— …Ah.
Ele soltou um suspiro e passou a mão pelos cabelos. De repente, sentiu a palma da mão úmida – suor frio se acumulava em sua testa. Incrédulo, olhou para a própria mão molhada e então ergueu novamente o olhar. Grayson ainda o encarava, com a cabeça levemente inclinada, com uma expressão de dúvida.
Ao ver aquela expressão, Dane não pôde evitar um sorriso amargo.
— Tudo bem, vem aqui.
Ao acenar com a mão, Grayson se aproximou obedientemente. Logo estavam deitados juntos, com os lábios colados enquanto rolavam sobre a cama. Dane, tentando afastar os vestígios das memórias que haviam ressurgido, se entregou com urgência: trocando beijos profundos, roçando os corpos, chegou até a pegar a mão de Grayson, levando-a ao próprio peito.
⟨Dane, eu te amo.⟩
‘Cala a boca.’
⟨Dane, eu te amo.⟩
‘Cala a boca.’
⟨Dane, eu te amo.⟩
‘CALA A BOCA…!’
— …Ai!
Grayson soltou um pequeno grito. Entre os beijos intensos, um leve gosto de sangue surgiu – Dane havia mordido seu lábio. Mas não pediu desculpas, em vez disso, se tornou ainda mais agressivo, envolvendo a língua com mais intensidade, sugando os lábios com força.
— Haaa…
Enquanto recebia o pênis de Grayson em seu buraco úmido, Dane soltou um longo suspiro.
Ahh…
O doce entorpecente dos feromônios bagunçava e enchia sua mente. Mas isso bastava. Movendo os quadris, Dane se impulsionava com força, guiado pelo desejo. Já não restava nenhum vestígio dela em sua mente.
* * *
Um som tênue de pássaros pareceu chegar aos seus ouvidos. Dane franziu o cenho e abriu lentamente os olhos. Precisou piscar algumas vezes para ajustar o foco antes de perceber que… não estava em seu próprio quarto.
Deitado, moveu apenas os olhos. Nesse momento, uma mão grande apertou-lhe o peito. Quando olhou para baixo, suspirou – um suspiro profundo, resignado – e deixou a cabeça cair de volta no colchão. As memórias da noite anterior finalmente retornaram.
‘Não tinha planejado ir tão longe.’
Ele se lembrou com um gosto amargo. Só queria aliviar um pouco a tensão, mas como é que acabou desse jeito? Dormir juntos depois do sexo e acordar na mesma cama não era um ato excessivamente íntimo?
‘Bem, também não é algo tão especial assim.’
Ele já tinha tido essa experiência antes com alguns de seus parceiros de uma noite. Quando acabavam dormindo juntos depois de se enrolarem até o amanhecer, ele costumava preparar um café da manhã simples, transavam mais uma vez e, depois, chamava um táxi para a despedida. Pensando por esse lado, o que estava acontecendo agora não era exatamente diferente. Com esse pensamento, ele tentou se levantar.
— O quê…
Mas por algum motivo, seu corpo inteiro parecia pesado. Quando ele virou a cabeça, logo descobriu o motivo. Grayson estava com as pernas entrelaçadas nas dele, um braço em volta da cintura e a outra mão segurando-lhe o peito. — Haa… — Dane suspirou e, com determinação, começou a desfazer o emaranhado de corpos. Primeiro, afastou a mão que apertava seu peito, depois o braço ao redor da cintura. Por fim, livrou as pernas, e só então ele conseguiu se libertar.
— Haaah…
Mesmo algo tão simples como sair da cama já o deixou exausto. Enquanto suspirava e passava os dedos pelos cabelos, ele de repente olhou para a janela e parou.
O céu se estendia sem fim, e o verde profundo das árvores preenchia a vista. Era uma paisagem que uma pessoa comum talvez jamais sonhasse em ver na vida. Além disso, o quarto era tão grande que caberia sua casa inteira ali dentro. Havia uma sala de estar integrada ao dormitório, as paredes estavam decoradas com obras de arte e esculturas caríssimas. Todos os móveis – inclusive a cama – eram claramente peças de alto valor, provavelmente feitas à mão por algum mestre artesão. Os lençois, agora sujos de sêmen e suor por causa da noite agitada, eram tão macios que dava até vergonha; deviam valer mais que o salário mensal de Dane.
Dane observou o quarto cuidadosamente, até que seu olhar parou, em uma cristaleira bem à frente.
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Continua…