Defina o relacionamento - Capítulo 75
No entanto, foi uma escolha equivocada. O som da palavra “querido”, que não ouvia há tempos, fez suas orelhas formigarem e sua garganta arder levemente. Estava tão envergonhado e emocionado que não só seu coração, mas até sua cabeça parecia doer.
—…Não, eu estava errado.
Incapaz de se acalmar, Carlyle afastou a cadeira e recuou. Sentia que, se permanecesse assim, Bonbon poderia se assustar devido à circulação sanguínea acelerada.
Quando Carlyle, incapaz de suportar a vergonha, se afastou como se estivesse fugindo, Ash franziu o cenho e mostrou uma expressão desanimada.
—Você não gostou do meu gesto carinhoso?
—Não é isso, mas… parece que Bonbon ficou surpreso.
—Ah… é mesmo.
Ash riu com ternura, como se estivesse encantado, colocou o figo de lado e segurou o pulso de Carlyle. Quando Carlyle, obediente, estendeu o pulso, Ash posicionou o polegar para medir sua pulsação.
—É verdade. Bonbon parece estar bastante agitado.
A pulsação forte reverberava distintamente sob o toque do polegar de Ash. Carlyle, com toda sua atenção concentrada no leve aperto em seu pulso, ficou paralisado, sem conseguir respirar direito, até que um leve movimento do polegar de Ash o fez estremecer. A sensação de cócegas tomou conta dele, trazendo um sentimento estranho.
No instante em que seus olhares se cruzaram, Carlyle percebeu a profundidade crescente nos olhos de Ash: um azul intenso e o outro cinza, ainda mais marcante do que de costume. Sentiu a boca secar sem motivo aparente e entreabriu os lábios visivelmente envergonhado, o que fez Ash dar um sorriso. Recostando-se no encosto da cadeira, Ash passou a mão pelos cabelos e desviou o assunto:
—Agora que penso nisso, já está na hora de o Sr. Betton chegar, não é?
O calor que envolvia seu pulso desapareceu. Ash havia recuado, soltando Carlyle enquanto mencionava a chegada do parteiro. Paralizado por uma sensação de tensão peculiar, ele abaixou os olhos em direção ao pulso, sentindo-se um tanto arrependido.
‘…Agora mesmo.’
‘Achei que ele fosse me beijar.’
Esse pensamento passou rapidamente por sua mente. Embora não estivesse mais sendo segurado, o pulsar de seu coração ecoava alto em seus ouvidos. Ele havia se enchido de expectativa, mas nada aconteceu.
Não era a primeira vez que isso acontecia. Desde que Carlyle percebeu, cerca de dois meses atrás, que ele e Ash não trocavam um beijo de verdade há muito tempo, ele se pegava imaginando beijos sempre que surgia uma atmosfera peculiar. No entanto, Ash sempre encerrava esses momentos com leves beijos rápidos, como os de um passarinho.
Não era que Carlyle duvidasse do amor de Ash. Quando via aqueles olhos que nunca desviavam, sempre fixos nele, ele podia sentir no fundo de seu coração que Ash era seu alfa.
‘Mas…’
‘Não, não,… esqueça.’
Cortando os pensamentos desnecessários, ele assentiu lentamente. Ash tinha razão, Archibald provavelmente já havia chegado.
—Sim, acho que ele deve ter chegado.
—Então, fique aqui sentado. Vou buscá-lo.
—Eu vou junto.
—Está meio chuvoso hoje, e o tempo está frio. Por favor, fique dentro de casa.
Assim que Ash fez o pedido, Carlyle sentiu uma leve pressão no abdômen. Embora soubesse que não era motivo de preocupação, já que o exame realizado dias atrás indicava que tudo estava bem, a inquietação tomou conta dele, e ele decidiu aceitar a sugestão de Ash.
—Certo.
—Bom garoto.
Levantando-se, Ash deixou sobre a mesa a agulha de crochê que segurava até então. O fio de lã que pendia da ponta da agulha, levava a um novelo azul que estava no chão. Há algum tempo, Ash começou a tricotar roupas para Bonbon, não sabia exatamente o que o fez tomar essa decisão de repente, mas ele havia comprado uma grande quantidade de lã e, com a orientação de Meyam – uma tricoteira experiente –, estava completamente imerso em seu novo hobby.
Carlyle, observando o lugar vazio deixado por Ash, desviou lentamente o olhar para a mesa. Ali estavam os figos frescos que Ash comprava regularmente em uma fazenda próxima, a cada três dias, e uma pequena peça de lã quase terminada: um gorro para Bonbon. Ao lado, repousava um iPad, onde Ash vinha desenhando plantas para o quarto do bebê.
Ao perceber a dedicação e os esforços do homem para cuidar tanto de si quanto de Bonbon, Carlyle foi tomado por um súbito pensamento: ele próprio fazia tão pouco por Ash.
‘Talvez seja por isso que… ele não se sente atraído?’
Ele refletiu profundamente. Até então, ele só tinha tempo para se preocupar com a segurança de Bonbon, mas, agora que as coisas estavam mais estáveis, novas preocupações surgiam. Apesar de saber que Ash o amava imensamente, uma dúvida surgiu: e se Ash já não o visse mais como um alfa atraente?
Era uma ideia que fazia algum sentido.
Amor e atração sexual são coisas diferentes. Além disso, devido à postura conservadora que Carlyle adotou durante o relacionamento deles, Ash chegou a interpretar suas intenções de forma equivocada. Só depois de engravidar de Bonbon foi que ambos perceberam que entendiam as coisas de maneira diferente, e desde então, o contato sexual desapareceu naturalmente.
….
Os pensamentos de Carlyle continuavam em um ciclo sem solução. O peso das preocupações que lhe apertavam as costelas não era algo que ele pudesse resolver sozinho. Ele sabia como satisfazer um ômega, mas nunca aprendeu como lidar com um alfa. Sua única experiência com um alfa era justamente Ash, e ele não fazia ideia de como reacender o desejo do homem por ele.
Sem perceber, uma ruga profunda se formou entre suas sobrancelhas. Quem o visse de fora, com sua expressão fria e pensativa, poderia achá-lo ameaçador. Foi nesse momento que Archibald bateu à porta do escritório e entrou. Seu rosto animado logo mudou ao ver a expressão carregada de Carlyle, e ele parou no meio do caminho, hesitante.
—…Sr. Frost?
A voz trêmula de Archibald soou baixa e cautelosa. Quando Carlyle virou a cabeça lentamente, ele viu o jovem, claramente nervoso, parado perto da porta.
—Ah, você chegou.
Carlyle se levantou para cumprimentá-lo, mas Archibald rapidamente balançou a cabeça e se aproximou apressado.
—Não, não! Por favor, permaneça sentado. Não é como se não nos conhecêssemos antes.
—Mesmo assim, não é educado receber um convidado assim.
—Então, faça isso!
Archibald, ainda intimidado, assentiu apressadamente, e quando Carlyle se levantou e estendeu a mão, ele apertou-a com cuidado.
Ao refletir sobre o assunto, Carlyle percebeu que Archibald sempre parecia ter dificuldade em lidar com ele. Apesar de já terem se encontrado sete vezes, o rapaz conseguiu criar uma conexão descontraída com Ash, chegando a rir e conversar casualmente, mas com Carlyle, evitava até mesmo um olhar direto.
Carlyle não era do tipo caloroso ou fácil de se aproximar, e nunca se incomodou com isso. Contudo, a ideia de que Ash pudesse sentir o mesmo que as outras pessoas em relação a ele trouxe uma sensação incômoda.
Por mais que tentasse, ele simplesmente não sabia como agir de forma carinhosa ou dizer palavras doces, como Ash fazia com naturalidade. E, mesmo que soubesse, sua personalidade reservada não permitiria que expressasse algo assim tão facilmente. Para ele, segurar a mão de Ash em público ou aceitar a comida que ele oferecia já era um grande passo — embora tivesse consciência de que essas eram ações triviais para a maioria das pessoas.
—…
O silêncio dominou o ambiente. Carlyle, imerso em seus pensamentos, permanecia calado, enquanto Archibald lançava olhares nervosos, hesitando em falar. Sempre que parecia prestes a dizer algo, ao encarar Carlyle, recuava.
Foi Ash quem interrompeu o clima tenso, entrando com uma bandeja de chá e petiscos.
—Hoje está bem frio com essa chuva sem parar. Vamos conversar enquanto tomamos um chá quente.
O rosto de Archibald imediatamente se iluminou. Aliviado, ele se levantou e caminhou até Ash.
—Sr. Jones, por favor, sente-se também. Eu levo o chá.
—De jeito nenhum. Não posso permitir que um convidado se incomode com isso, está tudo sob controle.
—Sr. Jones, o senhor é um verdadeiro cavalheiro dos tempos modernos.
—Ahaha.
Ash riu alegremente da resposta espirituosa de Archibald, enquanto Carlyle observava a cena em silêncio, perdido em pensamentos. Embora ele e Archibald fossem seres fundamentalmente diferentes, naquele momento, o homem parecia ser o único conselheiro a quem ele poderia recorrer. Perguntar à família estava fora de questão, e Mayam, sendo como uma extensão da família, também não servia. Quanto a Nicholas, Carlyle tinha certeza de que só receberia respostas absurdas e inúteis.
Sendo assim, não restava alternativa a não ser buscar conselhos com o parteiro à sua frente. Após tomar sua decisão, ele ergueu o olhar para Ash e pediu com firmeza:
—Ash, se não se importar, gostaria de conversar a sós com o Sr. Betton.
—Sério?
Ash pareceu um tanto desapontado. Vê-lo assim fez o coração de Carlyle doer momentaneamente, mas ele sabia que não podia compartilhar as preocupações que estava prestes a expor.
—Desculpe.
—Entendo, Lyle.
Como sempre, Ash respeitou a decisão dele, sorrindo levemente sem insistir. Ao vê-lo tão compreensivo e atencioso, Carlyle se deu conta de que era hora de realmente levar suas questões a sério.
Assim que Ash fechou a porta do escritório e se afastou, o silêncio envolveu o ambiente, deixando apenas ele e Archibald ali.
—Você é casado, não é, Sr. Betton?
—…Sim, estou.
—Tem filhos?
—Tenho dois filhos, meninos com apenas um ano de diferença… Por que pergunta?
Archibald respondeu com a voz cheia de apreensão. Carlyle entrelaçou os dedos e apoiou as mãos sobre a mesa, refletindo por um momento. Enquanto ponderava sobre como formular a pergunta para obter uma resposta precisa, mas Archibald, de repente, falou:
—Juro que nunca tive segundas intenções com o Sr. Jones! Embora eu ache que ele é tão lindo assim como um ser encantador das lendas, mas é só isso! Eu amo meu marido!
—…Do que exatamente você está falando?
Surpreso com o rumo inesperado da conversa, Carlyle franziu as sobrancelhas, claramente incomodado com palavras como “segundas intenções” e “ser encantador”.
—Ah, er… hã… nada. Acho que assisti a muitos filmes ultimamente. Me desculpe por ter dito tanta bobagem. Interpretei sua pergunta de forma errada, por um instante.
Embora Carlyle não entendesse como Archibald chegou a tais conclusões absurdas, decidiu relevar. Afinal, era inegável que Ash era bonito, mas não seria justo repreender um funcionário por esse comentário.
—A razão pela qual fiz essa pergunta é porque preciso de alguns conselhos. Acho que o Sr. Betton, que é casado e já tem filhos, poderia me ajudar.
—Ah, é isso? Claro, pode perguntar o que quiser!
Archibald, que até então não tinha sido questionado diretamente por ele, pareceu surpreso. Após um breve momento de silêncio, Carlyle umedeceu os lábios antes de finalmente fazer a pergunta:
—Na minha situação atual… é possível manter relações?
Mesmo sabendo que revelar detalhes tão íntimos poderia ser arriscado, Carlyle confiou na ética profissional do homem. O parteiro ouviu atentamente, mas ficou tão surpreso que abriu levemente a boca, sem responder de imediato. Carlyle o observou pacientemente, mas assim que começou a pensar que não tinha sido claro o suficiente, Archibald se apoiou na mesa e levantou-se de repente.
—Claro que é possível!
Carlyle ergueu as sobrancelhas, surpreso com a reação abrupta, mesmo assim Archibald, agora animado e confiante, parecia outra pessoa, contrastando com seu comportamento cauteloso anterior.
—Agora que você está em uma fase estável, contanto que tomem cuidado, é claro que é possível. Na verdade, manter uma relação feliz durante a gravidez pode ter um impacto emocional positivo no bebê. A criança sente quando o relacionamento entre os pais é bom. Se o Sr. Frost quiser fazer isso, acredito que será benéfico.
Observando Archibald falar com tanto entusiasmo, Carlyle sentiu-se mais aliviado do que esperava. Embora ainda pretendesse confirmar tudo com Luther antes de tomar qualquer decisão, era reconfortante ouvir tais palavras de um parteiro experiente.
—Isso também se aplica a casos específicos como o meu?
—Essa parte, honestamente, eu não sei. Provavelmente nem mesmo o médico responsável, o Sr. Milan, poderia garantir. Como o Sr. Frost disse, sua situação é rara, então é provável que ninguém tenha certeza. Mas, para ser justo, nada na vida vem com garantias absolutas.
Quando Carlyle ficou em silêncio, Archibald se aproximou, exibindo uma animação incomum. Diferente do comportamento cauteloso de antes, ele agora parecia genuinamente contente.
—Fico feliz que o Sr. Frost tenha compartilhado essa preocupação comigo. Sempre seguiu as regras tão rigorosamente que parecia não haver nada em que eu pudesse ajudá-lo. Mas agora, finalmente, posso contribuir de alguma forma.
—Não sou tão rigoroso assim. Se observar bem, notará que meu peso está ligeiramente acima da meta estabelecida, e continuo comendo doces por causa dos enjoos.
—Mesmo assim, o Sr. Frost é, de longe, uma das pessoas mais disciplinadas que eu já vi. Desde os exercícios até a dieta, já está fazendo tudo com perfeição.
—Não é… bem assim.
Archibald parecia estar avaliando ele de forma bastante generosa, mas Carlyle disse enquanto observava o volume crescente de seu abdômen.
—Às vezes, fico tão ansioso que acordo no meio da noite. Não quero que Ash perceba, então guardo para mim, mas sinto frequentemente essa pressão e acabo pensando que isso pode estar afetando Bonbon emocionalmente.
Talvez fosse mais fácil abrir-se por Archibald ser um completo estranho. Carlyle acabou compartilhando algo que nunca havia dito nem mesmo a Luther.
Até pouco antes de entrar na fase estável, ele tinha pesadelos vagos e sem forma, que o faziam despertar assustado no meio da noite. Sentindo apenas uma tristeza esmagadora, ele levantava silenciosamente, preocupado que suas emoções negativas pudessem estar prejudicando Bonbon, e saía da cama.
Fingindo ir ao banheiro, caminhava até o escritório, onde se sentava à beira da janela. Ali, com a mão repousada sobre o ventre, murmurava baixinho, apenas para si mesmo:
“Não fique doente, Bonbon…”
Enquanto relembrava aquela noite, sua voz carregava uma leve amargura. Observando atentamente Carlyle, Archibald finalmente quebrou o silêncio:
—Essas preocupações que o Sr. Frost tem, na verdade, são comuns a todos os pais. Existem tantas situações diferentes que mães e pais enfrentam, cada qual com seus próprios desafios. Não posso dizer com certeza se tudo ficará bem, mas sei de uma coisa.
Depois de hesitar um pouco, ele olhou para Carlyle com cuidado antes de continuar:
—Bonbon não gostaria de ver o Sr. Frost enfrentando tudo isso sozinho. E tenho certeza de que o Sr. Jones também pensa assim.
Com a observação repentina, Carlyle respondeu de forma um pouco ríspida:
—Eu não estou sozinho.
—Tenho certeza de que não, na maior parte do tempo. Mas nos momentos de medo, o Sr. Frost enfrenta tudo sozinho, não é? Bonbon também pode sentir sua solidão quando enfrenta suas inquietações.
Carlyle ficou momentaneamente sem palavras. Como alguém que mal o conhecia podia fazer uma afirmação tão incisiva? Contudo, antes que pudesse descartar o pensamento, Archibald acertou em cheio:
—É estranho que algo que o senhor compartilhou comigo, um completo estranho, ainda seja desconhecido para o Sr. Jones, seu próprio marido.
Embora a vontade de negar suas palavras surgisse, Carlyle se lembrou de algo.
Sua voz ecoou no escritório escuro. Sempre que ouvia sua própria voz se espalhando por um grande espaço, ele sentia um vazio frio passando por seu peito.
E assim, não conseguiu refutar Archibald. Ele sabia que, ao lado de Ash, qualquer temor ou insegurança simplesmente desaparecia.
—…Entendo.
Ele finalmente admitiu para si mesmo que o vazio que sentia era, de fato, solidão. Ao revisitar mentalmente aqueles momentos, tornou-se ainda mais claro.
E se Ash soubesse que ele enfrentava tais sentimentos sozinho, certamente ficaria profundamente triste.
Ash havia pedido tantas vezes: “Por favor, não esconda de mim o que está acontecendo.” E, sem querer, Carlyle percebeu que estava ignorando esse pedido.
Ash era tão precioso para Carlyle, e ele queria tanto impressioná-lo novamente.
Como no passado, quando sua relação com Ash não foi baseada no amor, mas em planejamento, e ele evitava dizer o que realmente sentia para não ser rejeitado, Carlyle cometeu um erro parecido. Depois de ouvir as palavras de Archibald, ele teve a certeza de que as coisas que estava tentando esconder poderiam machucar Ash. Mesmo sabendo como seu marido reagiu quando descobriu que ele estava escondendo o enjôo, Carlyle permaneceu em silêncio, paralisado pelo medo.
‘É um péssimo hábito’
Carlyle percebeu, mais uma vez, o quão desonesto ele era com seu marido. Ele constantemente esquecia que Ash o aceitaria, e em vez disso, optava pelo silêncio, um reflexo de um hábito antigo.
Ele se sentiu culpado por isso, tanto por Bonbon quanto por Ash.
Depois de ter pesadelos, Carlyle sempre se sentia culpado, como se fosse um ser imperfeito, incapaz de evitar que Bonbon sentisse essas emoções. Ele vivia com a constante sensação de que, se baixasse a guarda nem que fosse por um dia, não conseguiria alcançar a estabilidade e poderia perder Bonbon, o que o deixava inseguro o tempo todo.
E todos esses sentimentos e estados de espírito eram vistos por Carlyle como consequência de sua própria inadequação como ser humano. Por isso, ele não conseguia falar com Ash sobre seus sentimentos. Temia que, ao revelar sua ansiedade, fosse julgado, como aconteceu com seu avô, e que Ash o culpasse por ser insuficiente.
E Carlyle sabia melhor do que ninguém que Ash não era o tipo de pessoa faria isso.
Carlyle finalmente se deu conta de que estava tão focado em proteger Bonbon que negligenciou o relacionamento com Ash. É claro que colocar a criança em primeiro lugar era o certo, mas para Carlyle, Ash era a pessoa mais preciosa do mundo.
‘Ash sempre faz tudo por mim… mas eu mesmo não faço o mesmo.’
Enquanto Carlyle estava imerso em seus pensamentos, Archibald, vendo que ele parecia ter organizado seus sentimentos, colocou a mão cuidadosamente sobre seu ombro e o tocou suavemente, como uma forma de consolo.
—Está tudo bem. Os casais no início sempre cometem esse tipo de erro.
Embora Carlyle achasse as palavras de consolo um tanto clichê, o toque no ombro e as palavras não foram tão ruins assim. Archibald permaneceu ao seu lado, em silêncio, consolando-o por um bom tempo.
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Continua….