Defina o relacionamento - Capítulo 56
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- Capítulo 56 - Casamento Arranjado. AU
Esta história paralela é situada em um mundo fictício baseado no esboço da obra existente. Nesse Gaiden, o ambiente familiar e a posição de Ash mudam, e o motivo que reúne os dois é diferente, mas o primeiro encontro e outras linhas emocionais são geralmente as mesmas. Além disso, o ponto importante é que, embora Carlyle seja um alfa, ele está grávido; portanto se não gosta desse ponto, tenha cuidado ao ler a história paralela. Este mundo é ligeiramente diferente do cenário anterior.
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— Sabe Lyle.
Era uma noite em que as luzes da cidade se estendiam como estrelas sob os arranha-céus. As músicas de Julie London estavam tocando no restaurante, e os casais estavam sentados rindo e conversando. Era apenas um encontro. Para ser mais preciso, era um jantar dois dias antes do primeiro aniversário de casamento de Carlyle Frost e Ash Jones, que acabara de falar.
— Vamos nos divorciar?
Os dedos que estavam apenas esfregando a taça de vinho pararam. Tentou entender o que o homem acabara de dizer. Sem mudar sua expressão, Carlyle levantou lentamente o olhar que estava na comida. Os olhos claros e inexpressivos piscaram. Mesmo depois de ouvi-lo não conseguiu entender direito, e o homem à sua frente estava com um sorriso amigável como sempre.
Lábios macios que estavam sempre a sorrir suavemente, a ponta do nariz impinado, olhos que se curvam tão belamente como flores perfumadas, e duas pupilas de cores diferentes eram contidas naquele rosto. Com lindos olhos azul e cinza, Ash conversava com ele sobre o divórcio. Sendo tão casual, Carlyle chegou a pensar por um momento que estava tentando uma alucinação auditiva.
Poderia ser.
Ele estava em um estado de exaustão por causa do trabalho, devido a isso não conseguia raciocinar direito. A razão pela qual voltou de uma viagem de negócios com pressa foi porque ele não estava se sentindo bem. Portanto, havia a possibilidade de ouvir alucinações. Oh, a propósito, eu ia originalmente falar com Ash sobre isto. Não, de qualquer forma é melhor esperar……
Ouviu um murmúrio no interior de seus ouvidos. Após um momento de hesitação depois de se concentrar nos ruídos, Carlyle imediatamente caiu em si. Ele tinha de responder. Ash já havia esperado muito.
— …Você disse divórcio?
A voz questionadora era muito calma, e as palavras de Carlyle soaram mais como uma confirmação do que surpresa. Combinado com um rosto frio que não mostrava nenhum sinal de emoção, ele parecia verdadeiramente imperturbável.
Com a resposta de Carlyle, Ash lentamente repousou o queixo sobre as mãos. Os longos cílios ergueram-se lentamente. Os dois olhos de cores diferentes olharam para Carlyle por um longo tempo como se estivessem examinando algo silenciosamente. Como alguém procurando por evidências, ou alguém esperando algo. Ash abriu a boca quando teve uma estranha ilusão de que uma uma expressão triste estava passando diante dos seus olhos.
— Sim, divórcio.
Desta vez, Ash falou com clareza e calma, para que não pudesse pensar nisso como uma alucinação auditiva. O homem que falou as palavras cruéis com uma voz gentil, sorriu levemente. Seu sorriso habitual era suave, semelhante a personalidade de Ash. Os sorrisos com os quais se acostumou no ano passado sempre lhe traziam um sentimento amigável, mas o mesmo sorriso fez seu coração doer estranhamente hoje.
Divórcio.
Carlyle prendeu a respiração. Sem emitir nenhum som, ele olhou diretamente para Ash e baixou o olhar. Por alguma razão, sentia como se seus lábios estivessem prestes a desmoronar. Perder as palavras na frente dos outros era algo que nunca acontecia com Carlyle, então ele deliberadamente olhou para a comida. Sua cabeça estava ligeiramente inclinada. Ele endureceu os lábios com força.
A comida quase intocada veio à vista. Pensou que era de alguma forma estranho. Carlyle tinha seus motivos para não poder comer, apesar disso geralmente Ash não pulava as refeições. Já devia ter percebido isso há muito tempo.
Então de repente teve a sensação de que mesmo que tivesse notado primeiro, nada teria mudado. Provavelmente não teria havido qualquer mudança a não ser ouvir as palavras que acabara de ouvir, ainda mais cedo. O fato de Ash ter dito algo do gênero significava, em primeiro lugar, que ele já havia tomado sua decisão.
Quando percebeu isso, o interior do seu peito de repente se apertou. Suas costelas pareciam estar se contraindo e suas extremidades começaram a formiga. Foi tão doloroso e duro que teve que se conter para não soltar nenhum som. Assim que reconheceu que Ash estava pensando em se divorciar, sentiu como se o chão tivesse caído debaixo dos meus pés.
Porque?
Não estava tudo bem? Embora amarrado à promessa estéril de um casamento arranjado, depois de muitas reviravoltas, um acordo foi alcançado e terminaram por se casar. Durante todo o ano passado, não houve qualquer discórdia entre os dois. Ash sempre foi amigável e Carlyle gostava de estar com ele. Durante algum tempo, sentiu-se incomodado pelo fato de estar casado com um Alfa, mas logo se acostumou e pensou que podia viver com ele.
É claro que não estava isento de problemas. O sexo…. Não foi uma tarefa fácil para Carlyle aceitar. Em primeiro lugar, ele era um Alfa, que só havia se relacionado com ômegas, então era difícil se adaptar a um tipo de relação diferente.
Seria mais correto dizer que era difícil se acostumar porque era estranho e não desagradável. Não era como se estar com Ash fosse ruim. Ash na verdade era muito habilidoso o suficiente para confundir Carlyle. Sentir essas coisas, quando misturamos nossos corpos, e tão….
— Lyle?
Foi Ash quem trouxe Carlyle, que estava sendo corroído por pensamentos, de volta à realidade. Carlyle de repente voltou a si com o apelido que só Ash dizia. Com o chamado desnecessariamente amigável, Carlyle cerrou os punhos sobre a mesa. Uma pontada no interior do seu paletó parecia pesar contra seu peito.
— Sinto muito. Eu estava pensando por um momento.
Carlyle se desculpou educadamente. Ao contrário de seus punhos cerrados, sua voz era extremamente fria, fazendo ele soar como alguém que não sentia nenhuma agitação. Ash, que estava olhando para Carlyle assim, lentamente abriu os lábios.
— Então?
Ash tinha um olhar estranho. Uma certa sensação hesitante que já havia sentido antes o invadiu novamente. Ash olhou para ele como se soubesse que Carlyle estava procurando as palavras certas. Não era difícil ler os sinais. Negociar era o que Carlyle Frost fazia de melhor.
No entanto, ele não conseguia ler os pensamentos de Ash. O homem sempre foi assim. A alma de Ash era diferente das pessoas que Carlyle tinha visto em toda sua vida, era uma existência que ele não ousaria interpretar.
…. certo, vamos negociar.
Carlyle pensou. Com a pergunta de Ash, ele respirou fundo. Só preciso descobrir o que Ash quer. A sondagem direta não era o jeito que Carlyle gostava de lidar com as coisas. Era porque os nobres consideravam tola a maneira direta de falar. Mas agora não havia outro jeito.
— Aconteceu alguma coisa, Ash?
Carlyle perguntou primeiro. Ash sorriu incompreensivelmente e balançou a cabeça.
— Não.
— Se eu cometi um erro, por favor me diga. Se houve algum comportamento que deseja que eu corrija, ou se há um problema que precisa ser discutido, sinta-se à vontade para trazê-lo à tona também. Eu posso corrigi-lo. É por isso que o divórcio é….
Carlyle hesitou. Quando a palavra divórcio saiu de sua boca, sua garganta ficou seca. Ele continuou falando, tentando evitar que sua voz tremesse desagradavelmente.
— Os mais velhos vão ficar muito desapontados, se nos divorciarmos.
As questões práticas foram postas na mesa primeiro. Era extremamente difícil que um casamento arranjado terminasse em separação. Como se tratava de uma promessa entre famílias, onde havia benefícios mútuos, era normal cumpri-la, a menos que a falha unilateral de um dos lados fosse muito grande. Não, mesmo que houvesse um erro, seria normal conversar sobre isso e seguir em frente.
Ash sorriu lentamente com as palavras de Carlyle. Ele perguntou novamente com olhos que pareciam preocupados e desapontados.
— …. Foi nisso que Lyle pensou primeiro?
Ash vinha fazendo perguntas desde antes. Agora que parou para pensar nisso, sempre foi assim. Exceto quando queria ser claro, Ash geralmente perguntava a Carlyle o que ele estava pensando. O que você gosta, o que está pensando, o que quer fazer, coisas tão triviais e insignificantes.
Carlyle pensou por um momento na pergunta de Ash. Qual foi a primeira coisa que veio à mente? Olhou para o passado em suas lembranças. Mas sua mente vagava tão lentamente que Carlyle não conseguia pensar em mais nada de imediato.
— Sim.
— Mais alguma coisa? O pensamento de não querer se separar….
Ash estendeu a mão que estava colocada sobre a mesa. Carlyle olhou para a mão que se estendia como se pedisse para segurá-lo. Ash havia trazido as palavras inesperadas primeiro, e enquanto falava sobre o divórcio pediu para que segurasse sua mão com uma expressão afetuosa no rosto. Assim como no dia em que pegou minha mão pela primeira vez.
— Não há mais nada?
Ele ficou confuso com as palavras sinceras. Carlyle olhou para Ash com olhos que diziam: “Não compreendo”. Ele não conseguia compreender o que o homem queria. Ash era o maior mistério de Carlyle.
— É claro… eu não quero me divorciar.
— Porque?
Ash perguntou rapidamente. Carlyle franziu os lábios e disse o que tinha a dizer.
— Não é algo bom de se fazer. É um casamento com muito em jogo. Falámos um com o outro sobre essa parte quando nos encontrámos pela primeira vez. Houve algo que não foi bem explicado? Ou….
As preocupações que permaneceram na mente de Carlyle durante todo o ano foram reveladas com hesitação.
— Ou o fato de eu ser um Alfa te incomoda.
Ash olhou para baixo por um momento, para a mão que Carlyle não estava segurando. Olhando para a palma da mão ele balançou a cabeça.
— Não é isso. Não há como eu odiar Lyle. Deixei claro quando te pedi em casamento. Não importa para mim que você seja um Alfa.
Não entendo o porquê disso, então.
— Então qual é o problema?
— O problema é que eu gosto demais de Lyle.
— Você está falando coisas que estão me deixando confuso.
Ash lentamente encontrou seus olhos. O sorriso em seu rosto era o mesmo de sempre, mas havia uma pitada de tristeza.
— Quando levantei a ideia do divórcio, a primeira coisa que me veio à mente foi que nunca mais veria você
Ele ficou sem palavras por um momento. Sentia como se estivesse diante de uma dificuldade insolúvel.
— Ao contrário de Lyle, que pensou em outras coisas primeiro.
A mão que estava se estendendo para agarrá-lo lentamente se afastou. Colocando a mão na mesa, Ash se recostou frouxamente na cadeira. Um sorriso melancólico apareceu em seu rosto.
— Não é assim. — Ash continuou. — Eu pensei que poderia fazer isso… Acho que não vou conseguir. — Ash disse esfregando a testa com sua mão grande. — Eu não posso viver com alguém que não me ama.
Um silêncio pesado caiu. Apenas o barulho ao redor deles foi estabelecido entre eles, e nenhuma palavra saiu de suas bocas. Carlyle piscou. Seu estômago estava doendo. Sentia uma sensação sufocante por dentro.
Porque não me sinto bem? Nunca ouvi falar de efeitos colaterais como esse aparecendo no corpo quando se está em uma situação como essa…..
Carlyle pôs involuntariamente a mão na barriga. Uma mão longa e pálida tocou suavemente o abdômen duro. Enquanto isso, Ash quebrou o silêncio.
— Sinto muito.
Esfregando o estômago, Carlyle olhou para Ash em silêncio. Ele tinha algo a dizer, mas estava preso no fundo de sua garganta e não queria sair. Sentiu-se frustrado, mas não sabia porquê. As palavras que Ash tinham acabado de cuspir, “Eu não posso viver com alguém que não me ama”, continuavam dando voltas em sua cabeça. Quanto mais as palavras circulavam em sua mente, mais seu estômago doía. Uma sensação estranha tomou conta dele, como se não pudesse respirar.
— Achei que poderia melhorar com o tempo. Mas toda vez que vejo Lyle se obrigar a aturar isso…….
O sorriso desapareceu lentamente do rosto de Ash. Ele esfregou a testa com uma expressão cansada e rapidamente enterrou o rosto nas mãos.
— É tão doloroso.
Carlyle negou apressadamente ao ouvir a voz que parecia estar ferida.
— Não é desse jeito.
Ash baixou a mão. Olhos cansados encaravam Carlyle.
— Mesmo?
— Sim.
— Então, você está bem comigo?
Carlyle hesitou. Se me perguntar se está tudo bem…..
— Eu não odeio isso.
Nunca tinha estado tão próximo a ninguém, então não tinha nada para comparar. No entanto, se sentia mais confortável ao lado de Ash do que dos seus pais e sua família. Mas, era um sentimento com o qual Carlyle não estava exatamente familiarizado.
Não podia mentir, então Carlyle colocou seus sentimentos com a máxima precisão em palavras. Ash tinha um rosto intrigado. Ele perguntou novamente com uma expressão de esperança, um pouco angustiado.
— Então o que sente quando faz sexo comigo? Se sente bem?
— Isso….
Ele manteve a boca fechada diante da história delicada. Sua intuição disse que pelo menos para essa pergunta tinha que ter uma boa resposta, não importa se precisasse misturar uma certa quantidade de mentira com ela. Não gosta? Não, na verdade não é isso. Mas não podia responder com precisão.
Dormir com Ash era estranho e desajeitado, como usar roupas que não cabiam. Se lhe perguntasse se o prazer foi eliminado; não, na verdade era muito prazeroso, mas Carlyle não queria admitir que sentia prazer com tal ato.
Ash sorriu como se tivesse lido a resposta hesitante. Ele mostrou uma expressão que parecia normal e falou.
— Lyle é um bom homem. Não é o tipo de pessoa que deveria passar o resto da sua vida amarrado num casamento em que não é feliz. Quero dizer. Você é incomparável. É muito, para um Alfa meio aristocrata, inútil como eu.
Nunca tinha pensado nisso dessa maneira. Ash era o único que tratava isso assim, por isso Carlyle não podia concordar com suas palavras sobre ser demais para ele.
Ainda se lembrava do que seu avô disse no dia em que o seu parceiro matrimonial foi decidido. O alvo era muito importante. Quer dizer. Para Carlyle, Ash, que era muito.
— Eu nunca pensei nisso dessa maneira.
Enquanto endureceu seu rosto em negação, Ash assentiu.
— Eu sei. Lyle não pensa assim. Mas você não está feliz. Não há nada que eu possa lhe dar.
— Você já me deu muito.
— O que?
Mais uma vez Ash o deixou sem palavras.
— Estamos sobre uma balança que está desequilibrada. Lyle não está tão feliz quanto eu estou com Lyle, como isso pode ser justo? É por isso que não posso continuar.
— Ash.
O cérebro, que costumava fazer julgamentos lógicos e rápidos, hoje não desempenhou bem seu papel. Pensou que tinha que detê-lo e também sentiu uma sensação ruim, mas era difícil encontrar palavras para persuadir Ash.
— O casamento é real. Então não dá para ser feliz todo tempo como nos filmes. Estou plenamente satisfeito com meu relacionamento com você e nunca tivemos nenhum problema. Entre os aristocratas que se uniram por meio de um casamento arranjado, é difícil encontrar um relacionamento que é tão seguro e tranquilo como o meu e o seu. Estou bem com esta relação.
— Você pode viver toda sua vida assim?
Ash franziu a testa tristemente.
— Existe algum significado para tal casamento?
— Acho que você sempre soube que esse casamento não seria cheio de romance.
— Mas eu queria que fosse.
Ash gradualmente empurrou a parte superior de seu corpo para trás. Normalmente ele sempre se aproximava primeiro.
— Foi o que pensei quando te pedi em casamento. Que deveríamos tentar ser felizes. Porque eu gostava de Lyle. Eu……..
Ash mordeu o lábio e baixou os olhos. Um suspiro pesado soou muito baixo.
— Vamos parar por aqui.
Ash pôs um ponto final no relacionamento deles. Carlyle mal balançou a cabeça com a frase que caiu diante de seus olhos.
— Eu não quero.
No entanto, Ash parecia ter se decidido. Ash, que sempre aceitava os pedidos de Carlyle sem recusar, não cedeu dessa vez.
— As relações e parcerias conseguidas através do casamento permanecerão intactas, Lyle. O divórcio não irá dificultar a troca entre as famílias. Eu próprio falarei com a Marquês Frost. Não haverá mudança nos contatos que tenho e na relação de vocês com Philip, não, quero dizer, com o Marquês Gordon. Então Lyle não perderá nada com isso. Desse jeito, o que conseguiu através do casamento permanecerá o mesmo, o que será bastante útil…
A cadeira de Ash foi lentamente empurrada para trás.
— Então Lyle poderá se casar em condições muito melhores. Não um casamento onde você não pode sequer ter filhos, mas um casamento que seja considerado normal perante a sociedade aristocrática.
As palavras de Ash incluíam muito do que ele havia escutado durante todo o ano passado. As conexões e parcerias eram as coisas mais importantes em um casamento arranjado, e Carlyle ouviu muitas histórias em torno do porquê iria se casar com um Alfa. Desde a utilidade de Ash, ao fato de o homem com quem ia se casar ser um meio aristocrata, e que seriam um casal incomum, incapaz de ter filhos… houveram muitas conversas sobre isso.
Ash sempre pareceu resoluto e despreocupado, mas finalmente isso parecia estar lhe incomodando. Foi um erro pensar que tinha aprendido um pouco sobre Ash ao longo deste ano. Ash não estava bem.
— Isso é o que eu queria dizer. Desculpe, o aniversário de casamento está chegando…..
A voz de Ash parecia genuinamente angustiada. Vendo o homem erguendo as sobrancelhas e se desculpando, Carlyle torceu os dedos que havia colocado sobre a barriga antes.
Eu também tinha algo a dizer.
— Eu não posso mais fazer isso.
Dizer que algo que te preocupa foi resolvido…
— Eu sinto muito.
Ele não conseguiu falar na frente do homem que dizia não aguentar mais. Sua barriga doía. Ash manteve a boca fechada como se tivesse acabado de falar. Ele olhou para Ash, que permaneceu em silêncio por um longo tempo. Seu impulso aumentou e depois diminuiu de novo. Concluí após sua razão lutar com as emoções que sequer sabia que habitavam dentro dele.
Não há nada de errado com as palavras de Ash.
O que seu avô queria era a riqueza do avô materno de Ash Jones e as conexões que Ash tinha. Ele será rotulado como um divorciado, mas nada seria mais escandaloso do que um Alfa se casar com outro Alfa.
Além disso, como disse Ash, se o relacionamento não fosse positivo um para o outro, não havia razão para mantê-lo. Ash disse que Carlyle não estava feliz, e isso parecia incomodá-lo…
Acho que isso é o correto.
— Está bem.
Carlyle assentiu em voz baixa e abafada.
— Eu entendo o que você quer dizer. Se é isso que Ash quer…..
Desviou o olhar para a janela. A visão noturna, que parecia brilhante durante o caminho que percorreu até chegar ao restaurante, agora deixava o seu coração vazio. O rosto refletido na janela de vidro transparente estava pálido.
— Vou aceitar.
Quando viu Ash ao lado do seu reflexo na janela, sentiu um leve aperto no peito.
— Desculpe, mas eu vou levantar primeiro. Eu pago a conta.
As coisas que haviam perturbado sua compostura pouco a pouco desde um tempo atrás gradualmente o consumiam. Carlyle se levantou de seu assento, pensando que sua expressão mudaria se ele continuasse assim. Sabia que seu ato poderia parecer um pouco rude, mas era difícil continuar ali.
Ash se inclinou como se fosse agarrar Carlyle, mas logo parou. Podia ver a culpa por não saber o que fazer pairando sobre o rosto de Ash. Porque tudo tinha chegado ao fim, a pedido dele.
Ele enfiou a mão dentro do terno e pegou a carteira. Uma fotografia que tinha colocado junto a carteira repousava na ponta de seus dedos. Num movimento frio para negar a sensação, Carlyle tirou a carteira abriu, e colocou algumas notas de libras que estava segurando sobre a mesa. Depois de colocar as notas, Carlyle virou-se sem fazer contacto visual com Ash.
Ash também não o impediu.
Saiu primeiro do restaurante. Passando por mesas cheias de pessoas rindo e conversando, caminhou para o corredor. Ele pensou em ir diretamente para o elevador, mas Carlyle mudou de direção para evitar encontrar Ash. Assim que entrou no banheiro, uma sensação de angústia surgiu. Tinha estado bem o tempo todo, mas pareceu surgir assim que a tensão foi libertada.
Esqueceu de olhar sua aparência no espelho e foi diretamente para o compartimento que pode ver. Mesmo depois de respirar fundo a sensação angustiante perdurou. Tentando controlar o nervosismo. Carlyle exalou e enxugou o rosto. O seu estômago estava uma confusão e a sua cabeça estava tonta.
Lembrou-se do que Luther, seu médico, havia dito.
“É difícil de acreditar, mas surpreendentemente, você está com seis semanas. Aparentemente, este milagre ocorreu por causa do sangue da senhora.”
No hospital onde ele parou antes de encontrar Ash, Carlyle recebeu um resultado de teste inesperado.
“De agora em diante, é claro, você deve parar de beber álcool e tentar evitar o estresse o máximo possível. É extremamente raro um alfa engravidar, então você deve ter muito cuidado. As chances de aborto espontâneo são muito altas jovem mestre. Mesmo o menor erro pode causar um aborto espontâneo.”
Ele suspirou e abaixou a mão. Apenas os músculos abdominais foram sentidos na barriga firme e plana, mas o crescimento da vida dentro dela nao foi sentido. Talvez ele já esteja morto. Pode ser o melhor nesta situação. Mas as outras palavras de Luther atingiram seus ouvidos novamente.
“Tenho certeza que Sr. Jones vai ficar muito feliz.”
Ele não negou isso. Não conseguia imaginar como Ash reagiria, mas também pensou que ele não iria odiar. A ideia de uma Alfa engravidar parecia estranha, mas mesmo em meio ao estranhamento sentiu uma alegria ténue. Foi como se tivesse alcançado uma coisa que nunca poderia ser preenchida na sua relação.
Carlyle ficou inexpressivo e abraçou a barriga. Como estava em um espaço onde ninguém estava olhando para ele, seus pensamentos fluíam lentamente um após o outro. As palavras que ia dizer a Ash passaram pela sua cabeça.
‘É um absurdo, mas…… Você e eu vamos ter um filho.’
Ele pensou em dizer algo assim. Olhando para o ar como se estivesse em um frenesi, ele lentamente enfiou a mão em seu terno onde estava sua carteira. Lá havia um pedaço de papel que tocava a ponta dos seus dedos. Agarrou a ponta do papel com os dedos indicador e médio e puxou-o para fora. Era uma foto em preto e branco que cabia na palma da mão.
‘Quase não acreditei, mas parece coincidência. Eu gostaria de lhe dar um nome, se você acha que é muito cedo um nome provisório não seria ruim. Acho que você deveria escolher. Ash têm mais talento para isso do que eu. Ainda não sabemos o sexo, mas seria bom descobrir quado ele estiver pronto. É estranho? Eu também não esperava por isso. Mesmo assim, não me desagrada.’
No centro da fotografia, com a data e o nome, havia uma forma tênue, captada por um ultrassom. Era difícil acreditar que algo que parecia um pequeno caroço muscular, talvez até um tumor, se tornaria seu filho. O olhar de Carlyle, que estava olhando para a foto, se voltou para cima com a data e o nome escritos nela. Então, com a ponta da língua ele falou o nome sem fazer barulho.
Ash Frost.
A pequena imagem também retratava a incorporação do homem que um dia se chamou apenas Ash Jones na sua vida há 1 ano atrás.
Era final da primavera quando o conheci.
°
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Continua…
mariana
eu acho q n posso ser mais triste do que já estou