Defina o relacionamento - Capítulo 27
Quando ele saiu do aeroporto, o vento soprava forte em seu casaco. Seu cabelo,que o vento jogou para trás, estava um pouco desorganizado. O ar cinza levemente úmido cheirava ao inverno. Depois de quase dois meses, Londres havia se vestido com uma cor cromática familiar. Era uma visão estranhamente solitária e deprimente.
Toda vez que Carlyle voltava do Catar, onde o sol brilhava forte, sentia uma solidão desoladora. Mas hoje foi diferente. Em vez de solidão, a impaciência permeava seus passos. Porque havia alguém que ele queria encontrar.
Embora o Ano Novo estivesse chegando, Londres estava estranhamente quieta e, ao mesmo tempo, tinha uma atmosfera excitante. Devido à natureza da Europa tornar-se mais calma à medida que os feriados prolongados se aproximavam, havia mais turistas circulando por Londres na véspera de Ano Novo.
Passando pelas ruas coloridas, Carlyle viu muitos casais e famílias andando de mãos dadas pela janela do carro.
Então ele se lembrou de um dia de verão. Em algum momento no passado, ele desejou estar em um relacionamento com alguém assim, enquanto descartava isso como uma mera ilusão. Houve um tempo em que ele pensou que era um desejo bobo que nunca poderia se tornar realidade.
Carlyle olhou para o celular empoleirado em sua coxa, um pouco nervoso. Ele agarrou o aparelho com tanta força que as veias nas costas de sua mão pálida se tornam visíveis.
Ele não tinha notícias de Ash por horas, provavelmente porque o homem estava muito ocupado. Era natural que essa lacuna fosse devido ao trabalho um do outro, mas Carlyle ainda não tinha sido ousado o suficiente nessa área. Talvez fosse assim para o resto de sua vida. Certamente por causa disso, ele sentiu falta de Ash o tempo todo em que esteve acordado.
Nos últimos dois meses, Carlyle redefiniu a divisão de trabalho com Kyle. Essa mudança não havia sido originalmente planejada. Talvez porque ele não quisesse colocar muita pressão sobre Kyle, que tinha acabado de começar a trabalhar, e não queria que ele ficasse longe de Nick por muito tempo porque estava grávido.
Mas se continuasse trabalhando como antes, Carlyle teria que ficar no Catar ou no Canadá por cerca de um ano e meio. O período em si era diferente de viajar ao exterior para viagens de negócios de curta duração ou festas sociais. Isso reduziria muito a quantidade de tempo que ele poderia passar com Ash. Ele não gostou nem um pouco disso.
Esses eram os projetos que Kyle acabaria por herdar e liderar, mas ainda eram grandes demais para serem conduzidos por alguém tão jovem quanto ele. Isso significava que a pressão era alta, apesar de ter muitos associates. Ao contrário de Carlyle, que estava acostumado a fazer esse trabalho há muito tempo, Kyle ainda precisaria de tempo para se ajustar. Portanto, trazer esse assunto à tona fez Carlyle sentir muita culpa.
Mas antes que ele pudesse falar sobre isso, Kyle perguntou primeiro ao médico de Carlyle. E embora Kyle repetidamente pedisse a Carlyle para verificar com Luther, ele disse que não era necessário.
Ele também bem disse a Carlyle que, se quisesse, poderia deixar tudo como estava, mas se não quisesse, seria correto mudar o peso de seu trabalho de acordo com seu dever. O importante era seguir as recomendações do seu médico, enfatizou Kyle.
Assim, ele obteve sua resposta. Depois de muito pensar, Carlyle concedeu a Kyle seu desejo. E Kyle sorriu largamente diante das palavras de Carlyle.
Dezembro passou, enquanto Carlyle entregava a Kyle seus contatos atuais, incluindo tudo relacionado ao negócio de Doha. Um dos projetos em que Carlyle estava trabalhando era difícil de assumir, então o cronograma foi mais longo do que o planejado para terminá-lo.
Foi por essa razão que seu retorno e seu desejo de se confessar a Ash antes do Natal foram adiados por alguns dias. Carlyle ficou um pouco deprimido durante toda a semana por não poder aceitar a oferta de Ash de passar o Natal com ele.
Durante os dois meses que estiveram separados, eles mantiveram contato por mensagem e telefonemas. Ash começou a perguntar o que Carlyle tinha feito durante o dia. Perguntava com entusiasmo como ele se sentia, como estava seu corpo, o que estava fazendo e cada pequeno detalhe de sua vida. Carlyle também perguntava um pouco sobre ele. Ele perguntou se havia comido bem, o que ele ia fazer e como estava indo seu trabalho.
Em cada conversa, Carlyle se lembrava de quão seca e sombria sua rotina era comparada à de Ash. Ele tinha um monte de gente para conviver. Carlyle muitas vezes sentia que Ash era a única pessoa com quem ele podia sentir alegria, mas Ash não era igual. Mas assim que pensou nisso, lembrou-se de Ash também dizendo que queria vê-lo o mais rápido possível.
Ele dizia isso todos os dias, o tempo todo, todas as vezes.
Mas em vez de se acostumar com as palavras “quero ver você”, o número de vezes que ele disse isso para Carlyle aumentou e se tornou enorme. Toda vez que Ash lhe dizia isso, Carlyle mal conseguia suprimir a vontade de entrar no avião.
Embora pudesse facilmente fazer isso se desejasse, Carlyle foi paciente. Depois de terminar todo o seu trabalho pendente, ele queria se concentrar completamente em Ash. E foi assim que se seguiu até o dia de hoje.
Carlyle estaria em Londres, a partir do ano novo. O trabalho está concluído. Kyle voou de volta para Londres em um jato particular com Carlyle para ver Nick. Kyle provavelmente estaria com seu amado em pouco tempo. Então Carlyle não podia esperar para ver Ash também. Queria começar o ano novo com ele.
[Onde você está, Carlyle?]
Ele finalmente recebeu a mensagem que estava esperando. Carlyle moveu os dedos imediatamente, quando a tela de seu celular se acendeu. Seu coração batia tão rápido que não seria estranho se explodisse imediatamente. Carlyle estava tão nervoso que ficou paralisado por alguns segundos enquanto lia a mensagem.
Embora mantivessem contato todos os dias, fazia muito tempo que ele não via o rosto de Ash. O pensamento de vê-lo em breve o encheu imediatamente com uma tensão e alegria incontroláveis. E nesse meio tempo, não pode deixar de se perguntar se Ash poderia ter se cansado dele.
— Estou a caminho do centro.
[Você pode vir para o endereço que eu te enviei?]
Carlyle olhou para o relógio. Já era tarde da noite. Passava um pouco das 23 horas. Era impossível chegar ao centro da cidade. Os veículos eram restritos nessa época do ano. Os fogos de artifício começariam em breve, então seria mais rápido caminhar até lá. As ruas aos poucos se encheram de gente.
Carlyle olhou para o buquê de rosas em seus braços. Além disso, ele havia enviado centenas de rosas para a casa de Ash. Carlyle escolhera as palavras que ia dizer a ele, quando lhe desse suas rosas vermelhas favoritas. Era uma frase um pouco mais sofisticada do que da última vez.
No entanto, seu plano se desviou um pouco. O mau tempo fez com que o avião partisse um pouco mais tarde e o trânsito ficasse mais lento. Ash queria vê-lo em outro lugar. Mas seu nervosismo desapareceu com o pensamento de ver Ash eventualmente. Essa era a parte que mais importava para ele.
[Provavelmente levará cerca de 20 minutos. Está bem?]
[Sim, tome seu tempo.]
‘Isso não vai dar certo. Até lá, a virada do ano vai chegar’.
[Eu estarei aí em breve].
[Você está agasalhado?]
[Estou vestindo um casaco. E você, Ash?]
A conversa logo se tornou um assunto trivial. E, no entanto, era um assunto importante. Ele ficaria muito preocupado se Ash pegasse um resfriado. Um vírus não era o tipo de coisa da qual Carlyle poderia livrá-lo.
[Esqueci meu cachecol. Estou com um pouco de frio.]
Depois de se preocupar como Carlyle estava vestido, Ash lhe disse que estava com frio. Seu coração afundou. Carlyle ergueu os olhos e olhou pela janela. Era para verificar se havia lojas de roupas abertas nas proximidades. Mas isso era altamente improvável. Fazer compras em uma loja ou mandar alguém trazer suas roupas não era o problema. O tempo era o problema. Cada segundo era importante.
[Você está na rua?]
[Sim.]
O endereço que ele enviou era perto da ponte de Westminster. Não era um bairro onde o controle de área estava em pleno andamento para fogos de artifício, mas ainda era próximo.
[Existe algum lugar onde você possa entrar? Estou preocupado que pegue um resfriado.]
A cada linha de texto cheio de preocupação que escrevia, o coração de Carlyle começou a doer. Parecia ser melhor fazer uma ligação. Mas naquele momento, a resposta veio de Ash.
[Eu ficarei bem se você me abraçar, Carlyle. ]
Sua cabeça ficou em branco por um momento. Algo dentro dele pegou fogo com aquelas belas palavras. Seus dedos formigavam como se tivessem tomado um pequeno choque elétrico. Ele estava dominado pela saudade.
Carlyle olhou para frente. Seu motorista estava procurando outra maneira de contornar a área de trânsito. Nesse ritmo, ele pensou que levaria mais de vinte minutos.
— James, eu vou descer agora.
Carlyle disse ao homem mais velho, que havia trabalhado para sua família junto com Mayam por muito tempo. Os olhos curiosos de James o fitaram pelo espelho retrovisor.
— Aqui?
— Sim, então volte agora. Obrigado por seu trabalho duro.
— Mas está nevando lá fora, jovem mestre.
James estava certo. A neve que nem veio no Natal começou a cair na janela. Achou que Ash iria gostar. Então ele queria ir ver aquela cena, enquanto abraçava Ash para que ele não sentisse frio.
— Está tudo bem.
— Tome cuidado.
— Sim.
Carlyle abriu a porta do carro. E antes de passar entre os carros parados, ele olhou para James e disse:
— Obrigada. Vejo você ano que vem.
Ao ouvir Carlyle, que não estava acostumado a se despedir assim, James olhou para ele intrigado. Então Carlyle fechou a porta. Seus sapatos se moviam ao longo da calçada de pedestres. Havia também muitas pessoas perto do Green Park. Através da multidão, Carlyle começou a acelerar os passos.
Quando voltou a si, percebeu que estava correndo. Foi a primeira vez que ele correu com tanta indiferença. Seus sapatos pretos refletindo luzes coloridas tocaram o chão. Seu terno ondulava ao vento. Seu casaco esvoaçou. Com o cabelo levemente espalhado sobre a testa, Carlyle passou por vários becos estreitos.
Finalmente, ele chegou ao local que Ash lhe indicou. Estava um pouco sem fôlego. O vapor branco que saiu de sua boca se espalhou por seus lábios vermelhos. Carlyle olhou em volta e tirou as luvas de couro.
Havia uma multidão de pessoas por perto, mas este lugar estava estranhamente quieto. Havia um pequeno parque em frente. Assim como a Russell Square, o parque tinha uma escala muito pequena onde a população vizinha podia fazer uma pausa.
E Ash estava lá.
Carlyle foi capaz de reconhecer Ash à distância, mesmo o homem estando de costas para ele. Essa era a visão traseira que ele poderia desenhar mesmo com os olhos fechados. Carlyle desacelerou lentamente e caminhou em direção a Ash.
O som de seus sapatos ecoou no ar negro da noite. Parecia que seus pés estavam flutuando em um sonho. Ele esfregou as mãos trêmulas por um momento. As pontas de seus dedos que tocavam suas palmas estavam frias. Então ele esticou os braços. E, cuidadosamente, muito fracamente, abraçou Ash por trás.
Ele sentiu um cheiro familiar. E enquanto enterrava a testa em suas costas largas, Carlyle abriu a boca:
— Senti a tua falta.
Ash agarrou a mão de Carlyle, que estava em volta de sua cintura. As mãos de Ash estavam quentes. Assim que a temperatura do corpo de Ash tocou sua mão fria, ela esquentou.
— Você veio.
Ash virou-se lentamente. Carlyle olhou para frente. Ele viu um sorriso brilhante no rosto dele. Calorosa e amorosamente, seus olhos curvos encheram-se de Carlyle. Podia ver suas bochechas vermelhas no ar frio.
— É muito tarde? — Carlyle perguntou. Era uma pergunta sobre a hora e também sobre o tempo que o homem ficou à sua espera. Ash balançou a cabeça.
— Você chegou bem a tempo.
A mão de Ash descansou em seu ombro.
‘O que significa chegar bem a tempo?’
— Você correu?
A outra mão que não estava tocando seu ombro, descansou na testa de Carlyle. Então, gentilmente passou os dedos pelo cabelo bagunçado. Carlyle baixou os olhos, sentindo-se um pouco envergonhado.
—… Era… Urgente.
— Você é lindo.
Sua voz era tão bonita que ele queria morrer de amor. Seu constrangimento aumentou ainda mais. Ele também parecia satisfeito. Sentindo-se perdido, Carlyle fechou os lábios e os abriu novamente.
— Eu realmente senti sua falta.
A mão que corria por seu cabelo veio descansar em sua bochecha. Olhos cheios de emoção, Ash olhou para o rosto de Carlyle. Ele nem piscou.
— Então, eu tenho pensado muito. Sem parar.
‘O que você está pensando?’ Carlyle abriu a boca para perguntar mas as palavras não saíram.
Um rugido alto começou a ser ouvido à distância. Ao mesmo tempo, as luzes ao redor começaram a diminuir. As luzes brilhantes em forma de estrela amarelas e brancas bordadas perto do parque tranquilo foram desligadas sequencialmente. E logo, eles também foram deixados no escuro.
—… Ash?
— Você pode me ouvir?
Inclinando-se, Ash sussurrou no ouvido de Carlyle. A contagem regressiva começou a soar fracamente.
10….
Aplausos se espalharam à distância. Os gritos deviam vir da London Eye ou da Westminster Bridge. Carlyle de repente se lembrou de um dia no passado. A véspera de um vento que misturava o cheiro de grama e o cheiro de cerveja.
9, 8….
— Como eu disse antes… realmente, eu tenho pensado muito sobre isso.
7, 6….
A mão de Ash, que estava em seu ombro, gentilmente acariciou Carlyle. Ele piscou. Vagamente refletido na escuridão, ele podia ver um nariz e lábios bem formados.
‘Sem chance’.
5, 4….
— Até que me lembrei de algo importante.
Seus olhos se encontraram. O lugar caiu na escuridão perfeita. Até as luzes das áreas residenciais próximas desapareceram em um instante.
— Feliz Ano Novo.
3, 2….
Os olhos de Carlyle se arregalaram. Ash sussurrou. Era uma voz clara que não podia nem ser comparada às vozes dos espectadores que se espalhavam como névoa de longe.
1…
— Meu Lyle.
Em um momento, um momento muito breve, Carlyle foi envolvido em uma profunda quietude cósmica.
E imediatamente, os lábios de Ash o tocaram.
Um leve arrepio se espalhou de seus ombros. Um hálito quente escapou de seus lábios. Sua língua penetrou nos lábios avermelhados. O beijo leve que começou suavemente, se transformou em um beijo profundo em um piscar de olhos. A língua emaranhada era habilidosa.
A saliva era terrivelmente doce e fluiu. Carlyle engoliu sem perceber. Franzindo os olhos, Carlyle agarrou-se ao casaco de Ash ansiosamente. Uma sensação arrepiante e uma alegria sufocante correram por suas veias.
Ah, e enquanto ele soltava um suspiro profundo, Ash sorriu suavemente. Um sorriso amigável deslizou sobre sua boca. Carlyle cambaleou. Foi porque Ash tirou seu fôlego.
Seus lábios se separaram. Os dedos de Ash traçaram seus lábios manchados de saliva como naquele dia. O polegar acariciou suavemente seus lábios finos. Carlyle agarrou o dedo de Ash. Seus olhos se encontraram. Eles podiam se ver mesmo no escuro.
Ao mesmo tempo, o ambiente se iluminou. Chamas vermelhas e azuis coloriam o céu de Londres com o som de fogos de artifício. Parecia que se uma estrela explodisse ficaria assim. Embora soubesse como uma estrela realmente desaparecia, o pensamento lhe ocorreu.
Ash sorriu sob a luz do céu. Ele parecia um presente de Deus para Carlyle. E então de repente se lembrou que hoje era seu aniversário. Afinal, foi naquele dia também.
Havia lágrimas fracas ao redor de seus olhos oblíquos. Ele não conseguia entender por que estava chorando. Foi muito, muito esmagador.
— Você sabe? Nunca esqueci aquele dia. Eu simplesmente não conseguia imaginar essa pessoa era Carlyle. Parando para pensar sobre isso, Ash Jones era um idiota. Eu não posso acreditar que eu nem percebi que você estava bem na minha frente.
Ash sorriu de um modo estranho. Com o início da queima de fogos, as luzes ao redor que estavam apagadas começaram a acender.
— Como é que eu não reconheci a pessoa que me fez começar a sair com Alfas por tanto tempo?
Carlyle piscou, ouvindo sua voz sussurrante como se realmente estivesse envergonhado. Sem acrescentar uma única mentira, Carlyle pensou que Ash não se lembraria. Só queria entender o que ele estava dizendo. Ele só queria contar a ele seus sentimentos mais íntimos.
Não queria que Ash se sentisse triste por apontar um fato que ele não conseguia lembrar. Mas a propósito…
— Carlyle desapareceu sem mostrar o rosto. Desapareceu antes que as luzes fossem acesas, então voltei lá no dia seguinte, lembrando apenas do seu nome. Mas não consegui te encontrar. Esse foi o gatilho. Eu nunca tinha estado com um Alfa antes.
A mão de Ash correu sobre a bochecha de Carlyle. Antes que ele percebesse, Ash gentilmente começou a chorar. Uma expressão triste e encantadora apareceu em seu rosto.
O céu estava azul e vermelho. Também ficou amarelo. As luzes que coloriam a noite de Londres, brilhantes como o dia, explodiram sobre a cabeça de Ash. Ash estava virado de costas para as luzes brilhantes.
Era como uma pintura. A bela imagem de Carlyle, a ser preservada por toda a vida, foi esculpida em sua córnea, sua retina e sua alma.
— Para que pudéssemos nos encontrar novamente, Lyle veio até mim primeiro.
Ash baixou os olhos. À primeira vista, seus olhos estavam úmidos e brilhantes como os de Carlyle. Ash ergueu o queixo lentamente. Os lábios tocaram a testa de Carlyle.
— Obrigado.
Com um movimento solene, Ash o beijou. Carlyle lambeu os lábios. Era como se dezenas de milhares de bolhas estivessem estourando dentro dele e enchendo seu coração.
Apertando os dedos, Carlyle agarrou o casaco de Ash com força. Não queria mais ficar longe dele. Queria que essa pessoa estivesse ao seu lado para sempre.
‘Não quero que ninguém remova seu lindo sorriso’.
— Então Lyle, se você não se importa que eu seja tão patético… — Ash perguntou, com os braços ligeiramente abertos como se tivesse lido seu coração: — Você me deixaria ser seu companheiro, Lyle? Eu vou cuidar bem de você. Você não perderá nada com este acordo — acrescentou Ash brincando.
Ao ouvir isso, Carlyle não pôde mais se conter. As palavras que haviam sido suprimidas com todo tipo de paciência, finalmente iriam sair de sua boca.
— Eu….
Carlyle riu. Ele riu com lágrimas nos olhos. ‘Eu já me comportei de maneira tão boba antes? Não que eu me lembre. Mesmo que mal estejamos namorando, como podemos ser tão tristemente felizes?’
‘É tão fácil para os outros’.
— Para que eu possa te ter e te amar…
Para Carlyle Frost, era uma tarefa única na vida, muito difícil e solene. Queria ter Ash ao seu lado. O fato de que Ash poderia se cansar dele ou ir embora por causa dos seus defeitos não desapareceu da sua mente. Mas Carlyle fará tudo que estiver ao seu alcance para que isso não aconteça.
— Se você puder ser meu parceiro… Isso seria ótimo. Por favor.
Carlyle pediu um favor. Ele estava desesperado para ouvir a resposta.
— Eu estou disposto.
Ash disse calmamente. Sua voz profunda era perigosamente sexy e doce ao mesmo tempo. Carlyle não resistiu ao impulso e abraçou Ash. Ele puxou com força o homem que estava com os braços estendidos para ele e o abraçou. A paixão o dominou. Seus braços longos e fortes seguravam Carlyle contra ele.
Os fogos de artifício continuaram por um longo tempo. Carlyle fechou os olhos e segurou Ash em seus braços. As luzes se apagaram depois de colorir o céu por quase trinta minutos.
Depois que os fogos de artifício terminaram, eles saíram lentamente do parque. Os dois deixaram a tranquila área residencial de mãos dadas e se misturaram à multidão. Então Carlyle se lembrou dos casais que tinha visto antes quando estava no carro.
E enquanto pensava sobre isso em silêncio, Carlyle olhou para suas mãos entrelaçadas.
A mão grande e amigável de Ash estava agarrada à dele. Agora, a mão de Carlyle havia removido o frio da mão de Ash, que ficou quente. Sua mão também derreteu com o calor de Ash. Duas mãos semelhantes estavam entrelaçadas. Eram as mãos de um casal de amantes.
Entre os casais que estavam na rua, Carlyle Frost foi adicionado. Carlyle Frost, ao lado de Ash Jones, não era meio nobre para ele, nem um Alfa patético que não conseguiu se tornar um Alfa dominante.
Ele era agora, o parceiro amado de Ash Jones.
Esse fato fez de Carlyle o homem mais feliz do mundo. Carlyle lentamente tirou os olhos das mãos, depois olhou para frente novamente e sorriu silenciosamente. Os flocos de neve que caíram em seus longos cílios gradualmente derreteram e se transformaram em água. A mesma coisa aconteceu com o rosto dele.
No rosto pálido que há muito estava congelado, circulava o calor da felicidade.
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Continua….
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✓ Tradução: Rize
✓ Revisão: Yuri