Da Terra ao Céu - Capítulo 28
Surgiu o desejo de segui-lo imediatamente enquanto o observava atravessar o quarto. Queria ir para a cozinha, estar ao lado de Sasha, sentar à mesa e esperar enquanto o observava cozinhar. Mas mesmo sentar-se por um tempo era tão difícil que seus membros tremiam. E se esse já era o caso, então se levantar e andar como se nada tivesse acontecido seria impossível.
Culpando Sasha por sua condição corporal, apenas se sentou na cama e decidiu esperar pacientemente por ele…
Mas fazer isso parecia incomumente lento.
Estava sozinho na cama, agora, era muito grande e muito fria. Noah estendeu a mão e esfregou suavemente o local onde Sasha estivera até alguns minutos atrás. Ainda podia sentir seu calor, aquele que não tinha saído dos lençóis, e podia sentir o cheiro de seu xampu bem onde estava o travesseiro. Sem perceber, Noah ergueu os cantos da boca e esticou a mão um pouco mais, como se quisesse encontrar uma maneira de senti-lo ao seu lado.
Então nesse momento.
“Bam, Bam.”
Um som de golpes foi ouvido em sucessão.
Noah virou a cabeça para a janela e ficou em silêncio. Como este lugar ficava no segundo andar, era incrivelmente estranho ouvir algo assim. Como se tivessem atirado uma pedrinha. Ainda assim, não deixou que seus olhos tensos saíssem da janela.
Esperou… esperou… E de repente, uma sombra escura esvoaçou além do vidro. A silhueta de alguém. Noah se levantou da cama, esquecendo a dor em seu corpo, e imediatamente sentiu um calafrio aterrorizante percorrer sua espinha. No momento seguinte, a janela quebrou com um estrondo alto e “Pam!” Alguém armado passou por ela, entrou correndo no quarto e caiu direto no chão. Era um cara de colete à prova de balas e capacete, segurando uma metralhadora usada apenas por forças especiais e luvas de couro nas duas mãos.
O homem era ágil.
Olhou em volta, pendurou a arma nas costas e, assim que encontrou Noah, deu um passo para mais perto e estendeu a mão. Nesse momento, Noah, que se enrijeceu de surpresa, gritou:
— O que está fazendo?! Não, não me toque.
— Noah, acalme-se. (NT: Acalme-se meu cool, até eu quase infarto)
Seu cu que se acalme! No início da manhã, um ladrão armado, ou talvez um mercenário, quebrou a janela da mansão e entrou desse jeito. Como poderia estar calmo!? Até sabia o seu nome. Como membro de uma família mafiosa, ele cresceu vendo coisas que os outros nunca experimentaram ou pelo menos imaginaram, mas agora não se sentia forte o suficiente para sair disso sozinho. Noah rapidamente deu um passo para trás.
A cama estava no meio do quarto, então a porta parecia bem longe. Se aquele intruso armado atirasse em sua direção, seria atingido e morreria antes de gritar por socorro. Mas, não podia ficar parado e não lutar. É claro que, ao contrário da força de seu coração, seu corpo estava fraco e suas pernas estavam tão doloridas que cambalearam e caiu para a frente. O homem, que quebrou a janela, correu rapidamente e o agarrou pelos braços antes que Noah baterá no chão. Noah gritou ainda mais alto do que na primeira vez:
— Deixe-me ir! Deixe-me ir, seu idiota! O que você vai…?
— Noah, acalme-se. Sou eu. Isaac. (N/T: FDP)
Um nome familiar de repente se espalhou para os ouvidos de Noah, que começou a balançar os punhos com força para socá-lo. Então, parou de se mover como uma boneca cuja bateria havia acabado e olhou para o rosto do homem com os olhos arregalados. Era verdade, a voz parecia completamente… Familiar.
— Isaac?
— Sim, sou eu. Sinto muito por ter te assustado. Acalme-se e respire fundo.
O homem levantou a máscara que cobria metade de seu rosto e a deixou descansando sobre seu capacete. Através da pequena abertura, o rosto de Isaac foi então revelado, franzindo a testa e com os olhos ligeiramente puxados. Com certeza era ele.
— Isaac. Deus, por que está aqui? Como assim…? Quebrou a janela e entrou. O que acha que é isso? Missão Impossível!? Não espere, é realmente você?
Noah olhou para Isaac, respirando contra seu peito antes de acertá-lo. Não conseguia nem piscar! Mesmo se tivesse visto um fantasma, não ficaria mais surpreso do que isso.
— Noah, inspire devagar. Assim, depois expire novamente. Isso. Está indo muito bem. Isso é ótimo.
Isaac esfregou as costas de Noah antes que começasse a hiperventilar. Calmamente o instruiu e começou a acariciá-lo muito levemente.
Noah, que estava em choque, seguiu as palavras de Isaac, respirou fundo e exalou, então desabou contra ele e se permitiu descansar um pouco. Suas pernas tremiam, então ele não aguentava mais.
— Mas, falando sério, o que há de errado com você? Que tipo de confusão é essa?
— Estou aqui para buscá-lo.
— Me buscar?
Noah o ouviu dar um suspiro curto:
— Já se esqueceu? Disse que se perdêssemos contato, eu deveria assumir que algo tinha acontecido. Te disse que viria buscá-lo imediatamente, idiota.
A expressão de Isaac, explicando o que tinham falado antes, era dura. Sua cabeça estava latejando e pensando um pouco mais sobre isso, descobriu que realmente fazia um tempo considerável desde a última vez que havia contatado Isaac e sua família. Foi desde que foi deixado sozinho na casa de Sasha no Novo México. A última vez foi antes de Caleb chegar à mansão do deserto, então depois disso, estava ocupado preparando o plano do míssil e… Bem, assim que terminou, o ciclo de calor explodiu em seu quarto. E obviamente, para Isaque uma promessa era uma promessa.
— Eu… eu sinto muito. Esqueci.
Noah se encolheu e se desculpou. Lamentava que Isaac tivesse voado até aqui só para encontrá-lo e lamentava tê-lo feito se sentir tão preocupado e chegar a esse ponto.
— Você esqueceu?
— É só que… não sei como explicar.
Na verdade, muita coisa aconteceu ao seu redor nessas últimas semanas. Invadiu um míssil de teste, ficou preso em um caminhão carregado de bombas e quase desapareceu do universo sem deixar vestígios. No meio disso, o ciclo de calor explodiu e… Foi o momento em que ele e Sasha ficaram chafurdando por vários dias. Não tinha energia para contar tudo.
— … Eu entrei no cio.
Ainda assim, essa era a coisa mais razoável a dizer.
— No cio?
— Sim. Foi tão ruim que nem consegui pensar em entrar em contato. Na verdade, mal comecei a me recuperar.
— Está realmente bem? Se algo aconteceu com você ou se algo está doendo, então…
— Não! Estou bem, tudo correu bem.
Em um instante, os olhos de Isaac, que estavam esperando o fim de suas palavras, ficaram tão negros que até sentiu vontade de chorar na frente dele e implorar seu perdão. Estava tão preocupado com a possibilidade de que Isaac nervoso e armado decidisse explodir a casa inteira! Além disso, era difícil para ele respirar adequadamente. Sabia perfeitamente o que poderia acontecer se dissesse a coisa errada. Por exemplo, a casa era o de menos. Sasha pode ser espancado, gravemente ferido, baleado ou morto. Só de imaginar isso o fez sentir como se o sangue estivesse escapando pelos dedos dos pés, então Noah agarrou Isaac pelos ombros e o sacudiu:
— Isaac! Meu amigo, meu irmão de outra mãe. Meu amor. Sinto muito por ter te preocupado! E sinto ainda mais por não ter cumprido minha promessa, mas realmente, realmente está tudo bem. Estou bem, o trabalho correu bem e agora o cio acabou e estou prestes a ir para casa. Juro, eu juro, eu juro.
Noah explicou tudo isso na esperança de que Isaac não ficasse bravo com ele. No entanto, ele o olhou com uma expressão que gritava que não tinha ideia do que diabos estava falando.
— Então…?
— Não podia falar com você porque eu estava… eu estava… — Teve que evitar seu olhar. Suas bochechas ficaram quentes de vergonha e sentiu que não podia mais continuar. — Eu estava com alguém, mas por favor, não conte a Félix.
Finalmente, quando ouviu, Isaac assentiu.
— Quer dizer… alguém te ajudou quando você ficou incapacitado? ( N/T: Não querido, alguém o ajudou e ele ficou incapacitado)
Noah suspirou, aliviado com o quão bonito e quão ingênuo Isaac era para entender quando alguém falava sobre sexo selvagem. No entanto, mais do que isso, agora se preocupava em como iria mandá-lo de volta para casa.
— …
Espere.
Queria mandar Isaac de volta? Por que enviaria Isaac depois dele ter vindo de tão longe apenas para encontrá-lo!? Disse que estava prestes a sair de qualquer maneira, então estava tudo bem se eles saíssem da mansão juntos. Mas ainda assim, algo não parecia certo. Na verdade, seu coração doía só de pensar em ter que sair daqui imediatamente.
— Eu não…
— Não o quê? Se está com medo do que poderia acontecer com o Dr. Lambert por seqüestrá-lo, tem que saber que posso ignorá-lo desde que você esteja seguro.
Seus ombros ficaram tensos ao ouvir o nome “Doutor Lambert”. Poderia ter olhado pela mansão e até mesmo pelo quarto em que estava, mas tinha certeza de que não havia como ele saber a identidade da pessoa que o havia sequestrado.
— Quem te disse?
Quem lhe dissera o nome?
— Felix me contou tudo que aquele bastardo fez.
Como esperado, o nome de seu primo saiu da boca de Isaac. Mas por que ele sabia? E o que exatamente contou sobre ele?
Foi nesse momento, quando estava atordoado demais para falar direito, que a porta se abriu de repente. Ao mesmo tempo, Isaac agarrou o braço de Noah e o puxou ainda mais para perto de seu peito:
— Noah!
Seu nome foi chamado em voz alta.
Era Sasha, que apareceu pela porta aberta. Como se tivesse corrido todo o caminho do primeiro andar até aqui, era evidente que seu coração estava batendo muito forte e que estava tão sem fôlego que não conseguia mais se mexer. Não conseguia nem falar! Tudo o que podia fazer era ficar ali e olhar para Noah e o homem que o segurava de uma forma bastante protetora.
Por um breve momento, se fez um silêncio tenso no quarto entre eles. Noah foi o primeiro a falar:
— Sasha, esse é…
— Vem aqui.
No entanto, as palavras que Noah pretendia lançar não chegaram ao fim.
Sasha, que havia ficado tenso pela surpresa, franziu a testa furiosamente e estendeu a mão na direção de Noah.
Ele não pode tomá-lo.
Não era apenas porque Isaac estava segurando seu corpo, mas… Porque percebeu que certamente não havia mais tempo ou espaço para os dois.
— Deus, Noah… quem te enviou? O que você quer? Te ouvirei, então tire suas mãos de Noah e deixe-o vir comigo.
A voz baixa de Sasha ecoou assustadoramente na sala. Ele parecia ter entendido mal e agora pensava que Isaac estava segurando Noah como refém. E claro, graças a isso, o olhar de Sasha, observando Isaac, era incrivelmente amargo. Ele até mesmo mostrou uma expressão ameaçadora que nunca antes havia visto.
— Dr. Lambert, afaste-se agora. Você sequestrou e aprisionou Noah por tempo suficiente para encher minha paciência, então é melhor você manter esse tom para si mesmo quando estiver na minha frente.
— Do que você está…!?
— Vim buscá-lo. A propósito, se eu fosse você, deixaria esse controle no bolso. Os guarda-costas de sua mansão não poderão se levantar por enquanto.
Isaac falou em um tom indiferente, como sempre. Sasha franziu a testa mais uma vez e perguntou:
— Félix mandou você?
— O que você acha?
Foi quando Isaac respondeu que Noah agarrou a bainha de suas roupas como se quisesse detê-lo. Obviamente, sabia que era hora de sair de lá antes que aquilo se transformasse em uma tragédia, e ainda assim ele não queria simplesmente ir embora. Ele nem tinha falado com Sasha adequadamente ou confessado seus sentimentos. Então, pensou que só precisava de um tempo para conversar com ele e contar tudo, mesmo sabendo que só o deixariam fazer isso por um segundo.
— Isaac, espere. Eu vou com você, mas, mas… Se me der algum tempo, eu…
— Se não sair de imediato, ele vai trazer gente da Itália. Você sabe o que isso significa, não sabe?
— … Sim.
Ambos apertaram os dentes. Itália era a casa de seu avô, Vincenzo. Em outras palavras, estava ameaçando Sasha de informar a Vincenzo se ele não os deixasse sair de lá imediatamente. Noah balançou a cabeça.
— Não… Não tem que me ameaçar com meu avô. Por Deus, eu não sou uma criança. E eu estou bem.
Ele disse isso, mas ficou claro que, quando Vincenzo descobrisse, seria um tremendo caos. Estava com medo porque sabia que Sasha era tão idiota que não deixaria que Noah se fosse facilmente. E naquele momento, alguém poderia entrar e matá-lo de uma forma que certamente não poderia imaginar.
— Isaac!
— Oh eu vou dizer a ele então.
Isaac baixou a voz e sussurrou isso para Noah como se estivesse repreendendo um filho mal educado. Parecia que Noah não tinha poder suficiente para evitá-lo, então deixou escapar um longo suspiro. Uma vez que Félix decidisse fazer algo, ninguém podia detê-lo nunca. Muito menos quando Isaac parecia apoiá-lo com tanto fervor. Noah estava ciente da personalidade teimosa de Félix e também era muito consciente de que se havia algo que queria, então ele se tornava um cara que de alguma forma levava a vantagem de toda a situação. Além disso, era um daqueles que usava truques infantis e grosseiros sem parar para pensar em como isso os afetaria mais tarde.
E agora Félix estava dizendo através de Isaac que voltasse imediatamente.
Não sabia o que aconteceria se o ignorasse, mas entendia que a responsabilidade pelos ferimentos de Sasha seria apenas dele.
— …Noah, Félix está muito preocupado com você. É só que ele não demonstra. E entendo que isso possa parecer um pouco duro, mas espero que você não veja isso como algo ruim. Somos sua família e nunca faríamos algo se soubéssemos que não é importante ou correto.
—…
— Não confia em mim? Vamos lá, por que não voltamos? Já esteve fora por muito tempo e todos em casa perguntam por você. Eu sinto sua falta.
Isaac continuou suas palavras com cuidado, como se quisesse apaziguar uma criança. Noah, que estava absorto em pensamentos enquanto o ouvia, não teve escolha a não ser acenar com a cabeça.
—…Tem razão. Já faz muito tempo, vamos.
Não podia recusar sua oferta por mais tempo. Além disso, para não prejudicar Sasha, a única resposta sensata era seguir Isaac em silêncio de agora em diante.
E foi quando Noah respondeu que o ouviu gritar:
— Noah!
Sasha, que nem sequer estava ciente do perigo, chamou Noah e deu alguns passos para mais perto dele. Era uma voz urgente. Isaac imediatamente pegou a metralhadora.
— Dr. Lambert, vamos lá. Eu disse para não se mover.
—…
— Não sei o que Noah pensa ou o que você disse a ele ou o que estavam jogando todo esse tempo, mas eu não confio em você. Não acredito em uma única palavra que sai da sua boca. Sequestrar e prender pessoas por qualquer motivo é um crime que merece punição. Claro que você entende.
Isaac segurou Noah em seus braços, apontando sua arma diretamente para a cabeça de Sasha.
— Ou talvez não… Talvez eu precise olhar em seu cérebro para descobrir o que falta.
— Isaac, pare! Eu disse que ia. Não faça isso.
Noah se surpreendeu ao ver Isaac apontando para Sasha, então o agarrou pelo ombro. Não havia forma de que ele fosse apertar o gatilho de forma imprudente devido à sua personalidade, mas… A visão da arma, ameaçando Sasha, fez tudo parecer insuportável. Foi como se seu coração se afundasse.
Noah se agarra desesperadamente a Isaac. Era igual a abraçá-lo. Isaac se surpreendeu e se virou para segurá-lo agora pela cintura.
— Noah…
— Isaac, por favor, não fique irritado. Por favor…
Enquanto Noah suplicava, Isaac deixou escapar um breve suspiro.
— Nada de ruim vai acontecer. Não se preocupe.
A voz que falou com Noah era amável como sempre, mas o físico de Isaac era tão sólido que ele não confiava nele. Quer dizer, ele parecia ainda mais forte do que o normal porque estava armado.
Enquanto o esbelto Noah se agarrava a Isaac, a diferença em seus corpos era tão evidente que sentia como se não pudesse fazer nada caso quisesse começar a agir. E como era de se esperar, estava seguro de que Sasha nem suspeitava que Isaac era um Ômega. Era difícil até imaginar que estivesse entrelaçado com Félix ou que às vezes amamentava seu bebê. E pensou então que para aqueles que não sabiam nada disso, especialmente para este homem, os dois…pareciam um casal. Antigos namorados, apenas namorados. Nunca lhe havia importado isso, mas agora Noah o soltou imediatamente.
Eram muito afetuosos, era óbvio. Particularmente porque Noah odiava as pessoas e era conhecido por não tolerar estar perto de ninguém. Os olhos de Sasha, olhando para eles, ficaram frios e selvagens e, no entanto, foi uma mudança que Noah, que estava muito nervoso, não pôde notar.
— Noah, vem aqui.
Sasha, que olhava em silêncio os dois, falou com uma voz grave que parecia mais uma ordem. Isaac, que estava preocupado com Noah, de repente o ouviu e o encarou com um rosto incrivelmente duro. Era o mal dos sequestradores, sempre estavam preocupados em ordenar mesmo quando tudo ao redor dele estava fodido.
Noah, surpreendido com a mudança em sua expressão, puxou Isaac como se quisesse instigá-lo:
— Vamos, ok? Vamos agora. Sasha… acho que tenho que ir agora. Como você pode ver, já vieram me buscar, então…
— Eu disse para você vir aqui.
A voz de Sasha ficou mais alta. Parecia perigoso, então Noah negou com a cabeça.
— Caralho! Venha aqui! Eu te…
No entanto, a voz emocional foi rapidamente cortada. Fechou os lábios e os mordeu até levantar o queixo. Tinha algo a dizer, mas não queria fazê-lo agora. Noah olhou para Sasha nervosamente, depois desviou o olhar. Tão pouco sabia o que dizer a ele. Deveria… Prometer que ligaria para ele mais tarde? Ou deveria dizer que ele entre em contato? Mas Sasha e ele, o que eles eram, para começar? Assinar um contrato e terminar o trabalho era a única coisa pela qual ele tinha vindo aqui. O ciclo do cio começou e eles fizeram sexo, mas… Foi quase por acidente, não foi?
Noah fechou a boca e olhou ao redor.
A brisa fresca da manhã soprava pela janela quebrada. Havia cacos de vidro espalhados no chão e brilhando na luz que vinha de fora. Era um desastre. E de repente, ele pensou que a bagunça ao seu redor era como seu relacionamento com Sasha.
Só havia caos quando estavam juntos.
— Vamos… Você está bem?
Noah deu o primeiro passo enquanto segurava Isaac. Isaac olhou para ele e depois fez o mesmo com Sasha antes de subir até a janela e segurá-lo com apenas um de seus braços.
Era um desastre quando chegou aqui, mas nunca imaginou que seria o mesmo no momento da partida. E quanto mais pensava nisso, mais se arrependia e se entristecia com toda aquela maldita situação. No entanto, não havia nada que ele pudesse fazer agora.
De repente, um helicóptero sobrevoou sobre suas cabeças. Isaac pegou a escada que descia dali e puxou-a para mais perto de Noah para que ele pudesse subir primeiro. Noah olhou para trás antes de fazê-lo e olhou para Sasha através de seu cabelo esvoaçando na rajada de vento: ele havia ficado quieto ali, enraizado em seu lugar e olhando fixamente para Noah. Na verdade, o observava com os olhos escurecidos e uma expressão que parecia prestes a quebrar. Isso foi tudo. No final, Noah nem sequer pôde dizer nada a ele e tão pouco tentou falar outra vez.
Virou a cabeça e pegou a mão de Isaac.
Isaac levantou Noah e passou os braços em volta de sua cintura. E então, ao seu sinal, a escada começou a subir até chegar um momento em que as pessoas que esperavam a bordo o levaram para ajudá-lo. Quando Isaac finalmente subiu, o helicóptero aumentou sua altitude em um segundo e… se foram.
Talvez o sol nascesse logo porque o céu estava mudando de um azul índigo para um azul profundo. Ainda não estava brilhante, mas era evidente que estava fazendo seus olhos lacrimejarem quando olhou para ele. Nem sequer pareceu se dar conta de que em realidade estava chorando por causa de Sasha.
Noah apoiou a cabeça na cadeira e fechou os olhos. No entanto, a imagem que queria esquecer só foi desenhada com muito mais força no escuro. Sasha olhou para ele sem dizer nada e o pior era que parecia tê-lo ferido muito pior do que Isaac poderia ter feito.
Foi difícil.
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Continua…
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Tradução: Sasori
Revisão: Rize