Da Terra ao Céu - Capítulo 12
—…
Noah lentamente virou a cabeça para o lugar de onde o som vinha. Lá estava um homem alto, de costas para a porta do banheiro. No entanto, sua mente estava tão imersa no que havia acontecido alguns minutos atrás que ele parecia ter esquecido que Sasha existia.
— Vim aqui porque estava preocupado com você… O que é isso?
Noah olhou em volta. Sua mente estava tão confusa que parecia esquecer onde estava e o que estava fazendo. Contudo, devido à voz do homem, chamando-o várias vezes, recuperou sua sanidade mais uma vez. Estranhamente, era um tom que o atraía.
Noah soltou um longo suspiro. O cara, que tinha perdido toda a energia, caiu no chão e ficou lá como um pedaço de carne jogado no freezer.
— Noah, olhe para mim.
— Não se preocupe. O sangue não é meu.
— Entendo.
No entanto, a resposta de Sasha foi mais calma do que o esperado. Noah olhou para ele em silêncio, então lentamente começou a endireitar as costas até que estivesse completamente reto. Foi direto para a pia do banheiro já achou que tinha que pelo menos, que se lavar primeiro. Abriu a torneira, ergueu os olhos para se ver no espelho: parecia um demônio. O sangue escorria de sua cabeça aos pés, então não podia culpar Sasha por parecer preocupado no início.
Suspirou, colocou a mão sob a corrente de água fria e deixou o sangue escorrer deixando tudo pintado de vermelho. Só agora, pode finalmente sentir o cheiro metálico das feridas e o terrível fedor dos feromônios Alfa em si.
— Maldita seja.
Noah estalou a língua, quase desesperadamente esfregando o sangue que tinha manchado suas mãos, rosto, cabelo e roupas. No entanto, não foi capaz de remover todas as manchas perfeitamente.
— Não vai perguntar o que aconteceu?
Ele enxugou o rosto e as mãos com uma toalha de papel antes de falar novamente. Sasha, que estava olhando para o homem Alfa que parecia não conseguir fazer nada além de ficar deitado no vaso sanitário dentro de um cubículo, virou-se e olhou para Noah desta vez:
— Acho que algo parecido aconteceu quando te conheci.
— Talvez, eu acho.
— Embora tenha que dizer que nunca esperei testemunhar um espetáculo tão sangrento em um lugar como este.
A expressão ligeiramente rígida de Noah não parecia muito boa. Era como se ele não soubesse o que fazer nessa situação.
— Esqueceu eu que sou o neto de Vincenzo Felice?
— De maneira nenhuma. — Sasha respondeu gentilmente à pergunta de Noah. De alguma forma, seu rosto parecia ainda mais escuro do que no início. — É impressionante.
— Não sou treinado para derrubar as pessoas tão perfeitamente quanto Isaac, mas como sou de uma família muito importante, sei o básico.
— Quem?
Sasha estreitou os olhos e perguntou ao ouvir o nome “Isaac”, que involuntariamente escapou da boca de Noah. Aparentemente, ainda não sabia quem era Isaac, embora tivesse feito sua própria verificação de antecedentes. Isaac era o marido de Félix, então era natural que não soubesse a menos que tivesse investigado com mais cuidado.
— Sim, Isaac. Me dê seu telefone.
Em vez de dar uma longa explicação, Noah foi até Sasha e estendeu a mão. Foram palavras próximas de uma ordem, mas Sasha aceitou. Tirou o celular do bolso e colocou a senha de desbloqueio. Entregou a Noah que recebeu o telefone e discou um número sem hesitação, muito rapidamente.
Assim como ele, Isaac era uma pessoa que não atendia números desconhecidos. Provavelmente teria que ligar mais algumas vezes antes que ele respondesse.
Mas então…
[Quem é?]
Felizmente, a voz de outra pessoa pôde ser ouvida pelo celular após apenas dois bipes. Era Félix.
N/T(marido ciumento…kkk amoooo)
— Sou eu. Envie alguém para este endereço.
Mas a linguagem pretensiosa de Félix continuou com cada palavra. Ele não cumprimentou, nem foi amigável.
[Porra, Noah! O que você está fazendo agora?! Onde diabos esteve? O que aconteceu!?]
— Já expliquei tudo a Isaac de manhã. Então cale a boca e mande alguém!
[Você sai, me deixa preocupado, e agora do nada me pede… Que tipo de pessoa quer e para onde exatamente quer que eu o envie?!]
— Alguém para limpar!
Noah disse isso com um sorriso, como se não fosse nada de especial. Então um breve silêncio passou pelo telefone.
[ Você matou alguém?]
Félix perguntou isso brevemente.
— Não o matei. Só estourei suas bolas e quebrei sua cabeça.
[Oops, alguém vai estar em apuros.]
— Não fiz isso de propósito!
[O bastardo deve ter agido como um cachorro.]
A voz, murmurando como se estivesse tudo bem, era completamente clara. Realmente, ele tinha feito isso por uma boa razão, então estava em paz.
— Ele me arrastou e tentou quebrar minha mão. Vai mandar alguém ou não?
[Entendo.]
Noah esfregou a testa com as pontas dos dedos. Pensando nisso, a voz era algo irritante.
[Mas… ele está vivo?]
A voz assustada de Félix veio pelo telefone.
—…Sim. Está vivo.
Noah respondeu com indiferença e olhou para Sasha quase que inconscientemente. O homem ainda estava parado ali, como um guarda-costas que tinha uma cara que gritava que não sabia do que estava falando…
Se Sasha não o tivesse chamado, aquele Alfa bêbado já estaria morto e deitado em algo mais imundo que seu próprio sangue. E isso também o estava fazendo se perguntar: por que diabos parou quando ouviu sua voz? Era como se uma luz tivesse sido acesa em sua cabeça e então, a mão que estava batendo no homem repetidamente parou por reflexo.
Sasha apenas chamou seu nome e foi mais que suficiente.
[Onde está ferido? Você está bem? Feriu algo mais do que sua mão?]
Félix, que ficou em silêncio por um momento, de repente acrescentou essas perguntas muito a sério. Estava muito preocupado com o fato de ter deixado alguém que o estava incomodando… Vivo. Talvez Félix estivesse se perguntando se ele realmente enlouqueceu. Como agiu tão descuidado de repente? Noah soltou um longo suspiro, como se estivesse cansado de explicar detalhadamente o que estava fazendo ou o que aconteceu.
— Estou bem, mãe. Só mande alguém rápido.
[Para onde?]
— Em um aeródromo perto de Malibu. Vou mandar o endereço.
[Não, espere. Quero saber se…]
— Estou cansado, vou desligar.
[Noah!]
A voz de Félix soou feroz, mas Noah ainda encerrou a ligação sem responder mais nada. Não que estivesse particularmente cansado, é claro. Além disso, sabia melhor do que ninguém que quanto mais longa fosse a conversa com Félix, mais informações ele conseguiria e mais estranho tudo ficaria. “Ahhh”.
— Envie este endereço para meu primo. Ele cuidará do resto.
Depois desse breve discurso, Noah bateu a porta do banheiro onde o homem estava com a cabeça enfiada na privada. Sasha também suspirou:
— Sei que seu primo tem grandes habilidades, mas ele pode realmente lidar com isso? Algo assim aconteceu antes?
Noah se moveu e o encarou. A expressão em seu rosto desapareceu:
— Félix tem que fazer isso por mim. Mesmo algo como um homem ensanguentado não é nada comparado a todas as vezes que o salvei.
—…
— E se ‘algo assim’ significa uma situação em que os alfas flertam comigo e são espancados por mim, então sim. Direi que sempre acontece quando estou sozinho sem um subordinado. Muito obrigado. — Noah terminou de falar rapidamente, se virou novamente e disse: — Vai virar uma confusão quando as pessoas entrarem. Vamos sair.
Mas Sasha não se mexeu.
— Bem, agora que penso nisso, vejo sangue toda vez que estou com você. Três anos atrás, e agora novamente.
Mas em vez de responder, Noah apenas olhou para ele. Dois minutos se passaram, três minutos, e então Sasha empurrou a perna ensanguentada do homem Alfa, que havia saído da cabine do banheiro, para que ninguém pudesse vê-lo. Ele ligou o telefone novamente e mandou uma mensagem para Félix com o endereço exato do restaurante onde estavam. Sasha nunca mostrou um pingo de surpresa, não se importando com o que ele fez ou deixou de fazer com o que disse ou não disse. Em vez disso, foi muito casual. Três anos atrás, e novamente desta vez.
Os olhos de Noah se estreitaram quando olhou para Sasha… Havia algo incrivelmente incomum nele. Mesmo que pensasse que era uma pessoa comum com uma boa razão para agir dessa maneira, seu comportamento despreocupado o fazia parecer estranhamente louco. Não sabia se isso o tornava ainda mais interessante ou muito assustador.
— Então não está animado com isso?— Noah deu um passo para mais perto dele e perguntou algo assim abruptamente. Era uma pergunta boba, para dizer a verdade. — Isso não é um pouco excitante?
Disse isso há três anos, quando abriu fogo contra os cães Alpha que estavam correndo em sua direção enquanto faziam sexo. Ele tinha aquela mesma voz, aquela que falava baixinho como se fosse um sussurro. A mesma linha de seu queixo, os cantos de seus lábios levantados como se quisesse separá-los, e os mesmos cílios tremulando acima de seus olhos.
— …Talvez seja.
Mas ao contrário de então, Sasha respondeu monotonamente, sem um sorriso no rosto. Era uma voz e uma expressão difícil de adivinhar. Talvez estivesse falando sério ou fosse uma piada. Quem sabe? No entanto, um arrepio vertiginoso percorreu sua espinha quando olhou para ele.
— Temos que parar de falar bobagem. Vamos.
Foi Noah quem primeiro evitou seu olhar. Tentou sair do banheiro em um ritmo apressado sem nenhum motivo específico, mas antes que pudesse dar outro passo, parou completamente em uma posição estranha. Foi porque a mão de Sasha caiu em seu ombro. Noah se encolheu com a sensação inesperada e virou a cabeça para ele. Sasha, que veio atrás dele, o estava olhando atentamente.
— Não. Se sair assim, todo mundo vai olhar e começar um alvoroço.
Depois de falar, Sasha tirou a camisa que estava vestindo e a colocou nas costas de Noah. Esta manhã estava reclamando que sua camisa xadrez escura era horrível e também não era adequada para um dia ensolarado como hoje… E agora a estava usando. Era uma roupa um pouco grande, mas agora estava envolvendo seu corpo de uma maneira quase perfeita.
Era verdade, se tivesse saído do jeito que estava, provavelmente teria chamado a atenção de todos.
Sasha, que revelou uma camiseta branca de algodão por baixo da roupa que lhe ofereceu, disse: — Tenho certeza de que seu amado primo cuidará da limpeza, para que possamos sair daqui como se nada tivesse acontecido. — E saiu do banheiro antes dele. Claro, Noah o seguiu sem dizer uma palavra.
A cada passo, a camisa de Sasha parecia envolvê-lo, espalhando um perfume doce tão poderoso que até pensou poder senti-lo dançando em seus pulmões.
Como sempre… foi uma sensação estranha.
***
Já estava anoitecendo quando o avião pousou em um pequeno aeródromo perto de São Francisco. Logicamente, isso não foi o fim. Sasha colocou Noah de volta no banco de um carro que já estava estacionado em uma esquina. Aparentemente, o homem gostava muito de dirigir porque, logo depois de pilotar um ultraleve de San Diego a San Francisco por várias horas, imediatamente agarrou o volante de um carro e disse a ele para apertar o cinto.
Noah olhou para ele cansado. No entanto, no momento seguinte, seus olhos começaram a girar. Isso porque o carro, que Sasha abriu a porta para que pudesse entrar, era um bendito Mustang conversível. Inclusive tinha a forma quadrada, brilhante e compacta, era um design pouco comum nos dias de hoje. Ele não era fã de carros, mas reconheceu imediatamente que o Mustang à sua frente era um clássico bem antigo. Já estava ficando enjoado por vir de avião e agora queria colocá-lo em um Mustang conversível! POR QUE ELE NÃO TEM UM SEDAN!? Queria morrer.
— O que é esse lixo?
Quando perguntou, com uma carranca nos lábios, Sasha olhou para Noah com um olhar que gritava “Você está louco?”
— Um Mustang ’69?
— Não brinque comigo. O Doutor que diz ter muito dinheiro está arrastando esse lixo pelas ruas? Você não o trouxe aqui de propósito para me irritar, não foi?
— Desculpe, mas esse lixo custou mais de US $20 milhões.
20 milhões de dólares! Com preço inesperado, Noah piscou. Então, pouco depois, balançou a cabeça e disse:
— O preço das coisas velhas é exorbitante. Mas lixo é lixo. Fico enjoado quando ando em carros feios, então da próxima vez, traga um sedã para mim… Claro que não, não quero dizer que teremos uma segunda vez. Eu só estava tentando dizer…
— Eu entendo. Não sabia que você ficava enjoado.
Ele sorriu, mesmo quando Noah estava apenas balbuciando bobagens. E como que para continuar zombando dele, o teto do conversível se ergueu para deixar suas cabeças completamente visíveis. Sim, era um carro antigo, então todo aquele espetáculo era apenas uma sobreposição de tecido.
Deus!
No final, Noah não teve escolha a não ser aceitar, lamentando ser atingido pelo maldito vento que soprava como um louco quando estavam dirigindo pela estrada. Realmente, REALMENTE sua resistência estava chegando ao limite. Ontem sofreu um acidente de carro e hoje voou em um pequeno avião pela primeira vez em sua vida com hematomas graves! E até São Francisco!! Além disso, ele involuntariamente entrou em uma briga com um Alpha que parecia um cachorro. Na verdade, quando atingiu o homem, havia enlouquecido, então não estava ciente de sua terrível condição física. No entanto, depois de voltar à realidade, ele rapidamente colapsou devido a tensão.
Não conseguia levantar um único dedo.
Alfa de merda. Deveria tê-lo matado. Ou deveria ter dito a Félix para enterrá-lo e dançar em seu túmulo minutos depois. Tardiamente, a febre dentro dele subiu a um ponto em que ele teve que cerrar os dentes.
O velho, caro e estúpido mustang fez um baque surdo, e quando Sasha pisou no acelerador, foi tão rápido que sua cabeça saltou para frente. Claro, o enjôo ficou muito pior por causa disso. Estava ficando cada vez mais difícil acompanhar os acontecimentos enquanto dormia… Além disso, quanto tempo havia passado?
Quando percebeu, o carro, que se movia desconfortavelmente até alguns segundos atrás, tinha parado e os murmúrios horríveis de Sasha mal puderam ser ouvidos. Contudo, não se sentiu capaz de abrir os olhos para dar uma olhada. Seu estômago doía, sua cabeça estava tonta e seu corpo inteiro estava tão pesado que ele com certeza não seria capaz de se mover por um maldito mês. Tentou separar as pálpebras uma vez, mas foi impossível.
E de repente, em algum momento, seu corpo foi levado ao ar como o de uma boneca de papel. Houve uma breve sensação de ser levantado do chão, e então a sensação de flutuação desapareceu e, em vez disso, um toque terno e incrivelmente quente envolveu todo o seu corpo até que ele se sentiu muito quente. Noah inconscientemente enterrou a bochecha contra a sensação, estendendo os dedos como se quisesse agarrá-la. Ele sentiu… que os braços de alguém o estava segurando então, ouviu um batimento cardíaco abaixo de sua orelha.
Noah perdeu a consciência novamente.
Quando voltou a si, mesmo que levemente, o lugar estava completamente escuro. Parecia que um tempo considerável havia se passado desde que adormeceu.
Noah piscou e olhou para as mãos. No entanto, estava tão nublado e escuro ao redor dele que não conseguiu fazer isso direito. Pensando que deveria acender a luz, estendeu a mão para a mesa de cabeceira, procurando um plugue… Houve um som de dor fluindo de sua garganta e uma sensação de que não podia se mover pela segunda vez. Então, uma queimação impressionante se espalhou por seu corpo como se ele tivesse sido atingido com força por um bastão.
Ele franziu a testa:
— Não porque?
Ele acordou assim ontem, mas por que se sentia assim de novo hoje? Toda vez que acordava, estava no mesmo maldito estado, então era difícil dizer se era déjà vu ou realidade. Quer dizer, por que diabos ele tinha que acordar se sentindo como um rato atropelado? O que tinha feito de errado desta vez? Sua cabeça latejava com um sentimento de culpa por ter cavado sua própria cova seguindo Sasha tão cegamente só para vê-lo piscar os olhos de ‘cachorro em apuros’.
Ainda assim, não podia apenas lamentar sobre isso neste momento.
Noah levantou-se e sentou-se devagar. Sua garganta estava seca e seu corpo se sentia desconfortável. Era o terceiro dia após ser sequestrado por Sasha. Durante esse tempo, não conseguiu tomar banho direito e nem pode trocar de roupa. Seu corpo, coberto de poeira e suor, estava pegajoso e cheirava muito mal. Ele não pôde deixar de se sentir desconfortável com isso:
“Certamente seria nojento até mesmo em países onde as pessoas não tomam banho com frequência.”
Murmurando para si mesmo, Noah acendeu a luz. Quando a lanterna acendeu, a vista do quarto foi a primeira coisa que conseguiu cativá-lo: o interior era simples, com uma cama king-size, mesas de cabeceira colocadas de ambos os lados, uma simples cômoda na sua frente e uma mesa grande, mas muito bonita. De um lado do quarto, que parecia espaçoso graças à falta de outros móveis, havia um corredor que levava a um chuveiro e a um lavabo. Não havia porta que a separasse, de modo que o interior era visível de todas as direções.
Noah lentamente se levantou enquanto olhava ao redor do quarto e do banheiro. Então, passo a passo, moveu as pernas na tentativa de poder começar a explorar o lugar.
Assim que ele entrou no banheiro, se viu na frente de um grande espelho de corpo inteiro. E, claro, o rosto que se refletia nele era infinitamente aterrorizante. Suas roupas estavam manchadas de sangue, seu cabelo estava bagunçado e seu rosto estava desgrenhado. Até a camisa que Sasha estava usando parecia mais feia quando estava em cima dele.
Um suspiro escapou.
Ele nem tirou a camisa. Ficou claro que o Sr. “Eu não dou a mínima” o jogou na cama como bagagem e depois foi embora.
Noah se olhou no espelho mais uma vez e cerrou os dentes. Tirou todas as roupas, inclusive a camisa de Sasha, e jogou tudo no chão. Então foi direto para o chuveiro e abriu a torneira. Não poderia estar mais satisfeito com a sensação de água quente em um corpo tão dolorido e machucado quanto o dele! Era quase… algo infinitamente celestial.
Depois, voltou para o quarto e começou a secar o cabelo se perguntando se Sasha estava esperando por ele. Claro, o quarto espaçoso estava tão vazio quanto da primeira vez.
Embora devesse estar feliz com isso, ele simplesmente perdeu sua energia. Nem sabia que tipo de reação era essa!
Balançando a cabeça para limpar seus pensamentos, ele imediatamente abriu a porta do armário que ocupava toda uma parede enorme. Como esperado, estava cheio de roupas novas, desde roupas íntimas até agasalhos. Sasha parecia ter feito alguns preparativos com antecedência antes de sequestrá-lo.
— Que homem intenso.
Com a ponta da língua, ele cuspiu palavras que pareciam um pouco… Cruéis. Pegou uma camiseta e shorts confortáveis. Depois de se vestir, abriu a porta e saiu devagar.
Lá fora, a janela, que antes estava escura, começou a se transformar em um amanhecer azulado.
***
A mansão era maior do que esperava. Ele estava com sede, então foi procurar a cozinha… Se perdeu, é claro. Era tão espaçosa quanto a mansão de Félix em San Diego. A diferença era que, aparentemente, ele não era um homem popular. Por exemplo, sempre havia alguém na mansão de Félix. Por fora e por dentro, seus capangas mantinham a casa em bom estado de conservação. Além disso, desde que Félix se uniu e se casou com Isaac há um ano, estava mais barulhenta por causa da mãe de Isaac, Jessica, e de seus filhos.
A atmosfera era completamente diferente da movimentada mansão de seu primo.
A espaçosa casa estava mergulhada em um silêncio tão profundo que pensou que alguém tivesse morrido. Ele se perguntou se era a mesma sensação de entrar em um museu fechado. Talvez porque o teto do primeiro andar fosse particularmente alto em comparação com o segundo andar onde ficava a sala, o som de seus passos ecoava pelo espaço vazio a cada caminhada…
Mas quando Noah atravessou a sala, uma porta fechada, logo depois de um longo corredor, chamou sua atenção tão terrivelmente que teve que se aproximar.
Ele empurrou a porta para ver se era a sala de jantar, mas acabou sendo apenas outro corredor. Algo maior que um quarto e menor que sua sala de estar.
—…
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Continua…
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Tradução: Fab
Revisão: Rize