Da Terra ao Céu - Capítulo 07
Surpreendido pelo som, Noah começou a sentir seu coração bater extremamente rápido. Tanto, que segurou o próprio peito e gritou: — Ah!!! — Havia dito que viesse rápido para que pudessem conversar, mas não imaginou que ouviria os passos de alguém segundos depois de dizer isso. Como não se assustar com algo assim?
— Seu maldito! Quem é você?! Estava aí todo esse tempo escondido como um rato? Bastardo, filho da puta! Ou por acaso queria me provocar um puto infarto?
O coração palpitante de Noah foi pressionado por suas mãos enquanto gritava na escuridão. Além disso, era evidente que a pessoa aproximando-se não pretendia conversar. Apenas o som de seus passos podia ser ouvido, se aproximando de maneira lenta… Noah estava tão nervoso que ficou de boca fechada e olhou na direção do barulho.
A presença dessa pessoa não vinha do lado de fora, e sim de um canto do quarto. Talvez ele estivesse ali mesmo antes de Noah abrir os olhos? Ele estava controlando a respiração enquanto observava tudo que acontecia?
Não sabia que tipo de bastardo era, mas estava claro que não se deixaria influenciar por suas ameaças.
— Quem é você? — perguntou Noah, semicerrando os olhos novamente.
O homem que estava de pé na escuridão tinha a imagem borrada, porém, no instante em que pensou que a estatura da pessoa que se aproximava dele vagarosamente, como um anjo da morte era bastante imponente, a luminária ao lado da cama acendeu com um “click”. Não era uma luz amarela vibrante, no entanto, apenas ela foi deslumbrante o suficiente para fazê-lo franzir a testa e cobrir os olhos com as mãos. Depois de piscar com olhos extremamente doloridos, o desconhecido entrou lentamente em seu campo de visão; Era tão alto como imaginou que seria, com ombros largos e um peito forte, ele parecia intimidante. Além do mais, parecia assustador e sombrio, pois estava completamente vestido com roupa preta, calças e sapatos da mesma cor. Devido à sua altura, a luminária do criado mudo iluminava-o somente do peito para baixo, fazendo com que seu rosto permanecesse escondido pelas sombras.
A tensão de Noah duplicou devido a isso.
Enquanto olhava para o homem em um estado mais que nervoso, o cara de preto decidiu cumprimenta-lo dizendo:
— Há quanto tempo não te vejo, Noah Felice! — Soou mais educado que o esperado, por isso Noah pareceu não ter outra opção a não ser encará-lo atentamente. Afinal, ele havia citado seu nome.
— Quem é você? Como sabe meu nome e quem eu sou?
— Bem, acho que você também sabe muito sobre mim — respondeu em voz baixa. Em seguida, puxou a cadeira ao seu lado e se sentou junto a Noah. Obviamente, graças a isso, seu rosto começou a ser revelado perfeitamente sob a luz do abajur.
Tratava-se de um homem bonito, de cabelos castanho-escuros, quase negros, sobrancelhas grossas da mesma cor e traços bem definidos. Noah arregalou os olhos pouco a pouco conforme o observava e de repente, seu coração começou a bater ainda mais rápido do que antes. Foi estranho. Apenas um segundo atrás, não podia reconhecê-lo e agora, sabia que o conhecia tão bem quanto conhecia a si mesmo.
Assim que viu seu rosto adequadamente, recordou vividamente cada traço de seu corpo e a maneira que agiu quando esteve sobre ele no passado. Não era o tipo de beleza como a de Félix, mas possuía feições bem marcadas, fortes e muito masculinas.
Há três anos, por infortúnio, conheceu esse cara Beta em um iate.
— Você… — Noah murmurou isso involuntariamente.
‘Por que esse cara está sentado aqui? E por que diabos tinha que ser justamente ESSE homem?’
Sua mente estava repleta de pensamentos sem sentido, o suficiente para que ele não conseguisse fechar sua boca entreaberta. Não importava como ou o ângulo pelo qual olhava, não podia acreditar. Era alguém que tinha esquecido há muito tempo. Bizarro! Afinal, ele surgiu em uma conversa que teve com Isaac dias atrás e agora, aparecia bem diante de seus olhos. Foi uma engraçada e horrível coincidência. Para começar, como algo assim podia ter acontecido?
— Felizmente, você parece lembrar de mim — disse o homem, com um sorriso leve no rosto.
Mais que lembrar dele, podia dizer que era essa expressão séria e a forma ríspida de falar o que fez com que não esquecesse dele em todo esse tempo. De alguma maneira, seu estômago revirou. Não queria falar diretamente algo como: “Sempre penso em você” porque obrigou a si mesmo a não dizê-lo. Mas, até mesmo a ideia de que esse homem apareceu acidentalmente em seus pensamentos há pouco tempo o fez sentir envergonhado.
— Desculpe, na verdade, lembrei de você agora mesmo — Noah respondeu sem rodeios, engolindo um sorriso diante de sua própria maneira infantil de abordar a situação. Porém, era realmente ruim não querer perder contra ele? Especialmente se ele era o mandante do sequestro.
— Isso significa que você me esqueceu?
— Desde o momento em que te deixei.
— Não acredito que tenha sido algo que pudesse ser esquecido tão facilmente.
Noah semicerrou os olhos e respondeu:
— Ah, só lembro de que você era um idiota.
Com isso, o homem fechou a boca e encarou Noah de cima para baixo. Seus olhos eram profundos, difíceis de entender e um pouco cativantes. De repente, ele umedeceu os lábios.
— Pois eu lembro bem que a princesa bunny gostou e muito do meu pau.
Seus ombros enrijeceram ante essas palavras inesperadas. Lembrou que ele também era um bastardo ingrato.
Noah ignorou a dor em todo seu corpo, virando-se em direção a ele e enquanto isso, apoiando sua cabeça em um dos braços, se revelou uma curva suave desde suas costas até seu pequeno bumbum. Era uma figura fascinante para qualquer um que o visse, inclusive para aquele com quem estava discutindo.
— Obviamente, já que seu pênis é a única coisa que vale a pena lembrar sobre você. Veja bem, sou um ômega, estava no cio e além disso, deixe-me refrescar sua memória; no instante em que deixei sair meus feromônios, todo o assunto de que você não estava interessado em ninguém foi completamente à merda. Você teve uma ereção de CAVALO, como se estivesse prestes a explodir diante de mim assim que, sim, por um momento pensei que você valia a pena. E sim, aproveitei bastante. Gostei da grossura e do tamanho, pensando agora, acho que amei isso. Sim, amei bastante seu pau, mas não o dono dele! Se pudesse, arrancaria agora mesmo e o levaria para mim. E tem mais, se a sua rola pudesse falar e me pedisse para sair, aceitaria imediatamente com muito prazer!
— …
— Mas como seu pênis não fala, cale a boca e diga porquê fui sequestrado! Nem tente apelar para lembranças porque não dou um caralho de importância para elas!
Quando Noah bufou, a expressão do homem endureceu em um segundo.
— Sua boca continua sendo a mesma — comentou.
— Está tentando tirar sarro de mim? Quer brigar comigo com palavras idiotas só para dizer que seu pau continua sentindo o mesmo quando me vê? Você se toca! Ainda te excitando! Quer dar uma olhada pra saber se meu buraco continua sendo o mesmo? Por isso estou aqui? Fale de uma vez pra quê é isso tudo!
— Sim. Exatamente do mesmo jeito.
No final, o homem franziu o cenho e várias rugas profundas preencheram sua testa. Respirou fundo e exalou com bastante irritação. Entretanto, agora que Noah podia vê-lo outra vez, sentia-se um pouco aliviado na verdade. Apesar de ter sido preso em um lugar desconhecido e sentir dor em todas as partes devido aos hematomas formados durante o acidente, já conhecia essa sensação. E na verdade era um pouco divertida.
— Bem, olha, vamos parar. Não estou com humor, então me fale de uma vez o que você quer. Você pode ser um vagabundo, mas eu tenho trabalho a fazer. Por favor, só diga porquê fui trazido até aqui, vamos conversar sobre isso e por fim, deixe-me ir. De acordo? O que acha?
Todavia, mesmo que falasse como um amigo, existia um “pak, pak, pak” causado pelo batuque do seu dedo na cama. Foi um sinal que indicava “Conte-me, mas seja rápido”. O homem massageou suavemente as pálpebras com as pontas dos dedos, como se estivesse cansado, então abriu os olhos lentamente em seguida e disse:
— Não acho que seja surpreendente termos sobrevivido a nosso primeiro encontro há três anos, quando te vejo responder sem pestanejar nessas circunstâncias.
Seu olhar analisava Noah como se estivesse observando uma nova criatura… Não era desagradável, por mais estranho que pareça, até criava uma sensação de comodidade.
— Isso te surpreende agora?
O Beta disse que não, porque sempre estava surpreso com Noah. Depois de tudo, se não fosse assim, não poderia chamar a si mesmo de humano. Três anos-luz atrás, mesmo sem saber quem era, não pôde evitar maravilhar-se pelo fato de ser, capturado por tal homem é forçado a revelar seus genitais, só porque ele podia.
— Eu me pergunto de que maneira você mudou minha perspectiva ao ponto de me surpreender.
— Ei, já chega! Não importa o quão surpreso você está ou não. Diga porquê você me sequestrou e o que quer de mim! Sou uma pessoa de gênio ruim e estou ficando sem paciência.
Era mentira, obviamente. Só estava curioso. Possuía um estranho interesse por saber porquê o homem que havia tocado há três anos por causa do desafortunado ciclo de cio, estava sentado diante dele naquele momento. E porquê o sequestrou tão radicalmente para levá-lo até aquele lugar.
Noah definitivamente não era uma pessoa que conseguia controlar sua curiosidade. Ou estava desinteressado desde o primeiro momento ou aprofundava as perguntas até descobrir o que queria. O homem frente a ele despertou seu interesse de uma forma que ninguém mais fez em muito tempo.
— Preciso de um hacker — O Beta, que o encarava fixamente, falou.
Os dedos de Noah que batucavam a cama se ergueram e pararam de se mover.
— Um hacker?
Esse foi realmente um tema inesperado, por isso, não pode evitar ficar surpreendido. Noah sequer piscava enquanto encarava o outro homem, como se tivesse prendido a respiração por um instante.
— Estava procurando um hacker talentoso, então, por casualidade, encontrei você através dos meus contatos. Na verdade, estou surpreso que você seja um dos melhores hackers do mundo. Mesmo que tenhamos experimentado uma relação absurda, nunca imaginei que te encontraria de novo por algo assim.
— … Bobagem!
Apenas uma palavra, como um gemido, escapou através da garganta de Noah.
— Além disso, admito que te trouxe porque pensei que você e eu tínhamos uma espécie de relação… mas estou deprimido, já que aparentemente me equivoquei.
Uma voz que não transpassava nenhuma emoção em específico soou em seus ouvidos. A ponta de sua língua estava seca de nervosismo, porque pensou tratar-se de algo relacionado à Vincenzo e Félix, porém, ao contrário do esperado, foi sequestrado porque o Beta precisava dele. Foi surpreendente que ele tenha revelado sua identidade. Várias agências o perseguiam, já que tantas vezes fez brincadeiras maliciosas ou roubou documentos confidenciais relacionados com o governo enquanto ajudava Félix. Contudo, até então, ninguém tinha conseguido encontrá-lo. Como ele conseguiu essa proeza? Como isso era possível, em primeiro lugar? Um absurdo!
Quantas vezes seria surpreendido por esse cara?
— Você… Quem é você exatamente? Trabalha com o quê? Como conseguiu me encontrar? Quem te contratou para me localizar?
— …
— É muito difícil hackear o telefone pessoal do Félix e me mandar uma mensagem de texto a partir desse número, então… Desembucha!
Sua mente dava voltas, ainda assim, Noah sabia que precisava agir como se não estivesse tão agitado. Pelo menos, não queria demonstrar toda sua ansiedade.
— Foi difícil — o homem simplesmente respondeu isso. — Isso é resultado de muito trabalho duro.
Noah limpou as palmas das mãos com a roupa de cama, fingindo não se importar com o que ouvia. E sabendo ou não no que estava pensando, o homem permanecia encarando-o com uma expressão indiferente. Na verdade, não importava como ou quem havia conseguido executar o sequestro, no fim, o único fato relevante era que a situação era muito, mas MUITO, ruim. Também estava claro que o Beta não era alguém a quem se podia enganar facilmente, já que ele foi o único que pode rastrear a identidade de Noah como hacker com perfeição.
Inclusive, mesmo esta não sendo uma situação “terrível” de sequestro, onde suas mãos e pés estavam atadas à cama, era inevitável que provocasse tensão, a ponto de que um suor frio escorresse por suas costas.
— Acredite quando digo que, para mim, é uma lástima ser obrigado a usar um método tão primitivo como esse. Porém, não importa quantos e-mails e mensagens eu tenha te enviado, nenhuma resposta foi recebida.
Reconhecendo seu nervosismo, o homem aproximou-se da mesinha de canto e encheu um copo com água. Noah, que seguia os movimentos daquele cara com o olhar, com os ombros completamente rígidos e expressão vazia, perguntou:
— Que e-mails e mensagens?
— Os e-mails e mensagens que você não viu. Digitei todos com bastante polidez, mas você sequer abriu.
— Sério?
— Eu não brinco com essas coisas.
Meu Deus, um e-mail!
Noah não pôde nem sequer tentar esconder a vergonha quando massageou as têmporas com as pontas dos dedos. De fato, era difícil abrir todos os e-mails que costumava receber todos os dias. Eram centenas de milhares e como precisava administrar inúmeros servidores e contas, era impossível verificar todos os e-mails ou saber quem, como e para quê foram enviados. Obviamente, devido à personalidade de Noah, o hábito de ignorar essas mensagens a não ser que fossem de um contato importante foi um fator crucial para o sequestro. Contudo, em todo caso, podia só dizer que nunca recebeu e-mail algum e terminar a discussão.
— Essas mensagens nunca chegaram.
— Bem, também te liguei várias vezes. Você nunca me atendeu.
— Não costumo atender chamadas de um número desconhecido.
Quando Noah respondeu isso com tom confiante, o homem encolheu os ombros como se não pudesse competir com ele. Então, aproximou-se e ofereceu o copo d’água recém servido. Como estava morrendo de sede, Noah não mostrou medo algum, pegou o copo e virou-o a ponto de inclinar o corpo, vertendo o líquido. O homem estalou a língua:
— Como não pude constatá-lo de forma alguma, não tive outra opção do que trazê-lo eu mesmo até aqui. Foi difícil, mas não pude evitar. E ei, não importa quanta sede esteja sentindo, se beber dessa forma vai acabar se afogando — repreendeu, tirando o copo da mão de Noah, que estava bebendo água de forma desesperada.
— Ah, você é tão atencioso. Obrigado por desejar que eu morra desidratado.
— Ainda assim, estou te dando um tratamento VIP devido aos nossos laços passados, ou não estou? — apesar do sarcasmo de Noah, o homem levantou a mão com calma, como se para parar o trem antes que saísse dos trilhos. — Você deveria ser grato. Honestamente grato.
— Você acabou de roubar a puta água que eu estava bebendo!
— Okay, só beba devagar. Respire um pouco, então beba, respire mais um pouco…
— Nem minha mãe chegou a me dizer para fazer isso, idiota!
Noah gritou, tirando o copo da mão do Beta. Virou-se, dando uma olhada no quarto outra vez.
— Sim, perfeito. É incrível. Tenho água potável porque é um presente VIP? É isso mesmo? Estou tão emocionado que podia até aplaudir… ah, verdade, não posso porque um caminhão se chocou duas vezes contra o meu carro enquanto viajava pela maldita Avenida! Meu corpo está prestes a se romper, isso também é um tratamento VIP?
— Sinto muito.
— Isso não é verdade.
O homem semicerrou os olhos bruscamente. Estava cansado da audácia do outro e de fingir aceitar tudo tudo sem mudar a expressão em momento algum até então. Noah, que esvaziou o copo d’água e o repousou sobre a escrivaninha com um estrondo, então, virou-se mais uma vez a tempo de observar o Beta olhar por cima do móvel um instante antes de concentrar o olhar nele. Ele possuía uma expressão estranha.
— Senhor Felice, a razão de tê-lo trazido até aqui é simples. Quero que pirateie um sistema operacional. Só preciso que roube a informação necessária e o resto deve ser destruído. Simples, não?
Essa era uma excelente pergunta. Poderia ser assim tão fácil? A verdade é que seria fantástico se conseguisse esbofetear seu rosto bonito e chutá-lo para que sentisse exatamente o que Noah sofreu por causa dele. Não podia sentir nada além de lástima pelo estado de seu corpo, onde até erguer o braço era difícil, quando estava cheio de um enorme desejo de vingança.
— Primeiro, tenho uma pergunta, senhor pica ardente…
Noah respirou fundo e apertou as mãos. Foi um gesto formal e gentil, porém, o homem interrompeu antes que pudesse completar a pergunta.
— Sasha. Sou Sasha Lambert. Recusarei apelidos tão vulgares como esse no futuro, assim que me chame pelo meu nome.
Ver sua expressão insatisfeita o deixava feliz, como se houvesse descoberto a fraqueza do homem. Foi quando se deu conta disso que Noah, tragando o ar profundamente, não pôde ocultar a risada que escapou entre seus dentes e fechou os olhos para não fazer mais piadas que o necessário.
— Por que? É um apelido bacana. Quer dizer, seus genitais estão bem. Você acha que é fácil esquecer? Você mesmo falou!
— Se quiser continuar sendo chamado de “Princesa bunny do Reino da Ejaculação Precoce”, então tá bom. Me chame de pica ardente.
— Merda… Boa, Lambert.
— Sasha — corrigiu com tom frio.
— Puta merda! Sasha! — finalmente, Noah gritou seu nome.
Sasha assentiu.
Quanto mais o encarava, mais desinibido e arrogante parecia, então Noah suspirou profundamente e abriu passagem às suas dúvidas:
— Minha identidade como hacker e minha identidade pessoal estão completamente separadas. É quase impossível que você seguisse minha identidade profissional e descobrisse quem sou. É algo que ninguém nunca conseguiu antes!
— Bom, eu consegui.
Mesmo com a explicação de Noah, que depois de muito tempo finalmente ficou sério, Sasha era tão insensível como o ouvinte de uma horrenda história de terror. Noah reprimiu sua irritação e voltou a falar:
— Ainda assim, o celular pessoal do meu primo Félix e o meu possuem vários níveis de proteção, mas você disse que atravessou todos. Descobriu minha identidade, algo que outras pessoas nunca puderam fazer, invadiu nossos telefones e enviou mensagens de um para o outro, até me sequestrou!
— E…?
— Você já tem um grande e maldito hacker na sua empresa, portanto, por que precisa de mim?
Sasha, que estava sentado com uma de suas largas pernas sobre o joelho, esfregou o queixo com as pontas dos dedos como se realmente estivesse pensando no que responder. Seus dedos compridos, cujos nós se sobressaiam, eram muito sexys. Foi um pensamento inconsciente que Noah sequer notou.
— Porque mesmo que encontre informação sobre você, não posso encontrar o que preciso.
— Uau… De verdade foi você?
Noah arregalou os olhos por um instante, encarando os dedos de Sasha como se estivesse possuído por eles. A parte superior de seu corpo se inclinou diante dele devido essa informação. Queria conhecer o hacker que tinha habilidades excepcionais o suficiente para conseguir encontrá-lo… Porém, não esperava que o homem à sua frente fosse ESSE hacker. Não… Estava certo o que ele ouviu e entendeu? Sua mente formou um nó, como lã enredada.
— Por que isso te surpreendeu?
Foi quando Noah ficou quieto que o homem perguntou. Noah piscou algumas vezes.
— É… impressionante. Você é o primeiro hacker com habilidade o suficiente para conseguir informações sobre mim. Pensei que apenas os nerds podiam ter o cérebro cheio de músculos. Os caras bonitos como você normalmente nem sabem somar.
— Isso é preconceito.
Não importava o quanto Noah tentasse provocá-lo, Sasha continuou indiferente. Noah, que encarava o homem com os cotovelos apoiados na cama e a parte superior do corpo meio levantada, rapidamente perdeu a energia e deitou.
— Não posso acreditar. Que merda é você? Um hacker? Você trabalha com isso?
Estava tonto e confuso, sequer escutou a própria pergunta.
— Vai descobrir mais tarde.
Sasha não deu uma resposta exata, ao invés disso, relaxou e recostou toda a parte superior de seu corpo na cadeira. Noah arqueou as sobrancelhas bruscamente.
— Escuta aqui, Sasha pinto de cavalo Lambert. Há uma coisa que não sabe sobre mim: Sou uma pessoa muito curiosa! Não tenho paciência nem para ver desenhos com meus sobrinhos sem perguntar o que vai acontecer, por isso, é melhor que responda minhas perguntas. Isso é um aviso!
— …
— Se entendeu, me responde agora. Qual sua identidade? O que preciso extrair? — disse friamente.
Sasha o encarou fixamente por um instante, sem dizer nada. Pareceu ponderar se deveria responder imediatamente ou, do contrário, deveria vigiá-lo com um pouco mais de atenção. Seu olhar era terrivelmente profundo enquanto analisava as opções, com as pernas cruzadas e as mãos apoiadas nos joelhos.
— Em primeiro lugar, não meta palavras vulgares no meu nome e digamos que… Sou um doutor. Um doutor que quer investigar algo.
— Doutor? O que está investigando?
Noah arregalou os olhos novamente, fingindo não escutar as reclamações acerca das palavras “pinto de cavalo”.
— Doutor em Ciências da Computação. Tenho outros dois títulos em Eletrônica e Física e atualmente sou pesquisador e desenvolvedor de um programa muito importante. Hackeio coisas somente quando necessário.
— Não me fode…
— Você acha que tenho algum motivo para te enganar?
— Ainda assim, essa é uma história difícil de acreditar! Não sei se você é apenas um vigarista!
Desta vez, levantou-se e se sentou. Todo seu corpo reclamou, mas deixou a dor de lado por um momento. Muitas pessoas no mundo tinham histórias ridículas, mas esse cara diante dele absolutamente merecia ganhar um prêmio. Um físico com aparência de modelo… naturalmente, não foi fácil acreditar.
°
Continua…
°
°
Tradução: Haru
Revisão: Rize