Com amor Benjamin - Capítulo 01
— De forma alguma, a embalagem é muito boa. Gosto da maneira como faz o vaso parecer mais brilhante.
O cliente levantou o pequeno vaso e riu. Realmente parecia gostar e também parecia estar feliz pela planta estar em plena floração, em vez de semimorta. Era raro ser elogiado por um cliente e também dizer coisas boas sobre a embalagem, então sorriu e começou a rir também.
É agradável. Agora ele sente que é dono de uma loja de flores. E uma muito boa, para dizer a verdade.
— Obrigado. Por favor, volte sempre.
O cliente fez uma saudação leve e segurou o pote com as duas mãos.
Quando acha que o som de seus passos é bastante alegre e se sente mais do que feliz consigo mesmo, um novo visitante, que entra pela porta da loja, faz com que o cliente tropeça e oferece um breve: “Oh, desculpe”.
Só então, do seu lugar no balcão, ele percebe que alguém está de pé. Olhando para ele fixamente da porta.
Teve que levantar a cabeça de uma maneira exagerada.
Um homem, com o braço encostado na janela, colidiu intencionalmente com o novo cliente. O pobre coitado o encarava com tanta atenção que quase derrubou o vaso no chão. Ele se desculpou novamente e se arrastou pela rua, encolhendo os ombros.
As frias pupilas azuis da Prússia não parava de encará-lo de cima a baixo, embora ele esteja quase a meio quarteirão de distância.
— Félix!
Isaac, que era realmente severo para repreendê-lo, gritou com vontade de dentro pra fora, então Félix finalmente desviou o olhar descontente para ele.
— Por que estavam rindo?
Então, ele soltou esse tipo de pergunta.
A atmosfera era rígida, mas também parecia completamente absurda.
Bendito Deus.
— Porque ele é um cliente.
— Bem, você nunca ria quando eu era cliente.
— Você não precisa tratá-los dessa maneira, entende? São eles que mantêm o negócio funcionando. E se o cliente não voltar?
Mas, embora tenha dito isso, a expressão de Félix só piorou.
— Quando cheguei à primeira vez, você me tratou como se eu fosse uma pedra no seu sapato! Mas agora outras pessoas vêm e…E você vai e olha para eles sorrindo! Quem lhe deu permissão para rir?
—… Agora você também ficará com ciúmes de um cliente?
— Sim. E você sabe por quê? Porque você ri muito com alguém quando isso deveria ser apenas para mim!
Apesar de revelar ciúmes que pareciam certamente infinitos, Félix nem parecia saber que estava fazendo tanto barulho, então ele apenas gritou e continuou gritando.
— Félix. — Ao contrário dele, Isaac falou com uma voz bastante calma… Embora seu rosto estivesse se aproximando da cor do fogo, acabou engolindo saliva de uma maneira um tanto escandalosa. — Você deveria…
— Vou mudar meu escritório pra cá.
—… Uau, isso é uma nova ameaça.
— Não é uma ameaça, meu sonho secreto sempre foi trabalhar no meio de uma floricultura. Você sabe, com o cheiro do perfume das plantas, esses vasos e meu lindo Ômega, que é ainda mais bonito que uma flor, perto de mim. Não. Nas minhas pernas… Com um avental.
Ao contrário do tom irritante e dos olhos frios, ele tinha uma curva agradável e suave na ponta dos lábios. Como um gatinho… Era uma expressão que o fazia sentir uma leve sensação de crise existencial porque estava apaixonado por aquele gesto. Mas mesmo com esse pequeno sorriso, a parte de Isaac que ainda estava raciocinando normalmente começou a dizer: Você está fodendo comigo? Por que você está vendo o sorriso encantador de Félix quando deveria estar chateado com ele!? Isaac franziu o cenho.
Parecia uma situação difícil, a de assumir o controle.
Félix, cujos olhos são habituais, derramando aquele feromônio alfa sobre ele… O estava matando. Ele realmente não estava disposto a desistir. Isaac fechou os olhos, ainda tinha aquele cheiro na ponta do nariz.
— Eles são apenas clientes, não estão interessados em mim. Além disso, estou usando um anel de casamento, e uma marca enorme na parte de trás do meu pescoço. Você poderia… Parar de ser tão sensível?
Não sabia se tinha dito algo errado… Mas aquele homem inútilmente sensível que ele o tinha como marido levanta as sobrancelhas para ele e faz com que uma energia desconfortável encha a sala inteira novamente.
— Mas eu faço porque estou nervoso. O que acontece se alguém vê aquele sorriso bonito que você tem e se apaixona por você?
—……
— O que acontece se você é sequestrado de novo? E se alguém te machucar? E Benjamin…
— Deixe esses pensamentos absurdos, Félix! Apenas perde o seu tempo se preocupando.
A resposta de Isaac foi contundente, mas Félix não parece querer ouvir:
— Eu não posso evitar! Olha, eu sei que você não entende agora, mas para as pessoas que estão perto de mim, sempre passam coisas ruins. Já os viu antes.
— Mas isso não foi…
— Ou você está dizendo que nem se importa se eles tiram você de mim de novo?
— Não, não é isso…
— Estou cheio de pensamentos terríveis. Até acho que se eu não aparecer com frequência… Eu não sei, minha cabeça vai explodir. Devo estar ficando louco de novo porque sinto outra vez, aquilo que me diz que algo vai acontecer.
Isaac ficou sem palavras… Félix realmente parecia estar mal. E como acalma um homem que parece estar a ponto de se quebrar à sua frente quando você ainda tem vergonha de se abrir? Então, antes que pudesse pensar em algo apropriado, Félix se levanta e olha por cima do balcão. Isaac o seguiu também.
Por um momento, o sentimento de preocupação se transformou em um de vergonha absoluta.
— Querido Benjamin… — Murmurou enquanto se inclinava para segurar o cartão na mão. — Aqui está de novo.
— Sim.
O hábito de Isaac de escrever um cartão para Benjamin ainda permanecia latente. No entanto, ao contrário do passado, quando as cartas estavam empilhadas na gaveta, ele agora tinha o prazer de entregá-las pessoalmente…
Sempre que pensava em uma palavra, anotava-a imediatamente e colocava a carta na mão de Benjamin. Era lindo que o garoto abrisse muito os olhos e sorria como se tivesse acabado de receber um grande presente. Benjamin espia a imagem no cartão colorido e pede que ele leia o que diz lá. Isaac coloca o garoto no colo e lê o cartão. E beija o seu cabelo…
Dar cartões para o seu filho é uma rotina indispensável, então Félix certamente sabia que ele estava fazendo isso. Por que ele estava falando sobre isso agora? Por que ele parecia tão surpreso?
— Você nunca… Me deu um cartão. — Disse, — não é injusto também?
A voz de Félix era descuidada, cheia de dor e cada vez mais baixa. O que realmente estava acontecendo com ele hoje? Isso fez sua cabeça parecer uma névoa.
— Félix, isso é algo que…
— Com amor, Isaac.
Pensou que agora deveria dizer algo para ele, mas seus lábios ficaram secos imediatamente. Félix seguia lendo o final do cartão:
— Com amor, Isaac… Com amor… — E bloqueou as palavras que ele já estava praticando.
Os olhos azuis que o olhava pareciam irritados novamente, então Isaac engoliu novamente um enorme suspiro. Nunca pensou que ficaria com ciúmes disso ou daquilo, mas talvez ainda estivesse muito inexperiente com o tema amor.
— Isaac… Você faria uma carta para mim? — Ao contrário do rosto que tinha um sorriso doce, a pupila azul ficava cada vez mais escura. — Você escreveria seus sentimentos?
O perfume espesso de feromônios imediatamente pegou seu nariz. Em um instante, seus olhos ficam embaçados, seu coração começa a acelerar, e um calor intenso o atinge do ventre ao peito. Afastou-se… Porque realmente sentia que era um covarde.
— Eu não mostro meus sentimentos sem a necessidade de um cartão?
Isaac murmurou isso, ignorando o estado de calor que continuava crescendo dentro dele.
— Bem, eu realmente preciso de mais do que isso. — Ele agarrou suas mãos e o puxou com tanta força que quase acabou encostado em seu peito. Então sussurrou, enfiando os lábios nos seus: — Todos os dias você está me dizendo com seu corpo, isso é verdade. Às vezes sente minha falta e outras vezes me quer…
Sua respiração molhada ficou nos lábios dele mesmo depois que o beijou. E toda vez que sussurrava uma palavra, um hálito doce caía em sua boca e deixava uma forte sensação de cócegas.
Isaac inclinou a cabeça um pouco mais até ele. Verdade seja dita, ele amava seus belos lábios e sua língua perfeita. A maneira como se sentia quando estava sobre ele, tão maravilhosos… Só queria beijá-lo imediatamente, mesmo agora. Mas Félix decidiu zombar dele e se afastou.
— Mas agora, quero receber seu amor separadamente. Quero um cartão. Um cartão que diz “Com amor, Isaac”.
Isaac olhou para ele, ele estava mais do que bêbado por seu calor.
— Então te mostrar meu amor pelo meu corpo não será mais necessário…
— Quero tudo… Porque preciso confirmar ainda mais que você não vai me deixar ir.
Os feromônios Alfa, que eram terrivelmente agressivos, vieram de Félix, que não deixava de olhar pela janela. Seu doce aroma, que hoje é claramente mais espesso, irrita o nariz de Isaac e depois flui profundamente até seus pulmões… E em seus pulmões se espalham por todos os cantos de seu corpo e faz com que ele tenha um imenso calor.
Suspirou.
Esse homem é o Alfa com quem ele está enlaçado; portanto, quando seu aroma está no ar, espalhando-se em todas as direções, seu corpo não tem escolha a não ser responder. Isaac se aproximou um pouco mais e perguntou se estava bem, vomitando suas palavras tão rapidamente que ele mal se entendeu. Mesmo tentando fingir calma, os feromônios envolvem seu corpo de tal maneira que já sente suas costas cheia de suor.
— Não, fico com raiva toda vez que lembro que meu marido está rindo para outros homens, conversando com outros homens e escrevendo cartas para outros homens…
— Esse outro homem é seu filho.
— E daí…?
Félix, que tocou o queixo de Isaac com as pontas dos dedos, pressionou seus lábios nos dele e, em seguida, colocou a mão em sua barriga para subir por baixo de suas roupas…
— Ainda é cedo. O que vai fazer?
Quanto mais pensava, mais absurda a situação lhe parecia: primeiro ele entra na loja e depois revela ciúmes que parecem infantis. Grita e diz que sente que algo está errado… E depois o problema de derramar muitos feromônios sobre ele!
É irritante e definitivamente não pode o entender.
— Gostaria de saber se eu devo informá-lo novamente sobre o fato de que você é meu Ômega.
— Isso é algo que eu entendo muito bem.
— Bem, sinto que se esqueceu.
Isaac olhou para Félix com os olhos arregalados. Então, se dando por vencido, olhou para cima e o beijou. Inclinou-se e abriu a boca para deixá-lo o tomar daquela maneira brilhante, encantadora e gananciosa que ele sempre fazia…
— Eu não esqueceria algo assim, Félix, tudo bem? Você tem que se acalmar.
—… Posso fechar a porta da loja?
A pergunta sutil levantou uma imensa tentação. Isaac engoliu em seco com tanta força que foi ouvido novamente e deixou um leve ardor em sua garganta. É muito cedo para fechar a loja, mas… A verdade é que já começou a molhar sua roupa de baixo. Seu pênis, que já endureceu devido ao movimento dos quadris de Félix contra os seus, é algo que não pode ignorar tão facilmente.
— Vou fechar, após concluir minhas vendas de hoje.
Era uma piada, mas Félix ficou sério.
— Se for esse o caso, comprarei tudo por um ano inteiro.
— Idiota. Se meu marido me der dinheiro, duvido muito que possa ser chamado de “uma venda”.
Embora não houvesse mudanças em sua atitude, com essas novas palavras, Félix riu escandalosamente, os lábios ainda pressionados no seu rosto. É difícil suportar a sensação de cócegas quando a respiração entra na boca assim…
Isaac estendeu as mãos e colocou em suas costas para abraçá-lo com força. Dessa vez, seus lábios não pararam tão rápido, mas parecia estar comendo sua boca. Empurrando-se até que estejam contra a parede. Suas línguas começam a se enrolar como cobras, entram e saem da boca um do outro. Sugam… E chupam. Isaac foi o primeiro a começar, mas, no momento seguinte, ele já estava se movendo à mercê de Félix.
O beijo — que rapidamente se tornou violento — é como se estivessem se atacando. A saliva escorria de sua boca aberta. As línguas vão do interior de Isaac ao de Félix… Move-se lado a lado até que o som de fricção e ganância de suas mucosas acaba sendo ouvido. Tornando-se obsceno.
Félix começou a recuar novamente. O lugar para onde estavam indo agora era o sofá perto da porta. Andam passo a passo sem tirar os lábios e cada novo movimento que fazem acabam deixando uma camisa ou calça, meias, cuecas no chão.
A loja já estava fechada e vigiada por Tony, que percebeu o que estava acontecendo no belo sofá ao lado da porta. Era um móvel feito de veludo escuro que quase não cabia na loja de flores, mas Félix insistiu em mantê-lo. Talvez porque tivesse exatamente isso em mente.
O homem, que agora se empurrou em direção ao sofá com um lento movimento para trás, mal separou os lábios que estavam mordendo e chupando até que então, começou a acariciar suas pernas…
Tem aquele olhar que diz:
“Eu realmente quero te foder”.
— Eu não consigo me controlar… Quando você me olha com aquele rosto tão sujo. — Não houve dúvidas sobre tocar em seu corpo. Era algo que tinha que confirmar a textura e a forma do marido com cada um dos dedos. Isaac respirou fundo e apenas deixou-o tocar. — Você me fez uma fera faminta por sua carne.
A voz sensual esfrega seus ouvidos, então ele suspira e escolhe lentamente começar a mover os dedos por seu peito…
Oh meu Deus, ele estava realmente se afogando. O calor está subindo e seus olhos estão um pouco mais vermelhos.
Félix, olhando para Isaac, beijou sua garganta e clavícula, pressionando os lábios para cima e para baixo. Sua língua, que se tornou um pouco mais violenta do que antes, causa muita dor na boca quando ele decide beijá-lo. Chupa tanto a língua que dói.
O empurrou porque já não conseguia mais respirar.
Quando Isaac respirou fundo, levantou as mãos e as colocou ao redor do pescoço de Félix. Se sentou no sofá, abraçando sua cintura… Isaac se acomodou com as pernas cruzadas nas coxas de Félix, não pôde deixar de tremer as costas. A ereção dura de seu marido esfrega sob a entrada molhada, para que não lhe custe nada quando ele o levanta um pouco e depois abaixa para penetrá-lo imediatamente. Seu coração batia como se fosse explodir.
— Ah, ah, Félix. Ah, Félix…
Isaac se contorceu enquanto esquecia todos os vestígios de sua antiga vergonha.
— Isaac, separe sua bunda pra mim.
Então o beija como se não aguentasse mais. São lábios encharcados de saliva e com pequenos traços de sangue. Isaac abaixou as mãos e acomodou melhor seu pênis com as pontas dos dedos, enquanto Félix rapidamente levantou os quadris. Quando o vê, parece que silenciosamente implora para que ele preenchesse seu interior.
Félix o meteu até o fundo.
— AH!
Depois de parar o movimento de seu corpo por um momento, Félix beijou as bochechas coradas de Isaac por um longo tempo até que ele o acalmasse.
— Mova-se, mova-se agora.
— Não seja tão impaciente, querido.
Félix, que abraçou suas costas, beijou o lóbulo da orelha de Isaac e depois apertou o traseiro com as duas mãos.
Isaac decidiu mover sua cintura devagar… Realmente muito devagar. Toda vez que se move para frente e para trás, o pênis que preenche seu interior parece atingir exatamente onde ele ama. E sente Cócegas. Além disso, quer que esse homem empurre para frente e o acerte lá com tanta força como sempre. Mas Félix, que ainda não se mexia, estava apenas acariciando sua barriga… E ele não tinha tempo de se perder em carícias!
Finalmente, Isaac agarrou seu buraco com a mão que ocupava para segurar o pênis de Félix e o abriu. Não tinha sentido fingir que não gostava porque eles já estavam casados. Eles tinham um enlace e certamente já haviam notado… Que fazer sexo com ele o fazia sentir como se tivesse nascido de novo.
Logo, no entanto, Isaac limpou os pensamentos que estavam flutuando em sua mente. A sensação da membrana mucosa sendo esmagada se estende tanto que parece que queima. O riso baixo de Félix escoou através dele…
— Sim, bom, muito bom, meu amor…
Adiciona uma longa lambida no pescoço e uma voz baixa, os pelos de todo o corpo se colocam em pé. Agora Félix o sustentava em suas mãos para abrir ainda mais sua bunda… Sentia-se como se estivesse com febre.
No momento em que Isaac levantou os olhos irritados para reclamar da maneira como ele estava segurando suas mãos, ficou em branco e depois vermelho e seu rosto parecia se encher de luxúria quando gritou.
— Agora você não pode me culpar… Porque você está fazendo tudo, certo?
— Ah…
— certo?
— Sim… Sim, eu estou fazendo tudo sozinho.
A temperatura da pequena loja aumentava cada vez que ele respirava com dificuldade e quando continuava a ofegar e a gritar. O som da pele úmida colidindo um com o outro parecia cada vez mais alto e, à medida que se moviam, as pernas do sofá chiava e batiam com tanta força que parecia mais um bordel do que uma loja de flores.
— Félix… Pare. Eu vou gozar…
Mas Félix se dedicou a esmagar seu interior, animado com a ideia de ejacular enquanto estava dentro.
— Quem foi o garoto que causou tudo isso? Claro que não vou parar.
A pele de Isaac, que ficou úmida e suada, sentiu-se mais sensível quando ele o mordeu na marca do enlace… Os feromônios ômega então encheram seu nariz e boca.
(NOTA: É necessário esclarecer que o extra do primeiro volume chamado “Dia de Halloween” acontece depois de tudo o que aconteceu neste segundo livro).
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Félix passou muito tempo inalando aquele belo aroma que o excita e o embriaga igualmente… E isso definitivamente também é emocionante. Seu pênis parecia entrar ainda mais fundo: o corpo de Isaac está tremendo? Porque o apoio de braço do sofá está se movendo muito…
Félix logo o empurrou até o fim.
— Ah, espere… Não, não, não!
Isaac gritou ansiosamente, com as mãos trêmulas e o rosto cheio de enormes gotas de suor. O segurou o mais forte que pôde e o deixou suas costas caírem para trás. Félix então levantou a cabeça até o seu rosto distorcido, e permitiu-se abrir os olhos ainda mais.
— Ah Merda…!
Então, uma fonte de líquido branco se espalhou pela barriga de Isaac enquanto sentia Félix acabar dentro dele. Era a primeira vez para o Alfa, mas Isaac já havia ejaculado algumas vezes enquanto tremia, e abria a boca novamente para gritar. Por causa disso, todo o seu corpo estava cheio de sêmen e fluidos corporais que o faziam sentir-se grudento.
—… Eu disse para você não fazer assim.
No entanto, Isaac, que havia caído sobre abdômen, ainda parecia capaz de repreendê-lo com uma voz alta. Como se ele não pudesse acompanhar o ritmo, no entanto, seus olhos piscaram e só se fecharam por um momento.
Isso realmente o cansou.
— Eu tinha pressa.
— E eu queria estar seco.
— Eu não posso me controlar tanto, Isaac. Meu pau também tem sentimentos.
Depois de dar uma desculpa tão boba, Félix deu um suspiro enorme e acabou se deitando também…
Sempre que Isaac parecia prestes a terminar, dizia para ele se deter para que pudesse sair. Mas ainda parecia bastante indigno ter que tirá-lo antes de ejacular, então não fazia isso. Por outro lado, toda vez que faziam sexo, ele sempre ejaculava profundamente dentro da parede interna de Isaac. Isso… Isso o faz sentir melhor do que qualquer droga ou medicamento no mundo.
Quando conheceu Isaac há quatro anos, era a primeira e a última vez que tiveram um “Nó“, o que não significava que não queria fazê-lo, é claro… Mas Isaac tinha medo. Quando ocasionalmente sentia que os órgãos genitais de Félix estavam mais inchados que o normal, ele fazia uma cara de extremo pânico e gritava que queria que ele parasse. Obviamente, não tinha escolha senão aceitar.
— Doeu muito quando nós amarramos na última vez?
Félix, pigarreando um pouco, beijou a testa de Isaac e o deitou para começar a procurar suas roupas de baixo, que estavam espalhadas por todo o chão. Isaac, que gradualmente se virou, esticou o corpo inteiro e de repente franziu a testa para a dor inesperada.
— Sim, naquela época pensei que meu intestino estava se rompendo… Inclusive me deu vontade de vomitar. A verdade é uma experiência que eu não quero ter novamente.
Uma resposta mais honesta do que nunca veio dos lábios de Isaac.
Félix ergueu as sobrancelhas.
— Bem, mas… Você não queria um segundo bebê?
— Bom, sim. Mas podemos tê-lo, mesmo que não tenhamos um nó.
— Bem, isso não é uma coisa tão fácil de fazer. O corpo de um ômega reage melhor quando…
— Pare com isso. — Novamente, as palavras de Félix foram implacavelmente cortadas. Isaac parecia ter se enrijecido. — Você disse, é o meu corpo. E eu quero continuar decidindo sobre ele.
Isaac, que parecia ter dito tudo isso com o máximo de frieza possível, levantou como se fosse conduzido por uma força desconhecida. Félix ouviu quando ele puxou um estalo curto com a língua e depois viu como estava tremendo com força… Ele parecia estar tentando fortalecer os dedos dos pés para ficarem em pé, de modo que teve dificuldade em vestir sua roupa de baixo e calça. Félix, que tentava ficar fora do caminho para não incomodá-lo, aproximou-se para poder segurá-lo — se quisesse — ou seja, ejaculou muitas vezes, afinal. Além disso, ele chorou e gemeu por quase quatro horas.
— Obrigado…
— Então, o que vamos fazer? — No final deitou no sofá, relaxando de costas. Parecia uma pessoa absolutamente elegante, mesmo estando nu e manchado. — Não quero forçar você, mas é uma questão que precisaremos resolver em algum momento.
Isaac olhou pela janela, ouvindo os rosnados de Félix. Quando começaram, parecia uma tarde quente e ensolarada e agora havia um céu frio e escuro. Uma cena que o fez perceber que o tempo havia passado rapidamente.
— Eu realmente preciso de tempo…
— E não é melhor superar os medos confrontando-os de imediato?
Mas, como sempre, Félix descaradamente respondeu às suas palavras e se levantou de seu assento para envolvê-lo em seus braços. Ele parecia muito forte, com músculos marcados e mãos grandes… Mas sempre foi muito terno com ele. Mesmo que sempre parecesse pensar com a cabeça do pau.
Mais uma vez, foram envolvidos em uma atmosfera pegajosamente rosa que fez a febre subir junto com a sensação de fome. Fome de ser engolido por aqueles maravilhosos olhos azuis prussiano…
Mas, assim como Isaac decidiu, era melhor parar por aí.
—… Benjamin está esperando por nós.
— Tem razão.
Félix respondeu sem rodeios, como se fosse uma rotina… Depois de começar a viver juntos, Benjamin esperava diariamente pela volta de Isaac. Ele ainda não conseguia abandonar o hábito de dormir ao lado da avó, mas realmente gostava de vir e esperar na porta para dizer “Bem-vindo a casa!” Colocando uma voz completamente bonita e um sorriso enorme. Então Isaac, que não queria que Benjamin esperasse muito tempo, ia limpar a loja e fechar… Até Félix decidiu que era melhor entrar, é claro.
— Mas quando chegarmos em casa, mandarei o garoto para a cama para que possamos resolver adequadamente nossa pequena ‘discussão’.
— Eu não acho que meu corpo possa suportar suas estratégias de convencimento.
— Que nada… Sei o quão forte você é.
— Bem, eu digo de jeito nenhum.
Isaac refutou suas palavras e balançou a cabeça. Era verdade que ele tinha confiança em seu corpo, mas toda vez que se misturava com Félix, sentia que estava completamente perdido. Está mais exausto do que queria admitir. Ele o consome até ao ponto em que sente que pode desaparecer e seu corpo para de responder até que todos os fluidos corporais sequem da pele… Sua força física, tudo o que a marinha lhe ensinou sobre pular, sustentar e lutar parece inútil ao seu lado. No entanto, a coisa surpreendente sobre toda essa situação é que toda vez que vê seus olhos, mesmo depois de ficar com ele a noite toda e inchar várias vezes, ele pode acender novamente como uma pequena bomba de pavio.
De fato, sexo com ele não é ruim. Em vez de pensar que o odeia, sente que está ficando cada vez mais viciado em como faz tudo parecer tão intensamente agradável. Talvez seja porque é um Ômega ou porque eles estão ligados, mas pode sentir a alegria e o prazer de alcançar um êxtase mais intenso do que nunca.
Quanto mais toma de uma droga, mais viciado fica.
Quanto mais o seu corpo desejar prazer, mais difícil será dizer não.
— Mas não era você que queria me mostrar que poderia ter meu filho mesmo sem o meu nó? Só, quero descobrir se é verdade ou não.
Félix sussurrou suas exigências novamente, seus lábios pressionados no ouvido de Isaac, e logo em seguida sua boca pressiona totalmente contra sua nuca. Ele sente seus cabelos dourados fazendo cócegas constantemente em seu nariz…
— Então… Espere até depois do jantar.
É uma palavra carregada de timidez e vergonha, mas Félix finalmente tem um sorriso satisfatório no rosto.
Quando se beijaram, parecia sentir novamente que o tempo havia se passado muito rápido. Sempre acordam bem cedo pela manhã, Félix se exercita, toma banho, depois acorda Benjamin e eles vão tomar café juntos. É o começo de um dia normal… Mas é possível que não vá ser o mesmo amanhã.
***
Graças à luz do sol, ele franziu a testa e virou a cabeça para um lado…
O espaço ao seu lado estava vazio.
Isaac, que demorou um pouco para perceber isso, esticou a mão e logo levantou levemente o corpo. Mesmo que fizesse isso devagar, há uma incrível dor que parece estar espalhada por todos os ossos e músculos que traz por cima, de modo que o movimento se detém. Rola sobre suas costas… Um gemido do fundo de sua garganta vazou. Então Isaac, que parou de respirar e exalou profundamente por um longo tempo, preferiu se deitar um pouco mais.
Ele pensou que talvez fosse tarde demais, e estendeu o braço sobre a mesa de cabeceira. Era como um reflexo, pegar o celular, ligar e se perder ali por um longo tempo, e depois tentar dormir por mais um minuto. No entanto, de alguma forma, agora não importa o quanto mova sua mão ou por quanto tempo estenda os dedos sobre a mesa, não o encontra. De maneira nenhuma, Félix poderia ter levado seu celular por engano? Assim que entrou no quarto na noite passada, tirou do bolso e… Ou esqueceu-se de tirá-lo? Caiu na loja quando tirou a roupa? Realmente pensar sobre isso uma e outra vez, mas a memórias de pegar e colocar seu telefone na mesa de cabeceira não permanece clara, então onde está?
Era um momento em que pensava no paradeiro de um celular com a cabeça toda confusa.
— Papai!
Sem aviso, a porta do quarto se abriu e uma voz alta e feliz foi ouvida. Ouve-se o som de seus pezinhos enquanto corre em direção à cama e, por um momento, esquece o tolo de seu celular desaparecido e tenta sentar-se corretamente… Isaac sorriu para ele, como se nada tivesse acontecido, e esticou os braços em direção a Benjamin.
— Papai, papai.
Benjamin pula rapidamente e se joga em seus braços. Isaac ri alto e abraça seu corpinho com força. O perfume da criança flui confortavelmente sobre a ponta do nariz…
— Benjamin, dormiu bem? Quando acordou?
Enquanto beijava as bochechas do garoto de maneira exagerada, Benjamin sorriu, riu e encolheu os ombros até fazer uma bolinha. Aparentemente, isso o fazia muitas cosquinhas para que ele pudesse resistir.
— Acordei porque já é dia! Mas o papai demorou muito tempo.
O garoto, preso em seus braços, o olha como se estivesse zangado com ele por fazer isso.
— Desculpe, eu estava com muito sono. Acabei de acordar… Você já tomou café da manhã?
— Uhum. Tomei café da manhã com o papai Félix e depois assistimos TV. E o papai continuou dormindo.
— Com o papai Félix? Onde está o papai agora? Ele ainda está lá embaixo?
— Não, ele foi trabalhar.
— Ele já saiu?
Havia muitas dúvidas sobre o rosto de Isaac. Claro, não é estranho que ele tome café da manhã com Benjamin e nem assista televisão enquanto isso… Mas ele sempre trabalha até altas horas da noite. Graças a isso, muitas vezes eles dormiam tarde e acordavam tarde, então… Estava tudo bem? Devo entrar em contato com ele? Isaac estava tão preocupado que, enquanto estendia a mão sobre a mesa para encontrar seu celular, lembrou-se que o tinha perdido.
— Ben, a propósito. Você viu o celular do papai?
Ele estava acariciando os cabelos cor de limão de Benjamin, que continuavam completamente em seus braços. Então o garoto levantou a cabeça e arregalou muito os seus olhos. Parecia se lembrar por um momento e logo terminou assentindo vigorosamente.
— Sim!
— Onde?
— Lá.
A mãozinha de Benjamin apontou para a mesa de cabeceira. Claro que deveria estar ali, mas agora estava vazio.
— Não está aqui. Você conhece algum outro lugar em que ele esteja. Benjamin?
Quando perguntou novamente, o garoto assentiu novamente e exclamou:
— Eu sei!
Então, ao descer de seus braços, ele puxou a caixa de lenços de papel “Kleenex” que estava ao lado da mesa e enfiou a mão na caixa de entrada. A caixa de Kleenex era grande o suficiente para que seus dedinhos se movessem perfeitamente. Mexeu-se por um momento, depois levantou a mão novamente. Ao contrário da primeira vez que ele colocou a mão dentro da caixa de lenço de papel, o celular de Isaac estava lá agora.
Isaac piscou. E por que estava nos lenços?
— Eu o coloquei aqui.
Quando Isaac, que havia recebido o celular, sentou-se na cama, Benjamin respondeu imediatamente como se estivesse muito orgulhoso de si mesmo.
— Por que você o colocou na caixa?
— Te daria quando você se levantasse. Se não… Se não acordasse, não terá celular!
— Pobre de mim…
Isaac, que olhou para o garoto, não suportava a vontade de rir. Às vezes Benjamin esconde coisas da casa e então ele se emociona toda vez que as pessoas encontram algo por conta própria. O incrível é que Benjamin conhece todos os objetos e lugares sem nunca esquecê-los.
Isaac continuou a derramar lágrimas de riso enquanto olhava alternadamente para os lenços de papel e o celular. Era lindo como seu garotinho sempre supera as expectativas que tinha sobre ele, então decidiu descarregar todos os seus sentimentos nas bochechinhas dele. Beijando-o repetidamente. Ao fazê-lo, o garoto deu de ombros novamente e começou a dizer que estava com cócegas.
— Mas Benjamin… Você não pode colocar o celular do papai em nenhum outro lugar. Eu pensei que tinha perdido.
— Não perdeu.
— Bem. Então na próxima vez você tem que falar com o papai com antecedência.
— Uhum.
— Já que encontramos o telefone, deveríamos descer agora?
— Vovó me pediu para te dizer que já tem comida para você.
— Ok. Papai está realmente atrasado hoje.
Pensou que perderia mais tempo se trocasse de roupa, então ficou de pijama e desceu carregando o menino contra o peito. Como havia dito, a mesa estava arrumada e cheia de comida deliciosa. Além do que sua mãe havia feito, quando os empregados perceberam que ele estava descendo, saíram com bandejas cheias de ovos mexidos e bacon. Fizeram croquetes de batata e panquecas de atum junto com sanduíches de presunto, como um simples café da manhã americano. Quando ele se sentou à mesa com Benjamin nos braços, o funcionário perguntou:
— O que gostaria de tomar?
Isaac imediatamente pediu café. Enquanto isso, o garoto segura o bacon crocante na mão e começa a comê-lo em mordidas pequenas pausadas.
— Você gostaria de comer ovos também?
Benjamin balançou a cabeça.
— Biscoitos.
— É muito cedo
— A vovó disse que tudo bem se comesse biscoitos depois de comer. Eu já terminei de comer. Eu comi tanto quanto isso.
O garoto abriu os braços e enfatizou que comia muito. Isaac, que estava olhando silenciosamente para o garoto pedindo um biscoito, logo soltou um suspiro enorme.
— Você é muito bom em conversar. Você já parece um menino grande.
— Eu tenho três anos.
— Não, você já faz quatro anos.
Com três dedos abertos e estendidos até ele, Benjamin deu de ombros e disse não, como se achasse que alguém como ele definitivamente não poderia ser grande. Afinal, ele ainda era um bebê, então Isaac começou a rir novamente. Finalmente, o biscoito de Benjamin, sua recompensa por tomar café da manhã, foi colocado em um prato de plástico à sua frente, junto com uma garrafa cheia de figurinhas. Benjamin estava interessado em comer biscoitos com leite, então segurou o biscoito com as duas mãos e o comeu selvagemente. Como se fosse o mais delicioso do mundo.
Isaac, que olhou para Benjamin, afastou o cabelo do garoto e depois limpou a boca cheia de chocolate e pó de biscoitos. Benjamin comeu e ele bebeu seu café… Como uma manhã comum, calma e relaxante, mas Félix não respondeu suas mensagens de texto nem parecia ser capaz de receber suas ligações. Embora estivesse preocupado novamente, Isaac se concentrou mais em seu garoto e na comida à sua frente.
A torrada era boa, pelo menos.
***
— Eu quero ver meu avô.
Enquanto Isaac tomava um café da manhã tranquilo com Benjamin, ele se preocupava com seus próprios assuntos.
Desceu ao porão de sua mansão, olhando para a tela do seu celular com um olhar bastante agudo. Na tela grande com o sinal de uma chamada de vídeo, em vez do avô de Félix, Vincenzo, estava o rosto duro de Lucca. Um homem conhecido por ser o “braço direito” da organização.
Félix está familiarizado com ele, mas ainda parecia irritado.
[É um pouco difícil de fazer isso agora. Você precisa esperar].
— Lucca, não seja idiota e peça para ele responder.
Franzindo a testa, Félix se move para baixo como se seu corpo estivesse agindo por conta própria… Dependendo do movimento, a tela também tem um ângulo diferente; às vezes, apenas seu rosto e às vezes todo o corpo inteiro. Aparentemente não está na mansão de seu avô, até parece um pouco confuso. É um espaço que lembra uma fábrica ou uma oficina fechada, com velhas lâmpadas fluorescentes e ouve… Um gemido reprimido em algum lugar distante.
Félix bebeu seu café enquanto observava a cena se desenrolar na tela. Isaac gostava de café leve e perfumado, mas ele gosta de café expresso, que geralmente é escuro. Hoje, no entanto, ele também está bebendo o mesmo café leve de Isaac.
Lamentou não ter pedido uma vodca.
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Continua…