Beije-me se puder - Capítulo 14

— Vou me demitir.

Foi a primeira coisa que Henry disse quando voltou em seu próprio carro, depois de horas, na noite escura. Nem todos ficaram surpresos porque esperavam até certo ponto. A secretária, que estava esperando até o final do dia, ofereceu-lhe imediatamente uma nova condição, como se soubesse o que faria.

— Sinto muito por hoje, Henry. Isso não acontecerá novamente… Não posso dizer que será assim, mas pagaremos mais do que o que foi compactuado no contrato…

— Não. — Henry mordeu os dentes. — Por acaso sou um mendigo? dinheiro é tudo o que eu preciso? Se você pensar na merda que eu passei hoje, nem mesmo me dar a América seria suficiente. Desculpe? Pagar por isso? Quanto você vai me pagar ?! Porra…!

— Henry, acalme-se.

Isaac, que viu Henry gradualmente aumentando suas emoções para acabar xingando, deu um passo à frente e o deteve.

Independentemente disso, a secretária estava tomando o lugar de Chase sem questionar. Ainda assim, sua raiva não podia deixar de simpatizar com todos. Seu rosto estava arranhado aqui e ali, com hematomas grandes e pequenos por todo o corpo, e seus cabelos estavam espalhados e pareciam ter sido puxados por todos os lados. Além disso, a gravata e a jaqueta haviam sumido, a camisa estava rasgada e mal pairava sobre o corpo. Até os sapatos, que tiveram a sorte de não se perder, foram pisoteados, amassados ​​e logo seriam miseravelmente descartados. Ele era literalmente um desastre. Mesmo os sobreviventes de um furacão sem teto pareceriam menos infelizes do que isso. Todo mundo que olhou para ele não conseguiu esconder sua empatia por Henry.

A secretária olhou para Mark perplexa, mas ele não disse nada. Henry costumava viver com palavrões na boca, todos eles trabalhavam juntos há anos e sabiam o que acontecia assim que provocavam seu temperamento, por esse motivo tentavam, tanto quanto possível, não ofendê-lo. No entanto, Chase pisou em uma mina terrestre.

— Por favor, calcule o subsídio para hoje, voltarei a Boston amanhã. Processarei você se não me dê um avião de regresso. — Henry cerrou os dentes a ponto de emitir um som agudo, depois virou-se imediatamente e saiu da sala.

A secretária olhou alternadamente para o grupo, envergonhada.

—… Isso é difícil, — a primeira pessoa a falar foi Isaac. — Eu sei que você acha que somos insignificantes, mas estamos fazendo o nosso melhor. No entanto, ele o jogou fora porque não podia esperar alguns segundos, então você provavelmente sabia o que ia acontecer… E o helicóptero poderia se estabilizar no último minuto… Mas ele fez isso de propósito, certo? Não é de se admirar que Henry esteja tão bravo.

Seu protesto foi silencioso, mas razoável o suficiente. A secretária corou e evitou o contato visual.

— É claro que eu sabia disso, mas no momento não tinha escolha a não ser… Sabe, se não o Sr. Miller realmente teria descido do helicóptero.

O trabalho deles era protegê-lo, então tinha que detê-lo, afinal, Chase fez uma ameaça. O fato mais amargo para eles foi que funcionou e, consequentemente, tiveram que abandonar Henry.

— Até sinto que ele deveria ter sido pego por seus fãs e terminado feito pó. — Seth, que estava em silêncio até então, de repente ajudou.

De fato, Henry teve azar, poderia ser o mesmo para qualquer um deles e tudo continuaria bem, como sempre. É apenas a diferença entre quem tem sorte em cada momento.

Laura estava chocada. A equipe de segurança, que mal encontrou, queria renunciar. Ela tinha que interceder a situação, embora sentisse pena da situação de Henry.

— Não acho que esse seja um problema que Laura possa resolver. — Josh, que estava observando silenciosamente até então, abriu a boca. A secretária olhou para ele envergonhada. — Temos que falar com Chase Miller pessoalmente e chegar a uma conclusão.

— Mas… — Laura respondeu visivelmente envergonhada.

Isaac entrou na conversa.

— Josh está certo. Não podemos ignorar isso com promessas ou recompensas financeiras de Laura, mas o Sr. Miller deve estar disposto a colaborar.

— Então, o que vai fazer? Você vai negociar com o Sr. Miller agora?  — Ela falou nervosamente.

Laura parecia estar muito estressada devido aos vários eventos que ocorreram durante o dia e agora ela tinha que lidar com essa situação…

Josh perguntou sem expressão.

— Porque não?

Laura piscou confusa e Mark também olhou para Josh. Após um momento de hesitação, Laura finalmente desistiu e foi embora. Só então Mark perguntou a Josh.

— Você vai tentar negociar com ‘C’? Sério?

— Não posso fazer isso?

— Claro que você pode.

Mas Mark parecia relutante, Josh respondeu com um rosto vazio:

— Não se preocupe, eu vou apenas conversar.

— Você?

— Sério? — Isaac e Seth também perguntaram surpresos.

Naturalmente, Mark, que pensava que esse era o seu trabalho, piscou de vergonha com o comentário inesperado.

— Por que você?

Josh respondeu casualmente à pergunta de Mark.

— Sou eu quem voou de helicóptero e deixou Henry para trás. Eu não pude evitar, ainda me sinto desconfortável. Além disso, eu odeio ter que me sentir tão sujo por causa da escolha que tive que fazer, independentemente da minha vontade.

Todo mundo ficou em silêncio com as palavras duras e estranhas de Josh. Laura, que voltou depois de um tempo, pediu com relutância que apenas uma pessoa fosse. Mark enviou Josh com um rosto emocionalmente carregado, uma mistura de alívio, compaixão e aborrecimento…

— Irei vê-lo na CCTV, só por precaução.

Dizendo isso, Josh sorriu brevemente quando saiu da sala e caminhou até o quarto de Chase.

<Fim do capítulo 08 parte 3>

Continua>>>>