A Tatuagem de Camélia - Capítulo 15
Na primeira aldeia, Amber pegou na mão das crianças e abraçou cada uma delas sem ignorar nenhuma.
Houve um incidente em que uma criança, fascinada por seu cabelo dourado, involuntariamente agarrou uma mecha, chocando os adultos. No entanto, Amber não ficou brava.
Ainda assim, seu comportamento tranquilo não necessariamente a tornava acessível aos moradores de Niflheim.
Mesmo sem um pingo de arrogância, seu rosto justo e delicado, juntamente com um comportamento gracioso, deixava claro que ela pertencia a um mundo diferente. Além disso, não apenas o Grão-Duque, mas também os cavaleiros tinham um comportamento cortês.
Para eles, a primeira impressão de Amber foi a de alguém “inacessível”.
No entanto, sua disposição em interagir com as crianças sugeria uma “pessoa de bom coração”, e seu ato de doar galinhas transmitia a sensação de “alguém se esforçando para cuidar das pessoas daqui”.
Resumindo, sem querer, os moradores de Niflheim se apaixonaram por essa linda princesa.
Quem percebeu isso mais intensamente foi Igmeyer.
— Ficaremos aqui esta noite e amanhã começaremos a nos mover à tarde.
— Sim.
— Após percorrer o território, como você se sente?
À noite, Igmeyer carregava a princesa cansada nos braços para o quarto.
Os soldados posicionados na base aqui abriram suas bocas em espanto e os encararam. Igmeyer os encarou, silenciosamente os alertando para cuidarem de seus próprios assuntos, o tempo todo mantendo um tom caloroso com a princesa.
— Na última vila, os moradores locais pareciam ter dado mais comida do que o normal. Você parecia desconfortável com o exagero do jantar.
— Você tem olhos afiados.
— Vou pedir para eles trazerem um chá digestivo para você.
Embora ele lhes lançasse um olhar desaprovador, seus ouvidos estavam atentos.
Os soldados trocaram olhares com uma expressão astuta. Quem diabos era esse monstro que fingia ser gentil? 😝😝
🌸🌸🌸🌸
O território de Niflheim tinha um total de cinquenta e cinco bases militares.
Uma das responsabilidades cruciais de Igmeyer era treinar e gerenciar os cavaleiros e soldados posicionados em cada base para uma resposta imediata assim que os portões se abrissem.
Cada base tinha um escritório próprio para o comandante. Embora menos luxuosos que os quartos do castelo, eles eram decentes o suficiente e equipados com banheiros.
— Aqui, beba o chá digestivo.
— Obrigada.
Igmeyer pegou rapidamente o chá trazido pelo cozinheiro e o exibiu como se tivesse sido ele quem o fez.
Apesar de a sala ter uma mesa grande para reuniões estratégicas, havia uma cama enfiada em um canto. Amber estava feliz por ter uma cama, apesar do colchão duro.
O importante era que ela tinha uma xícara de chá na mão.
— Vou encher a banheira com água quente.
Igmeyer disse carinhosamente, envolvendo suas mãos em volta do rosto dela.
— Você está gelada. Deveria tomar um banho.
— Mmm.
Amber assentiu fracamente, e Igmeyer se levantou, com um sorriso astuto.
Amber era sensível ao frio. Quase não havia um dia no Norte em que não estivesse frio. Os habitantes locais conseguiam suportar com um gole de bebida alcoólica e vencer o vento congelante.
Igmeyer não queria sugerir medidas tão severas para Amber.
‘Bem, pode parecer um pouco louco sugerir não apenas trazer água quente, mas eu também queria ajudá-la a tomar banho.’
Mas, pensando bem, quando foi que ele esteve em seu juízo perfeito?
— Eu li em um livro que você pode se liberar desses pesadelos falando repetidamente sobre eles.
— Eu tenho que falar sobre os pesadelos?
— Sim. Os sonhos podem ser medos profundamente enraizados no subconsciente.
Talvez por ser exposta a muito vento frio, as bochechas de Amber estavam pálidas. Ela permaneceu imóvel enquanto o homem a despia e não resistiu quando entraram juntos na banheira.
Igmeyer olhou para os lindos seios dela e engoliu em seco discretamente. Ela era tão bonita que poderia fazer o coração de qualquer um errar uma batida. Mesmo assim, ele continuou falando como se nada estivesse acontecendo.
— Os sonhos em que os cavaleiros se queimam talvez estejam relacionados ao medo do fogo. O monstro sem forma pode estar relacionado a histórias assustadoras que alguém lhe contou quando você era jovem.
(Elisa: Meu Igmeyer além de amoroso, fofo, tarado e gostoso também é psicólogo. É homão da porra de mais 🥹🥹 ele tentando reconfortar ela é de mais para mim. Vou morrer solteira.)
Igmeyer começou a ler livros sobre a mente devido a seus próprios pesadelos. Ele queria saber a razão por trás de seu sonho recorrente a cada três dias em que Amber estava coberta de sangue.
Felizmente, os livros não afirmavam que tais sonhos eram visões precognitivas, e isso tranquilizou Igmeyer.
— … O monstro foi chamado de raça fantasma.
Amber ouviu silenciosamente a história dele, enquanto inclinava a cabeça profundamente.
Igmeyer juntou seus cabelos dourados esvoaçantes para um lado.
— Ele tinha a habilidade de mostrar alucinações e levava crianças para longe das vilas durante suas primeiras aparições. Essas crianças desapareceram na floresta e… Nunca mais foram encontrados.
Amber, que estava murmurando, de repente olhou para cima e seus olhos encontraram os dele.
— Se esfregar sangue de galinha nos olhos, não terá alucinações. Então, não devemos matar galinhas descuidadamente.
— Vou me certificar de excluir pratos de frango de agora em diante. Se isso te faz sentir mais à vontade.
— …. Sim.
Uma gota de água grudou nos longos cílios de Amber.
Enquanto olhava para ela, Igmeyer percebeu que até gostava dos pelos do corpo de sua esposa. Os pelos não podem ser bons de forma alguma, mas ele achava que até isso dava um toque bonito à aparência dela.
Se ele dissesse que queria lamber suas axilas até as panturrilhas, a princesa criada com honra ficaria certamente horrorizada. Embora quisesse ver a reação de horror dela, ele não queria ser menosprezado, então decidiu manter a boca fechada.
Enquanto Igmeyer se entretinha com pensamentos unidimensionais, Amber estava falando sério consigo mesma.
‘Parece que ele entende mais ou menos a compra das galinhas ou óleo. Então, o próximo é… ferro. O que devo fazer sobre isso?’
Comprar bens essenciais ou gado estava dentro da autoridade da Senhora. Mesmo que ela gastasse muito dinheiro, era algo como comprar joias ou vestidos, então todos poderiam facilmente pensar ‘A senhora acabou de chegar, e pode não saber muito sobre como administrar o castelo ainda.’
No entanto, quando se tratava de lingotes de ferro, espadas, arcos e flechas, era uma questão diferente. Isso era domínio inteiramente de Igmeyer.
Continua….
Tradução Elisa Erzet