A Tatuagem de Camélia - Capítulo 09
Naquele momento, Igmeyer também observava a neve caindo.
Mais precisamente, ele estava sendo atingido por ela.
— Ah, isso não é bom.
— A neve está acumulando vários centímetros por hora. Nesse ritmo, será difícil rastrear os passos de Fenrir.
Em resposta às palavras do Vice-Comandante dos Cavaleiros, Gallard Luntstgen, o irritado Igmeyer estalou a língua e limpou a neve que havia se acumulado em sua cabeça.
Fenrir era astuto. Ele sabia como criar pegadas falsas e atrair humanos para armadilhas. A diferença entre animais e monstros estava precisamente nisso.
Às vezes, certos monstros eram tão perversos quanto os humanos e causavam o mesmo dano.
— É um ambiente perfeito para ele festejar.
O assunto aqui mencionado será uma festa da posição de Fenrir.
Se vencer os cavaleiros, ele descerá até a vila animado, roubará o armazém de carnes e comerá pessoas.
— Parece que está indo para o sul. Poderia ser para o leste, mas…
— O norte é a direção de onde Fenrir veio, então não há como voltar atrás.
O oeste estava bloqueado por montanhas, e não havia vilas naquela direção. Então, havia apenas dois caminhos possíveis para Fenrir tomar.
Igmeyer, suspirando de impaciência, semicerrou os olhos. Então, ele fez uma pergunta a Gallard.
— Um noivo que foge de casa na primeira noite e não retorna por mais de uma semana… Não é a coisa perfeita para ser rude com a esposa? Claro, eu brevemente mostrei meu rosto.
Igmeyer não costumava fazer perguntas. Vivendo com a crença de que não havia ninguém melhor que ele e, infelizmente, isso acabou sendo verdade, seu orgulho e arrogância nunca foram abalados até agora.
No entanto, quando se tratava de casamento, Igmeyer não sabia nada.
Então, ele não teve escolha a não ser perguntar ao homem que se casou primeiro.
Gallard ficou extremamente surpreso que Igmeyer estivesse buscando respostas dele, mas conseguiu controlar sua expressão.
— Parece motivo para o divórcio. 🤭🤭
— Ah… Droga.
— ….. 🤭
Gallard conteve a vontade de rir do palavrão repentino lançado contra ele.
Parecia que algo assustador estava acontecendo com o homem que antes não temia nada.
Embora quisesse provocá-lo, agora não era o momento.
A irritação de Igmeyer era evidente em seu rosto bem-feito. Gallard sabia por experiência que não era uma boa ideia incomodá-lo em momentos como esse.
‘Ah, talvez eu esteja mal-humorado devido ao pesadelo.’
De fato, Igmeyer não estava de bom humor no momento.
Desde a primeira noite, ele vinha tendo sonhos recorrentes sobre sua própria morte.
Não era grande coisa ver sua morte, mas o problema era que nesses sonhos ele conseguia ver a princesa morrendo.
Em seus sonhos ela também parecia estar no último mês de gravidez, então a princesa nem conseguiu fugir com aquele barrigão.
Era bem provável que fosse seu filho, e a ideia de não conseguir proteger sua esposa e filho e morrer no processo o fez se sentir miserável.
‘Foi bom eu ter tirado tempo e voltar ao castelo naquele dia.’
Olhando para o céu cinzento, Igmeyer sentiu uma sensação de certeza de que essa caçada levaria mais tempo do que o esperado inicialmente.
Sem saber da forte nevasca, se ele tivesse suportado sem retornar, sua esposa recém-casada poderia quase ter esquecido seu rosto.
Por ser de um lugar distante e não ter coisas, pessoas ou paisagens familiares, mesmo sem a tempestade de neve, teria sido fácil para sua esposa recém-casada esquecê-lo.
— Gallard.
— Sim, Vossa Graça.
— Deve haver homens bonitos em Shadroch, certo?
Igmeyer estava bem ciente de sua própria boa aparência. No entanto, parecia que seu rosto não impressionava muito a Princesa.
Havia uma estranha sensação de que algo estava errado.
O que ele deveria mostrar para garantir que a princesa não o esquecesse?
Ele estava obcecado com esse pensamento desde anteontem.
— Ah, esquece a pergunta
— … Sim.
— Usarei meu poder, então vamos derrotar Fenrir rapidamente e retornar.
Gallard, que estava com uma cara cansada diante do pedido arbitrário de Igmeyer, ficou surpreso com a declaração do homem e rapidamente se recompôs.
Os homens da família Niflheim possuíam uma habilidade especial.
Quando ativado, permitia que eles detectassem com precisão o número e a localização dos monstros, bem como os rastreassem. Eles podiam correr em velocidades comparáveis ao vento e ganhavam força equivalente à dos monstros.
No entanto, nenhum poder veio sem um preço.
Quanto mais frequentemente o poder era usado, mais o conjurador seria contaminado pela escuridão. Gradualmente sucumbindo à loucura, um dia eles perderão completamente a sanidade.
Igmeyer já havia usado seu poder extensivamente durante seus dias de mercenário.
Era melhor evitar usá-lo o máximo possível em prol do seu bem-estar…
‘Não aguento mais.’
O brilho ardente apareceu nos olhos de Igmeyer enquanto ele subia em uma árvore alta. Suas pupilas, que só conseguiam distinguir monstros não humanos, moveram-se rapidamente, localizando Fenrir.
Finalmente, Igmeyer saltou da árvore e deu um comando.
— Ele está no fiorde do sul. É um terreno traiçoeiro, então apenas cavaleiros de nível especialista irão. O resto vai até a vila para defender.
— Sim, entendido.
Continua….
Tradução: Elisa Erzet