A Tatuagem de Camélia - Capítulo 01
Capítulo 1. Empunhando as Garras do Inverno com o Rosto das Flores da Primavera
— Se for demais para suportar, então bata na minha bochecha.
Amber Shadroch franziu a testa diante do peso imponente.
O forte sotaque do Norte transpareceu na voz forte do homem, arranhando seus ouvidos.
Logo, uma consciência tênue que parecia estar se dividindo ou talvez a despedaçando surgiu. Não, provavelmente estava mais perto de ser despedaçada.
Desesperada e ofegante por ar, ela lutou contra o calor que emanava do homem, seus lábios entreabertos se abriram bruscamente.
Como uma pessoa cujos pés escorregam no mar, ou como um peixe capturado e lutando para respirar, ela ofegou, franzindo a testa quando os lábios do homem encontrou os dela.
Ele não estava tentando forçar um beijo. Na realidade, ela só havia ficado sem ar.
Como sua respiração estava bloqueada, ela arranhou seu pescoço, fazendo com que o homem a soltasse, amassado o lençol com uma mão. O rosto dele parecia um tanto familiar, porém mais jovem do que ela se lembrava, fazendo seus ombros esbeltos estremecerem.
— Ahn.
Sua mente se contorceu ferozmente.
Este homem, que a devorava agressivamente, sem dúvida havia dado seu último suspiro diante de seus olhos. Ela se lembrou de seu rosto outrora bonito manchado com sangue vermelho-escuro.
Há poucos momentos, ela estava naquela situação. Abraçando sua barriga arredondada, tremendo, estendendo a mão para seu marido parado diante dela.
O homem, aquele que permanecia inabalável, não importava o que ela fizesse. Era difícil acreditar que este homem resoluto havia morrido. Ela queria gritar para ele parar de brincar.
Mas ele não abriu os olhos, e Amber também teve um fim trágico.
O cheiro pútrido e o hálito rançoso da terra em decomposição ainda permaneciam na ponta do seu nariz. Era um mundo desolado onde nenhuma alma derramaria uma lágrima, mesmo quando visse os corpos dos mortos e os monstros empilhados e incendiados.
O céu permaneceu eternamente vermelho, e sangue fluía em vez de água no chão.
‘E agora… meu marido está vivo.’
Seu corpo parecia pesado e mole como se estivesse encharcado. Talvez o colchão de penas em que ela estava deitada fosse confortável demais, pode ser isso.
Ela não tinha realmente gostado disso no passado antes de sua morte.
A guerra entre os dragões e os humanos havia sido terrível.
Até Amber teve que se sentar com suas mãos cansadas da batalha, costurando meticulosamente bandagens, tanto que o pano limpo sempre parecia escasso.
A memória vívida de como ela tinha rasgado até mesmo a cama macia que possuía para fazer suprimentos de guerra ainda estava fresca em sua mente. Foi assim que aconteceu.
— Tente relaxar um pouco, tudo bem?
O suor frio escorrendo pela testa e pescoço, em meio à expressão ansiosa do homem, foi registrado pedaço por pedaço na visão turva dela. O brilho fraco das noventa e nove velas queimando além dos músculos fortes das costas dele dava a sensação que algum ritual importante estava acontecendo.
Olhando para ele atordoada, ela de repente percebeu qual momento era aquele.
‘Ah, certo. Essa era nossa noite de núpcias.’
A realização foi lenta, mas a sensação de clímax foi rápida.
Parecia que suas entranhas estavam desmoronando. Era como se um monstro parecido com o sol estivesse rangendo e engolindo-a inteira, então Amber decidiu fechar os olhos com força.
Foi tudo um sonho então? O que estava acontecendo agora era a realidade ou ela perdeu completamente a cabeça?
O êxtase insuportável que este homem proporcionava não era ilusão. A agonia que parecia que seu corpo estava sendo perfurado e dilacerado também não era.
Ela desejou que tudo acabasse rápido, não importa o que tivesse acontecido.
Era sempre difícil vivenciar isso. Embora ela não pudesse comparar com outros homens, assim como outras partes do corpo dele, aquele lugar era, sem dúvida, muito grande.
Então, era natural que a pele fina de sua barriga continuasse sendo esticada e repuxada.
Ela estava aterrorizada como se um monstro a estivesse despedaçando por dentro. Embora isso já tivesse acontecido antes.
Devido à disparidade física entre os povos Shadroch e Niflheim, ela temeu seu marido desde o momento em que o viu pela primeira vez. O medo de que ele a esmagasse sob seu peso nunca desapareceu completamente.
Mesmo que Igmeyer nunca a tivesse machucado de verdade.
— Ah…
Sim, o nome.
O nome dele era Igmeyer…
Fazia um tempo que ela não o chamava, quase esquecendo que ele também tinha um nome.
Mas Amber nunca o chamou pelo nome durante sua curta vida de casados. Chamá-lo de “marido” era a maneira mais próxima e íntima com que ela se dirigia a ele.
‘Eu já disse o nome dele alguma vez?’
Mesmo agora, ela queria gritar, mas era inútil. Sua respiração estava presa, apenas fazendo sons sibilantes, confinada em seu peito. Parecia que sua garganta estava travada, deixando escapar apenas suspiros e gemidos.
Há quanto tempo seus pés balançavam sem rumo no ar?
— Está difícil me conter.
Com a voz áspera e rouca do homem, Amber encolheu os ombros. Então, um gemido baixo escapou acima de sua cabeça.
Comparada ao homem, Amber era muito menor, então quando ela levantou o olhar naquele momento, tudo o que ela podia ver era o maxilar bem definido, acentuado por músculos tensos. No entanto, se ela abaixasse o olhar, ela testemunharia algo chocantemente inesquecível por um longo tempo, então ela não tinha escolha a não ser evitar olhar para baixo.
— Está doendo?
— Um pouco.
— Entendo. Mas terá que ser paciente. Afinal, você vai ter que aguentar meu pau pelo resto da sua vida de agora em diante.
Enquanto Amber afirmava fracamente, o homem agarrou seus pulsos com firmeza e levantou rapidamente os quadris, fazendo-a deslizar.
Ela foi empurrada para trás como se por ondas expulsas do mar, jogada na praia sem conseguir recuperar o fôlego. Em um momento, quando sua cabeça começou a bater na cabeceira, ele usou uma mão para protegê-la.
Mesmo assim, o movimento implacável do homem não parou.
A maré baixa deixou um resíduo, derramando-se sobre as areias já lamacentas da praia.
Finalmente, ainda acima dela, ele se levantou lentamente e vestiu seu robe. Observando a cena, Amber mordeu o lábio com força.
Ela queria dizer algo, mas sua mente estava muito confusa para formar qualquer frase coerente no momento.
Apesar de seus esforços para não chorar, seu nariz ainda estava ardendo.
Ela presumia que ele estava demonstrando seu desgosto por esse casamento, ou mesmo porque a deixou na cama ao lado da bagunça. Não era nenhuma coisa nem outra.
No passado, tais ações a teriam machucado e irritado, mas agora… ela não podia mais fazer isso.
No quinto ano de casamento, durante aquele inverno, Nidhogg, o dragão, a razão pela qual estavam juntos, apareceu como um pesadelo e a exigiu.
À medida que a situação piorava e a terra se contaminava, muitos sugeriram que a entregasse, sacrificando-na como uma oferenda.
Amber naturalmente presumiu que seu marido a jogaria como um sacrifício.
Esperando pela morte iminente, ela amaldiçoaria e despejaria sua raiva, determinada a morrer. Se ele a sacrificasse, ela certamente o machucaria também.
Com esses pensamentos em mente, ela escondeu uma faca debaixo do travesseiro.
Mas aquele homem permaneceu como escudo de Amber até o fim.
Foi realmente uma coisa estranha.
As pessoas xingavam e insultavam porque o Grão-Duque não entregava sua esposa, mas ele nunca vacilou.
Ele parecia um muro de pedra fria intransponível, ela sabia que o homem havia se tornado seu escudo.
E a razão pela qual ele fez isso… não foi apenas para proteger sua esposa.
‘Minha barriga.’
Amber agora olhou para sua barriga lisa. No limiar de sua memória, ela estava grávida. Era sua primeira gravidez em seu casamento de cinco anos.
Se tudo o que ela viveu foi um sonho, então estar grávida também era real?
Aquele bebê era sua única esperança.
Confusa, mas sem respostas, Amber acariciou suavemente sua barriga com as pontas dos dedos. Eventualmente, as lágrimas que ela não conseguiu conter silenciosamente escorreram por suas bochechas.
Não era um choro caloroso, mas amargo e pungente.
‘Não seja tola. Não pode ter sido tudo um sonho. O bebê definitivamente existiu. Estava aqui, mas…’
Não teve aborto espontâneo. Ela morreu ainda grávida, sem nem dar à luz o bebê que carregava.
Mas por que seu peito parecia tão vazio e seu coração doía tanto?
Se ela voltou no tempo em que não teve o bebê, a alegria que sentiu quando engravidou não deveria também ter desaparecido? Até mesmo a lembrança de engravidar não deveria ser uma verdadeira bênção para esquecer?
Ninguém entenderia esse sentimento, então Amber rapidamente enxugou suas lágrimas. As lágrimas que escorriam pareciam quentes o suficiente para escaldar, mas agora ela entendia.
Chorar como uma criança não resolveria nada.
Esse fato era algo que ela não imaginava durante aquele inverno em que foi forçada a se casar com esse homem robusto.
🌸🌸🌸
A terra natal de Amber, Shadroch, era um reino muito menor que um Império.
No entanto, Shadroch, apesar de seu fraco poder nacional, tinha suas vantagens. Era conhecida como uma terra de paraíso terrestre ou uma estufa dos deuses, devido à sua terra abundantemente fértil.
Sob o olhar atento do espírito da abundância, Shadroch registrava colheitas abundantes todos os anos, resultando em grãos excedentes transbordando em seus armazéns. Nos mares do sul, os peixes eram tão abundantes que as redes eram rasgadas, pássaros migratórios e búfalos aquáticos vagavam pelas planícies de Shadroch, facilitando o comércio de carne.
Como se isso não bastasse, as frutas e vegetais cresciam abundantemente!
Mesmo que alguém cobiçasse e tentasse engoli-lo inteiro, a posição vantajosa de Shadroch foi o que permitiu ao reino manter sua prosperidade.
Embora ninguém soubesse como o primeiro monarca havia desenhado as fronteiras de forma tão inteligente, Shadroch se estendia horizontalmente pela ponta sul do continente, enfrentando vários países simultaneamente.
Sendo uma terra cobiçada por todos, cada nação controlava silenciosamente uma à outra, impedindo qualquer uma delas de invadir Shadroch.
Paradoxalmente, foi por isso que o território, que conseguiu evitar a guerra, só se tornou mais fértil com o tempo.
Além disso, cem anos atrás, Shadroch havia até mesmo forjado um tratado de paz com o império vizinho de Asgarden.
O conteúdo do tratado era que Shadroch forneceria a comida abundante produzida dentro de suas fronteiras para Asgarden e, em troca, o Império enviaria forças militares para proteger o país.
Como resultado, o povo de Shadroch, que viveu sem invasões estrangeiras, tomou a paz como garantida. Até mesmo o rei, que deveria ter se concentrado em proteger o reino.
Ninguém jamais esperou que o Império de repente exigiria a princesa.
(Elisa: O império a que se refere aqui não tem nada a ver com o ML, ele também foi obrigado a esse casamento.)
Ninguém, realmente ninguém, antecipou isso.
Pois o parceiro de casamento de Amber nem era um príncipe, mas um Grão-Duque do norte, isso era impensável.
— Não foi dito que o herói que eliminará o dragão Nidhogg nascerá do ventre da princesa? Devemos mandá-la embora com alegria!
— Que absurdo é esse! Como nossa princesa pode suportar aquela terra árida, onde não há nada além de neve e monstros? E ter um filho lá? Uma ameaça tão vergonhosa não tem precedentes na minha vida!
— Embora seja verdade que o homem é de nascimento humilde, ele é de fato um descendente da renomada família Niflheim. É verdade que ele pode não corresponder à posição da princesa, mas o exército que ele comanda é mais forte do que o de qualquer senhor. Se as coisas correrem bem, ele pode se tornar um aliado de Shadroch, não é? É uma boa oportunidade de se libertar da influência da família imperial.
— Pode ser, mas… mandá-la embora, assim como se ela estivesse sendo vendida…
Os nobres de Shadroch foram divididos em duas facções e discutiram por uma semana, dia e noite, sobre se deveriam ou não mandar a princesa embora.
Seu futuro marido, Igmeyer Niflheim.
Um jovem Grão-Duque que governa a parte norte do Império Asgard.
Como amplamente conhecido, ele nasceu do Grão-Duque anterior e filho de uma matadora de monstro e cresceu nas fileiras mercenárias até os dez anos.
O problema começou depois disso.
Ele tomou um caminho diferente dos filhos ilegítimos comuns que geralmente se tornavam monges ou cavaleiros.
Aos dezoito anos, Igmeyer se aventurou para fora do território e estabeleceu os Mercenários Gigantes de Gelo. Quando ele completou vinte anos, dificilmente havia um lorde que não soubesse da notoriedade e força dos Gigantes de Gelo.
Um grupo mercenário cujo pagamento equivale a um ano de gerenciamento de território.
No entanto, sua destreza é inegável, não importa o campo de batalha ou as circunstâncias, eles sempre completam suas missões.
Mesmo que eles só tenham recebido missões que só seriam resolvidas por vários anos ou extremamente perigosas, eles sempre retornam vivos.
Era dito que isso se deve à liderança de seu comandante, Igmeyer, à lealdade incomum dos mercenários e à crueldade de suas lâminas para com seus inimigos.
Sua força em combate era tão formidável que era difícil acreditar que eles eram iguais aos humanos normais. Suas estratégias astutas e engenhosas. Companheiros com capacidades semelhantes que poderiam aceitar qualquer tipo de loucura.
O que era tão famoso quanto tudo isso era a personalidade do comandante Igmeyer.
Segundo a investigação separada conduzida em Shadroch, foi dito que ele era geralmente um homem calmo.
Havia histórias um tanto inacreditáveis sobre sua força física, como esmagar o crânio de um troll com uma mão ou agarrar a cauda de um wyvern e jogá-lo nas montanhas. No entanto, ele não parecia se gabar de sua força, mas sim se portava com um comportamento refinado.
Seu cabelo preto como azeviche, como se absorvesse a luz do sol, e o rosto delicado pareciam mais adequados para ler pergaminhos do que empunhar uma espada em um campo de batalha.
Um comportamento bem diferente dos mercenários rudes, mais parecido com o de um jovem mestre.
No entanto, havia nobres que levavam às vezes seu comportamento levianamente e zombavam dele.
Eles tentaram reter sua compensação, alegando que ele tinha uma atitude ruim e falava bobagens, embora tivesse completado a missão em grandes dificuldades. Eles até mesmo sutilmente sugeriram que Igmeyer “cuidasse da noite”.
(Elisa: fiquei com medo de colocar a palavra prost”&… e ser censurada pela plataforma)
E foi precisamente naquele momento que seu notório “caráter” foi revelado.
Após quebrar o pescoço do cliente, ele o empalou em uma lança e o colocou em exposição. Aqueles que gritavam o diabo para ele encontravam o mesmo fim.
Foi uma época em que guerras de conquista eram comuns entre cada território.
Não era uma questão de crítica executar as famílias nobres e fincar sua bandeira, pois poderia se tornar sua terra. Afinal, ele nunca prejudicou plebeus comuns.
Dessa forma, Igmeyer adquiriu pequenos territórios em cerca de três lugares, usando-os como locais de descanso entre missões, o que ajudou muito no rápido crescimento do grupo mercenário.
À medida que a notícia se espalhava, ninguém mais ousava desafiar os Mercenários Gigantes de Gelo.
Os insultos como miserável ou desprovido de cultura não foram mais ditos.
Diante da bandeira escura dos Mercenários Gigantes de Gelo, tão escura quanto o céu noturno, as pessoas naturalmente se tornaram cautelosas com suas palavras respeitosas e seus discursos enfeitados.
Isso não se deve a Niflheim, apenas a Igmeyer.
Um homem feroz que adquiriu riqueza e poder com suas próprias mãos, sem a ajuda de sua família.
Este Igmeyer agora herdou o título de Grão-Duque e se tornou o parceiro de casamento da princesa.
Após ler o relatório, Amber se convenceu de que nunca poderia amar aquele homem.
Eles eram tão diferentes. Era como se o relacionamento precisasse que um deles morresse para que o outro fosse completo, como o inverno e a primavera.
— Ele só recebeu o título por sorte, já que o Grão-Duque Niflheim anterior morreu ano passado! Deveríamos reconhecer tal pessoa como Grão-Duque?
— O que diabos o Imperador de Asgard está pensando?
— É isso que estou dizendo. Conceder o título de Grão-Duque a um mero nobre ilegitimo e humilde mercenário.
— Se ele for se juntar à nossa princesa, a prole do bastardo até adquirirá um status nobre! Devemos protestar!
No entanto, apesar de suas notáveis realizações, os altos nobres, que valorizavam linhagens puras, consideraram Igmeyer um bárbaro e não o reconheceram como um igual em suas fileiras.
O Grão-Duque Mercenário.
A aristocracia de Shadroch o desprezou com tal título.
— Você deveria ir, minha querida irmã.
Após uma discussão que não levou a lugar nenhum, seu irmão mais velho usando a coroa finalmente curvou a cabeça para ela.
Na verdade, ela não tinha escolha. Se eles se recusassem a entregar a princesa, o curso de ação do império era simples.
O Imperador de Asgard precisava apenas comandar o exército que guardava as fronteiras de Shadroch. Pegar a cabeça do rei arrogante cuidadosamente separada de seu corpo.
As opções para Amber eram apenas duas: ser tratada como uma convidada de honra por sua própria vontade, ou ser arrastada como uma escrava, deixando sua terra natal caída para trás.
Amber escolheu a primeira.
‘Claramente, antes do retorno… Eu senti a miséria avassaladora como se o mundo estivesse desabando.’
Antes de receber a ordem de casamento forçado, Amber estava vivenciando o momento mais brilhante de sua vida.
A vida cotidiana criando vários vínculos com colegas, curtindo corridas de cavalo com outros cavaleiros, ocasionalmente visitando museus de arte, assistindo a apresentações musicais — Amber amava música o suficiente para compor ela mesma e tinha certa profundidade em belas-artes.
Ela pode não ter sido habilidosa em pintura, mas seu olho para reconhecer boas obras era aguçado. Graças à descoberta de alguns pintores e à transformação deles em estrelas muito rapidamente, de aspirantes a artistas estavam se alinhando para seu patrocínio.
Ao lado do irmão solteiro, ela se tornou a flor indiscutível da alta sociedade, dominando a cena social.
Era isso que Amber tinha, e também era a posição que ela tinha a perder com o casamento.
Então, se perguntassem se ela poderia estar em seu perfeito juízo naquela época… ela não estava.
Seu intenso ódio e desgosto pelo reino em que ela tinha que viver a tornavam indiferente ao marido.
— ….
Amber olhou para o marido deitado ao lado dela, usando o braço musculoso para cobrir os olhos. Fosse devido ao barulho irritante de farfalhar, ele olhou para ela com um olhar profundo.
Seus olhos eram como brasas vermelhas, não completamente extintas entre uma pilha de cinzas.
Amber temia seu olhar, ou pelo menos pensava assim.
Ele tinha olhos como uma fera feroz pronta para atacar e devorar alguém, e ela achava isso assustador e desagradável. Ela sempre evitou encontrar seu olhar.
Talvez o homem de Niflheim tivesse uma agudeza crua diferente daqueles que ela sempre viu e cresceu com. Poderia ter parecido estranho agora.
— … Você não evita o contato visual comigo? — Após se encararem como se estivessem explorando, o marido foi o primeiro a falar.— Achei que você não olhou para mim durante o banquete do casamento porque estava chateada por ter se tornado a esposa de um homem humilde.
— Eu pensei que você iria embora, dizendo que cumpriu seu dever. Mas você ficou… Então estou curiosa. Só isso.
— Sério? Mesmo sendo um homem sem cultura, sei que não devo deixar minha esposa sozinha na noite de núpcias, muito menos uma princesa preciosa.
O marido torceu os lábios e soltou uma risada seca. Era uma risada tão seca quanto as raízes de árvores murchas.
Em retrospecto, ele também tinha razão para se sentir tratado injustamente neste casamento, mas ele silenciosamente suportou seu ressentimento sem nem mesmo mostrar indício disso.
‘Talvez Igmeyer quisesse um casamento por amor.’
Na época, era algo que ela não tinha considerado, mas agora, olhando para um rosto muito mais jovem do que suas memórias, não conseguia deixar de pensar nisso.
‘O que você estava pensando durante os cinco anos do nosso casamento? Você provavelmente não me queria originalmente?’
Deitada ali fracamente, Amber tentou se lembrar daquele dia de muito tempo atrás.
Devido à depressão severa, havia lacunas espalhadas em sua memória, impossibilitando lembrar de algumas cenas, mas ela conseguia se lembrar de algumas da noite de núpcias.
Após ter sua primeira vez, Amber se virou e chorou até soluçar.
Para ela, seu marido era um saqueador implacável, e este enorme castelo de pedra era um lugar pior que o inferno.
Ela não conhecia a mitologia deste país, mas parecia que havia se tornado Perséfone. Ele era Hades, o rei do inferno.
‘Deve ter sido estranho para ele naquela época continuar me ouvindo chorar.’
De repente, ela tentou ver as coisas da perspectiva de Igmeyer.
Isso era algo que ela nunca tinha feito em sua vida passada.
— Então, se minha presença for desconfortável, eu posso ir embora.
— Não. Não é isso, está tudo bem. Você pode ficar… aqui.
Como ele interpretou o silêncio que se seguiu, Igmeyer pareceu tentar se levantar. Em resposta, Amber, assustada, o agarrou.
Então Igmeyer sorriu ironicamente e deitou-se novamente.
— Foi uma piada.
— … Sua personalidade é ruim.
— Eu ouço muito isso.
Embora ela ainda não entendesse completamente tudo o que estava acontecendo, fez alguma especulação enquanto recuperava a compostura e pensava sobre isso.
Na infância, sua mãe lhe contou um conto de fadas. Uma bênção concedida apenas às princesas de Shadroch.
Naquela época, ela apenas achou que era uma história interessante. Parecia um pouco peculiar que a protagonista fosse sua bisavó, mas se essa verdade fosse transmitida oralmente, tudo fazia sentido.
‘Eu voltei no tempo.’
E essa bênção veio com uma condição.
Ela corrigiria as ações lamentáveis.
Só então ela poderia passar a bênção para sua filha.
‘Certamente há uma razão para eu ter retornado neste momento específico.’
O homem, apesar de sua constituição física avantajada, cedeu mais da metade da cama para ela e deitou-se desajeitadamente na beirada da cama.
Seu marido.
Seu hábito de falar sem cultura, sua atitude na cama era vulgar, sua personalidade era excêntrica… Mas ele era o homem que dedicou tudo para protegê-la e à criança.
‘Preciso melhorar meu relacionamento com esse homem.’
E…
‘Eu o salvarei.’
Se existe um arrependimento tão grande que poderia fazer o tempo voltar, provavelmente seria a morte dele.
Agora, seu rosto, que atualmente está ileso, se sobrepõe ao rosto do moribundo Igmeyer, que estava coberto de sangue.
Na verdade, ele poderia ter derrotado aquele dragão maligno.
Se tivesse deixado ela e a criança morrer, ele poderia ter matado o dragão maligno com suas próprias mãos e sobrevivido.
Mas naquele momento final, ele virou seu corpo e se jogou na frente de Amber.
O homem com certeza sabia que ao fazer isso seria incapaz de matar o dragão maligno, e morreria com ela. Ele, que era habilidoso em combate, não poderia ignorar isso.
(Elisa: essa parte é relatada detalhadamente no futuro pelo Igmeyer, é tão lindo e comovente)
‘O que você estava pensando? Por que você fez aquilo?… Não posso perguntar agora. Esse tempo já passou.’
Relembrando sua morte por um longo tempo, Amber mordeu a língua dolorosamente. Até que o gosto metálico forte encheu sua boca e a deixou enjoada o suficiente para não pensar mais.
Talvez, se adormecesse, ela seria jogada de volta ao campo de batalha.
Com medo de fechar os olhos, ela olhou para o teto sombrio, mas de repente uma risada chegou aos seus ouvidos.
Foi de fato uma risada fraca, mas foi forte o suficiente para fazer com que seu olhar se voltasse para Igmeyer.
— Você parece bastante cansada, então vou te deixar em paz. Acho que você não está afim…
— Eu não estou cansada.
— Então esse é o nosso dever. Vamos fazer isso uma vez por semana. Se a princesa concordar, é claro.
(Elisa: Para quem não entendeu, é o dever deles ter um bebê, tanto que futuramente ele menciona que o império o vê apenas como um garanhão (cavalo reprodutor). Ele tb pensa que é um insulto para a princesa ter sexo com ele. Então apenas cumpre o dever dele de engravidar a Amber.)
“Dever“, ele disse.
A palavra parecia estar manchada com sujeira e poeira, fazendo uma parte do peito de Amber apertar, mas ela não demonstrou.
Sim, de qualquer forma, esse homem cumpriu seu dever até o fim.
Como marido e pai, ele sacrificou sua vida para proteger sua esposa e filho.
Igmeyer era como uma encarnação do dever e da responsabilidade.
Ela recebeu muita ajuda do senso de dever dele, então não tinha o direito de se sentir ferida pela palavra “dever”. Mesmo que fosse algo que ainda não tivesse acontecido.
Mordendo o lábio inferior, Amber puxou o cobertor que cobria seu peito.
O olhar que caiu sobre seu corpo branco puro brilhou como luz na escuridão.
‘… Eu não quero viver a mesma vida duas vezes.’
Ela já era casada, e eles até passaram a primeira noite juntos. Não havia como escapar desse casamento.
Em cinco anos, uma criança seria concebida, e então Nidhogg virá e destruirá todo o território.
‘Antes que isso aconteça… Há algo que eu possa fazer?’
Em vez de ficar sentada atordoada como uma boneca vazia. De se enrolar e chorar até soluçar. E até mesmo esperar indefinidamente por Igmeyer sem falar com ninguém o dia todo.
Mas nada imediatamente veio à mente. É por isso que ela estava dolorosamente exausta.
‘Se esta noite for segura, eu só quero dormir tão pacificamente quanto esta noite. O caso é assustador… mas se eu puder me aproximar um pouco mais de Igmeyer fazendo sexo de novo. Eu preciso mudar as coisas.’
No passado, Amber não conseguia dormir direito, temendo que alguém pudesse agarrá-la e jogá-la na frente de Nidhogg.
Na verdade, conforme a guerra se prolongava, alguns moradores do território tentaram escalar os muros e sequestrá-la. Desde aquele incidente, Amber não tinha pisado um pé fora do seu quarto.
Era um isolamento perfeito.
‘Se eu tivesse tido um bom relacionamento com os moradores do território. E me tornado amigável com os cavaleiros deste castelo ou mesmo com os empregados contratados, talvez eu não fosse tão solitária.’
No entanto, Amber não sabia como abordar as pessoas.
Em Shadroch, todos sempre vinham até ela primeiro.
Ela nunca aprendeu que fazer amigos exigia esforço.
— Oh meu Deus… se alguém ver você nesse estado, pode pensar que estou te estuprando.
Olhando para Amber, que tremia com os olhos bem fechados, Igmeyer riu.
Parece que essa princesa não entende o humor do norte.
Se ela levasse as palavras ao pé da letra, isso seria o suficiente, mas ela tentou encontrar o significado oculto.
— Eu quis dizer que se você estiver cansada, não precisa se esforçar a ter sexo comigo. Eu só queria que você descansasse.
— … Eu não preciso mais fazer isso?
— Seria mentira dizer que não quero… mas não sou uma besta irracional. Não vou forçar uma mulher que não quer. Nossa obrigação da noite de núpcias acabou.
Seu membro estava ereto. Ele não estava usando calças, mas ainda era perceptível, através do cobertor grosso.
No entanto, Igmeyer era um homem acostumado a expressar seus desejos com intenção assassina.
Se ele não quisesse incomodar sua jovem, delicada e nobre esposa, ele poderia simplesmente ir embora matar alguns monstros.
Ele não tinha intenção de atormentar sua esposa, que havia chegado a um lugar desconhecido após uma longa jornada apenas por causa de seus desejos sexuais.
Não, ele não tinha nenhuma intenção?
Inclinando a cabeça, Igmeyer estreitou os olhos e abaixou a mão.
— Então, se você estiver bem com isso, pode apenas olhar enquanto eu me masturbo.
— …!
— O quê, parece nojento quando você faz essa cara.
Na frente dela, que parecia enojada, Igmeyer agarrou seu pênis e o acariciou.
Ele inicialmente pensou em agarrar e sacudir seu membro vagarosamente.
No entanto, no momento em que encarou o olhar da princesa, as intenções meio brincalhonas desapareceram.
Ele naturalmente esperava que a princesa virasse a cabeça, mas ela estava olhando sem desviar os olhos.
‘Eu me pergunto até onde ela pretende continuar assistindo.’
Uma excitação sutil surgiu. O calor emergiu abaixo da cintura dele.
Seus lindos olhos estavam totalmente focados na mão que envolviam e acariciavam o pilar ereto.
Embora ela ainda mostrasse sinais de surpresa e confusão, seu olhar não continha desgosto ou nojo.
Devido a isso, a respiração levemente aquecida e os olhos semicerrados, que podiam ser levemente sentidos, transmitiam apenas verdade.
Que sua esposa estava interessada no que ele fazia com seu pau.
‘Isso é loucura.’
O próprio Igmeyer estava nervoso.
Isso era algo que não estava nos planos dele.
— É bom… fazer isso?
Amber perguntou com seus pequenos lábios franzidos.
Em resposta, Igmeyer agarrou seu pau e varreu para cima, mostrando as veias irregulares e grossas.
— Bem… pode ser ainda melhor se você chupar.
— Chupa…
Enquanto olhava para suas bochechas agora vermelhas e brilhantes, Igmeyer soltou um gemido abafado.
A glande parecia prestes a estourar.
Não era nem o toque dela, apenas o olhar da sua esposa encontrando os olhos dele, mas o sangue fluía impiedosamente por suas veias.
Ele nunca havia sentido a sensação de chegar ao clímax tão rápido enquanto se dava prazer.
Seu primeiro sonho molhado provavelmente também não foi assim.
Igmeyer mordeu levemente o lábio inferior, engolindo uma risada forçada.
Agarrando a glande firmemente com a palma da mão, ele soltou um gemido que parecia estourar pelo espaço entre seus lábios. O sêmen que parecia que iria sair com força mal foi contido na entrada.
O rosto dela alternava entre palidez e rubor.
Ele se lembrou das sensações de antes, enterrando seu pau completamente entre suas pernas finas e brancas.
— Porra.
O homem não tinha aprendido uma maneira refinada de descrever o prazer. No entanto, porque ele havia segurado as rédeas da razão, ele mal se conteve de cuspir palavras sujas.
Desta maneira, ele não conseguiu suportar quando o líquido branco leitoso fluiu entre os dedos que apertavam a glande com força.
O tempo que levou para as pálpebras do homem cair e retornar à posição original foi menor do que um momento fugaz.
Naquele exato momento, a cabeça redonda e pequena da mulher entrou entre as coxas grossas do homem.
— O que você está… ugh.
A voz rouca do homem saiu de seus lábios.
Amber levou os lábios ao pilar quente e pegajoso de tamanho considerável, apagando todos os pensamentos da mente do homem.
Foi uma escolha que ela nunca teria feito no passado.
Em sua vida passada, ela nunca teria se envolvido em tais ações ou atribuído significado considerável a elas.
Agora, ela queria se aproximar do marido.
Parecia difícil e desagradável aceitar o enorme pênis entre suas pernas, mas assim parecia um pouco mais fácil…
Felizmente, o pedaço de carne grande e grosso que ela enfiou à força na boca não tinha um gosto tão nojento quanto ela temia. Em vez disso, a sensação da pele aquecida, inflada pela excitação e calor, fez todo o seu corpo tremer.
‘Sim, eu também estou mais amadurecida agora. Não sou mais uma jovem noiva que acabou de se casar.’
Havia uma sensação de vibração como borboletas no estômago.
Amber se lembrou de frases de um romance que uma empregada lhe trouxe para ler por diversão.
Ela nunca tinha tentado antes, mas lamber o pilar quente pressionado contra sua língua foi um ato instintivo.
— Ugh.
No entanto, algo estranho estava acontecendo.
Já era um objeto assustadoramente impressionante no início, mas conforme ela o segurava na boca, ele pareceu ficar maior e mais grosso.
Por causa disso, Amber lutou para respirar, sentindo como se sua garganta estivesse sendo bloqueada.
— Ah… se você quer me fazer gozar… tente masturbar com a língua.
— Ah… hum.
— Assim… Ah! Tente não usar os dentes e use a garganta.
Amber repetiu o movimento de sucção enquanto agarrava a parte interna da coxa firme de Igmeyer. O enorme pilar que enchia sua boca pareceu ter esquecido o prazer que liberou anteriormente e jorrou novamente.
O líquido picante fluiu sobre sua língua, cruzou a boca e entrou em sua garganta. O transbordamento incontrolável de branco leitoso rastejou pelos lábios da mulher e alcançou sua garganta
— Ahh… porra, você é tão linda.
Igmeyer levantou levemente o queixo de Amber. O grande e grosso pedaço de carne que havia enchido sua boca desapareceu, e o hálito quente escapou de onde estava. O espaço entre o homem e a mulher foi instantaneamente preenchido com um calor escaldante.
‘Meus lábios devem estar uma bagunça.’
Quando Amber encontrou o olhar direto do homem, ela finalmente caiu em si. Além disso, não tinha gosto desagradável e sujo.
Cuspindo o que tinha na boca, Amber limpou os lábios sujos e o queixo com as costas da mão.
— Huh.
Naquele momento, Igmeyer inclinou a cabeça, plantando os lábios no pescoço da mulher. Era natural que o contato físico inesperado fizesse a mulher gemer.
Ele lambeu o gozo que escorria pelo pescoço dela, engolindo até os lábios molhados. Ele varreu os dentes de Amber, enrolou a língua e engoliu tudo.
O desejo não resolvido se contorceu atingindo seu auge.
Os olhos vermelhos de Igmeyer brilharam perigosamente.
— Se você não quer que eu continue, apenas me bata de verdade dessa vez.
— Ah…!
— Agora não farei por obrigação, e prometo que você se sentirá bem melhor dessa vez.
Continua…
Tradução: Elisa Erzet
Com carinho, para Fran. 🫰🏻🫰🏻
Francislaine
Releio com prazer 🤩🤩🤩