A Concubina Cega - Capítulo 11

Capítulo 11

Quando o imperador voltou ao seu estudo imperial, já era noite.
Desde muito tempo atrás, havia alguém esperando por ele dentro da sala de estudo.
Quando o imperador se sentou no sofá, ele perguntou: “Quanto ao assunto que ‘eu’, pedi para você investigar, qual é o resultado?”

“Reportando a vossa majestade. Seu servo levou o retrato da concubina cega ao restaurante do Pavilhão de Bambu para fazer uma investigação discreta. O gerente do Pavilhão de Bambu confirmou que reconheceu a aparência da concubina cega. Ele também falou sobre o estilo de se vestir naquela época, sua postura e como ele se cercava não era como o filho de uma família comum. Infelizmente, ele não sabia dizer a qual família o jovem mestre pertencia.”

O imperador murmurou um pouco para si mesmo: “Desde quando ele não visita mais o Pavilhão de Bambu?”
“Reportando a vossa majestade. O gerente disse que faz sete anos que ele não vê a concubina cega.”
O imperador fechou os olhos, acenou com a mão. Essa pessoa se curvou e se retirou.
………….

“Ou seja, você não podia ver a partir de cinco anos atrás?”
“Acho que isso foi antes, quase sete anos atrás.”

………….

“O gerente disse que já faz sete anos que ele não vê a concubina cega.”
Sete anos atrás, sete anos atrás……
Os pensamentos do imperador giraram em sua cabeça, então ele abriu os olhos.
A concubina cega entrou no palácio sete anos atrás. Entrando no palácio menos de um ano, seus olhos ficaram cegos.

Inicialmente, para uma pessoa que havia sido banida para o palácio frio, ninguém se incomodaria ou se interessaria por ele. No entanto, ele não podia ficar cego sem nenhum motivo. Seus olhos ficaram cegos antes de ele entrar no palácio frio.

A névoa vasta e nebulosa se dispersou pouco a pouco. Tudo começou a ficar evidente.
Sete anos atrás, esse jovem entrou no palácio. Pouco tempo depois de entrar no palácio, seu par de olhos ficaram cegos. Isso o levou a ser banido para o palácio frio.
No entanto, o que realmente aconteceu para causar isso. Por que ele ficou cego?

Ainda mais estranho, a concubina cega disse que já o conhecera antes. Mas por que ele, com essa revelação desse jovem cego, não tinha sequer um pingo de impressão sobre ele.
Há sete anos, o que realmente aconteceu…
Sete anos atrás…

“Irmão!”
Da entrada, uma voz clara de uma criança podia ser ouvida.
Uma pequena figura arredondada e gordinha entrou. Andou em direção à sede imperial. Estendeu as mãos para um abraço.
O imperador permanece imóvel, levantou uma sobrancelha e perguntou: “Hoje, você foi ao Grande Mestre para suas lições?”
Aquela criança endireitou a cintura e as costas, respondeu com uma voz clara e alta: “Já.”
Sua voz ainda é a mesma da voz de criança.
O imperador abriu os dois braços e levou a criança a um abraço, depois a colocou no colo.

Aquela criança agarrou as vestes dianteiras do imperador. Fazendo com que o amarelo brilhante das sedas e das manchas enrole em uma ruga enrolada. “Recentemente, o irmão mais velho não esteve na sala de estudos imperial. Logo após a corte, nem a sombra pôde ser vista. Você não está em algum lugar divertido para brincar?”

-O que devemos fazer com ele chefe ? -o delegado olhou pra ele, a presença de Jimin estava deixando todos aqueles alfas em alerta, era como se o garoto estivesse ali por…
O imperador riu, dizendo: “Você só sabe brincar.”
Aquela criança fez beicinho. Como uma criança mimada, ele disse: “Onde você está indo, irmão? Rui Ze quer ir também!”

“Onde mais eu posso ir? Apenas passeando dentro do palácio.”
“Irmão mentiroso.” Aquela criança que usava uma expressão de descrença, revoltou-se ao gritar: “Deve ter sido um lugar divertido para brincar. Rui Ze também quer ir. O irmão mais velho deve levar Rui Ze lá!”
O imperador tocou levemente seu nariz: “Rapidamente, volte e recite a lição. Amanhã, depois de ser atingido várias vezes pelo Grande Mestre, nesse momento você será bem-comportado.”

O homenzinho amuou a boca a tal ponto que poderia ser usado para pendurar uma chaleira. Seus brilhantes olhos negros continuavam deslizando em uma rotação desordenada. Ele desceu do joelho do imperador. Dando um tapinha nas roupas dele, ele disse: “Se você não quer me dizer, diga apenas que não quer me dizer. Acabarei descobrindo.”

Soltando um suspiro pela narina, endireitou o peito e se afastou com as mãos atrás das costas.
__________________________________

A concubina cega estava no pequeno pátio do palácio frio. A lua havia surgido no alto por algumas vezes.
A temperatura do ar gradualmente ficou quente. A brisa suave da noite também entrara sob os beirais.
A concubina cega disse: “Não fique muito ocupado, venha, tome um lugar.”
Xiao Bao disse que sim, pegou um banquinho e sentou-se ao lado da concubina cega.
A concubina cega, abanando lentamente o leque, murmurou: “Parece que os mosquitos já estão aqui.”

Xiao Bao apoiou atentamente os ouvidos: “Realmente.”

“Hum, eu os ouço.”
Xiao Bao disse: “Amanhã vou encontrar um absinto para queimar.”
A concubina cega concordou: “Tenha cuidado. A vegetação no palácio frio é densa. Cobras e insetos são abundantes.”
Xiao Bao respondeu: “Mm.”
Internamente, ele disse: Sua majestade ordenou que as pessoas os cortassem, tudo bem.
A concubina cega lhe disse: “Use essa moldura dentro do meu quarto, a de cerâmica, tem a forma de um coelho. Pode ser divertido.”

Xiao Bao assentiu: “Então o mestre ainda tinha esse tipo de queimador de incenso emoldurado.”
Ele tentou descobrir: “Será que tipo de armação o imperador usaria?”
A concubina cega acaricia suavemente as costas macias e flexíveis de Yu Li: “O imperador…usa um forno esmaltado de filigrana de aromaterapia, fundido com três dragões. O padrão decorativo é elegante, é impressionantemente refinado com seu ar digno.”

“Então é assim.” Xiao Bao assentiu como se de repente visse a luz.
No dia seguinte, mesmo antes do meio dia, o imperador havia chegado ao pequeno pátio da concubina cega.
A concubina cega perguntou com um tom curioso: “Por que veio tão cedo hoje?”
O imperador disse: “Eu tenho muitas coisas para fazer hoje. Estou aproveitando minha folga para trazer algo para você. Vou embora imediatamente.”
A concubina cega perguntou “O que é isso?”
Yu Li, que também estava miando, seus ouvidos se moviam.
O imperador tirou das costas algo semelhante a um artigo feito em papel. Colocando na mão da concubina cega.

A concubina cega percebeu o que era com um toque. Ele não pôde deixar de rir.
“É uma pipa.”
O imperador disse-lhe: “Mm…tem um retrato de peônia.”
A concubina cega disse: “Obrigado…”
O imperador advertiu: “Cuidado ao fazer voar. Não caia.”
A concubina cega assentiu e o imperador foi embora.
Pouco tempo depois, no pequeno portão do quintal, apareceu uma cabecinha esvoaçante e fofa.

A cabecinha espiou por aqui, olhou em volta, quase como um cachorro pequinês energético. Passeando vagarosamente por algum tempo no portão, enfim, com cuidado, de forma revigorante e cautelosa, colocou um de seus pés para entrar no portão.
Hesitando por um longo tempo, finalmente entrou com outro pé no portão.
A concubina cega não podia ver, também não ouvia aquele som extremamente leve.
Mas Xiao Bao teve um vislumbre, incapaz de conter seu “Ehh!” exclamou: “De quem é essa criança?”

O menino se assustou ao ouvir a voz, virou o corpo e estava pronto para correr.
O garotinho parou no caminho, colocando toda a sua energia para olhar vigorosamente na ponta dos dedos dos pés. Seu rosto ficou um pouco vermelho.
A concubina cega advertiu Xiao Bao: “Você não deve assustar o filho de outra pessoa.”
A concubina cega se aproximou do menino, agachou-se e perguntou com cortesia: “De quem você é filho?”
O menino permaneceu calado enquanto todo o rosto corava. Suas mãos puxaram nervosamente o canto de sua roupa.
A concubina cega virou a cabeça para onde estava Xiao Bao e disse: “Veja, você assustou essa criança.”

Xiao Bao olhou furioso: “Eu posso ver claramente que ele não está nem um pouco com medo.”
A concubina cega acariciou gentilmente sua cabecinha fofa e perguntou: “Como você conseguiu vir aqui?”
“Eu…eu segui o meu irmão até aqui…”